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A sondagem na alfabetização

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A sondagem na alfabetização
Compreender o papel da sondagem como uma ferramenta eficaz para avaliar as hipóteses de escrita dos alunos dos anos iniciais do ensino fundamental.
AUTOR(A): PROF. FLAVIA RENATA ALVES DA SILVA
AUTOR(A): PROF. NADIA CONCEICAO LAURITI
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Legenda: TAG: SONDAGEM, ESCRITA, HIPóTESE
O QUE É SONDAGEM?
 A sondagem é uma ferramenta pedagógica eficaz para o professor acompanhar o processo de aprendizagem da língua escrita nos anos iniciais do ensino fundamental, pois ela
fornece informações relevantes quanto os avanços relativos à alfabetização e, de posse dessas informações, o docente decidirá que caminhos trilhar a fim de que as crianças
continuem avançando de uma fase a outra. Assim, se o professor diagnosticar, por meio da sondagem, que um aluno está na hipótese pré-silábica, por exemplo, deverá fazer uma
revisão de planejamento de ensino e recorrerá a estratégias que considerar mais apropriadas para que o aprendiz atinja a hipótese silábica, e assim por diante.
 
COMO FAZER A SONDAGEM?
 Recomenda-se que o professor faça uma lista de palavras do mesmo campo semântico, ou seja, palavras que se relacionam quanto ao significado. A título de exemplo: as
palavras guarda-sol, biquíni, conchas e areia pertencem ao campo semântico de PRAIA; as palavras crisântemo, antúrio, cravo e rosa pertencem ao campo semântico de FLORES; as
palavras papagaio, cachorro, bode e rã pertencem ao campo semântico de ANIMAIS. Escolhidas as palavras, o docente deverá ditá-las sem permitir que os alunos consultem outras
fontes escritas.
 
QUANDO FAZER A SONDAGEM?
Com relação à periodicidade, recomenda-se que a sondagem seja realizada nos meses de fevereiro, abril, junho, setembro e novembro, mas vale destacar que, no cotidiano de sua
prática pedagógica, o professor observe o desenvolvimento das crianças no que se refere aos avanços que elas apresentam em suas produções escritas.
 
QUE CUIDADOS O PROFESSOR DEVE TER AO REALIZAR A SONDAGEM?
 Sugere-se que o docente, durante a realização da sondagem, fique atento aos seguintes cuidados:
 
1. Fornecer aos alunos um papel sem pauta a fim de que se possa verificar o alinhamento e a direção da escrita;
 
2. Selecionar uma lista de palavras que pertençam ao mesmo campo semântico e que façam parte de seu vocabulário utilizado em seu dia-a-dia;
 
3. Iniciar o ditado por uma palavra polissílaba, seguida por uma trissílaba, uma dissílaba e uma monossílaba. É importante o professor não alterar essa ordem, porque, caso os alunos
escrevam segundo a hipótese da quantidade mínima de letras, poderão recusar-se a escrever se começarem pela palavra monossílaba. Por fim, o professor deve ditar uma frase
utilizando uma das palavras da lista;
 
Exemplo: Lista de palavras do campo semântico de ANIMAIS:
BORBOLETA
CAVALO
GATO
BOI
Frase: O CAVALO COME CAPIM.
 
4. Ditar as palavras e a frase normalmente, ou seja, sem silabar;
 
5. Observar, enquanto os alunos escrevem, suas reações e anotá-las;
 
6. Oferecer letras móveis aos alunos que, porventura, não queiram escrever, pois o importante é que todos realizem a atividade.
 
7. Solicitar, após o término do ditado, que os alunos leiam aquilo que escreveram, anotando o modo como eles realizam a leitura.
 
8. Pedir para a criança ler o que escreveu apontando com o dedo, caso o professor se depare com dificuldade em entender o que ela escreveu.
 
 
COMO FAZER O DIAGNÓSTICO?
 
 Terminada a sondagem, o professor deve debruçar-se sobre a produção escrita dos alunos, analisá-la e, com base em seus conhecimentos acerca da psicogênese da língua
escrita, identificar a hipótese de escrita em que o aluno está, a saber:
 
a) Hipótese pré-silábica;
b) Hipótese silábico (sem valor sonoro ou com valor sonoro);
c) Hipótese silábico-alfabética;
d) Hipótese alfabética.
 
 
TOMADA DE DECISÃO
 
 De posse do diagnóstico, o professor deverá rever seu planejamento e realizar os agrupamentos dos alunos com base nas hipóteses mais próximas, formando duplas com um
aluno MENOS COMPETENTE e outro MAIS COMPETENTE. Nessa direção, NÃO se recomenda a formação de duplas constituídas por:
 
 
a) um aluno MENOS COMPETENTE e outro MENOS COMPETENTE
 
 OU
 
b) um aluno MENOS COMPETENTE e outro MUITO MAIS COMPETENTE.
 
 Nessa direção, recomenda-se a formação de uma dupla constituída por um aluno que está na hipótese pré-silábica com um aluno que está hipótese silábica; um aluno que está
na hipótese silábico-alfabética com um aluno que está na hipótese alfabética. Entretanto, não se recomenda formar uma dupla com um aluno que está na hipótese pré-silábica com
um aluno que está na hipótese silábico-alfabética, por exemplo.
 
PORTFÓLIO DE ACOMPANHAMENTO DOS ALUNOS
 Para que o professor possa fazer comparações entre os resultados de uma sondagem e outra, é de extrema importância que ele faça um portfólio de acompanhamento dos
alunos. Recomenda-se que esse portfólio contenha os seguintes itens:
1. Capa
2. Relatório do professor
3. relatório do coordenador
4. Ficha diagnóstica
5. Anexo das atividades desenvolvidas durante a sondagem
6. Outras informações que o professor e o coordenador julgarem relevantes.
 
 Para finalizar este tópico, vale salientar que, durante sua prática de alfabetização, o professor deve, a partir do diagnóstico a que chegou após a sondagem, realizar intervenções
com vistas a levar o aluno a refletir sobre sua produção escrita e, por conseguinte, sobre o funcionamento da língua na sua modalidade escrita. Para tanto, sugere-se que ele faça
perguntas como: “Por que você escreveu essa palavra dessa forma?”, “Você acha que tem mais alguma letra nessa sílaba ou nessa palavra?”, “Por que você colocou essa letra aqui?”,
“Por que aqui escreveu essa palavra desse jeito e aqui de outro”?, “Se nós trocarmos a ordem das letras dessa palavra, ela continua a mesma palavra?” Enfim, há outras perguntas
que o professor poderá fazer dependendo da manifestação escrita de cada aluno. O importante é provocar a criança por meio de intervenções para que ela possa pensar sobre aquilo
que escreveu, corrigir seus erros e avançar em suas hipóteses sobre a escrita.
ATIVIDADE
Ao realizar a sondagem, um dos critérios que o professor deve adotar diz respeito ao número de silabas das palavras. Nesse sentido, a ordem CORRETA das palavras é:
A. trissílaba, dissílaba, monossílaba, polissílaba.
B. polissílaba, dissílaba, trissílaba, monossílaba.
C. polissílaba, trissílaba, dissílaba, monossílaba.
D. monossílaba, dissílaba, trissílaba, polissílaba.
ATIVIDADE
Considerando que, ao realizar uma sondagem, o professor deve escolher palavras pertencentes ao mesmo campo semântico, assinale a alternativa que apresenta uma escolha
adequada.
A. Abacaxi, banana, manga, noz.
B. Rinoceronte, ameixa, vaca, rã.
C. Apagador, caderno, livro, boi.
D. Abacate, tomate, uva, sol. 
ATIVIDADE
Tendo em vista que, de posse do diagnóstico a chegou após a realização da sondagem, o professor deve agrupar os alunos de acordo com as hipóteses próximas, assinale a alternativa
segundo a qual o professor fez um agrupamento adequado.
A. Um aluno na hipótese pré-silábica com um aluno na hipótese silábico-alfabética.
B. Um aluno na hipótese silábica com um aluno na hipótese alfabética.
C. Um aluno na hipótese pré-silábica com um aluno na hipótese alfabética.
D. Um aluno na hipótese pré-silábica com um aluno na hipótese silábica.
REFERÊNCIA
FERREIRO, Emília, O que está escrito em uma frase escrita? In: LEITE, Luci Banks (org.) Piaget e a Escola de Genebra. São Paulo: Cortez, 1992.
FERREIRO, Emília, TEBEROSKY, Ana. Psicogênese da língua escrita. Porto Alegre: Artmed, 1999.
LEMLE, Miriam. Guia Teórico da Alfabetização. São Paulo: Ática, 2000.

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