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Anemia é definida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como a condição na qual o conteúdo de hemoglobina no sangue está abaixo do normal como resultado da carência de um ou mais nutrientes essenciais, seja qual for a causa dessa deficiência. Diz-se haver anemia quando a concentração da hemoglobina sanguínea diminui aquém de níveis arbitrados pela Organização Mundial de Saúde em 13 g/dL para homens, 12 g/dL para mulheres, e 11 g/dL para gestantes e crianças entre 6 meses e 6 anos. As anemias podem ser causadas por deficiência de vários nutrientes como Ferro, Zinco, Vitamina B12 e proteínas. As causas principais de anemia são: perda excessiva de sangue deficiências e anomalias de produção de hemácias, e destruição excessiva de hemácias. Classificação As anemias se classificam de acordo com o tamanho das hemácias: Microcíticas: Anemia ferropriva (a mais comum de todas), hemoglobinopatias (talassemia, hemoglobinopa-tia C, hemoglobinopatia E), secundárias a algumas doenças crônicas, anemia sideroblástica. Macrocíticas: Anemia megaloblástica, anemia perniciosa, alcoolismo, devido ao uso de certos medicamen-tos (Metrotrexato, Zidovudina) Normocítica: Por perda de sangue, anemia aplásica, anemia falciforme, secundárias a doenças crônicas. Anemia aguda e crônicas A intensidade dos sintomas da anemia depende de dois fatores: o tempo de instalação da anemia e a gravidade da mesma. Anemias crônicas, que se instalam de forma lenta e gradual, ao longo de várias semanas ou meses, não costumam causar sintomas até fases bem avançadas. Como o processo é lento, as hemoglobinas existentes têm tempo de se adaptar, passando a ser mais efetivas na captação e distribuição do oxigênio pelo corpo. Os valores normais de hemoglobina são maiores que 13g/dl para homens e maiores que 12g/dl para mulheres. Devido à capacidade de adaptação das hemácias, os pacientes com anemia crônica conseguem se manter assintomáticos em repouso até níveis de 8 ou 9g/dl de hemoglobina. Logicamente, o estado de saúde anterior conta. Se o paciente já tem outras doenças, principalmente de origem pulmonar ou cardíaca, sua capacidade de adaptação à anemia é bem mais reduzida. Pacientes jovens e em ótimo estado físico podem só sentir os sintomas da anemia em casos graves, com hemoglobina ao redor de 6g/dl. Já pessoas idosas podem começar a sentir os efeitos assim que os níveis de hemoglobina desçam abaixo de 10g/dl. Nos casos de anemias agudas, com instalação rápida, como as que ocorrem por hemorragias, o paciente sente os sintomas mesmo que a queda da hemoglobina não seja muito acentuada. Uma hemoglobina que cai abruptamente de 14g/dl para 10g/dl é suficiente para provocar muitos dos sintomas de anemia descritos acima. Anemia Ferropriva É muito mais comum que as demais (estima-se que 90% das anemias sejam causadas por carência de Ferro). O Ferro é um nutriente essencial para a vida e atua principalmente na sínte-se (fabricação) das células vermelhas do sangue e no transporte do Oxigênio para todas as células do corpo. Crianças, gestantes, lactantes (mulheres que estão amamentando), meninas adolescentes e mulheres adultas em fase de reprodução são os grupos mais afetados pela doença, muito embora homens -adolescentes e adultos- e os idosos também possam ser afetados por ela. Sintomas: Os sinais e sintomas da carência de ferro são inespecíficos, necessitando-se de exames laboratoriais (sangue) para que seja confirmado o diagnóstico de Anemia Ferropriva. Os principais sinais e sintomas são: fadiga generalizada, anorexia (falta de apetite), palidez de pele e mucosas (parte interna do olho, gengi-vas), menor disposição para o trabalho, dificuldade de aprendizagem nas crianças, apatia. Diagnóstico: O hemograma mostra a anemia, caracterizada pela presença de glóbulos vermelhos menores que o normal (microcitose), por faltar-lhes conteúdo hemoglobínico. A dosagem plasmática da ferritina, forma química de armazenamento do ferro no organismo, mostra-a muito baixa ou ausente. Tratamento: A anemia ferropriva cura-se em dois a três meses com a administração de sulfato ferroso oral, além de uma dieta rica em carne vermelha, vegetais de folhas escuras também contêm muito ferro, mas sua absorção é menor. Os cereais de modo geral, e em particular o feijão e a lentilha, são ricos em ferro. Uma dieta equilibrada, portanto, deve suprir a necessidade diária de ferro, que é de 1mg, para compensar o consumo desse mineral, uma vez que a vida média do glóbulo vermelho e da hemoglobina é de aproximadamente 120 dias. A anemia aplástica é um tipo de doença autoimune e idiopática, ou seja, sem causa definida onde a medula óssea deixa de produzir a quantidade adequada de sangue. Produz sintomas como palidez, marcas roxas na pele sem motivo aparente e longas hemorragias mesmo em pequenos cortes, sendo subdividida em anemia moderada ou severa (grave). A anemia aplástica quando não é devidamente tratada pode levar à morte devido a infecções em aproximadamente 10 meses. Sintomas da anemia aplástica Palidez na pele e nas mucosas; Vários casos de infecções ao ano; Marcas roxas na pele sem motivo aparente; Grandes hemorragias mesmo em pequenos cortes; Cansaço, Falta de ar; Taquicardia; Hemorragia na gengiva; Tontura; Dor de cabeça; Erupção na pele. Como identificar a anemia aplástica Para identificar a anemia aplástica deve-se realizar um hemograma completo, biópsia da medula óssea, raio-x dos ossos, dosagem da vitamina B12, teste da ferritina, sorologia para infecções virais, exames bioquímicos, estudo citogenético e coombs direto e indireto. Estes exames podem excluir outras hipóteses de doenças e confirmar o diagnóstico da anemia aplástica. Tratamento para anemia aplástica O tratamento para a anemia aplástica consiste em transfusões sanguíneas, transplante de medula óssea, antibiótico para as infecções e medicamentos imunossupressores como metilprednisolona, ciclosporina e prednisona. Somente 25% dos pacientes conseguem o transplante de medula óssea e por isso a taxa de sobrevivência da doença não é muito alta. Os pacientes em tratamento devem realizar os seguintes exames semanais: Hemograma, uréia, TGO/TGP/FA/DHL e CsA; A partir do 2º mês e a cada 6 meses: Sorologia de Chagas, lues, CMV, hepatites A, B e C, HIV, HTLV1, ferritina, combs direto e indireto. Cuidados de enfermagem - Incentivar ingestão de alimentos ricos em vitaminas e minerais 3 vezes ao dia. - Proporcionar ambiente adequado a uma melhor aceitação da dieta. - Informar o paciente da importância da alimentação para a recuperação da sua saúde. - Envolver a família na orientação de um plano dietético para o pós-alta.
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