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SAÚDE DA MULHER Programa de Assistência Integral a Saúde da Mulher- PAISM a) Saúde da mulher nas décadas de 50 e 60: Baseou-se em três pressupostos: 1. As mulheres como beneficiárias passivas do desenvolvimento ao invés de participantes; 2. A maternidade como papel mais importante da mulher; 3. A criação dos filhos é o aspecto mais relevante para a mulher em relação ao desenvolvimento econômico; A partir disso desenvolveram medidas de combate a desnutrição e de planejamento familiar b) Década de 70: Tinham como objetivo integrar as mulheres no processo de desenvolvimento Preocupação com a autonomia política e econômica da mulher e a redução da desigualdade com os homens; Identificam a subordinação da mulher no espaço privado e no mercado; Muitos governos do “terceiro mundo” não incorporaram este enfoque as suas políticas por identificar ainda fortemente a importância do papel biológico da mulher. b.1) Programa materno-infantil: Criado em 1975; · Buscava englobar cuidados ao período pré-concepcional, pré-natal, parto e puerpério · Considerava-se que a mulher era a principal responsável pela limitação do tamanho da família; · O programa assume que a pobreza poderia ser reduzida mediante a limitação da fecundidade. Entretanto eram programas verticais, sem integração com outros programas e ações propostas pelo governo federal, ou seja, causavam uma fragmentação da assistência; Baixo impacto nos indicadores de saúde da mulher. c) Década de 80 no Brasil: · Revelaram as desigualdades; · Problemas associados à sexualidade e à reprodução · Dificuldades relacionadas à anticoncepção e à prevenção de IST · Sobrecarga de trabalho das mulheres · Demandava ações para melhoria das condições de saúde em todas os ciclos de vida extrapolar a gestação e parto Isso considerando as particularidades dos diferentes grupos populacionais, e as condições sociais, econômicas, culturais e afetivas, em que estivessem inseridos. As manifestações feitas pelos movimentos feministas, que posteriormente se associaram ao MS, conseguiram que fosse criado um plano de assistência para as mulheres · Elaboração do PAISM em 1984; Incluía ações educativas, preventivas, de diagnóstico, tratamento e recuperação; O PAISM procurou oferecer assistência em clínica ginecológica, no campo da reprodução, planejamento familiar, IST, doenças crônicas ou agudas e outras necessidades identificadas no perfil populacional. Em 2003 foi identificada a necessidade de articular o plano para que ele conseguisse atender melhor outras áreas, como: presidiárias, negras, rurais lésbicas, deficientes, saúde da mulher e meio ambiente Em 2004 o MS propôs as diretrizes para humanização e qualidade do atendimento. 1985: Inaugurada a primeira Delegacia de Defesa da Mulher e criado o Conselho Nacional dos Direitos da Mulher (CNDM) 1986: Primeira Casa-Abrigo para mulheres em situação de risco de morte do país Em 2002 foi criado o Programa Nacional de Combate a Violência Contra a Mulher, e em 2003 a Secretaria de Políticas para Mulheres Programa Nacional de Assistência Integral à Saúde da Mulher PNAISM é uma política que visa o cuidado ao gênero feminino (sob o enfoque da mulher). Baseia-se nos princípios do SUS. Sua ênfase ocorre nos campos dos direitos sexuais e reprodutivos, no combate a violência doméstica e sexual, prevenção e direito de mulheres vivendo com HIV/AIDS, portadoras de doenças crônicas não transmissíveis, além de doenças cardiovasculares, crônico degenerativas e desnutrição. a) Prioridades: · Promover a saúde sexual e reprodutiva de mulheres e adolescentes; · Promover a atenção obstétrica e neonatal qualificada e humanizada; · Promover a atenção de violência sexual; · Promover a atenção integral as mulheres no climatério; · Reduzir a morbimortalidade por CA na população feminina; · Aumento da cobertura/acesso aos métodos contraceptivos; · Expansão e qualificação dos serviços de esterilização cirúrgica de acordo com os critérios da Lei nº 9.263/96; · Elaboração de material educativo – álbum seriado para 130 mil ACS- (PSF); · Cartilha informativa sobre PF para usuários/as do SUS; · Promover atenção á saúde das mulheres negras, rurais, quilombolas, indígenas e homossexuais. · Acesso a serviços de diagnóstico e tratamento da infertilidade implantação de centros de referência · Normatização da atenção (Publicação de portarias); · Elaboração da Norma Técnica da Atenção Humanizada ao Abortamento Inseguro - Prevenção e tratamento · Atenção humanizada ao abortamento inseguro como uma das prioridades do pacto nacional de redução da mortalidade materna e neonatal b) Áreas estratégicas de atuação: Promoção da Atenção obstétrica e neonatal · Pacto Nacional pela Redução da Mortalidade Materna e Neonatal · Formação dos profissionais de Maternidades na Atenção Obstétrica e Neonatal baseada em evidências científicas a) Elaboração da Política Nacional de Atenção Obstétrica e Neonatal: · Propõe novas diretrizes para o Programa de Humanização do Parto e Nascimento · Define diretrizes para a Atenção Obstétrica e Neonatal em todos os níveis de complexidade. Dentre os desafios atuais: · Aumentar participação dos(as) enfermeiros(as) obstetras nas salas de parto; · Qualificar o trabalho das parteiras tradicionais e melhorar sua inserção no sistema de saúde; · Reduzir as taxas de aborto inseguro e humanizar o atendimento nos hospitais. b) Prevenção e Tratamento dos Agravos Decorrentes da Violência Sexual e Doméstica: · Ampliação dos serviços de atenção às mulheres e adolescentes vítimas de violência sexual e doméstica · Regulamentação através de decreto da Lei nº 10.778/2003 obriga a notificação pelos serviços de saúde c) Atenção as Mulheres no Climatério: · Elaboração da Norma Técnica para atenção às mulheres no climatério/menopausa · Sensibilização dos profissionais de saúde da atenção básica para o atendimento · Introdução de hormônios na lista de medicamentos d) Promoção da Atenção a Saúde das Mulheres Negras, Rurais, Quilombolas, Indígenas e Homossexuais: · Elaboração da cartilha sobre a Atenção às Mulheres Negras; · Introdução na triagem neonatal de exame para a detecção do traço falciforme; · Atenção às especificidades das mulheres negras no cenário obstétrico (hipertensão, anemia falciforme, etc.) · Elaboração da cartilha de Saúde das Mulheres homossexuais; · Introdução, nos documentos da Área Técnica e de outros departamentos do MS, do recorte racial/étnico; · Capacitação em Saúde da Mulher para agentes comunitários e lideranças das populações quilombolas; · Formação, em parceria com a FUNASA, dos distritos de saúde indígena, na atenção á saúde da mulher. e) Redução da mortalidade por câncer na população feminina: Prevenção e rastreamento do câncer de mama e câncer de colo uterino Política Nacional de Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos e Política Nacional de Planejamento Familiar · Ampliação de métodos (diafragma, AE e injetável) · Ampliação da oferta de contraceptivos (Farmácias/Postos de saúde) · Ampliação de serviços credenciados para esterilização · Liberação do teto para pagamento da vasectomia Fatores de Agravos e Violência do Gênero Feminino a) Teoria da multicasualidade: Onde o agente, o hospedeiro e o meio ambiente se relacionam em um ciclo b) Teoria da determinação social no processo saúde-doença: A qualidade de vida dos agentes sociais é determinada pelo processos de produção e reprodução (trabalho e forma de vida) A categoria de gênero pretende explicar diante das relações de poder as manifestações sociais das mulheres e entre elas o seu processo de saúde-doença c) Gênero, identidade e orientação sexual: 1-Identidade de gênero: como você se enxerga · Homem · Mulher · Pessoas que se identificam com mais de um (travestis) · Nenhum Trans= também se enquadra na identidade de gênero 2- Orientação sexual: o que você escolhe para se relacionar · Homossexual · Heterossexual · Bissexual 3- Sexo biológico: o que você é · Macho · Fêmea · Intersexo L G B T Q I A + Q: queer - qualquer expressão da sexualidade discordante da heteronormatividade,não se identificam como homem ou mulher (elx) I: intersexuais - grupo que por questões de variações genitais naturais não se encaixam perfeitamente nas definições tradicionais de “sexo masculino” ou “sexo feminino”. A: assexuais - não tem interesse sexual +: adicionado ao final para representar qualquer outra pessoa que não seja coberta pelas outras sete iniciais Lei Maria da Penha: contra a violência doméstica, independente da orientação sexual d)Violência de gênero: As mulheres ainda se encontram na base da pirâmide, e isso envolve diversos fatores, como financeiros, emocionais e físicos d.1) Características da violência de gênero: · Decorre de uma relação de poder de dominação do homem e de submissão da mulher; · Esta relação de poder advém dos papéis impostos às mulheres e aos homens, reforçados pela ideologia patriarcal, os quais induzem relações violentas entre os sexos (hierarquia de poder); · A violência perpassa a relação pessoal entre homem e mulher, podendo ser encontrada também nas instituições, nas estruturas, nas práticas cotidianas, nos rituais, ou seja, em tudo que constitui as relações sociais; · A relação afetivo-conjugal, a proximidade entre vítima e agressor e a habitualidade das situações de violência tornam as mulheres ainda mais vulneráveis dentro do sistema de desigualdades de gênero, quando comparado a outros sistemas de desigualdade (classe, geração, etnia). d.2) Leis que protegem as vítimas: · Lei específica para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher (Lei nº 11.340, de 07 de agosto de 2006); · Crimes devem ser julgados nos Juizados Especializados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher; · Criação de um Sistema Nacional de Dados e Estatísticas sobre a Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher; · Lei n° 10.778/2003: Notificação compulsória dos casos de violência contra a mulher na saúde. Essas leis tem como objetivo garantir e proteger os direitos das mulheres em situação de violência considerando as questões raciais, étnicas, geracionais, de orientação sexual, de deficiência e de inserção social, econômica e regional; além de proporcionar atendimento humanizado e qualificado nos serviços especializados e na Rede de Atendimento. e) Tipos de violência: · Violência Doméstica; · Violência Sexual; · Violência Física; · Violência Psicológica; · Violência Patrimonial; · Violência Moral; (menosprezar, diminuir, calúnia e difamação no geral) · Violência Institucional; (ocorre dentro das empresas) · Tráfico de Mulheres; · Exploração Sexual de Mulheres; · Exploração Sexual Comercial de Crianças e Adolescentes (Turismo Sexual); · Assédio Sexual; · Assédio Moral; · Cárcere Privado. · Parentalidade (quando um parente tenta diminuir o outro por motivos pessoais, ex: pai que ofende a mãe do filho por serem separados) f) Rede de atendimento as mulheres em situação de violência: · Centros de Referência de Atendimento à Mulher Núcleos de Atendimento à Mulher; · Casas-Abrigo; · Casas de Acolhimento Provisório; · Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher (DEAMs); · Núcleos ou Postos de Atendimento à Mulher nas Delegacias Comuns; · Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180; · Ouvidoria da Mulher da Secretaria de Políticas para as Mulheres; · Serviços de Saúde voltados para o atendimento dos casos de violência sexual e doméstica; Entre outros... g) Política Nacional de Enfrentamento à Violência Contra as Mulheres: Segue 4 eixos: 1- Prevenção: com ações educativas e culturais que interfiram nos padrões sexistas 2- Enfrentamento e combate: ações punitivas e cumprimento da Lei Maria da Penha 3- Assistência: através do fortalecimento da rede de atendimento e capacitação de agentes públicos 4- Acesso e garantia de direitos: cumprimento da legislação nacional/internacional e iniciativas para o empoderamento das mulheres. Com essa política se espera: · Produzir e sistematizar dados e informações sobre a violência contra as mulheres; · Garantir o enfrentamento da violência contra as mulheres, vítimas do tráfico e da exploração sexual e que exercem a atividade da prostituição; · Promover os direitos humanos das mulheres; · Combater as distintas formas de apropriação e exploração mercantil do corpo e da vida das mulheres; · Implementar medidas preventivas nas políticas públicas; · Capacitação de profissionais para o enfrentamento à violência contra as mulheres; · Estruturar a Redes de Atendimento à mulher em situação de violência; Anatomia e fisiologia do aparelho genital a) Órgãos externos: 1-A vulva é rica em: · Folículos pilosos; · Glândulas sebáceas; · Glândulas sudoríparas 2- Monte pubiano: · Também chamado de monte de Vênus ou pênil ou monte púbico; · Elevação mediana anterior a sínfise púbica; · Constituída principalmente de tecido adiposo; 3- Grandes lábios: · Delimitam a rima vulvar; 4- Pequenos lábios: · Forma o freio e prepúcio do clitóris. 5- Vestíbulo da vagina: · Óstio externo da uretra; Glândulas parauretrais (Skene); responsáveis pela ejaculação feminina · Óstio da vagina; · Ductos das glândulas de Bartholin; Glândulas responsáveis pela lubrificação vaginal 6- Clitóris 7- Hímen 8-Períneo b) Órgãos internos: 1- Ovários: · Semelhante a amêndoas; · Localizados bilateralmente ao útero; · Produção dos gametas femininos. 2- Tubas uterinas: · Parede tubária: tecido mucoso, muscular, seroso. · Dividido em região uterina/intramural (entre útero e tuba), ístmo, ampola e infundíbulo (fímbrias) 3- Útero: · Cavidade uterina · Fundo do útero · Colo do útero No colo do útero: istmo (orifício interno anatômico e orifício interno histológico); orifício externo do útero · Perimétrio · Miométrio · Endométrio 3.1- Má formações uterinas: 4- Vagina: · Órgão tubular; · Colo do útero ao vestíbulo da vagina; · 8 a 10 cm; · pH ácido (4 a 4,5) c) Ciclo menstrual: · Varia de mulher para mulher · Dura entre 25 a 35 dias para mulheres com + ou – 40 anos · Dura de 25 a 28 dias em mulheres por volta dos 25 anos c.1) Hormônios do ciclo: -Atuantes no ovário: · FSH · LH -Atuantes no endométrio: · Estrogênio · Progesterona Os folículos primários tendem a diminuir a medida que a mulher envelhece. O FSH vai estimular a produção dos folículos, enquanto o LH os amadurece Quando se tem um pico de FSH a hipófise precisa entender que é hora de diminuir o FSH e aumentar o LH, que vai amadurecer o folículo e deixar ele amarelo (corpo amarelo= corpo lúteo) Quando o corpo lúteo está preparado para receber o espermatozoide acontece outro feedback, onde a hipófise entende que precisa aumentar a progesterona e estrogênio para fixar o embrião Caso não ocorra a fecundação, há uma queda nesses hormônios e o útero descama Consulta Ginecológica Na identificação da paciente é imprescindível que se tenha o nome e a idade da mulher, uma vez que o fator idade vai alterar o “roteiro” da consulta a) Anamnese: · Sintomas subjetivos e histórico de saúde da paciente · Queixas e duração · História da doença: evidenciar as causas, o tempo de duração, velocidade e intensidade da evolução dessa doença · Antecedentes familiares Se antecedentes doentes- indagar qual foi a doença · Antecedentes e hábitos pessoais: patologias pregressas e identificação de situações de risco Atenção especial para: diabetes, IST (infertilidade) e cirurgias pélvicas por via baixa · Antecedentes menstruais (DUM, menarca/menopausa, características dos ciclos) Atenção a STPM- síndrome da tensão pré-menstrual · Antecedentes sexuais -Sexarca/coitarca -Quantidade de parceiros -Métodos contraceptivos utilizados -Libido, orgasmo -Dispareunia (dor durante o ato sexual) - deve ser afastada a hipótese de defeitos congênitos e processos inflamatórios; considerar a relação da patologia com motivos psicológicos Vaginismo: medo da penetração, como consequência ocorre a diminuição da lubrificação, medo do toque, lesões, etc · Sinusiorragia (sangramentos após relações sexuais) · Antecedentes obstétricos · GPA · Puerpério · Infecção puerperal · Corrimento ou leucorreia · Sintomas mamários -Investigar fatores relacionados a amamentaçãoe nutrição -Período pré-menstrual -Data e resultado do último exame de imagem · Sintomas urinários · Sintomas intestinais b) Exame clínico das mamas: · Inspeção estática · Inspeção dinâmica Pedir que levante os braços devagar · Simetria mamária · Circulação venosa superficial · Abaulamentos, retrações ou alterações de pele, ou das papilas (descamação ou erosão · Papilas mamárias salientes ou invertidas · Palpação das mamas Abrange os linfonodos das cadeias axilares, supra e infraclaviculares A palpação começa pela axila e só depois segue para a mama · Expressão mamária (só é feita quando há queixa de perda de secreção pelo mamilo) Também deve ser feito o exame das mamas nos pacientes homens, onde a presença de edema pode ser um indicativo de patologia c) Exame ginecológico: Avaliação do abdômen, órgãos genitais internos e externos, toque e exame especular. · Manobra de Valsalva (pedir para que a paciente force como se fosse defecar) · Colpocele (prolapso da vagina) anterior= cistocele · Colpocele posterior= retocele · Colpocele anterior e posterior= retocistocele · Exercício de Kegel · Roturas perineais (rompimento não intencional do períneo) -Grau I -Grau II -Grau III -Grau IV (nesse caso, todas as fezes que passarem terão contato com o canal vaginal Colposcópio: aparelho utilizado no exame citopatológico que amplia “a visão” funcionando como um microscópio Auxilia no rastreamento de câncer de colo uterino c.1) Perguntas frequentes: -Quem realiza o exame? Médico ou enfermeiro -Quando deve ser feito? Em mulheres com vida sexual ativa, feito anualmente -Onde fazer? UBS ou consultórios particulares -Precauções? Não ter relações sexuais nos 3 dias q antecedem o exame; deve ser feito pelo menos 10 dias após o fim do período menstrual; não estar utilizando creme vaginal; não estar usando hormônios; não ter feito ducha vaginal Mesmo em caso de casais lésbicos a abstinência de 3 dias persiste como critério d) Exames complementares: · Colposcopia · Vulvoscopia · Teste de Schiller · Biópsias · Histeroscopia · Mamografia · Outros e) Características do colo uterino: · Colo trófico Colo cheio, “gordinho”, rosado · Colo atrófico Visto principalmente em mulheres na menopausa, o colo fica retraído -Manchas acetobrancas: manchas esbranquiçadas, quando presentes, é importante realizar o teste de Schiller -JEC: aparência diferente do óstio externo pode ser a JEC, junção escamosa-cervical; na borda da JEC é onde fica a zona de transformação. -Pólipos: estrutura formada por células que pode levar ao fechamento do óstio externo e geralmente é retirado cirurgicamente · Identificação de alterações no colo uterino · Colo friável; é aquele que sangra a cada vez que se passa a espátula · Teste de Schiller: Feito em manchas esbranquiçadas que indicam alterações nas células do colo. O teste será + quando algumas áreas não forem coradas pelo iodo; será – quando não houver alterações e todo o colo for corado pelo iodo P.S: ao visualizar o colo e ver uma zona central avermelhada, onde em volta há uma mancha esbranquiçada, muito provavelmente será uma área de alteração Planejamento Reprodutivo a) Aconselhamento reprodutivo: Informar sobre os métodos, explicar as falhas desses, entender condições clínicas, etc. Em resumo, é preparar o casal. Processo de escuta ativa e individualizada, centrada no indivíduo · Identificação e acolhimento da demanda do indivíduo ou casal · Avaliação de risco individual ou do casal- HIV e IST O sucesso do planejamento depende da ação conjunta- profissional + indivíduo/casal b) Atividades clínicas do planejamento reprodutivo: · Consulta de enfermagem (ginecológica) completa para a mulher, e para o homem, se ele quiser Nas consultas subsequentes: atendimento contínuo, prevenção, identificação e tratamento de possíveis intercorrências c) Características dos métodos: · Eficácia · Efeitos secundários · Aceitabilidade · Disponibilidade · Facilidade de uso · Reversibilidade · Proteção a IST e infecções pelo HIV Pode haver a indicação de uma proteção dupla/ proteção combinada, onde se usa um método contraceptivo + camisinha d) Métodos: d.1- Comportamentais: d.1.1- Ogino-Knaus (tabelinha): A tabelinha funciona da seguinte forma: deve-se anotar a data do 1º dia da menstruação durante 6 meses- 1 ano, após isso se subtrai a duração do maior ciclo pelo menor. Se o resultado for ≥10, a mulher não está apta a utilizar esse método. Determinação do período fértil: se usa o ciclo mais longo e o mais curto Se subtrai a quantidade de dias do ciclo mais curto por 18 e da quantidade de dias do ciclo mais longo por 11 Ex: Ciclo mais longo= 34 dias Ciclo mais curto 25 dias Inicio do período fértil: 25- 18= 7, ou seja, no 7º dia se inicia o período de ovulação Fim do período fértil: 34- 11= 23, no 23º dia se encerra o período fértil Fora do período entre o 7º e 23º dia não há risco de gravidez Esse período de ovulação é contado a partir do último dia da menstruação d.1.2- Temperatura basal corporal d.1.3- Billings: muco cervical d.1.4- Coito interrompido d.2) Método barreira: d.2.1- Preservativo d.2.2- Diafragma d.3) Hormonais: d.3.1- ACHO: anticoncepcional hormonal oral 21, 24, 28 e 35 dias Caso a mulher vomite sempre após a ingestão da pílula e esses episódios durarem +30 dias- suspender o uso e encaminhar para o médico 3 comprimidos do ACHO= quase a dosagem de uma pílula do dia seguinte ACHO isolado: raramente indicado, quando sim, será para puérperas Algumas mulheres em pós-parto já saem da maternidade com o isolado d.3.2- ACHI: anticoncepcional hormonal injetável Pós-parto não lactente: são casos como abortamento, mãe HIV, etc (condições que não permitam a amamentação) De 1 ou 3 meses Deve ser tomado no mesmo dia, tendo um prazo de 3 dias para mais ou para menos Passando os 3 dias de segurança: usar preservativo e aguardar até a próxima injeção d.3.3- Adesivo d.3.4- DIU: Pode ser de cobre ou hormonal e) Esterilização: Vasectomia ou laqueadura- ambos são métodos contraceptivos definitivos e.1) Disposições legais: 1- Capacidade civil plena e + 25 anos, com pelo menos 2 filhos vivos + observado prazo mínimo de 60 dias entre manifestação da vontade e o ato cirúrgico 2- Quando há risco de vida ou saúde da mulher, testemunhado ou assinado pelo médico 3- Vontade expressa em documento escrito, lido e firmado após informações do procedimento 4- Não ser realizado antes do 42º dia após o parto ou abortamento 5- Para mulheres: no mínimo duas cesáreas anteriores f) Pós-parto: A contracepção no pós-parto terá influência da amamentação · Amenorreia relacionada a amamentação · Taxa baixíssima de gravidez (0,5-2%) · A amamentação só serve como método contraceptivo se for exclusiva, de livre demanda e com sucção *ACHO combinado: · Risco de trombose · Redução da produção láctea · Hormônio não metabolizado pelo RN Se a mulher afirmar que não vai amamentar de forma alguma o ACHO combinado pode ser usado g) Anticoncepção de emergência: · De 1 ou 2 comprimidos · Tomado antes de completar 72 horas após a relação sexual desprotegida · Atuam inibindo/adiando a ovulação · Não interrompe uma gravidez em andamento Levonorgestrel-poslov (distribuído pelo sus) Método YURSPE: quando se usa o anticoncepcional habitual, em maior quantidade (4 ou 2 pílulas, a depender da dosagem) Orientações: · Pode ser usada em qualquer momento do ciclo menstrual · O mais próximo possível da relação desprotegida · Após o uso da pílula, a menstruação poderá ocorrer até 10 dias antes ou depois da data esperada · Não protege contra IST · Aconselha retorno a unidade caso a menstrual venha muito diferente da usual · Seu efeito “diminui” a medida que é muito utilizada · Se a mulher vomitar em até 2 horas- repete a dose · Se passou de 2 horas- não repete a dose h) Pré-concepção: · Consulta do casal antes da gravidez · Objetiva identificar fatores de risco ou doenças que possam alterar a evolução normal da uma futura gestação · Orientação nutricional · Oferecer testes rápidos e solicitar exame histopatológico · Orientação quanto ao uso de medicamentos- realizarsubstituição para drogas com menores efeitos para o feto · Administração preventiva de ácido fólico (B9) · Investigação para rubéola e hepatite B, no casal. Em caso negativo providenciar a imunização prévia à gestação, para ambos · Investigação para toxoplasmose · Avaliar questões emocionais e socioeconômicas do casal Diagnóstico da Gravidez Quais os sinais? Sinais de presunção; probabilidade e certeza a) Sinais de presunção: São baseados em alterações de ordem geral. Geralmente, são estes sintomas que levam a mulher supor que está grávida. · Amenorreia (a partir da 4ª semana) · Náuseas/pica ou malácia (5ª semana) · Congestão mamária (5ª semana) · Aumento da pigmentação da aréola (8ª semana) Sinal de Hunter (cor intermediária) Tubérculo de Montgomery · Secreção amarelada- colostro (16ª semana) Secreção eliminada pela mama, uma espécie de pré-leite · Polaciúria · Fadiga b) Sinais de probabilidade: · Amenorreia · Aumento do volume uterino · Sinal de Hegar/Goodel · Sinal de Piscacek Aumento assimétrico do útero · Sinal de Nobile Budin Introdução do dedo no canal vaginal e identificação do preenchimento do fundo do saco de Douglas Nem sempre será usado como critério, uma vez que esse preenchimento pode ser dado por miomas · Sinal de Jacquemier/Klugel/Chadwick Alteração da coloração da vulva/vagina/colo uterino · Aumento do volume abdominal (16ª semana) c) Sinais de certeza: · Sinal de Puzos Onde o avaliador, por meio do toque vaginal, empurra o útero carregado e ele volta, batendo no dedo (como o brinquedo João Bobo) · Percepção e palpação dos movimentos ativos do feto (18ª semana) · Palpação dos segmentos fetais · Ausculta do BCF (batimentos cardiofetais) d) Diagnósticos diferenciais: · Mioma · Neoplasia de ovário · Hematométrio (orifício do colo uterino fechado) · Pseudociese (gravidez psicológica) A pseudociese pode ser causada por estímulos do sistema nervoso e endócrino; além de estresse e ansiedade e) Diagnóstico laboratorial: Pelo Beta-HCG Os valores vão crescer até a 10ª semana e posteriormente vão baixando até se estabilizar no fim da gestação Entre a 7ª e 10ª semana= pico do Beta-HCG O diagnóstico também pode ser dado por USG: · Transvaginal · 4ª semana: saco gestacional · 5ª semana: saco vitalínico · Após a 5ª semana: visualização do feto Na 4ª e 5ª semana praticamente não mostra o feto f) Nomenclatura: As palavras com final “gesta” se referem as que ainda estão gestantes · Secundi, terci, quartigesta; · Multípara; · Paucípara; Em algumas literaturas paucípara significa até 3 partos · Nulípara (0 partos); Palavras com final “para” se referem a parto · Nuligrávida (nunca engravidou); Ex: G6 P5 A1: multípara G7 P5 A1: multigesta (ela ainda está grávida) · Paridade · Pré-termo (-38 sem) · Pós-termo (+42 sem) · Termo (entre 38 e 42 sem) · Viabilidade A gestação pode ser viável ou não viável · Prenhez, gestação ou gravidez · Primigesta/ primigrávida · Primípara · Multigesta ou multigrávida g) Idade Gestacional: · Utrassonografia; · Aumento do volume uterino; · Ausculta fetal; · Movimentos fetais; · Última menstruação h) Como calcular idade gestacional pela DUM: Considerando DUM: 18/06/19 Jun: 12 Jul: 31 Ago: 31 Set: 30 Out: 31 Nov: 30 Dez: 31 Jan: 31 Fev: 18 Total: 245 dias 245/7= 35 semanas Considerando DUM: 09/05/19, e hoje sendo: 18/02/20 Mai: 22 Jun: 30 Jul: 31 Ago: 31 Set: 30 Out: 31 Nov: 30 Dez: 31 Jan: 31 Fev: 18 Total: 285 dias 285/7= 40 semanas e 5 dias (pelo dia da semana) i) Calculando idade gestacional pela USG: USG: 05/12/2019, onde informava que o feto tinha 10 semanas e 6 dias Considerando que a conta foi feita no dia 18/02/2020 Dez: 26 (31-05) Jan: 31 Fev: 18 Total: 75 75/7= 10 semanas e 5 dias Agora é feita a soma: 10 sem 5 dias 10 sem 6 dias Totalizando: 20 sem e 11 dias= 21 sem e 4 dias Obs: na USG a idade vai ser avaliada pelo comprimento cabeça-nádega, a partir do 2º trimestre o critério muda e a avaliação é feita pelo comprimento da cabeça ou do fêmur j) Idade gestacional pela AU (altura uterina): Regra de McDonald: k) Data provável do parto (DPP): Vai ser a data quando a gestante vai fechar exatamente 40 semanas (considerando que o parto pode ocorrer 15 dias antes ou depois, estando dentro de uma gestação a termo, de 38-42 semanas) Considerando DUM: 09/02/2020 09 02 2020 +7 +9 = 16 11 2020 Considerando DUM: 05/07/2019 05 07 19 +7 -3 +1 = 12 04 2020 De abril até dezembro- os bebês só vão nascer no ano seguinte Nos casos onde ao adicionar 7 dias o mês virar- acrescenta +1 no mês Por exemplo, não tem como uma mulher engravidar no fim de dezembro e ter o filho no início de setembro, a gestação só teria 8 meses Ex: considerando DUM: 25/10/2019 25 10 19 +7 -3 +1= 32 07 20 Não existe um mês com 32 dias, então seria: 01/08/2020 ATENÇÃO: tomar cuidado com a quantidade de dias de cada mês IST a) Formas de abordagem: 1-Diagnóstico etiológico: Baseado nos resultados de exames laboratoriais Tem custos altos, e exige aquisição de materiais, suprimentos e profissionais especializados 2- Diagnóstico clínico: Baseado na experiência clínica do profissional O problema dela é que desconsidera infecções mistas e é mais provável a erros, uma vez que uma mesma doença pode se manifestar de diversas formas b) Notificações compulsórias: A portaria 204, de 17 de fevereiro de 2016 define as doenças de notificação compulsória: · Sífilis: adquirida, gestacional e congênita · Hepatites B e C · Aids · Infecção pelo HIV c) Prevenção: A prevenção pode ser feita por meio de ações de 3 conjuntos: biomédico, comportamental e adquirido; juntos formam a prevenção combinada · PEP · PrEP · Vacina HPV Vacina quadrivalente (tipos 6, 11, 16 e 18) Indicada para meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos com um esquema de duas doses, com intervalo de seis meses. Para PVHIV, pessoas transplantadas de órgãos sólidos ou medula óssea e pacientes oncológicos, a faixa etária indicada para imunização é de 9 a 26 anos, sendo o esquema de vacinação composto por três doses (0, 2 e 6 meses) · Vacina HBV (hepatite B) Para qualquer faixa etária. 3 doses da vacina induzem títulos protetores de anticorpos · Vacina HAV (hepatite A) Fecal-oral com transmissão sexual infrequente. A magnitude da transmissão da hepatite A por via sexual é provavelmente subestimada Uso exclusivo de preservativos, higienização das mãos, genitália, períneo e região anal antes e depois do ato sexual; o uso de barreiras de látex durante o sexo oral-anal e de luvas de látex para dedilhado; higienização de vibradores e outros acessórios/ brinquedos eróticos A presença de anti-HAV IgG reagente imunidade definitiva nenhuma medida adicional se faz necessária · Diagnosticar e tratar as pessoas com IST · Preservativos · Tratar todas as pessoas com HIV/AIDS · Testagem regular para HIV/IST/Hepatites d) Rastreamento: A enfermagem deve fazer perguntas específicas quanto a: · Vida sexual · Identificação (como se vê, de qual sexo gosta, qual o sexo de nascimento) · Parcerias · Práticas sexuais · História de IST · Proteção · Planejamento reprodutivo e) Sintomas gerais das IST: · Corrimento vaginal/cervical · Corrimento uretral · Úlceras genitais · DIP · Verrugas anogenitais f) Abordagem sindrômica: A abordagem sindrômica é aquela onde o tratamento é feito a partir de sinais e sintomas Tem como vantagens: satisfação do cliente; redução de custo; redução do tempo de espera para o início do tratamento Limitações: pacientes assintomáticos; pacientes sintomáticos que não procuram os serviços de saúde g) Corrimento vaginal: Exige uma investigação minuciosa · Avalia comportamentos e práticas sexuais · Características do corrimento (consistência, cor e odor) · Práticas de higiene · Agentes irritantes locais · Medicamentos tópicos ou sistêmicos utilizados A percepção de até onde o corrimento é fisiológico ou não varia de mulher para mulher Em casos de corrimento, se considera: vaginose bacteriana, candidíase e tricomoníase; onde das 3, a única IST é a tricomoníase Caso seja tricomoníase- tratar o parceiroh) Candidíase: Causada pelo C. albicans, um fungo 1- Sinais e sintomas: · Prurido vulvovaginal · Disúria · Dispareunia · Leucorreia branca, grumosa, com aspecto caseoso (leite coalhado) · Hiperemia · Edema vulvar · Fissuras e maceração da vulva 2- Fatores que predispõem o surgimento: · Gravidez · Calça jeans · Sobrepeso · Diabetes · HIV · Bolinhas com cheiro · Sabonetes íntimos · Medicamentos 3- Tratamento: Com antifúngicos Tratamento em gestantes e lactantes: somente por via vaginal. O tratamento oral está contraindicado. i) Vaginose bacteriana: Caracterizada por um desequilíbrio da microbiota vaginal normal; onde o pH vaginal é >4,5 Diminuição acentuada ou desaparecimento de lactobacilos acidófilos e aumento de bactérias anaeróbias (que causam as bolhas presentes no corrimento) Também conhecida como gardenerela 1- Sinais e sintomas: · Leucorreia fétida, mais acentuada após a relação sexual sem o uso do preservativo, e durante o período menstrual; (peixe podre) · Corrimento vaginal branco-acinzentado, de aspecto fluido ou cremoso, algumas vezes bolhoso; · Dispareunia (dor na relação sexual) (pouco frequente) 2- Diagnóstico: Teste de Whiff: lâmina ou chumaço de gaze, acrescentar uma gota de KOH 10% sobre o conteúdo vaginal coletado 3- Tratamento: Recomendado para mulheres sintomáticas e assintomáticas grávidas j) Tricomoníase: Causada pelo T. vaginalis (protozoário flagelado), tendo como reservatório o colo uterino, a vagina e a uretra 1- Sinais e sintomas: · Leucorréia abundante, amarelado ou amarelo esverdeado, bolhoso; · Prurido e/ou irritação vulvar; · Dor pélvica (ocasionalmente); · Sintomas urinários (disúria, polaciúria); · Colpite difusa e/ou focal, com aspecto de framboesa Geralmente cervicolpite 2-Tratamento: Deve-se tratar e repetir a citologia após 3 meses O parceiro também deve ser tratado, e durante o período de tratamento as relações sexuais devem ser suspensas Não é necessário interromper o uso da medicação mesmo se a paciente menstruar k) Corrimento uretral: Os agentes microbianos das uretrites podem ser transmitidos por relação sexual vaginal, anal e oral. Aspecto que varia de mucoide a purulento, com volume variável, estando associado a dor uretral (independentemente da micção), disúria, prurido uretral e eritema de meato uretral. As duas patologias que podem levar ao corrimento uretral: gonorreia e clamídia l) Gonorreia e clamídia: a gonorreia é frequentemente assintomática em mulheres, e apresenta corrimento purulento ou mucopurulento frequente A clamídia é transmitida por contato sexual; Na ausência de tratamento o quadro evolui para DIP Presença de corrimento mucoides, discretos, com disúria leve e intermitente 1- Sinais e sintomas: · Dor a mobilização do colo uterino · Material mucopurulento no orifício externo do colo · Sangramento ao toque da espátula ou swab 2-Complicações: A cervicite por clamídia e gonorreia dor pélvica, DIP, gravidez ectópica e infertilidade. 3- Tratamento: m) DIP: doença inflamatória pélvica: É uma síndrome clínica; ocorre com a ascensão de microrganismos do trato genital inferior, espontânea ou devido a manipulação (DIU, biópsia de endométrio, curetagem, etc) O diagnóstico é clínico Comprometimento do endométrio (endometrite), trompas de Falópio, anexos uterinos e/ou estruturas contíguas Está associada a sequelas importantes infertilidade, gravidez ectópica e dor pélvica crônica Entre os microrganismos sexualmente transmissíveis, merecem destaque C. trachomatis (clamídia) e N. gonorrhoeae 1- Critérios para internação: · Abcesso tubo-ovariano · Gravidez · Ausência de resposta após 72h do tratamento · Intolerância a ATB oral · Estado geral grave (náuseas, vômitos e febre) · Dificuldade na exclusão de emergência cirúrgica 2- Critérios para diagnóstico: Critérios maiores Dor no hipogástrio Dor a palpação dos anexos Dor a mobilização de colo uterino Critérios menores Tax >37,5°c ou temperatura retal >38,3°c Conteúdo vaginal ou secreção endocervical anormal Massa pélvica + de 5 leucócitos por campo de imersão em material de endocérvice Leucocitose em sangue periférico Proteína C reativa ou velocidade de hemossedimentação (VHS) elevada Comprovação laboratorial de infecção por clamídia, gonococo ou micoplasmas Critérios elaborados Evidência histopatológica de endometrite Presença de abscesso tubo-ovariano ou de fundo de saco de Douglas em estudo de imagem Laparoscopia com evidência de DIP Para a confirmação clínica de DIP, é necessária a presença de: · Três critérios maiores MAIS um critério menor, OU; · Um critério elaborado 3- Tratamento: n) Sífilis adquirida: Infecção bacteriana sistêmica, crônica, curável e exclusiva do ser humano. · Treponema pallidum, subespécie pallidum Transmissão por contato sexual ou vertical, para o feto durante a gestação Maioria assistomática Na gestação: abortamento, prematuridade, natimortalidade, manifestações congênitas precoces ou tardias e/ou morte do recém-nascido (RN). Possui uma maior transmissibilidade quando há lesões: · Comuns na sífilis primária- cancro duro · Na sífilis secundária- lesões muco-cutâneas Classifica-se em: · Recente (- de 2 anos de infecção) Primária, secundária e latente recente · Tardia (+ de 2 anos de infecção) Latente tardia ou terciária Quando não tiver informação sobre quanto tempo aquele paciente possui a sífilis, deve ser tratado como tardia o) Sífilis primária: Possui um período de incubação de 10 a 90 dias 1- Sinais: · Cancro duro Úlcera, geralmente única, indolor, com borda bem definida e regular, com base endurecida e fundo limpo · Linfadenopatia regional Acometendo linfonodos localizados próximos ao cancro duro 2- Duração: De 3 a 8 semanas, independente de ter realizado tratamento ou não p)Sífilis secundária: surge entre 6 semanas e 6 meses após a cicatrização do cancro duro 1-Sinais: · Erupção macular eritematosa pouco visível Afeta principalmente o tronco e a raiz dos membros · Comuns as placas mucosas, assim como lesões acinzentadas e pouco visíveis nas mucosas Habitualmente, atingem a região plantar e palmar, com um colarinho de escamação característico, em geral não pruriginosa. Podem haver casos oculares e de uveítes (inflamação da úvula) Pode também existir a neurossífilis meningovascular diagnóstico especialmente em pacientes com imunodepressão. q) Sífilis latente: Não se observa nenhum sinal ou sintoma Diagnóstico exclusivamente pela reatividade dos testes treponêmicos e não treponêmicos. r) Sífilis terciária: A sífilis terciária corresponde a 15% a 25% das infecções não tratadas, após um período variável de latência, podendo surgir entre 2 e 40 anos depois do início da infecção 1- Sinais: · Inflamação que provoca destruição tecidual · Acometimento do sistema nervoso e do sistema cardiovascular · Formação de gomas sifilíticas (tumorações com tendência a liquefação) na pele, mucosas, ossos ou qualquer tecido. s) Diagnóstico para sífilis: 1- Testes treponêmicos: Utilizados para identificar. São importantes para o diagnóstico, mas não servem para monitoramento. · Testes rápidos · Testes de hemaglutinação · Teste de imunofluorescência indireta (FTA-Abs) · Ensaios imunoenzimáticos e quimiluminescência 2- Testes não treponêmicos: Utilizados para diagnóstico e monitoramento da resposta ao tratamento e controle de cura · Detectam anticorpos não específicos para os antígenos do T. pallidum (VDRL) Expresso em títulos: 1:2, 1:4, 1:8,... (lê-se: 1 para 2, 1 para 4, etc). Títulos baixos (<1:4) podem persistir por meses ou anos. Pessoas com títulos baixos em testes não treponêmicos, sem registro de tratamento e sem data de infecção conhecida, são consideradas como portadoras de sífilis latente tardia, devendo ser tratadas. t) Tratamento da Sífilis: · Benzilpenicilina benzatina por via intramuscular (IM) A região ventro-glútea é a via preferencial, podendo ser administrada no vasto lateral da coxa e o dorso glúteo. Toda gestante com sífilis receberá o tratamento de sífilis tardia · Reação de Jarish-Herxheimer Pode ocorrerdurante as 24 horas após a primeira dose de penicilina, Exacerbação das lesões cutâneas – com eritema, dor ou prurido, mal-estar geral, febre, cefaleia e artralgia, que regridem espontaneamente após 12 a 24 horas Não é preciso descontinuar o tratamento Gestantes que apresentam essa reação podem ter risco de trabalho de parto prematuro, logo, devem ter um acompanhamento Para o seguimento do paciente, os testes não treponêmicos (ex.: VDRL/ RPR) devem ser realizados mensalmente nas gestantes e, no restante da população, a cada três meses até o 12º mês do acompanhamento do paciente (3, 6, 9 e 12 meses) u) HPV: Papilomavírus humano de DNA-vírus de cadeia dupla Infecta epitélios escamosos e pode induzir uma grande variedade de lesões cutaneomucosas Mais de 200 tipos de HPV +/- 40 tipos acometem o trato anogenital 1- Transmissão: Por qualquer tipo de atividade sexual Incomum a transmissão durante o parto Raramente por meio de fômites (qualquer objeto inanimado capaz de absorver, reter e transportar organismos contagiantes ou infecciosos de um indivíduo para outro 2-Sinais: Tipicamente assintomática Nos adolescentes geralmente tem resolução espontânea Alto risco oncogênico: tipos 16, 18, 26, 31, 33, 35, 39, 45, 51, 52, 53, 56, 58, 59, 66, 68, 73 e 82 3- Patogenia: Os tipos que causam verrugas genitais são quase sempre diferentes daqueles que causam câncer; Infecção pelo HPV e desenvolvimento do câncer cervical pode demorar até 20 anos, variando de acordo com: -Tipo do vírus, sua carga viral, persistência e o estado imunológico -Tabagismo e deficiências imunológicas (HIV, desnutrição, cânceres e drogas imunossupressoras) Baixo risco oncogênico lesões escamosas de baixo grau (low grade intraepithelial lesions – LSIL) quadro histopatológico de displasia leve ou neoplasia intraepitelial cervical grau 1 (NIC 1) Alto potencial oncogênico lesões intraepiteliais escamosas de alto grau (high grade intraepithelial lesions – HSIL) histopatologia com displasia moderada, grave ou carcinoma in situ (NIC 2 / NIC 3) As lesões de baixo grau conseguem ser tratadas 4- Prevenção: Vacina quadrivalente contra HPV tipos 6 e 11 (de baixo risco oncogênico) e 16 e 18 (de alto risco oncogênico). A vacina é dada em duas doses (0 e 6 meses) para meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos. No caso de PVHIV, transplantados de órgãos sólidos, de medula óssea ou pacientes oncológicos: 3 doses (0,2 e 6 meses) na faixa etária entre 9 e 26 anos v) Herpes: Causado pelo vírus do herpes humano 8 1- Sinais e sintomas: · Queimação, mialgia e fisgadas · Lesões eritemo papulosas · Vesículas dolorosas e ulcerativas 2- Tratamento: A medicação será Aciclovir, a alteração será somente na sua dosagem, dependendo do quadro apresentado w) LGV (linfogranuloma venéreo): Causado pela Chlamydia trachomatis Linfadenopatia inguinal/femoral Os sorotipos L1, L2, L3 são invasivos para tecidos moles 1- Fases: 1.1- Fase de inoculação: · Pápula, pústula ou exulceração indolor, que desaparece sem sequelas e pode passar despercebido 1.2- Fase de disseminação linfática regional: · No homem se desenvolve entre 1 e 6 semanas após a lesão inicial; unilateral; na mulher depende do local da lesão 1.3- Fase de sequelas: · Comprometimento ganglionar onde evolui com supuração e fistulização com muitos orifícios · Proctolite (região anal) hemorrágica e glossite ulcerativa · Febre · Mal estar · Anorexia · Estiomene (elefantíase genital) A diferença da LGV para o cancro é que a LGV não apresenta borda regular, fica localizada na região inguinal e atinge os linfonodos 2- Tratamento: x) Donovanose: 1- Sinais e sintomas: Causa ulceração de borda plana ou hipertrófica, bem delimitada, com fundo granuloso, de aspecto vermelho vivo e de sangramento fácil. Geralmente as lesões são múltiplas Podem ocorrer granulações subcutâneas na região inguinal, quase sempre unilaterais 2- Diagnóstico diferencial: Sífilis, cancroide, tuberculose cutânea, amebíase cutânea, neoplasias ulceradas, leishmaniose tegumentar americana e outras doenças cutâneas ulcerativas e granulomatosas. 3- Tratamento: A doxaciclina não será utilizada para tratar gestantes, independente de qual IST seja Pré-natal de baixo risco a) Rede cegonha: 1- Objetivos: I- fomentar a implementação de novo modelo de atenção à saúde da mulher e à saúde da criança com foco na atenção ao parto, ao nascimento, ao crescimento e ao desenvolvimento da criança de 0-24 m; II- organizar a Rede de Atenção à Saúde Materna e Infantil garantindo acesso, acolhimento e resolutividade; III- reduzir a mortalidade materna e infantil com ênfase no componente neonatal. 2- Componentes: 2.1- Pré-natal: Realização de pré-natal na UBS com captação precoce da gestante e qualificação da atenção; Acolhimento às intercorrências na gestação com avaliação e classificação de risco e vulnerabilidade; Acesso ao pré-natal de alto de risco em tempo oportuno; Realização dos exames de pré-natal de risco habitual e de alto risco e acesso aos resultados em tempo oportuno; Vinculação da gestante desde o pré-natal ao local em que será realizado o parto; Qualificação do sistema e da gestão da informação; Implementação de estratégias de comunicação social e programas educativos relacionados à saúde sexual e à saúde reprodutiva; Prevenção e tratamento das DST/HIV/Aids e Hepatites; e Apoio às gestantes nos deslocamentos para as consultas de pré-natal e para o local em que será realizado o parto, os quais serão regulamentados em ato normativo específico. 2.2- Parto e nascimento: · Suficiência de leitos · Ambiência (local adequado) · Direito a acompanhante · Acolhimento com classificação de risco · Segurança · Práticas de gestão: cuidado horizontal e conselho gestor 2.3- Puerpério e atenção integral à saúde da criança: · Aleitamento materno · Acompanhamento da criança · Visita da primeira semana · Busca ativa de crianças vulneráveis · Planejamento reprodutivo 2.4- Transporte sanitário e regulação: · Transporte seguro · Vaga sempre · Central de regulação de leitos Por exemplo, caso uma gestante chegue em uma maternidade e o plantão esteja fechado, é obrigação da rede cegonha encontrar um meio de transporte seguro e encaminhá-la para outra maternidade onde o parto possa ser realizado OBS: Maternidade de Alto Risco em Sergipe- MNSL (Maternidade Nossa Senhora de Lurdes) 3- Avaliação do pré-natal: Realização da avaliação para definir se o pré-natal é de alto ou baixo risco: · Avaliação pré-concepcional (planejamento familiar) · Acolhimento da gestante 4- Pré-natal do parceiro: · Disseminar imagens e mensagens positivas sobre pais e paternidade; · Explicar para a gestante e para o pai/parceiro os benefícios da participação dele em todas as etapas da gestação; · Incentivar e orientar pais e mães sobre a importância do registro civil de nascimento; · Divulgar amplamente a Lei do Acompanhante nº 11.108/2005; · Valorizar a participação do pai/parceiro em ações simples durante todo o trabalho de parto; · Destacar a presença do pai/parceiro incluindo o nome dele na placa de identificação dos recém-nascidos; · Ressaltar que o pai/parceiro nunca deve ser visto como uma “visita”; · Convidar o pai/parceiro a engajar-se no método canguru; · Orientar como o pai/parceiro pode estimular e favorecer a amamentação de sua parceira, além de dividir as atividades domésticas e tarefas de cuidado com a criança. 4- Atividades durante o pré-natal: · Escuta ativa da mulher e de seus(suas) acompanhantes; · Atividades educativas a serem realizadas em grupo ou individualmente; · Estímulo ao parto normal e resgate do parto como ato fisiológico; · Anamnese e exame clínico-obstétrico da gestante; · Exames laboratoriais · Imunização; · Avaliação do estado nutricional da gestante · Prevenção e tratamento dos distúrbios nutricionais; · Prevenção ou diagnóstico precoce do câncer de colo uterino e de mama; · Tratamento das intercorrências da gestação 5- Principais ações de enfermagem: Os pontos citados no tópico anterior serão realizadas pelo enfermeiro, além de diversas outras coisas, como: ·Encaminhar gestantes de risco para o médico · Realizar visita domiciliar · Fornecer o cartão da gestante atualizado a cada consulta · Realizar a coleta do exame citopatológico A consulta de enfermagem a gestantes é restrita a enfermagem e medicina, de forma que a equipe de técnicos não pode realizar a consulta Caso a gestante não compareça as consultas é obrigação da enfermagem realizar a visita domiciliar 6- Critérios para realização do pré-natal pela EAB (atenção básica): · Idade menor do que 15 e maior do que 35 anos; · Ocupação: esforço físico excessivo, carga horária extensa, rotatividade de horário, exposição a agentes físicos, químicos e biológicos, estresse; · Situação familiar insegura e não aceitação da gravidez; · Situação conjugal insegura; · Baixa escolaridade; · IMC que evidencie baixo peso, sobrepeso ou obesidade; · Anemia. · Macrossomia fetal (RN com + de 4kg); · Síndromes hemorrágicas ou hipertensivas; · Intervalo interpartal menor do que dois anos ou maior do que cinco anos; · Nuliparidade e multiparidade (cinco ou mais partos); · Cirurgia uterina anterior; · Três ou mais cesarianas. · Ganho ponderal inadequado; · Infecção urinária 7- Critérios para acompanhamento de pré-natal de alto risco: · Cardiopatias; · Pneumopatias graves (incluindo asma brônquica); · Nefropatias graves (como insuficiência renal crônica e em casos de transplantados); · Endocrinopatias (especialmente diabetes mellitus, hipotireoidismo e hipertireoidismo); · Doenças hematológicas (inclusive doença falciforme e talassemia); · Hipertensão arterial crônica e/ou caso de paciente que faça uso de anti-hipertensivo (PA>140/90mmHg antes de 20 semanas de idade gestacional – IG); · Doenças neurológicas (como epilepsia); · Doenças psiquiátricas que necessitam de acompanhamento Psicoses, depressão grave etc; · Doenças autoimunes (lúpus eritematoso sistêmico, outras colagenoses); · Alterações genéticas maternas; · Antecedente de trombose venosa profunda ou embolia pulmonar; · Hanseníase; · Tuberculose; · Dependência de drogas lícitas ou ilícitas; · Qualquer patologia clínica que necessite de acompanhamento especializado. · Morte intrauterina ou perinatal em gestação anterior, principalmente se for de causa desconhecida; · História prévia de doença hipertensiva da gestação, com mau resultado obstétrico e/ou perinatal; · Abortamento habitual; · Esterilidade/infertilidade; · Restrição do crescimento intrauterino; · Polidrâmnio ou oligoidrâmnio (excesso ou insuficiência de líquido amniótico); · Gemelaridade; · Malformações fetais ou arritmia fetal; · Distúrbios hipertensivos da gestação · Ginecopatias; · Portadoras de doenças infecciosas como hepatites, toxoplasmose, infecção pelo HIV, sífilis terciária (USG com malformação fetal) e outras DSTs (condiloma); · Infecção urinária de repetição ou dois ou mais episódios de pielonefrite; · Anemia grave ou não responsiva a 30-60 dias de tratamento com sulfato ferroso; · Infecções como a rubéola e a citomegalovírus adquiridas na gestação atual; · Evidência laboratorial de proteinúria; · Diabetes mellitus gestacional; · Desnutrição materna severa; · Obesidade mórbida ou baixo peso (nestes casos, deve-se encaminhar a gestante para avaliação nutricional); · NIC III (nestes casos, deve-se encaminhar a gestante ao oncologista); · Alta suspeita clínica de câncer de mama ou mamografia com Birads III ou mais (nestes casos, deve-se encaminhar a gestante ao oncologista); · Adolescentes com fatores de risco psicossocial 8- Critérios para urgência obstétrica: · Suspeita/diagnóstico de abdome agudo em gestantes; · Suspeita/diagnóstico de pielonefrite; · Suspeita de trombose venosa profunda em gestantes; · Investigação de prurido gestacional/icterícia; · Vômitos incoercíveis não responsivos ao tratamento, com comprometimento sistêmico com menos de 20 semanas; · Vômitos inexplicáveis no 3º trimestre; · Restrição de crescimento intrauterino; · Oligoidrâmnio; · Casos clínicos que necessitem de avaliação hospitalar: cefaleia intensa e súbita, sinais neurológicos, crise aguda de asma etc. 9- Primeira consulta: 9.1- Anamnese: · Aspectos epidemiológicos · Antecedentes familiares e pessoais Hipertensão arterial Diabetes mellitus Doenças congênitas Gemelaridade Câncer de mama e/ou do colo uterino Hanseníase Tuberculose e outros contatos domiciliares (anotar a doença e o grau de parentesco) Doença de Chagas Parceiro sexual portador de infecção pelo HIV · Antecedentes ginecológicos e obstétricos (PGA) · Situação da gravidez atual 9.2- Exame físico: · Determinação do peso e da altura; · Medida da pressão arterial; · Inspeção da pele e das mucosas; · Palpação da tireoide e de todo o pescoço, região cervical e axilar. · Ausculta cardiopulmonar; · Exame do abdômen; · Exame dos membros inferiores; · Pesquisa de edema (face, tronco, membros) · Exame clínico das mamas (ECM). · Palpação obstétrica; · Medida da altura uterina; · Ausculta dos batimentos cardíacos fetais; · Inspeção dos genitais externos; · Exame especular e toque vaginal de acordo com a necessidade; Nas consultas seguintes a anamnese deve ser sucinta e devemos ouvir os questionamentos do casal e orientá-los corretamente 9.2- Roteiro da primeira consulta: A primeira consulta é longa e conta com diversas perguntas que devem ser respondidas para que se possa ter um conhecimento amplo sobre aquela gestação e possíveis riscos; para facilitar esse primeiro contato existe uma ficha, que facilita o trabalho da enfermagem, nessa ficha encontraremos alguns questionamentos importantes como: · Grau de instrução · Profissão/ocupação · Número e idade de dependentes (avaliar sobrecarga de trabalho doméstico) · Renda familiar · Condições de moradia (tipo, nº de cômodos) · Condições de saneamento (água, esgoto, coleta de lixo) · Distância da residência até a unidade de saúde · Cardiopatias, diabetes, doenças renais · Anemias · Viroses (atenção para ZIKA) · Infecção por HIV · Doenças neurológicas · Ciclos menstruais (duração, intervalo e regularidade) · Uso de métodos anticoncepcionais prévios (quais, por quanto tempo e motivo do abandono); · Infecções sexualmente transmissíveis (tratamentos realizados, inclusive pelo parceiro) · Mamas (alteração e tratamento) · última colpocitologia oncótica (papanicolau ou “preventivo”, data e resultado). · Início da atividade sexual · Prática sexual na gestação ou em gestações anteriores · Número de gestações, partos e abortamentos · DUM · Peso prévio e altura · Hábitos alimentares · Medicamentos usados na gestação · Fumo, álcool e drogas ilícitas 9.3- Exames complementares: · Dosagem de hemoglobina e hematócrito (Hb/Ht) · Grupo sanguíneo e fator Rh · Sorologia para sífilis (VDRL): repetir próximo à 30ª semana · Glicemia em jejum: repetir próximo à 30ª semana · Exame sumário de urina (Tipo I): repetir próximo à 30ª semana · Sorologia anti-HIV, repetir próximo à 30ª semana, sempre que possível · Sorologia para hepatite B (HBsAg), de preferência próximo à 30ª semana de gestação, onde houver disponibilidade para realização · Sorologia para toxoplasmose, onde houver disponibilidade Outros exames também podem ser solicitados: · Protoparasitológico · Colpocitologia oncótica · Bacterioscopia da secreção vaginal · Sorologia para rubéola · Urocultura para o diagnóstico de bacteriúria assintomática · Eletroforese de hemoglobina · Ultrassonografia obstétrica. 9.4- Condutas: · Cálculo da idade gestacional e data provável do parto; · Orientação alimentar e acompanhamento do ganho de peso; Ácido fólico nos primeiros 3 meses e sulfato ferroso pelo menos nos 3 primeiros meses, conforme recomendação do Ministério da Saúde · Referência para atendimento odontológico; · Encaminhamento para imunização; · Referência para serviços especializados na mesma unidade ou unidade de maior complexidade, quando indicado. · Revisão da ficha pré-natal; · Anamnese atual sucinta; · Verificação do calendário de vacinação. 10- Consultas subsequentes: · Cálculo e anotação da idade gestacional · Determinação do peso para avaliação do índice de massa corporal(IMC) · Medida da pressão arterial · Palpação obstétrica e medida da altura uterina · Pesquisa de edema · Avaliação dos resultados de exames laboratoriais e instituição de condutas específicas · Verificação do resultado do teste para HIV e, em casos negativos, repetir próximo à 30ª semana de gestação, sempre que possível. Em casos positivos, encaminhar para unidade de referência · Ausculta da FCF e investigação sobre a movimentação fetal. Como condutas: Tratamento de alterações encontradas, ou encaminhamento, se necessário; Orientação alimentar; Acompanhamento das condutas adotadas em serviços especializados; Realização de ações e práticas educativas; Agendamento de consultas subsequentes. 11- Exames laboratoriais: Em resumo: 12- USG no pré-natal de baixo risco: 12.1- No primeiro trimestre: · US de rotina nas gestantes de baixo risco não confere benefícios à mãe ou ao recém-nascido · Quando indicada, a US precoce pode auxiliar no diagnóstico oportuno das gestações múltiplas, na datação mais acurada da idade gestacional (1ª USG) · Via transvaginal O feto ainda está muito pequeno, uma US obstétrica não é útil 12.2- No segundo trimestre: · Apesar de aumentar a taxa de detecção das malformações congênitas, não existem evidências de que a USG em gestantes de baixo risco melhore o prognóstico perinatal (grau de recomendação A). · Entre 18 e 22 semanas, os órgãos fetais já estão formados e são de visualização mais precisa, de modo que este é o momento mais adequado para fazer o rastreamento de malformações, caso se opte por fazê-lo. 12.3- No terceiro trimestre: · Uma revisão sistemática disponibilizada pela biblioteca Cochrane sugere que não há benefícios da ultrassonografia de rotina em gestações de baixo risco após a 24ª semana de gravidez (grau de recomendação A). · Em caso de suspeita da alteração do crescimento fetal, por exemplo, quando a medida da AFU está diferente do esperado, a USG pode ser ferramenta útil na avaliação. 13- Testes não recomendados: · Vaginose bacteriana A identificação e o tratamento dessa condição não diminuem o risco de parto prematuro e outros problemas reprodutivos · Chlamydia trachomatis Não há evidência da sua efetividade e do custo/efetividade · Cytomegalovirus A evidência disponível não embasa o rastreamento de rotina · Estreptococos do grupo b A evidência de sua efetividade clínica permanece incerta · Hepatite C Não é efetivo no rastreamento de rotina mas deve ser oferecido em situações especiais de alto risco, como uso de drogas injetáveis e/ou parceiro usuário, transfusões de sangue ou múltiplos parceiros de um ou ambos 14- Vacinas para gestantes: · DT · DTPa A partir da 20ª semana de gestação ou até 45 dias após o parto · Infuenza · Hepatite B 15- Queixas comuns entre as gestantes: · Dor nas mamas · Dor lombar · Cefaleia · Sangramento nas gengivas · Varizes · Câimbras · Cloasma gravídico (manchas escuras no rosto) · Estrias · Náuseas, vômitos e tonturas · Pirose · Sialorréia · Dor abdominal, cólicas, flatulência e obstipação intestinal · Hemorroidas · Corrimento vaginal · Queixas urinárias · Falta de ar e dificuldade para respirar Modificações no organismo materno Durante a gestação, o organismo materno irá sofrer alterações em diversos sistemas: sanguíneo, cardiovascular, osteoarticular, respiratório, digestivo, urinário, além de pele e modificações locais 1- Sistema osteoarticular: · Articulações hiperêmicas e arroxeadas; · A sínfise púbica relaxamento na primeira metade da gestação (4,0 mm nas primíparas e 4,5 mm nas multíparas); · A articulação sacroilíaca também sofre a embebição gravídica; Embebição gravídica: elevação do sódio e do teor aquoso dos tecidos · As modificações mais proeminentes são nas articulações pélvicas; · A motilidade aumentada das articulações da pelve alteração postural materna desconforto na região lombar 2- Postura e deambulação: · O aumento do volume uterino modifica o centro de gravidade do corpo; com isso surge a lordose lombar; · Ampliação da base de sustentação; · Projeção das espáduas; · Fadiga; · Dores cervicais e lombares; · Relaxamento e hiperemia das articulações devido ação do estrógeno, da progesterona e da relaxina (hormônio que prepara o corpo para o parto) · Marcha anserina 3- Pele: 3.1- Aumento da perfusão da pele: · Eritema palmar e angioma / nervos / telangiectasias aracniforme; · Face, pescoço, tórax e MMSS. 3.2- Pigmentação (90% das gestantes): · Acúmulo de progesterona, estrogênio e melanina (MSH); · Linha nigra / linea nigra; · Cloasmas (70% das gestantes), aréola secundaria (Sinal de Hunter) 3.3- Estrias abdominais gravídicas: Sobredistensão tissular, obesidade, tendência familiar, rotura de fibras elásticas e colágeno, atividade do estrogênio e relaxina. 3.4- Hirsutismo leve na face, braços, pernas e abdome (1º trimestre); Lanugem no couro cabeludo- sinal de Halban; Pode ocorrer alopecia após o parto, retornando ao normal em torno de 6 a 15 meses após o parto. 3.5- Unhas quebradiças 4- Sistema digestivo: · Modificações do apetite (aumento do apetite e sede; pica ou malácia) · Náuseas e vômitos (50 a 90% das gestantes); No início da gestação os vômitos são causados pelo pico de Beta HCG · Hiperêmese gravídica Condição onde ocorre uma desidratação devido a frequência dos vômitos · Gengivas edemaciadas, hiperemiadas e sangrantes; · Cárie dentária? Sialorreia ou ptialismo (produção excessiva de saliva); Indicado que a gestante tenha um acompanhamento odontológico para conferir se as alterações na gengiva não são causadas pela cárie ou outros problemas odontológicos · Pirose (azia); · Refluxo gastroesofágico (80% das mulheres); Aumento do teor de progesterona; Diminuição progressiva da resistência do esfíncter esofágico inferior; Hérnia de hiato; Retardo no esvaziamento do estômago; Aumento do volume uterino; Diminuição do tônus e motilidade em todo o trato gastrointestinal (progesterona); · Constipação Tomar cuidado com a gestante, a desnutrição pode favorecer partos prematuros, abortos ou má formações O uso de álcool e drogas pode induzir a partos prematuros e sequelas (no que se refere ao tamanho do feto, alterações endócrinas, circulatórias e etc). 5- Sistema cardiovascular: · Elevação da FC (10 a 15 bpm); · Aumento do débito cardíaco (30 a 50%) e do volume sistólico; · Síndrome da hipotensão supina; · Decréscimo da resistência vascular periférica = redução da pressão arterial; · Aumento da pressão venosa nos MMII; É recomendado que no procedimento para aferir a pressão, as gestantes estejam sentadas ou em DLE, para que o feto vire um pouco para o lado esquerdo e não haja compressão da veia cava (que é mais voltada para o lado direito) O aumento da pressão venosa nos MMII ocorre pela compressão realizada nos vasos da região inguinal (pelo crescimento do útero e o peso que ele possui) e isso auxilia na formação de edemas e outras alterações Edema dos MMII, hipotensão, varicosidades, lipotomia ortostática (hipotensão ortostática), hemorroidas. 6- Sistema sanguíneo: · Aumento da volemia em 50%: Aumento do volume plasmático; Decréscimo da contagem de hemácias, hematócrito, concentração de hemoglobina; O aumento total é da ordem de 1250 a 1500 ml; Anemia fisiológica da gravidez: o volume plasmático aumenta mas no geral os componentes sanguíneos permanecem iguais, isso faz com que o sangue fique mais diluído, por isso a anemia é fisiológica · Concentração aumentada dos leucócitos: 3º trimestre – 9 mil/mm3 Puerpério imediato – 20 mil/mm3 · Diminuição da concentração de plaquetas – 75 a 320 mil/mm3. · Hipercoagulabilidade (+fibrinogênio). · Ocorre anemia ferropriva e megaloblástica (ac. fólico). 7- Sistema urinário: · Dilatação dos ureteres e pelves renais - (fatores mecânicos e hormonais) · Dextrorrotação do útero grávido Compressão bexiga e ureter D Pressão no sigmóide · Polaciúria Compressão de bexiga · Estase urinária · Hipercalciúria (aumento da absorção do cálcio intestinal), glicosúria, proteinúria (300mg/24h) 8- Sistema respiratório: 8.1- Alterações anatômicas: Eritema e edema damucosa do sistema respiratório superior: congestão nasal, epistaxe e alterações de voz. Diâmetro anteroposterior da caixa torácica; Elevação do diafragma 8.2- Alterações fisiológicas: · Volume de reserva expiratório, volume residual e capacidade residual funcional – reduzido em 20%; · Consumo de O2 aumentado entre 15-20%; · Dispneia – 60 a 70% apresentam; · Hiperventilação > alcalose respiratória > compensada pela excreção urinária de bicarbonato. 9- Sistema endócrino- tireoide: · Produção hormonal aumentada em 40-100%; · Aumento moderado do volume; 1º trimestre: diminuição do TSH (hormônio estimulador da tireoide) por ação da hCG (gonadotrofina coriônica humana, produzido pela placenta) 10- Metabolismo: Do ponto de vista metabólico a gestação é dividida em duas fases: · Anabólica materna e fetal- até a 27ª semana Armazenamento de gordura no tecido adiposo e queima proteínas ingeridas. · Catabólica materna e anabólica fetal: Crescimento fetal máximo; Queima de depósitos gordurosos para usar como fonte energética própria; O feto usa a glicose como fonte de energia Além disso, também temos o metabolismo glicídico e hidroeletrolítico: 10.1- Metabolismo glicídico Aumenta a demanda de glicose A placenta produz hormônios contra insulares – hPL (hormônio lactogênio placentário humano), progesterona, estrogênios e cortisol; que poupam a utilização de glicose Tendência a hipoglicemia materna; 10.2- Metabolismo hidroeletrolítico: -Retenção de 8 a 10 litros intra e extracelular; 10.2.1- Retenção de líquido: Retenção de sódio; Diminuição do limiar de sede; 10.2.2- Consequências da retenção de líquido: Redução na concentração de hemoglobina; Redução do hematócrito; Diminuição da concentração de albumina; Aumento do débito cardíaco; Elevação do fluxo plasmático renal; Edema periférico. 11- Mamas: · Hipersensibilidade · Turgidez · Rede de Haller (rede venosa) · Sinal de Hunter · Tubérculos de Montgomery · Colostro - 16ª semana. 12- Vagina: · Apresenta hipertrofia; · Aumenta a vascularização; · Adquire cor vinhosa - Sinal de Jacquemier/ Chadwick; · Aumenta a vascularização – cor arroxeada – Sinal de Kluge · Aumenta a embebição gravídica; · Hipertrofia da musculatura lisa vaginal; · Percepção, ao toque, da pulsação da artéria vaginal- Sinal de Osiander · pH ácido – proteção 13- Útero: · Pesa cerca de 60g, tem capacidade de 6 a 7 ml e mede 7cm de altura, fora da gravidez. · Final da gestação: até 1000g, alcança 4 a 5 litros 14- Colo uterino: · Amolecimento do colo uterino · Posição: posterior e centralizada · Fica arroxeado · O canal do colo uterino é tamponado- Rolha de Shöeder A saída da rolha de Shöeder é indicativo de dilatação do útero O tampão pode sair todo de uma vez ou aos poucos, mas não é formado novamente após sair Semiologia obstétrica Nesse momento iremos determinar um roteiro básico para a consulta obstétrica 1- Anamnese: · Paridade Primigrávida ou primigesta; primípara; multigesta ou multigrávida; secundi, terci ou quartigesta; multípara; paucípara; nulípara 2- Exame físico obstétrico: · Palpação: Altura uterina; consistência uterina; regularidade da superfície uterina (tentar palpar o feto); conteúdo uterino; Utiliza a técnica alemã: manobra de Leopold Zweifel A parte onde fica o dorso do feto é sempre uma região mais regular, mais lisa, quando comparada a região onde é possível palpar os membros Na terceira imagem o avaliador vai tentar segurar esse feto pela cabecinha ou bumbum, e vai jogar o corpo, levemente, de um lado para o outro; dessa forma é possível identificar se a cabeça do bebê está solta, flutuando dentro da cavidade uterina, ou se ele já está encaixado; caso esteja encaixado, já consegue saber se ele vai ter uma apresentação cefálica ou pélvica. A quarta imagem mostra a busca das escavas; para realizar essa busca é necessário encontrar a crista ilíaca, porque o útero cresceu e agora está ocupando todo o baixo ventre, ele agora começa a encostar na borda da bacia, nesse momento iremos forçar a mão nesse baixo ventre, entre a estrutura óssea e a parede uterina. Se nessa palpação a escava for larga, significa que o bebê ainda não está encaixado, ou, caso esteja encaixado, significa que essa bacia é larga e favorece o parto vaginal. · Ausculta: Reconhecer os ruídos fetais e maternos BCF, ruído de choque e sopro funicular Na mãe é possível ouvir: sopro uterino, sinal de Boero e ruídos acessórios Permite verificar a vitalidade do feto/sofrimento fetal, gravidez única ou múltipla, além de dar informações sobre a posição do bebê A ausculta pode ser direta: com o ouvido no abdômen da gestante Indireta: com o intermédio do estetoscópio de Pinard, sonar de Doppler, cardiotocografia e cardioscópio da ultrassonografia. Podendo ser, ainda, contínua ou intermitente Realizar a ausculta imediatamente após uma contração, por pelo menos 1 minuto, e a cada 30 minutos, em período expulsivo pode ser feita de 10 em 10 ou de 15 em 15 minutos Registrar acelerações ou desacelerações, caso ouvidas É importante observar a frequência, ritmo e intensidade do BCF, e possíveis taquicardias ou bradicardia Na ausculta intermitente se utiliza um tacógrafo Nas duas primeiras telas é possível ver os batimentos do feto (o aparelho consegue observar o BCF de até 2 fetos) e na terceira tela ele vai dar a intensidade da contração em mmHg Nessa faixa branca do meio pode ser marcado um * para identificar o momento em que a equipe, de alguma forma, estimulou a movimentação do bebê, pode ser identificado uma alteração no BCF, que é esperado Também existe um terceiro sensor que a gestante fica segurando e é orientada a apertar a cada vez que sentir o bebê mexendo, no exame, onde fica a faixa branca, irá aparecer o número 1 a cada vez que ela apertar o sensor Fatores que dificultam a ausculta: Excesso de líquido amniótico; implantação anterior da placenta; grande espessura da parede abdominal; contração uterina Tentar fazer a ausculta sempre no dorso fetal · Toque vaginal: Pode ser unidigital, bidigital ou manual; com a paciente posicionada preferencialmente na posição litotômica ou ginecológica, para que facilite o toque no colo Não é necessário usar a luva estéril Permite: · O diagnóstico da gravidez Pelo amolecimento do colo · Avaliar as condições do colo · Relação entre a apresentação e a bacia Pelo toque é possível ver a posição do feto e palpar uma estrutura dentro da bacia que pode impedir o parto vaginal · Características do trajeto ósseo · Diagnóstico do trabalho de parto · Dilatação cervical · Progressão fetal · Apresentação · Variedade de posição O toque vaginal deve ser realizado em casos de: trabalho de parto, suspeita de dilatação cervical, sangramentos ou perda de líquidos; ou seja, o toque não pode ser realizado sem que haja necessidade. Estática fetal 1- Situação: É a relação do eixo da coluna do feto com o eixo materno · Longitudinal · Transverso · Oblíquo ou inclinado Nas duas primeiras imagens ele está longitudinal, na última ele está transverso 2- Apresentação: 2.1-Cefálica: A apresentação é o que vai estar voltado para o baixo ventre, o que vai sair primeiro · Totalmente fletido · Deflexão grau I (sente a fontanela bregmática) · Deflexão grau II (sente a testa do bebê) · Deflexão grau III (o rosto) Em algumas literaturas pode ser encontrado o grau IV, que corresponde ao III, nesse caso 2.2- Córmica: Também conhecida como apresentação de membros É uma urgência obstétrica; nesses casos tem que empurrar o membro de volta e tentar reposicionar esse bebê 2.3- Pélvica: 3- Posição: A posição é sempre o lado para onde o dorso do bebê está, baseando-se na posição da mãe · Esquerda · Direita · Anterior · Posterior Alguns exemplos: Mecanismos do Parto 1-Contralidade uterina: a) Funções: · Movimentação do fluxo sanguíneo · Ajudar na expulsão do feto e da menstruação; · Dilatação do colo uterino · Descolamento da placenta · Manutenção da gravidez (bloqueio progesterônico) · Hemostasia puerperal A hemostasia puerperal é quando após a saída do feto e da placenta, as contrações ajudam a fechar os pequenosvasos que antes supriam as necessidades sanguíneas da placenta e do bebê b) Características das células musculares miométricas: · Sensibilidade dolorosa · Excitabilidade Terá uma resposta a eventos estressantes. Por exemplo, alisar a barriga da gestante, principalmente na região onde fica o fundo do útero, pode estimular algumas contrações e cólicas · Elasticidade (extensibilidade e retratilidade) · Tonicidade O útero consegue aumentar sua tonicidade para realizar as contrações · Contralidade c) Tipos de contração durante a gestação: · Até a 28ª semana: Tipo A Intensidade de 2 a 4 mmHg São de alta frequência, baixa amplitude e geralmente localizadas · Após a 28ª semana: Tipo B (Braxton Hicks) São as chamadas contrações de treinamento. À medida que a gestação evolui as contrações aumentam em frequência, essas contrações de treinamento induzem a dor, mas não induzem o parto Intensidade de 10 a 20 mmHg Podem ser de forma parcial ou total pelo útero A frequência aumenta ainda mais nas 4 semanas que precedem o parto Podem ser administrados uterolíticos, que são medicações que reduzem as contrações d)Contração durante o TP: Chamada de tríplice gradiente descendente, uma vez que começam de cima para baixo e tem maior intensidade em fundo de útero Na fase de dilatação: 2-3/10’ Na fase expulsiva: 5-10/10’ Nessa imagem é possível ver as diversas fases: · Fase latente Pode perder o tampão mucoso nessa fase Pode aguardar em casa até que tenha 3/10’ · Parto ativo Quando a gestante apresenta 3/10’/40’’ (3 contrações, em dez minutos, com 40 segundos de duração) · Transição O organismo entende que ela está com muita ocitocina endógena e começa a cessar um pouco as contrações · Fase de descanso Nesse momento, geralmente com 7 cm de dilatação, as contrações diminuem um pouco, o que permite que a gestante possa descansar · Segunda etapa Ela vai dilatar os últimos centímetros · Terceira etapa Expulsão do feto e) Contrações no puerpério: · Ajudam na dequitação: expulsão da placenta · Hemostasia · Globo de segurança de Pinard: quando o útero se mante contraído durante todo o puerpério · Estímulo com amamentação f) Mecanismo de parto: O mecanismo de parto depende dos chamados 4 P’s: · Passagem Trajeto- pelve e canal vaginal · Passageiro Posição do feto · Potência Contrações uterinas, dolorosas ou não · Psique Envolvimento da mulher com o parto Tem também a participação dos tecidos moles: · Segmento uterino inferior · Cérvix · Músculos do assoalho pélvico · Vagina · Introito vaginal g) Diagnóstico do trabalho de parto: Podemos dizer que a mulher está em TP quando: Contrações 3/10’/40’’ associado a dois dos seguintes: apagamento cervical, dilatação de 3-4 cm, ruptura espontânea da bolsa das águas Posteriormente começa o período de insinuação: Quando o bebê desce e passa pela estrutura óssea, ele faz uma rotação interna e começa a procurar um caminho para sair, é quando ocorre o coroamento, ele nasce com a cabeça olhando para baixo ou para cima, e aí se faz a rotação externa, quando viram a cabeça dele para um dos lados e ajuda a desprender os ombros para que ele possa sair por completo Na multigesta o bebê não ficará tão preso, tão encaixado como no caso da primigesta, por isso deve ter cuidado quando for fazer a manobra de Leopold, o bebê pode ficar mais solto g.1) Mecanismos que favorecem a insinuação: g.1.1) Acavalgamento: Adaptação que ocorre naturalmente para facilitar a passagem, após o parto ele deve demorar cerca de 1 semana para ficar normal g.1.2) Sinclitismo: Quando os ossos parietais ficam perpendiculares a estrutura óssea Na segunda imagem ele está em sinclitismo anterior, que é mais frequentes nas multíparas, enquanto na terceira ele está em sinclitismo posterior, mais comuns nas primíparas h) Fenômenos do parto: · Bossa serossanguínea Infiltração serossanguínea do tecido subcutâneo; o local fica arroxeado · Cefaloematoma Coleção de sangue entre o osso do crânio e o periósteo Normalmente tem causa traumática e demora mais a desaparecer Os médicos podem fazer um acompanhamento por raio x para avaliar se há necessidade de drenar esse conteúdo ou não Boas Práticas Obstétricas Essas boas práticas promovem a redução da morbi-mortalidade materna e neonatal, promoção da saúde materna e infantil, maior satisfação das mulheres a) As mulheres devem ser informadas sobre os benefícios e riscos dos locais de parto Maternidade, centro de parto normal ou domicílio. Com a realização do acolhimento e classificação de risco em todas as maternidades b) O parto de baixo risco pode ser realizado pelo médico obstetra, enfermeira obstetra e obstetriz c) Mulheres em trabalho de parto devem ser tratadas com respeito, ter acesso às informações e serem incluídas na tomada de decisão Elaboração e discussão do Plano de Parto entre a mulher e a equipe da maternidade/pré-natal d) Todas as gestantes no parto devem ter apoio contínuo e individualizado, incluindo pessoa que não seja membro da maternidade Lei do acompanhante (Lei 11.108/2005) além da presença de doulas Doulas: profissional qualquer que seja capacitado e entenda o funcionamento do parto e) Mulheres em trabalho de parto podem ingerir líquidos e dieta leve f) Métodos não farmacológicos de alívio de dor devem ser oferecidos à mulher antes da utilização de métodos farmacológicos Banhos quentes, massagens, técnicas de relaxamento, entre outros Sempre que necessário, a analgesia deve ser oferecida g) As mulheres devem ser encorajadas a se movimentarem e adotarem posições diferentes da deitada h) Garantir o contato pele-a-pele imediato da mãe e do bebê após o nascimento e estímulo à amamentação Assegurar que a assistência e qualquer intervenção leve em consideração esse momento e, assim, minimizar a separação entre mãe e filho i) Mulheres em trabalho de parto devem ser tratadas com respeito Profissionais devem estabelecer uma relação com a mulher, perguntando sobre seus desejos e expectativas. Devem estar cientes da importância de sua atitude, do tom de voz e das palavras usadas; além de ler e discutir com a mulher o plano de parto j) Restrição às intervenções que hoje são rotineiras: · Episiotomia (corte no períneo) · Aceleração do parto · Fórceps: uso de instrumento para retirada do bebê · Enema (lavagem intestinal) · Tricotomia pubiana e perineal · Amniotomia precoce (rompimento da bolsa) nas mulheres que estão progredindo bem · Corte precoce do cordão umbilical: aguardar de 1 a 5 minutos ou até cessar a pulsação · Aspiração de secreções do recém-nascido saudável k) DIU nas maternidades: Todas as maternidades do Brasil poderão ofertar o DIU de cobre em duas situações: pós-parto e pós-abortamento Homens Relações violentas entre os sexos Mulheres
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