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CENTRO UNIVERSITÁRIO SÃO LUCAS Aluna: Marília Angélica Lacerda de Mendonça Disciplina: Microbiologia T29/MED I Professora: Dra Viviane Krominski Estudo dirigido 1 – MICOBACTÉRIAS: TUBERCULOSE E HANSENÍASE 1. Qual o agente etiológico? Na tuberculose o agente etiológico é o Mycobacterium tuberculosis e na hanseníase é o Mycobacterium leprae. 2. Como ocorre a transmissão? TUBERCULOSE – Doença infecto-contagiosa, ocorre através de partículas infectantes, de pacientes com tuberculose ativa. Através de tosses, espirros ou perdigotos que são expelidos ao ar. Ficando partículas em suspensão durante algumas horas, dissipando o contágio. HANSENÍASE – é uma doença infecto-contagiosa, ocorre de pessoa a pessoa, em geral a comunicantes de convívio. A transmissão é por meio das vias aéreas superiores, sendo que a mucosa nasal apresenta um papel central na disseminação. O paciente com alta carga bacilar irá exalar bacilos ao meio, os mesmos são exalados pelos comunicantes, caso a mucosa nasal dos mesmos não esteja íntegra, ocorrerá pequenas lesões e infecções respiratórias o que facilitará o estabelecimento da doença. 3 Explique a patogênese e formas de manifestação: TUBERCULOSE Patogênese – O M. tuberculosis é um patógeno intracelular de macrófagos, o qual irá estabelecer uma infecção de preferência nos pulmões. Na grande maioria das pessoas que entram em contato com este patógeno, ocorre a fagocitose dos bacilos pelos macrófagos alveolares, sendo que pode ocorrer dois eventos: 1) a eliminação dos bacilos; 2) a proliferação dos bacilos no interior destes macrófagos, causando lesões no tecido pulmonar. Em média, de duas a seis semanas após o contágio, ocorre o estabelecimento da imunidade mediada por células (linfócitos T). Posteriormente ocorre a infiltração de macrófagos ativados na lesão, o que acarreta na eliminação da maior parte da carga bacilar, resultando no término da infecção primária. Formas: Tuberculose pulmonar e tuberculose extra-pulmonar.(pleural, ganglionar, meningoencefálica, osteoarticular). HANSENÍASE Patogênese – O patógeno M. leprae é considerado um microrganismo que possui baixa patogenicidade, ou seja, a doença será desenvolvida em algumas pessoas infectadas, não em todas. Formas: - Paucibacilares (PB = pouco bacilos): a lepra tuberculóide (TL) é caracterizada por lesões cutâneas e nervosas (localizadas e limitada), apresenta um desenvolvimento da resposta celular vigorosamente. - Multibacilares (MB = multibacilar): a lepra lepromatosa (LL), apresenta lesões generalizadas, sem resposta imune celular específica, associada a uma resposta humoral potente e produção de anticorpos anti-Mycobacterium leprae. As lesões são comuns nas regiões mais frias do corpo como a mucosa nasal e extremidade dos nervos periféricos (cotovelos, joelhos, pulsos e tornozelos). É utilizado um termo chamado Bordeline (BT, BB e BL), são variantes dos tipos de hanseníase. E nestes pacientes quando ocorre a transição dos tipos PB para MB (BT, BB e BL) ocorre uma resposta imune celular reduzida, decorre do aumento de lesões, aumento da carga bacilar e no aumento do nível de anticorpos. 4. Explique como é realizado o diagnóstico? TUBERCULOSE Diagnóstico: clínico e laboratorial. Clínico: é realizado a partir dos sinais e sintomas associados a exames de imagem (Rx). Laboratorial: são realizados diversos testes, como o teste de tuberculina (PPD), conhecido com o Teste de Mantoux. Esse método consiste em detectar infecções pelo bacilo, recentes ou passadas. É um teste de sensibilidade onde é inoculado uma quantidade mínima de tuberculina, na face anterior do antebraço, o qual será aguardado uma reação inflamatória local, que será medida para avaliar a positividade do teste. Outro exame utilizado é a baciloscopia ou esfregaço de BAAR, que consiste na análise do escarro do paciente, no intuito de detectar a presença de M. tuberculosis. Sendo este um teste de baixo custo e acessível. HANSENÍASE Clínico: Exame dermatoneurológico (teste de sensibilidade térmica, teste de sensibilidade dolorosa, teste da sensibilidade tátil) Laboratorial: - Exames histopatológicos (biópsia amostral de lesões locais e granulomas); - Exame baciloscópico (Exame de BAAR – forma indireta de diagnóstico) - Teste lepromina (método de pequeno valor diagnóstico, faz a avaliação do estado imunológico do paciente); - PCR (análise de pequenas quantidades de DNA do patógeno, importante no diagnóstico preciso); - Reação de Mitsuda (realiza a aferição do padrão da imunidade celular mediada ao bacilo). 5. Como é realizado o tratamento? TUBERCULOSE O tratamento de escolha padrão é por antibioticoterapia combinada de curta duração, onde ocorre a associação de drogas antituberculose. É utilizado, nos primeiros dois meses de tratamento, quatro drogas combinadas (isoniazida, rifampicina, pirazinamida e o etambutol) e nos quatro meses restantes do tratamento utiliza-se a combinação de rifampicina e isoniazida. Em caso de resistência bacteriana a isoniazida, utiliza-se drogas de escolha de primeira linha como a estreptomicina. E quando ocorre resistência, a pelo menos duas drogas da terapia (isoniazida e rifampicina), é necessário que haja o prolongamento no tempo do tratamento. HANSENÍASE O tratamento de escolha padrão é por antibioticoterapia combinada, onde os quimioterápicos mais eficientes contra o M. leprae são a dapsona, rifampicina, clofazimina, ofloxacina e minociclina. Para o tratamento da hanseníase multibacilar é utilizado a associação deste quimioterápicos, tendo como droga de escolha a dapsona (diária), rifampicina (mensal) e clofazimina (mensal), por um período de doze meses. Em pacientes paucibacilares é utilizado a associação da rifampicina (mensal) e dapsona (diária), por seis meses. 6. Existe prevenção? Explique. TUBERCULOSE A prevenção ocorre por vacinação. É utilizado a vacina BCG, é realizado uma aplicação única, ao nascer, via intradérmica, em braço direito. A mesma confere imunidade por longo tempo, em casos de tuberculose grave. Porém a sua eficácia varia (0% a 80%), o que leva a busca por uma vacina mais eficiente. Foi evidenciada que a BCG confere prevenção da tuberculose meningeal nas crianças, porém no adulto não confere prevenção à tuberculose pulmonar e extra-pulmonar. HANSENÍASE Não há vacina para a hanseníase. No entanto, é utilizada a BCG como forma de proteção aos comunicantes (contatos) sem presença de sinais e sintomas de hanseníase. Além de ser adotado medidas básicas de higiene como a lavagem das mãos, hábitos saudáveis (alimentação adequada, evitar o consumo de bebidas alcoólicas, praticar atividade física).
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