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AAR Direito Ambiental

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Nome: Isabelle Cristine Almeida de Alcântara
RA: C98DFB-3
Campus: UNIP Anchieta 
a) Qual o tratado internacional que deu origem a OMS - Organização Mundial de Saúde? Há países que não fazem parte dela? Qual o papel histórico-institucional da República Federativa no Brasil na OMS? 
A Constituição da OMS, foi feita na Conferência Sanitária Internacional, de New York, pelo Regulamento Sanitário Internacional (RSI). 
Sim, 194 países fazem parte da OMS, sendo que todos países que participam da ONU também são signatários da OMS, com exceção de Liechtenstein, e outros dois países não participantes da ONU são signatários da OMS.
O Papel Histórico-Institucional do Brasil na OMS, ocorreu através da assinatura do tratado que deu origem à organização, através de campanhas em prol da conscientização e saúde da população e conforme as recomendações da OMS (como durante a pandemia do COVID-19), leis que regulamentam a saúde básica do Brasil e o SUS, e também através da Doações feitas.
b) Considerando as disposições dos artigos 196 a 200 e 225 da Constituição Federal de 1988, 81 do Código de Defesa do Consumidor, da PNMA (Política Nacional do Meio Ambiente) e do SISNAMA (Sistema Nacional de Meio Ambiente), identifique e explique: quem é o sujeito de direito da respectiva tutela ambiental, quais os princípios constitucionais que devem ser observados na tutela jurídica de um meio ambiente saudável, quem tem legitimidade para propor as medidas judiciais de proteção do meio ambiente saudável e quais medidas seriam essas. 
O sujeito de direito da Tutela Ambiental, seria a coletividade, pois, esse é um Direito fundamental disposto na Constituição Federal que garante um meio ambiente equilibrado para todos, e o Código do Consumidor nos apresenta como interesses difusos ou coletivos.
Os Princípios Constitucionais do Direito Ambiental/ Meio Ambiente, seriam: 
· Direito a sadia qualidade de vida - Que diz respeito ao Direito a vida, mas também a garantia da qualidade de vida em todos os aspectos: alimentação, saúde, meio ambiente equilibrado, etc. 
· Desenvolvimento Sustentável – Esse princípio diz respeito ao Direito de ter um meio ambiente equilibrado, tanto para a nossa geração, quanto as futuras, Art. 225, da CF.
· Princípio do Poluidor-Pagador – Esse princípio não seria a autorização para que haja a poluição, mas é uma forma de prevenção, em que os sujeitos que exercem atividades que podem ocasionar poluição, arcam com as despesas de prevenção. E em caso de poluição em razão dessa atividade, o poluidor é responsável pela reparação.
· Princípio da Prevenção – A prevenção seria a criação de uma consciência ecológica, para combater o dano ambiental, antes que ele aconteça efetivamente, e também diz respeito as medidas punitivas que o Estado aplica aos poluidores.
· Princípio da Participação – Seria a participação conjunta do Estado e sociedade, em todo o processo de proteção e preservação do meio ambiente.
Qualquer cidadão tem legitimidade para ser parte em uma ação ambiental. As medidas aplicáveis em caso de tutela ambiental, seria a Ação Popular (Art. 5°, LXXIII, da CF), que visa anular os atos lesivos ao meio ambiente, ou então a Ação Civil Pública (Art.129, III, CF), que pode ser instituída em caso de denúncia do Ministério Público, e posteriormente Inquérito Civil. 
c) Identifique e explique os fundamentos normativos contidos na Declaração
Universal de Direitos Humanos e na Convenção Interamericana de Direitos Humanos, em matéria de proteção à saúde como direito fundamental. 
Direito a vida, presente em ambas os Documentos, diz respeito ao Direito a vida e a garantia de uma vida de qualidade em todos os aspectos, inclusive na saúde (Art. 4° e Art.3°).
Direito a Integridade Pessoal, seja ela física, psíquica ou moral, e todas também envolvem a área da saúde, pois, para a manutenção da integridade física e psíquica é necessário o acesso a saúde de qualidade por todos os cidadãos (Art. 5°).
Direito de Igualdade (Equidade), que seria o acesso de forma igualitária de todos os cidadãos aos Direitos Fundamentais, inclusive à saúde, independente de raça, cor, sexo, gênero e orientação sexual. A equidade seria a palavra mais adequada, porque todo ser humano tem suas particularidades financeiras, profissionais, entre outros, e essa particularidades não devem ser usadas como uma delimitação do poder público para atendimento de pessoas pelo sistema de saúde (tendo como exceções idosos, crianças de colo, deficientes, etc.), Art. 1°.
d) No que se refere às medidas emergenciais tomadas pelas autoridades públicas, tanto a federal como a estadual paulista, é correto afirmar que o Poder Público tem algum "poder constitucional" para normatizar sobre o tema da saúde pública e do meio ambiente saudável? Explique fundamentadamente. Esse poder poderia criar limitações impositivas contra direitos fundamentais, tais como as liberdades de expressão, de reunião e de locomoção? Quais os fundamentos normativos que devem ser considerados nesse caso?
Por se tratar de uma situação de calamidade pública, o Poder Público tem direito de criar normas que tenham como intenção a prevenção e a saúde coletiva e o equilíbrio ambiental, desde que tenha um tempo de vigência estabelecido e sigam as regras materiais e formais, conforme o Art.136, da CF.
Porém há uma linha tênue entre os atos normativos considerados constitucionais, que não atingem os direitos fundamentais e constitucionais como o direito de locomoção, liberdade de expressão e reunião. A partir do momento que qualquer norma criada fere a Constituição Federal e todos os princípios que ela delimita, é considerada inconstitucional, e pode sofrer uma ADIN (Ação Direta de Inconstitucionalidade), essa ação está prevista nos Art.102 e 103, da CF.
e) Desenvolva uma reflexão crítica entre 40 e 50 linhas, aplicando os principais conceitos e ponderações inerentes ao estudo que desenvolveu nesta AAR, trabalhando principalmente com os fundamentos jurídicos que entender pertinentes.
O acesso a saúde é um Direito de todos, e um dever do Estado, como nos expõe a Constituição Federal, porém não sabemos ao certo o que é saúde e qual é o seu conceito. O termo saúde foi reconhecido pela OMS, em sua Constituição de 1946, como: “Saúde é o completo bem estar físico, mental e social e não apenas a ausência de doenças.”, ou seja, o termo saúde não deve se delimitar a inexistência de doenças, mas a qualidade de vida como uma garantia fundamental, assim como o Direito a vida, assegurada pela Constituição Federal da República Federativa do Brasil.
Partindo desse conceito, pode ser observado a obrigação do Estado quando ao oferecimento de uma saúde de qualidade, à população em geral, isso é um fato. Mas como é feito esse oferecimento de saúde a população? Todos os Estados são atingidos? Todas as pessoas têm acesso ao sistema de saúde? A saúde no Brasil é considerada Preventiva ou Combativa?
Em resposta a essas perguntas, temos diversos dados que provam como a saúde de forma geral no Brasil tem sido negligenciada em diversos âmbitos, como a porcentagem de 1,9 médicos a cada mil habitantes para exercer atendimento no Nordeste, e o alto tempo de espera da população de periferias em agendamento de atendimentos médicos, o SUS também não foca na saúde preventiva, ou seja na prevenção de doenças, mas em tratamentos combativos, para a cura da doença ou diminuição de seus sintomas, o que gera muitas vezes um gasto e onerosidade maior, que poderia ser evitado através da prevenção, entre diversos outros problemas observados. Porém em comparação aos demais Sistemas de Saúde do mundo, o SUS é um exemplo de sistema de saúde inteiramente gratuito, pois, atende uma população ampla de aproximadamente 209,5 milhões.
Entretanto, como a saúde não se delimita apenas a ausência de doenças, mas também a qualidade de vida como um modo geral, o acesso a saneamento básico e água potável a toda a população, se tornam também duas prioridades, pois, grande parte das doenças e infecções graves que podem ser adquiridas, provêm da água impropriapara consumo, e da exposição ao esgoto e animais infectados. Além de todos esses motivos, o saneamento básico e o acesso a água potável são direitos básicos, e a falta deles infringem diretamente a dignidade da pessoa humana (Direito/ Princípio constitucional).
Outra observação que deve ser feita pelo Estado, como requisito para qualidade de vida, é o acesso a alimentação e a moradia segura. A alimentação é a base de uma vida saudável, em todos os aspectos, porém metade das famílias brasileiras ainda vivem com menos de R$430,00* por mês, e esse dinheiro é necessário para pagar todas as contas, moradia, alimentação, vestuário e necessidades básicas. As famílias que vivem com esse valor baixíssimo muitas vezes são famílias grandes e como manter a alimentação de 6 pessoas por exemplo, com uma média baixíssima de valor? Ou como viver em uma moradia segura, que não exponha essas famílias a risco, quando muitas vezes ter um outro lugar para morar não é nem mesmo uma opção, pois, o alimento ainda é mais importante que a segurança?
Conclui-se que, o Brasil ainda está a muitos passos de garantir a saúde prevista na Constituição Federal, porque a saúde não está relacionada apenas ao atendimento médico, mas a uma vida de qualidade, que uma porcentagem bem pequena da população brasileira tem acesso, ou seja, só essa pequena porcentagem conhece a saúde garantida pela CF, OMS e demais tratados internacionais.
* https://noticias.r7.com/economia/metade-dos-brasileiros-vive-com-apenas-r-413-por-mes-mostra-ibge-16102019

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