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OS PROBLEMAS E AS SOLUÇÕES NO ENSINO DE CIÊNCIAS E BIOLOGIA

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OS PROBLEMAS E AS SOLUÇÕES NO ENSINO DE CIÊNCIAS E BIOLOGIA 
 
FERNANDA KAROLINE DE SOUZA GOMES 1 
WILSON LUIZ CAVALLI 2 
CRISTIANE FÁTIMA BONIFÁCIO 3 
 
RESUMO: Com os inúmeros avanços científicos, o professor de Biologia se vê diante 
da batalha de cumprir vários assuntos durante o ano letivo; com poucas horas semanais 
de aula e hora-atividade, o impedem de produzir um bom material com antecedência e a 
averiguar se os alunos realmente adquiriram o conhecimento dos conceitos aplicados, 
relevando o fato que já está comprovado em pesquisas, que em cada aula de Biologia os 
alunos entram em contato com pelo menos seis novos vocábulos. De acordo com Delval 
(2001), provavelmente, a dificuldade para entender as ciências seja decorrente do fato 
de que muitos não compreendem sua natureza, devendo isto ter alguma relação com o 
fato de que ela não seja transmitida de forma adequada. A questão da linguagem em sala 
de aula envolve a capacidade dos educandos de pensar e formar conceitos, familiarizar-
se com a leitura dos textos, com a lingüística e com os estilos de apresentação da 
biologia. É necessário também desenvolver o uso de linguagens simbólicas como, por 
exemplo: expressões matemáticas, equações químicas, fórmulas cromossômicas, 
modelos de sistemas ecológicos, a capacidade de compreender, construir e interpretar 
tabelas e gráficos de vários tipos, incluindo desse modo, o conhecimento necessário 
para passar de um tipo de linguagem a outro e selecionar a melhor forma de representar 
em cada caso. Objetivo: Mostrar as diferentes formas de se abordar a Biologia em sala 
de aula de modo a instigar o interesse dos alunos e propiciar a compreensão de seus 
termos. Metodologia: Analise de diferentes referências. Conclusão: Verificou-se que 
apesar dessas situações desestimulantes como: dificuldades em termos de estrutura 
física, problemas de ordem administrativa, baixos salários dos docentes bem como os 
termos e linguagens técnicas utilizadas em ciências e biologia, há meios de se estimular 
os alunos a complementar o que se passa no quadro utilizando-se outros recursos como: 
audiovisuais, a leitura, e escrita e discussões, cabendo ao professor buscar estes meios e 
aplica-los em sala de aula fazendo com que os alunos busquem interesse e motivação 
para estudarem, alcançando o entendimento, a compreensão e a aplicação da Biologia 
na vida cotidiana. 
 
Palavras – chave: Biologia, Linguagem, Educação 
 
 
1 Acadêmica do 4ª ano de Ciências Biológicas –Universidade Paranaense-Unipar 
2 Graduado em Letras Português/ Espanhol – Universidade Estadual do Oestes do Paraná- Unioeste 
3 Acadêmica do 4º ano de Ciências Biológicas – Universidade Paranaense - Unipar 
INTRODUÇÃO 
 
O professor de Ciências e Biologia se vê diante da batalha: abordar vários 
assuntos durante o ano letivo e acompanhar os diversos avanços científicos e 
metodológicos inserindo-os no cotidiano da sala de aula; com tão poucas horas 
semanais de aula; horários limitados de hora-atividade, que o impede de produzir um 
material com antecedência de boa qualidade; e a averiguar se os alunos realmente 
adquiriram o conhecimento dos conceitos aplicados, relevando-se o fato que já está 
comprovado em pesquisas, que em cada aula de Biologia os alunos entram em contato 
com pelo menos seis vocábulos novos. 
 Estas são as causas de muitos professores se desmotivarem e tornarem as suas 
aulas meros momentos de exposição de conteúdo, de sua parte, e fixação deste, por 
parte dos alunos. Quem mais sofre com isto são os educandos que ficam expostos à 
“bombardeios” de novas informações, procurando memorizar estas, para supostamente 
desempenhar seu “papel” de aluno, e cada vez mais se distanciando do caminho da 
aprendizagem. 
 Em determinadas situações, a maneira utilizada para a colocação de conteúdos é 
o motivo que afasta o aluno do verdadeiro conhecimento. Algumas dessas maneiras 
podem ser: a falta de contato, de figura ou esquemas para a introdução de novos 
assuntos, ou o uso inadequado destas; o não interesse do professor em pesquisar os 
conhecimentos prévios do aluno ao iniciar um novo conteúdo; o excessivo vocabulário 
técnico, a falta de analogias, como também a má utilização desta; a falta de 
compreensão durante a leitura do livro didático; a utilização exacerbada do tempo pelo 
professor ocasionando um curto período de tempo para que o aluno possa se expressar, 
e muitas vezes o aluno se constrange em questionar o professor, pois o mesmo acaba 
utilizando expressões de consenso da classe como, por exemplo: “todo mundo 
entendeu?”, “alguém tem alguma dúvida?”, “mais alguma coisa?”, os alunos não têm 
coragem de dizer que não entenderam ou que têm dúvidas, pois eles observam que seus 
colegas estão de acordo ou entenderam as explicações ocorrendo às falhas conceituais, 
que são um problema cotidiano. Um professor que carrega na sua ciência conceitos 
alternativos diferentes da ciência dos cientistas poderá transmitir estes conceitos aos 
alunos, reforçando a ciência destes ou se sentirá inseguro para propor qualquer 
discussão mais profunda dos conceitos estudados. Tal situação leva o docente de 6ª à 9ª 
série a repetir mecanicamente os textos dos livros didáticos, muitos dos quais já deixam 
transparecer claramente estas deficiências. 
 A escola parece estar em eterna crise e, continuamente, propõe reformas que 
não conseguem resolver os problemas. Verificando-se esta crise educacional, muitos 
trabalharam em busca de métodos para o ensino da Biologia, pois é impossível alguém 
não carregar consigo, ao menos uma dúvida sobre algum fenômeno biológico, assim 
também se tornando impossível não conseguir o entusiasmo e a satisfação de alguém 
durante a explicação para esta dúvida. 
 
 
DESENVOLVIMENTO: 
 
 
Muitos alunos que tiveram seu ensino fundamental e médio em escolas públicas, 
ao ingressarem em uma universidade se deparam com dificuldades para acompanhar o 
desenvolvimento acadêmico, devendo-se a precariedade da estrutura física da instituição 
em que estudaram anteriormente, escassez de materiais didáticos e a falta de motivação 
dos professores, levando a falhas na aprendizagem, tendo como conseqüência conceitos 
fragmentados e na maioria das vezes, errados. Os alunos podem ter diferentes tipos de 
relação com o estudo do conteúdo, pois há muitos fatos que interferem nessa relação, 
como por exemplo: a preocupação em tirar boas notas, agradar o professor, passar de 
ano, etc. Porém, o objetivo principal que é a utilização futura do que ele aprende em 
sala de aula, tanto pela teoria como pela prática, acaba sendo memorizada e não 
apreendida, chegando a uma aprendizagem parcial, tendo como resultado o total 
desinteresse pelo conteúdo, ou mesmo pela disciplina. Estes alunos se envolvem 
superficialmente com o estudo dependendo da disciplina, das relações com o professor e 
da metodologia que o mesmo utiliza para passar o conteúdo. Outros alunos procuram 
buscar e relacionar as informações obtidas recorrendo a bibliografias, esclarecimento de 
dúvidas e discussão com o professor ou com os colegas. Podemos verificar na citação 
abaixo: 
As posturas descritas compõem um processo hierárquico em que o aluno 
superficial evolui e se desenvolve como aluno profundo influenciado por sua 
motivação pessoal ou desencadeada por um assunto ou professor que 
provocou seu interesse. (Krasilchik, 2004, p.12). 
 
 
Em Biologia e Ciências afins tais como Física e Química, é preocupante o modo 
dos professores abordarem os temas do plano de ensino, pois em algumas situações são 
utilizadas experiências que deixam de lado os fenômenos essências, como por exemplo: 
as que utilizam aparelhos não correspondentes com a realidade das aulas de física ou as 
com explosões em aulas de química causando “falsos centros de interesse". 
(BACHELARD, 1996). 
As experiências são feitas gerando nos alunos grande entusiasmo,mas se o 
professor não propuser uma relação entre a teoria e a prática o educando acaba por 
considerar essas como explicações distintas e sem importância. 
De acordo com Delval (2001), provavelmente, a dificuldade para entender as 
ciências seja decorrente do fato de que muitos não compreendem sua natureza, devendo 
isto ter alguma relação com o fato de que ela não seja transmitida de forma adequada. 
O conhecimento cientifico é visto como algo totalmente distanciado e não 
passível de vinculação e aplicação na vida cotidiana. Embora a ciência tenha surgido 
para resolver problemas, na escola apresenta-se de forma abstrata e só se ensinam os 
resultados, e não os processos que conduziram a tais resultados. Para muitos sujeitos, 
essa ciência é incompreensiva porque não entendem os problemas que podem resolver e 
porque nem sequer esses problemas são propostos. 
 
Outra diferença entre o conhecimento cotidiano e o escolar é o que ocorre ao 
se fracassar na resolução do problema. Quando não se resolve um problema 
concreto, o sujeito não pode sair da situação em que se encontra e atingir a 
meta. São conseqüências da mesma natureza, do mesmo nível, que sua ação. 
Quando o sujeito não resolve um problema escolar, as conseqüências são de 
um tipo diferente: de não obter bons resultados na escola, é castigado e 
precisa estudar mais, não tendo isto uma relação com sua compreensão dos 
conceitos aplicados em aula, fazendo com que as relações entre a ação do 
sujeito e sua conseqüência sejam muito mais distantes e mediadas. 
(DELVAL, 2001. p. 96). 
 
 
O fato dos conhecimentos repassados aos alunos não partirem de problemas 
cotidianos faz com que os mesmos os vejam como algo sem sentido, sem serventia em 
sua vida prática e que é apenas um obstáculo a mais entre os muitos que se interpõem 
em seu caminho para transformar-se em adulto. Aprender o conhecimento científico só 
serve para permanecer na escola e só tem utilidade dentro dela. 
Hoje, grande parte dos profissionais da educação, enfrentam vários problemas na 
escola tais como: escassez de material didático-pedagógico, relacionamento professor-
aluno, enfrentamento com a administração escolar em algumas situações e ainda 
salários baixos deixando-os totalmente desmotivados a exercerem o seu papel como 
educador, refletindo em uma aprendizagem mecanicista. 
Faz-se necessário então, que o profissional da educação da Biologia seja 
motivado para desempenhar seu papel, já que se trata do ensino da matéria que se diz 
respeito à vida e se torna imprescindível que o conhecimento fornecido para o aluno 
seja da melhor qualidade possível. Deste modo, trazemos algumas possibilidades e 
métodos para facilitar, motivar e complementar o ensino da biologia em sala de aula 
questionando-se sobre o que se ensina, como se ensina e o que se pretende com o 
conteúdo ensinado. 
Em primeiro lugar vamos abordar a maneira e a linguagem como o professor 
deve passar o conteúdo, pois ao verificar o ensino da matéria notamos que há certo 
distanciamento da linguagem do professor, o qual utiliza um vocabulário técnico, e do 
aluno, que por conseqüência dos meios de comunicações de massa e os vestibulares 
com suas questões de múltipla escolha, limitam a capacidade de raciocínio e de 
compreensão do que é repassado em sala de aula. 
Tendo em vista esta dificuldade por parte dos alunos em compreenderem o 
conteúdo, cabe ao professor adequar à explicação de modo que o aluno possa relacionar 
com a realidade em que ele se encontra, ou seja, fazendo com que o aluno vivencie o 
conteúdo em seu dia-a-dia, pois ao contrário temos novamente a memorização da 
matéria. 
O educador pode buscar e conhecer os interesses sobre os conhecimentos 
prévios de seus educandos, investigando sua realidade ao passo que introduz o conteúdo 
técnico científico. No processo da aprendizagem os “erros” são inerentes à construção 
do conhecimento, deve-se a isto a importância de se valorizar os conhecimentos prévios, 
que ainda atende as expectativas, intenções e propósitos de conhecimento do aluno, 
como também pode estar preparando, com antecedência, materiais necessários para a 
fixação de novos conceitos sobre o tema abordado; pesquisar o conteúdo para estar 
atualizado evitando deste modo, falhas conceituais, pois, segundo Jordão (1998), houve 
uma notável revolução principalmente nas técnicas de Biologia Molecular, em que se 
incluem a Biologia Celular e a Genética, e com este enorme progresso científico que 
ocorreu muito rapidamente nos últimos anos, certamente houve uma natural dificuldade, 
em manter atualizado o processo de ensino-aprendizagem. 
Em segundo lugar o professor deve em seu plano de aula privilegiar aulas que 
levem os alunos a discussões e exposição de suas idéias, aulas com recursos visuais e 
não somente expositivas, pois: 
 
A observação de aulas de biologia revela que o professor fala, ocupando, 
com preleções, cerca de 85 % do tempo. Os 15% restantes são preenchidos 
por períodos de confusão e silencio e pela fala dos estudantes que na maior 
parte das vezes consiste em pedidos de esclarecimentos sobre as tarefas que 
devem executar. Evidentemente, na situação descrita os jovens não têm 
grandes oportunidades de melhorar sua capacidade de expressão, pois como 
os professores não os ouvem, não ficam sabendo como eles falam e o que 
pensam. Uma mudança que se impõe é a substituição de aulas expositivas 
por aulas que se estimule a discussão de idéias, intensificando a participação 
dos alunos, por meio de comunicação oral, escrita ou visual. (krasilchik, 
2004. p.58). 
 
 
 Haja visto que a mudança da aula expositiva para a exposição dialogada é uma 
forma de fazer o aluno raciocinar, expor as idéias e participar da mesma, cabe ao 
professor mediar de forma coerente fazendo com que o aluno não tenha medo ou 
mesmo vergonha em transmitir seu pensamento diante dos colegas de sala de aula. 
 
 Assim, o professor precisa inicialmente afastar o medo para que haja 
confiança e interesse em intervir na discussão. Um dos procedimentos 
coercivos mais freqüentes é comentar sarcasticamente e ridicularizar as 
respostas dos alunos. È bom lembrar que a interação do professor com o 
aluno ocorre também de gestos e que é possível demonstrar desagrado, 
impaciência ou ironia por um olhar, um movimento ou uma expressão facial. 
Interrupções das respostas dos alunos também produzem uma diminuição da 
participação. (Krasilchik, 2004. p. 59). 
 
 
A partir do momento em que o aluno tende a modificar sua reação diante das 
discussões sentindo-se seguro em respondê-las, há uma mudança no modo dos 
professores questionarem os alunos com questões variadas, diminuindo a proporção 
daquelas que exigem memorização, aumentando significativamente as que acarretam 
raciocínio. Os professores tornam-se mais receptivos e mais dispostos a argumentar 
com os estudantes. 
Informações visuais são de grande auxilio em Biologia, pois uma grande parte 
das informações desta disciplina é obtida pela observação direta dos organismos ou 
fenômenos; observação de figuras e modelos entre outros. Ver diretamente a realidade 
torna-se muito mais interessante do que apenas ouvir, tornando-se imprescindível a 
utilização das excursões, aulas práticas e demonstrações. Entretanto, como nem sempre 
é possível observar diretamente o objeto de estudo, se utiliza ilustrações. No caso das 
ilustrações, quando se pretende esclarecer um fenômeno, é mais indicado o uso de 
esquemas; quando sua função é a de substituir uma experiência, utilizam-se fotografias. 
Outros elementos ilustrativos que devem ser considerados são: a cor para atrair a 
atenção do aluno e que por vezes pode desviar sua atenção de detalhes importantes; o 
tamanho, pois figuras grandes, principalmente quando projetadas, tendem a fazer com 
que os estudantes se percam não se fixando nos pontos que são importantes; um outro 
elemento a ser considerado é a legenda,que em uso demasiado também tende a 
confundir a observação, tendo o seu uso limitado. 
 
Embora seja amplamente reconhecido o potencial dos recursos audiovisuais 
no ensino de biologia, os dados disponíveis indicam que são pouco e mal 
usados. De acordo com relatos, nem mesmo no tradicional quadro-negro são 
feitos esquemas, desenhos, demonstrações, de forma que a expressão 
pejorativa “aulas de saliva e giz” atualmente está ainda mais reduzida, com a 
eliminação do giz, ficando a aula restrita apenas à fala do professor ou à 
leitura do livro didático. 
No entanto, a tecnologia moderna e sofisticada usada nos filmes, televisão e 
videoteipes, entre outros, faz parte do dia-a-dia do aluno, aumentando as 
barreiras entre a vida e a escola. (Krasilchik, 2004 p63) 
 
Apesar das escolas serem mal equipadas, os professores estarem 
sobrecarregados de trabalho e não terem tempo de confeccionar transparências, 
modelos, etc. Sempre que for possível é, conveniente complementar as aulas com esses 
recursos. 
 A utilização do quadro-negro é um recurso inestimável que é cada vez menos, e 
mais inutilmente utilizado, em que é esquematizada toda a aula ficando como 
referência, para os alunos, a duração da aula. Esse erro é facilmente solucionável se o 
professor utilizar para construir o roteiro de sua aula, passo a passo de modo que os 
estudantes possam acompanhar o raciocínio desenvolvido. Dessa maneira, o recurso é 
utilizado dinamicamente fazendo com que o aluno participe mesmo em aulas 
expositivas. A utilização do retro-projetor serve para apresentar tabelas, gráficos, 
figuras e para apresentar passo a passo os itens de um esquema. Tem-se, também, por 
recursos visuais, a utilização de filmes que servem para ilustrar e complementar as 
aulas, diapositivos que servem para mostrar figuras ou tabelas complicadas de desenhar 
no quadro, servindo de base para discussão com os alunos e a utilização de modelos que 
servem para mostrar objetos em três dimensões: materiais como massa de modelagem, 
arames coloridos e contas de plástico, servem, como por exemplo: para montar 
representações das fases de desenvolvimento embrionário, síntese protéica, divisão 
celular e etc. 
Um outro modo de se aplicar o conteúdo da disciplina é a comunicação escrita 
que é feita basicamente através do livro didático, pois: 
 
O livro didático tradicionalmente tem tido, no ensino de biologia, um papel 
de importância, tanto na determinação do conteúdo dos cursos como na 
determinação da metodologia usada em sala de aula, sempre no sentido de 
valorizar um ensino informativo e teórico. (Krasilchik,2004 p65) 
 
A utilização do livro não deve ser restrita a apenas como uma única fonte de 
informações, mas, também, como base para discussões em sala de aula, cabendo ao 
professor desenvolver a capacidade critica e avaliativa a partir da leitura dos textos. 
 
A leitura do mundo precede a leitura da palavra, daí que a posterior leitura 
desta não possa prescindir da continuidade da leitura daquele. Linguagem e 
realidade se prendem dinamicamente. A compreensão do texto a ser 
alcançada por sua leitura critica implica a percepção das relações entre o 
texto e o contexto. (Freire, 2003 p11). 
 
Ensinar os alunos a identificar no texto idéias principais e reescreve-las com 
suas palavras, faz com que o aluno tenha uma melhor compreensão da matéria e 
desenvolva a parte escrita além da leitura. Um outro modo de se compreender o que se 
lê, é a utilização de analogias, buscando relaciona-las com o conteúdo abordado no 
livro; segundo Bachelard (1996), o uso deste tipo de linguagem correlacionada com as 
concepções prévias dos alunos que tendem a induzir a formação/reforço de obstáculos 
como, por exemplo: o substancialismo e o animismo. 
Os livros são organizados para apresentar uma disciplina a leitores principiantes, 
sendo que somente a sua leitura torna-se insuficiente para dar aos alunos a idéia de 
como realmente são as coisas, como os biólogos as apresentam. 
A questão da linguagem em sala de aula envolve a capacidade dos educandos de 
pensar e formar conceitos, eles devem ter se familiarizado com a leitura dos textos, com 
a lingüística e com os estilos de apresentação da biologia. É necessário também 
desenvolver o uso de linguagens simbólicas como, por exemplo: expressões 
matemáticas, equações químicas, fórmulas cromossômicas, modelos de sistemas 
ecológicos etc. Torna-se também de grande importância a capacidade de compreender, 
construir e interpretar tabelas e gráficos de vários tipos, incluindo desse modo, o 
conhecimento necessário para passar de um tipo de linguagem a outro e selecionar a 
melhor forma de representar em cada caso. 
 
A memorização mecânica da descrição do objeto não se constitui em 
conhecimento do objeto. Por isso é que a leitura de um texto, tomado como 
pura descrição de um objeto é feita no sentido de memorizá-la, nem é real a 
leitura, nem dela, portanto resulta o conhecimento do objeto de que o texto 
fala. (Freire, 2003 p17). 
 
Todos esses métodos são úteis para o fornecimento de um ensino de qualidade e 
principalmente levando ao interesses do aluno, no entanto, deve ser reforçado que o 
estímulo para a aprendizagem da biologia não pode se limitar à escola, concordamos 
com Jordão (1998), quando diz que os grandes avanços da ciência, especialmente na 
área biológica, sempre ocorreram após a descoberta de novas tecnologias e o 
desenvolvimento de novos instrumentos e metodologias de investigação. 
 
 
 CONCLUSÃO: 
 
 
Neste trabalho objetivamos mostrar as diferentes formas de se abordar a 
Biologia em sala de aula de modo a instigar o interesse dos alunos e fazer com que os 
mesmos compreendam o que se passa em sala. Notou-se que há muitas dificuldades em 
termos de estrutura física, problemas de ordem administrativa, baixos salários os quais 
desmotivam tanto os docentes como os discentes. Entretanto pudemos verificar que 
apesar dessas situações, há meios de se estimular os alunos complementando o conteúdo 
que é passado no quadro utilizando-se de outros recursos como: audiovisuais, a leitura, 
e escrita e discussões entre outros tantos abordados. 
Por fim, pudemos observar que cabe ao professor buscar estes meios e aplica-los 
em sala de aula fazendo com que os alunos busquem interesse e motivação para 
estudarem alcançando o entendimento da Biologia e compreenderem o seu uso em sua 
vida cotidiana. 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: 
 
 
 
 
KRASILCHIK, Myriam, Prática de Ensino de Biologia, 4ª Edição, Editora USP, São 
Paulo, 2004 
 
FREIRE, Paulo , A Importância do Ato de Ler: em três artigos que se completam, 45ª 
Edição, Editora Cortez, São Paulo, 2003 
 
DELVAL, Juan, Aprender na Vida e Aprender na Escola, Editora Artmed, Porto 
Alegre, 2001.