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03 - INQUÉRITO POLICIAL II (1)

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PROFESSORA: LÍVIA FERNANDES
DISCIPLINA: DIREITO PROCESSUAL PENAL
INQUÉRITO POLICIAL II
TRAMITAÇÃO DO INQUÉRITO POLICIAL 
Nessa aula, estudaremos como o inquérito policial é desenvolvido.
Para saber qual é a autoridade policial competente para um certo inquérito policial, u liza-se
o critério ra one loci ou ra one materiae. 
Art. 6º - Logo que ver conhecimento da prá ca da infração penal, a autoridade policial deverá:
I- dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e conservação das coisas, até a 
chegada dos peritos criminais; 
II- apreender os objetos que verem relação com o fato, após liberados pelos peritos criminais; 
III- colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e suas circunstâncias;
IV- ouvir o ofendido;
V- ouvir o indiciado, com observância, no que for aplicável, do disposto no Capítulo III do Título Vll, 
deste Livro, devendo o respec vo termo ser assinado por duas testemunhas que Ihe tenham ouvido a 
leitura;
VI- proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e a acareações;
VII- determinar, se for caso, que se proceda a exame de corpo de delito e a quaisquer outras perícias;
VIII- ordenar a iden ficação do indiciado pelo processo da loscópico, se possível, e fazer juntar aos 
autos sua folha de antecedentes;
IX- averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o ponto de vista individual, familiar e social, sua 
condição econômica, sua a tude e estado de ânimo antes e depois do crime e durante ele, e quaisquer 
outros elementos que contribuírem para a apreciação do seu temperamento e caráter.
X- colher informações sobre a existência de filhos, respec vas idades e se possuem alguma deficiência 
e o nome e o contato de eventual responsável pelos cuidados dos filhos, indicado pela pessoa presa.
Art. 13-Incumbirá ainda à autoridade policial:
I- fornecer às autoridades judiciárias as informações necessárias à instrução e julgamento dos 
processos;
II- realizar as diligências requisitadas pelo juiz ou pelo Ministério Público;
III- cumprir os mandados de prisão expedidos pelas autoridades judiciárias;
IV- representar acerca da prisão preven va.
O rol do art. 6º não é taxa vo, já sabemos disso analisando que o art. 13 trás diversos outros
atos de competência da autoridade policial. 
REPRODUÇÃO SIMULADA DOS FATOS OU RECONSTITUIÇÃO DO CRIME – ART. 7º, CPP
 
Art. 7º - Para verificar a possibilidade de haver a infração sido pra cada de determinado modo, a 
autoridade policial poderá proceder à reprodução simulada dos fatos, desde que esta não contrarie a 
moralidade ou a ordem pública. 
A autoridade policial estará autorizada a reproduzir de forma simulada os fatos, para tentar 
chegar o mais próximo da verdade, porém, será vedada qualquer reprodução que ofenda a 
moralidade ou a ordem pública. 
É importante ainda salientar que o inves gado não estará obrigado a par cipar dessa 
reprodução, por força do princípio do nemo tenetur se detegere. 
Independe de autorização judicial.
REQUISIÇÃO DE DADOS 
Art. 13-A. Nos crimes previstos nos arts. 148, 149 e 149-A, no § 3º do art. 158 e no art. 159 do Decreto-
Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), e no art. 239 da Lei no 8.069, de 13 de julho de 
1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente), o membro do Ministério Público ou o delegado de polícia 
poderá requisitar, de quaisquer órgãos do poder público ou de empresas da inicia va privada, dados e 
informações cadastrais da ví ma ou de suspeitos. 
Parágrafo único. A requisição, que será atendida no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, conterá: 
I- o nome da autoridade requisitante;
II- o número do inquérito policial; 
III- a iden ficação da unidade de polícia judiciária responsável pela inves gação. 
Em razão da prá ca de determinados crimes, tanto a AUTORIDADE POLICIAL quanto o 
MINISTÉRIO PÚBLICO, poderão solicitar informações cadastrais dos suspeitos ou das ví mas. São os
crimes de:
☠ SEQUESTRO OU CÁRCERE PRIVADO;
☠ REDUÇÃO A CONDIÇÃO ANÁLOGA DE ESCRAVO;
☠ TRÁFICO DE PESSOAS
☠ SEQUESTRO RELÂMPAGO 
☠ EXTORSÃO MEDIANTE SEQUESTRO 
☠ FACILITAÇÃO DO ENVIO DE CRIANÇA OU ADOLESCENTE AO EXTERIOR (art. 239 do 
ECA) 
Quanto a qualquer desses crimes for come do, será autorizada a requisição direta, tando 
pelo MP quanto pela autoridade policial, que pode ser des nada tanto a órgãos públicos quanto as 
empresas privadas.
CUIDADO!!! Quando os crimes forem relacionados ao TRÁFICO DE PESSOAS, o art. 13-B, CPP,
autoriza a requisição da AUTORIDADE POLICIAL e do MP, porém, mediante autorização judicial, às 
empresas prestadoras de serviço de telecomunicações e/ou telemá ca que disponibilizem 
imediatamente os dados (meios técnicos) que permitam a localização da ví ma ou dos suspeitos do 
delito em curso (como sinais, informações e outros). Com algumas observações como:
 
1 – NÃO SERÁ PERMITIDO ACESSO AO CONTEÚDO DA CONVERSA;
2 – FORNECIDO PELA TELEFONIA MÓVEL POR PERÍODO NÃO SUPERIOR A 30 DIAS (APÓS ESSE 
PERÍODO SERÁ NECESSÁRIO ORDEM JUDICIAL).
Nos crimes relacionados ao Tráfico de Pessoas, o Inquérito deverá ser instaurado em até 72 
horas do registro da ocorrência policial. 
FORMAS DE TRAMITAÇÃO 
SIGILOSIDADE
Art. 20 - A autoridade assegurará no inquérito o sigilo necessário à elucidação do fato ou exigido pelo 
interesse da sociedade 
Será sempre sigiloso em relação as pessoas do povo, mas não em relação as partes 
envolvidas (ofendido, indiciado e advogado).
Quanto a publicidade relacionada ao advogado, é importante salientar que é possível ser 
decretado o sigilo em relação a algumas peças para o próprio sucesso da inves gação, como é o caso
de inves gações ainda em andamento. 
Súmula vinculante nº 14: “É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso 
amplo aos elementos de prova que, já documentados em procedimento inves gatório realizado por 
órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa”. 
Quanto a presença do advogado no interrogatório policial, prevalece o entendimento de 
que o indiciado deve ser alertado sobre seu direito à presença de advogado, mas, caso queira ser 
ouvido mesmo sem a presença do advogado, o interrogatório policial é válido.
INCOMUNICABILIDADE DO PRESO 
Art.21. A incomunicabilidade do indiciado dependerá sempre de despacho nos autos e somente será 
permi da quando o interesse da sociedade ou a conveniência da inves gação o exigir.
Parágrafo único. A incomunicabilidade, que não excederá de três dias, será decretada por despacho
fundamentado do Juiz, a requerimento da autoridade policial, ou do órgão do Ministério Público,
respeitado, em qualquer hipótese, o disposto no ar go 89, inciso III, do Estatuto da Ordem dos
Advogados do Brasil (Lei n. 4.215, de 27 de abril de 1963)
Consiste na vedação absoluta do preso ao contato com o mundo exterior, seja em relação a 
família ou, até mesmo, seu advogado. Nesse caso, a doutrina é pacífica no entendimento de que esse
disposi vo não foi recepcionado pela Cons tuição, primeiro porque a própria CF garante que é 
direito do preso o contato com sua família ou advogado, segundo porque a CF veda a 
incomunicabilidade do preso durante o estado de defesa, se nem mesmo durante o estado de defesa 
será declarada a incomunicabilidade do preso, imagine em situações normais do co diano!
INDICIAMENTO 
Art. 2º – Lei 12.830/13 (...) 
§ 6º O indiciamento, priva vo do delegado de polícia, dar-se-á por ato fundamentado, mediante 
análise técnico-jurídica do fato, que deverá indicar a autoria, materialidade e suas circunstâncias. 
Ocorre quando a autoridade policial centraliza a sua inves gação em relação aquela ou 
 
aquelas pessoas que serão consideradas prováveis autores da prá ca criminosa. 
O indiciamento será PRIVADO DA AUTORIDADE POLICIAL. 
ARQUIVAMENTO DO INQUÉRITO POLICIAL
Entendendo o MP, não ser caso de oferecimento da denúncia, requererá o arquivamento ao 
juiz. Se o juiz discordar do pedido, remeterá os autos ao PGJ, que decidirá se manterá ou não a 
posição de arquivamento.O juiz estará obrigado a obedecer a decisão do PGJ.
E nos crimes de ação privada??? 
Depois de concluído o IP, os autos são reme dos ao Juízo, onde permanecerão até o fim do prazo 
decadencial, aguardando manifestação do ofendido (art.19, CPP)
Existe ainda a possibilidade de:
☠ ARQUIVAMENTO IMPLÍCITO: Arquivamento implícito é aquele em que o MP ajuíza a ação apenas 
em relação a alguns dos fatos ou alguns dos inves gados, silenciando quanto a outros, entendendo 
a doutrina, haver um arquivamento implícito em relação aqueles silenciados. 
O STF vem entendeu, em decisões recentes, que não existe “arquivamento implícito”(HC - 104356, 
informa vo 605 do STF). 
☠ ARQUIVAMENTO INDIRETO: Ocorria quando o membro do MP deixava de oferecer a denúncia 
por entender que o juízo era incompetente, porém, o juízo entendia ser competente, e recebia 
aquele declínio de competência como sendo um pedido indireto de arquivamento. 
☠ TRANCAMENTO DO IP: ocorre quando for cessada a a vidade inves gatória por decisão judicial 
quando não houver fundamentação razoável para a sua instauração ou prosseguimento.
Arquivamento de IP faz coisa julgada???
A regra é que NÃO! Pois, o próprio CPP admite a autoridade policial proceder a novas 
diligências se de novas provas ver no cias. O que acontece é que o MP não poderá ajuizar ação 
penal com base nos mesmos elementos anteriores de prova. 
SÚMULA 524 DO STF: Arquivado o Inquérito Policial, por despacho do Juiz, a requerimento 
do Promotor de Jus ça, não pode a ação penal ser iniciada, sem novas provas. 
Porém, existem exceções a essa regra, existem casos em que o arquivamento do IP gerará 
coisa julgada material, nos casos de:
ATIPICIDADE DO FATO;
RECONHECIMENTO DE EXCLUDENTE DE ILICITUDE OU CULPABILIDADE;
RECONHECIMENTO DE EXTINÇÃO DE PUNIBILIDADE 
CUIDADO!!! - EXCEÇÃO: ex nção da punibilidade pela morte do agente mediante apresentação de 
cer dão de óbito falsa, não faz coisa julgada material. 
*ARQUIVAMENTO DO INQUÉRITO POLICIAL – LEI 13.964/19 (suspenso pelo STF – ADI 
6298) 
 
CUIDADO!!! -As informações que serão dadas agora não estão, atualmente, em vigor, o STF 
suspendeu sua aplicação por tempo indeterminado.
O procedimento para o arquivamento do IP foi afetado pelo nosso Pacote An crimes. O MP 
não irá mais requerer o arquivamento ao judiciário, entendendo ele não ser caso de ajuizamento de 
ação penal, PODERÁ REALIZAR DIREITAMENTE O ARQUIVAMENTO. Depois de ordenado o 
arquivamento, o MP comunicará a ví ma, ao inves gado e a autoridade policial, após, o membro do 
MP encaminha os autos para a instância de revisão ministerial (órgão do MP que fará a revisão da 
decisão) para fins de homologação. 
VALOR PROBANTE 
Nosso país adota o sistema do LIVRE CONVENCIMENTO MOTIVADO, no que se refere ao 
valor das provas estabelecidas pelo judiciário, ou seja, o juiz tem a liberdade de apreciar as provas e 
valorá-las da forma que achar necessário, dando a elas o valor que entender que merecem, não 
tendo a obrigação de conferir maior peso a esta ou aquela. Além, a decisão deverá sempre ser 
mo vada, fundamentada. 
No sistema acusatório, a confissão não é considerada a “rainha das provas”, ou seja, o juiz, 
exis ndo confissão do acusado, deve confrontá-la com as demais provas colhidas. Podendo inclusive 
entender que essa confissão não possui nenhum valor probante, podendo absolver o acusado que 
confessou a prá ca criminosa. 
A convicção do juiz poderá ser feita nos elementos colhidos em inquérito???
SIM!!! O que não pode é o juiz formar seu convencimento unicamente em provas colhidas durante o 
inquérito policial, pois devem ser produzidas em contraditório, a exceção se da em relação as provas 
cautelares, não repe veis e antecipadas – art.155, CPP. 
EXERCÍCIOS 
01 - Dispensa-se a reserva de jurisdição
A) para a decretação da prescrição.
B) para prisão temporária do inves gado.
C) para declarar a cassação da fiança prestada.
D) para a realização de reprodução simulada dos fatos.
E) para requisição, a empresas concessionárias de telecomunicações, de disponibilização de meios 
técnicos adequados que permitam a localização dos suspeitos de delito em curso.
02 - A respeito do inquérito policial, assinale a alterna va correta.
A) Para saber qual é a autoridade policial competente para um certo inquérito policial, u liza-se o 
critério ra one loci ou ra one materiae.
 
B) A autoridade policial poderá arquivar autos de inquérito policial se convencida da inexistência da 
materialidade deli va.
C) Logo que ver conhecimento da prá ca da infração penal, autoridade policial poderá apreender os
objetos que verem relação com o fato, após liberados pelos peritos criminais.
D) Como peça obrigatória para o oferecimento da denúncia, os autos de inquérito policial 
acompanharão a denúncia ou queixa.
E) O inquérito policial é um procedimento administra vo, de natureza acusatória, escrito e sigiloso.
03 - Acerca de Inquérito Policial e Prisão em Flagrante, assinale a alterna va CORRETA.
A) Ao receber o auto de prisão em flagrante, o juiz deverá obrigatoriamente converter a prisão em
flagrante em preven va.
B)Qualquer do povo, as autoridades policiais e seus agentes deverão prender quem quer que seja
encontrado em flagrante delito.
C) Nas infrações permanentes, entende-se o agente em flagrante delito até o prazo de 24h.
D) A autoridade policial enviará os autos do inquérito ao juiz competente, e este fará relatório
minucioso do que ver sido apurado.
E) Os instrumentos do crime, bem como os objetos que interessarem à prova, acompanharão os autos
do inquérito.
04 - Sobre o ato de indiciamento realizado no âmbito de inves gação criminal conduzida por delegado
de polícia, é CORRETO afirmar:
A) É realizado mediante o mesmo grau de certeza de autoria que a situação de suspeito.
B) Não é ato exclusivo do delegado de polícia que conduz a inves gação.
C) Não poderá o delegado de polícia retratar sua posição e “desindiciar” o inves gado.
D) Resulta de um juízo de probabilidade e não de mera possibilidade sobre a autoria deli va.
05 - A fim de garan r o sustento de sua família, Pedro adquiriu 500 CDs e DVDs piratas para
posteriormente revendê-los. Certo dia, enquanto expunha os produtos para venda em determinada
praça pública de uma cidade brasileira, Pedro foi surpreendido por policiais, que apreenderam a
mercadoria e o conduziram coerci vamente até a delegacia.
Com referência a essa situação hipoté ca, julgue o item subsequente.
Nesse caso, era dispensável prévia autorização judicial para apreensão dos CDs e DVDs, por isso os
policiais agiram corretamente, uma vez que tais objetos estavam relacionados com a infração
come da por Pedro.
CERTO ( ) ERRADO ( )

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