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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ - PCC HISTORIA DA EDUCACAO

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ - PCC
CURSO: Letras - Inglês
DISCIPLINA: História da Educação
PROFESSOR (A) TUTOR (A): Marilia Ferranti Marques Scorzoni
TÍTULO DA ATIVIDADE ESTRUTURADA:
Revisitando a História da Educação e projetando perspectivas futuras
ALUNO (A) AUTOR (A) DA ATIVIDADE:
 
O diálogo entre Pedagogia e História é essencial no que diz respeito a ajudar o pedagogo a assimilar as estruturas sócio-históricas necessárias bem como o historiador a aprender como transmitir saberes. Este trabalho possui como foco elencar as distinções dos modelos educacionais ao longo da história, assim como suas colaborações para a estruturação do cidadão e do sistema social ao qual este será inferido. Para alcançar tal objetivo, delimita-se aqui a educação em suas etapas históricas, a nível brasileiro e mundial, assumindo a notoriedade que a Pedagogia e a História trazem enquanto dialogam. Objetiva-se também definir as contribuições antropológicas para a formação dos modelos humanos. 
É preciso destacar que os momentos históricos tem influência direta em toda e qualquer tendência educacional; portanto, um olhar mais aguçado sobre um recorte histórico vivido, traz uma melhor compreensão sobre os acontecimentos pedagógicos. De acordo com a aula 1 do módulo de História da Educação pode-se perceber que é difícil definir o início histórico do processo educacional. De certo, desde o início das civilizações, sempre houve a transmissão do conhecimento dos seres humanos mais velhos para os mais jovens. Nesta época, repleta de estruturas sociais mais simples, percebia-se o ensinar como um ato de sobrevivência e continuidade. Infelizmente, isso veio a mudar com a construção de estruturas sociais mais complexas. A partir da aula 2, percebe-se que dentre as estruturas antigas que inovaram no que concerne à educação, vale destacar primordialmente a Grécia. Esta sociedade foi berço de diversos novos marcos educacionais, tais como a Maiêutica, técnica dialética desenvolvida por Sócrates; a Academia de Platão, este sendo um dos discípulos de Sócrates; e a escola peripatética; fundada por Aristóteles. 
É extremamente notável o fato de esta sociedade ser tão antiga, mas dispor de regimes democráticos avançados. Tal fato refletia-se mesmo na educação, tomando em vista o processo instrutivo dialético, que era composto de alunos ativos que se utilizavam da antítese para contestar a tese do professor; trazendo na síntese, união de conceitos, e resultando em conhecimento adquirido e formado por todos. Infelizmente, os processos democráticos perderam seu lugar no mundo antigo através do domínio da Grécia por Roma, dando vazão a novas formações socioeducativas. Um pouco antes de Cristo, Júlio César aboliu a república e instaurou a ditadura. Após sua morte, Otávio Augusto tornou-se o primeiro imperador romano, sepultando definitivamente o pensar democrático. 
A partir do domínio romano, a Igreja imerge como centro de poder, fundando na escolástica, uma nova forma de pensar e instruir, sendo esta medieval e religiosa. O conhecimento passa a ser algo de acesso controlado e limitado pela igreja, que condenava os saberes e formas de pensar antigas e democráticas como as de Platão. A educação escolástica era caracterizada por alunos passivos, que deviam apenas ouvir o mestre, construtor único do conhecimento. Surge deste movimento o conceito de “dar aula”, consistindo na reunião em algum lugar específico para a transmissão de conhecimento em modo medieval. 
Ao fim da Idade Média, vem o surgimento da Idade Moderna, contudo, o pensamento escolástico segue. Dentro deste cenário, Inacio de Loyola cria o Ratio Studiorium, um conjunto de orientações metodológicas pedagógicas para o Ensino Jesuítico. O mesmo foi utilizado pelos Jesuítas na época da colonização brasileira para a educação dos Índios, até o sistema jesuítico ser extinto por Marquês de Pombal. Este, por sua vez, influenciado pelos pensamentos iluministas, transfere a responsabilidade da educação para o monopólio estadual. Até os dias de hoje, muitos dos conceitos da obra de Loyola ainda são utilizados, sendo um deles, a matriz curricular. Descartes é outra figura histórica que vale ser mencionada devido a sua obra “Discurso do Método”, onde elenca o paradigma cartesiano e a estruturação de ciclos e pré-requisitos disciplinares. 
Com o eclodir do Renascimento, pudemos retomar antigas práticas pedagógicas e democráticas, de enorme valor instrutivo, no que concerne à perspectiva da educação. A crítica ao modelo escolástico e a necessidade de retomada do modelo dialético educacional ficava cada vez mais evidente. Um dos primeiros nomes a criticar o modo instrutivo oriundo da Escolástica foi John Amos Comenius, autor de “Didactica Magna” (1638). Este julgava ineficaz e excessivo os métodos de ensino medievais e pregava que havia de se desenvolver formas em que o professor lecionasse menos e o aluno aprendesse mais. A importância da obra se deu de maneira estupenda, tornado Comenius o pai da didática moderna. Este, além de combater o sistema medieval, defendia a ideia do ensino de “tudo para todos” e estabeleceu-se como o primeiro teórico a respeitar os sentimentos e inteligência infantil. Sua obra consistia em realizar uma racionalização de todas as ações educativas, desde a teoria didática até os paradigmas do cotidiano docente. A prática educacional deveria agir como os processos naturais. Nas relações pedagógicas, seriam levadas em consideração as possibilidades e os interesses do infante. O professor seria um profissional, não um missionário, e teria a devida remuneração para isso. A organização temporal e do currículo levaria em consideração os limites físicos e a necessidade, tanto dos docentes quanto dos discentes de ter outros afazeres. 
Com o surgir do Iluminismo, a educação já não precisa depender da Igreja em nenhum aspecto e é de livre pensamento. Uma das mais importantes obras relevantes para a História da Educação, datada deste período, foi elaborada por Jean-Jacques Rousseau e conhecida como “Emílio ou da educação”. Rousseau afirma que educação deve levar o homem a agir por interesses naturais, e não por imposição de regras exteriores e artificiais, tornando-se assim, dono de si. Baseado nesse conceito, a proposta pedagógica apresentada era totalmente nova e propunha que o aluno construísse seu próprio conhecimento a partir da interação, fazendo de Rousseau um dos precursores do Construtivismo. 
Na chegada do século XX, John Dewey trouxe uma proposta inovadora, (que influenciaria diretamente na educação brasileira) onde procurava vincular as aulas oferecidas aos interesses discentes. Diversos foram os pensadores que trouxeram heranças educacionais neste período, tais como Steiner, Vygotsky, Montessori e Piaget. 
A partir da aula 5, no que diz respeito ao desenvolvimento da história da Educação do Brasil, Houve o surgimento das Constituições Federais, em 1824, e a criação da primeira destas com o novo período político brasileiro. Dentro destes parâmetros, a educação primária/elementar e secundária era de responsabilidade das províncias dos estados, cabendo à união, o ensino superior. Ainda neste período, houve a criação do curso de Magistério para professores; muito arcaico e necessitado de desenvolvimento. A educação não era obrigatória. 
Após a proclamação da República, aos poucos, procurava-se modernizar o sistema pedagógico brasileiro. Nesta mesma época, desenvolviam-se inovações educacionais fomentadas por Fernando de Azevedo, Lourenço Filho e Anísio Teixeira; este último sendo inclusive discípulo de John Dewey e ambos junto a outros educadores produziram o “Manifesto dos pioneiros da Educação nova”, trazendo rupturas ao modelo tradicional da Educação. Mesmo diante de fundamentos iluministas advindos de educadores brasileiros contemporâneos como Paulo Freire e Rubens Alves, encontramos elementos escolásticos como alunos em centro e preleções. Com a proposta da escola nova, diversas novas posturas foram
implantadas diante do processo educativo brasileiro, resgatando muitas técnicas do período clássico e mesclando a outras proposições contemporâneas, tendo no aluno, um agente ativo na educação. Outras exigências foram feitos ao governo no que se tratava da escola, tais como estado laico e ensino obrigatório e gratuito. 
Durante o período do Governo Vargas, houve a criação da Constituição de 1934, a qual conquistava diversos direitos sob a perspectiva educativa. Infelizmente, com a vinda da Constituição de 1937, muito do que havia se conquistado, se perdeu. Dentre desse momento, criaram-se diversas leis orgânicas específicas voltadas para suas respectivas áreas de ensino. 
Com a criação da Nova República, sente-se a necessidade de Leis de Diretrizes e Bases diante da perspectiva educativa brasileira. Cria-se essa Constituição em 1946 em apenas em 1961 consegue-se promulgar a primeira LDB brasileira. No momento que durou entre 1964, com o golpe militar que se instaurou até 1985, criou-se duas grandes reformas: a do ensino profissionalizante e do ensino superior. Essas reformas vinham sanar a necessidade que o governo (apoiado pelas empresas estadunidenses) possuía de mão de obra especializada/técnica, mas não sanava as reais necessidades do povo, que não se sentia respeitado ou escutado. Isso causou diversos embates. Com o fim da ditadura militar em 1985, diversas eleições democráticas vieram a acontecer. Em 1996, criou-se a segunda LDB, a 9394/96, que rege a educação brasileira até os dias de hoje. Dentro desta regência, o Brasil foi palco de diversos planos de incentivo à educação, denotando vitórias e impulsos há muito esperados, e ainda assim, havia muito a conquistar.
Quanto ao marco histórico e pedagógico atual que o Brasil protagoniza, destaca-se a BNCC (Base Nacional Comum Curricular). Homologada em 2017 e construída com participação massiva dos educadores, encerra em sua proposta inovações pedagógicas que compreendem o ensino infantil até o ensino médio. Em suas postulações, o projeto elenca 10 competências que devem ser desenvolvidas ao longo da experiência escolar, de modo que essas construirão o aluno em perfil pleno e objetivado. A prioridade da BNCC não é provar que o estudante aprendeu, e sim, que ele saiba o que fazer com o que aprendeu. Este novo método, além de democrático, une diversas técnicas de sucesso, de modo inovador e organizado, priorizando uma otimização sem precedentes na educação brasileira.
Baseado nas experiências e fatos históricos dispostos aqui, compreende-se a construção da disciplina da História da Educação como termo de consulta e construções elucidativas, pois encontramos fonte inestimável de sistemas falhos bem como inspiração apreciativa, podendo assim, construir novos caminhos e novos horizontes no que tange à perspectiva pedagógica. 
Referências Bibliográficas:
COMENIUS, J. A. (2006). Didática magna (3. ed.). São Paulo: Martins Fontes. 1966.
ROUSSEAU, Jean-Jacques. Emílio ou da educação. Tradução de Roberto Leal Ferreira. São Paulo: Martins Fontes, 2004.
http://basenacionalcomum.mec.gov.br/a-base - acesso em 10/2019
https://institutoayrtonsenna.org.br/pt-br/BNCC/o-que-e-BNCC.html - acesso em 10/2019
https://novaescola.org.br/conteudo/184/pai-didatica-moderna-filosofo-tcheco-comenio
- acesso em 10/2019

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