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Conselho de classe, reuniões pedagógicas, formação continuada, planejamento, acompanhamento e avaliação · Conselho de classe É uma discussão coletiva onde são apontadas as dificuldades dos alunos, professores e instituição de ensino na busca por melhorias. Definição Conselho de Classe é uma reunião avaliativa em que diversos especialistas envolvidos no processo ensino-aprendizagem discutem acerca da aprendizagem dos alunos, o desempenho dos docentes, os resultados das estratégias de ensino empregadas, a adequação da organização curricular e outros aspectos referentes a esse processo, a fim de avaliá-lo coletivamente, mediante diversos pontos de vista. Objetivos O Conselho de Classe é uma oportunidade de reunir os professores com o objetivo de refletir sobre a aprendizagem dos alunos e o processo de ensino. Seu objetivo é favorecer uma avaliação mais completa do estudante e do próprio trabalho docente, proporcionando um espaço de reflexão sobre o trabalho que está sendo realizado e possibilitando a tomada de decisão para um novo fazer pedagógico, favorecendo mudanças para estratégias mais adequadas à aprendizagem de cada turma e/ou aluno. No Conselho de Classe, mais do que decidir se os alunos serão aprovados ou não, objetiva-se encontrar os pontos de dificuldade tanto dos alunos quanto da própria instituição de ensino na figura de seus professores e organização escolar. Nele deve haver uma discussão coletiva onde serão apontadas dificuldades de alunos, professores e instituição de ensino, a fim de buscar melhorias para o processo ensino-aprendizagem. Ele é um espaço democrático de construção de alternativas para o desenvolvimento da instituição de ensino e das estratégias para o atendimento aos que nela estudam. O Conselho de Classe, enquanto instrumento de avaliação, requer que os alunos estejam sendo constantemente observados pelos professores e demais especialistas que compõem os profissionais da instituição de ensino. Para isso, a avaliação deve ser cotidiana, pois todo o dia, toda a semana, até o final do semestre ou ano, cada aluno deve estar sendo percebido pelos professores que trabalham com ele. Ao observar, diagnosticar e registrar, saberes estão sendo extraídos sobre cada aluno de forma a enquadrá-lo dentro de uma determinada categoria de desenvolvimento que define alvos a serem alcançados por todos. A equipe pedagógica deve ter em mente os alvos educacionais a serem desenvolvidos e avaliados no processo de aprendizagem dos alunos. Esses alvos devem abranger atitudes de participação, respeito e responsabilidade; construção de conhecimento e apreensão de conteúdos e conceitos; e formação do caráter e da cidadania. Nesta prática avaliativa, cada aluno deve ser visto individualmente, em suas singularidades de comportamentos, aprendizagens e histórias particulares. O Conselho de Classe, para cumprir sua função, exige dos professores um olhar cotidiano detalhado sobre cada indivíduo para que, durante a reunião, possam contar, explicar, lembrar e definir, a partir daquilo que observaram e obtiveram como informação sobre a aprendizagem, o desenvolvimento e a história de vida de cada aluno, assim como o tipo de progressão adequada para cada um deles. A equipe pedagógica deve ter em mente que o processo de avaliar possui, basicamente, três passos: • Conhecer o nível de desempenho inicial do aluno (constatação da realidade); • Analisar o progresso do aluno comparando seu nível inicial de desempenho com o nível atual, considerando o que é essencial e importante de ser aprendido e desenvolvido ao longo do processo educativo (qualificação da aprendizagem); • Tomar decisões que possibilitem atingir os resultados esperados. Fundamendal é ter consciência de que só se pode avaliar o que foi ensinado e que a evolução do aluno, seu progresso entre o nível inicial e atual, é o que importa. Desta forma, é necessário que enquanto os alunos têm seu desenvolvimento avaliado, os professores também reflitam sobre a necessidade de reformular as práticas educativas a fim de levar sugestões para somar às reflexões que serão realizadas durante o Conselho de Classe. Organização Quem participa Professores, orientadores, supervisores e o líder de classe ( representante ou vice-representante). Objetivo Compartilhar informações sobre a classe e sobre cada aluno para embasar a tomada de decisões para a melhoria do processo ensino-aprendizagem. Vantagens • Viabiliza avaliações mais completas sobre a aprendizagem e o desenvolvimento dos alunos; • Facilita a compreensão dos fatos com a exposição de diversos pontos de vista; • Permite a avaliação da eficácia dos métodos utilizados; • Possibilita a análise do currículo; • Promove a troca de ideias para tomada de decisões rumo à melhoria do processo ensino-aprendizagem; • Favorece a integração entre professores. Como planejar Preparar a pauta da reunião listando os itens que precisam ser comentados e discutidos. Todos os participantes devem ter direito à palavra para enriquecer o diagnóstico dos problemas, suas causas e soluções. O que esperar Chegar a um consenso da equipe em relação: • às avaliações de desenvolvimento dos alunos, considerando as singularidades de comportamentos, aprendizagens e histórias de vida de cada um; • às intervenções necessárias para melhorar o processo ensino-aprendizagem das turmas e dos alunos, individualmente. Resultado • Promover uma visão mais correta, adequada e abrangente do papel da avaliação no processo ensino-aprendizagem; • Valorizar a observação do progresso individual dos alunos aula a aula, bem como seu comportamento cognitivo, afetivo e social durante as aulas; • Reconhecer o valor da história de vida dos alunos, tanto no que se refere a seu passado distante quanto próximo (período a ser avaliado); • Incentivar a auto-análise e auto-avaliação dos profissionais de ensino; • Prever mudanças tanto na prática diária de cada docente como também no currículo e na dinâmica escolar, sempre que necessário; • Traçar metas para que as mudanças sugeridas sejam efetivamente realizadas. Reuniões Pedagógicas Dicas para realizar reuniões pedagógicas eficientes Quando se faz um caminho pela primeira vez é comum achá-lo mais longo na ida do que na volta. O novo tem os seus encantos, mas também exige mais do cérebro. É, afinal, um novo percurso a ser mapeado, com as inúmeras informações e emoções associadas às descobertas. Não é à toa que o planejamento tem sido uma etapa cada vez mais valorizada em todas as áreas. Afinal, planejar é assumir a responsabilidade de prover os meios para realizar os planos traçados. Na escola, uma das mais importantes estratégias de planejamento são as reuniões pedagógicas. O objetivo desses encontros, realizados durante o ano letivo, é professores e coordenadores discutirem e acompanharem o andamento do processo de ensino. Nessas ocasiões são também prestadas orientações e feitos os encaminhamentos dos passos pré-definidos no Projeto Político-Pedagógico (PPP). Reuniões pedagógicas: Encontros Balizadores As reuniões pedagógicas, portanto, são importantes balizadores para o aspecto pedagógico da escola. Contudo, o espaço é riquíssimo também para a equipe gestora. Ouvir as demandas dos professores, compreender de fato como estão ocorrendo os processos, significa obter valiosas informações. E essas os gestores atentos conseguem transformar em mudanças e melhorias para a instituição. Hoje, portanto, a estrela do nosso post é a reunião pedagógica. Para aprofundarmos o assunto, conversamos com a pedagoga Luisa Cadorim Facenda, especialista em Gestão Escolar e mestre em Educação. A sua experiência é vasta. Atua como professora da Faculdade de Educação da Universidade de Passo Fundo (UPF) e da Prefeitura Municipal de Sananduva. E também, atualmente, é Coordenadora Adjunta do Curso de Pedagogia UPF Campus Lagoa Vermelha e do curso de pós-graduação em Supervisão Educacional – FAED – UPF. Reuniões pedagógicas: o que são e quais os seus objetivos A escola deve ser um espaço de formação com dois grandes compromissos.O primeiro é o de atender aos segmentos de ensino propostos, e o segundo é também o de atingir a formação continuada de professores. “As reuniões pedagógicas são espaços privilegiados para a discussão da prática pedagógica. Configuram um ambiente propício para a reflexão, a busca de soluções dos problemas que surgem e para o compartilhamento de novas metodologias de ensino”, detalha Luisa. Importante espaço de atuação da coordenação pedagógica De acordo com a especialista, as reuniões pedagógicas constituem-se como um dos principais espaços em que o coordenador poderá atuar em sua totalidade. “Representam um leque de oportunidades para a formação continuada e o desenvolvimento das relações interpessoais”, avalia. “Se bem planejados, esses encontros podem ser fortes aliados no trabalho do coordenador junto aos professores no ambiente escolar.” A excelência da reunião depende da qualidade de participação Ter os objetivos de uma reunião pedagógica bem definidos é fundamental. Porém, eles não são alcançados de fato quando os envolvidos cumprem um papel meramente formal. Portanto, se a participação acontece apenas por ser obrigatória, tem algo errado. A equipe técnica da escola precisa repensar esse espaço e deixá-lo interessante. O que se espera é que os participantes vejam nas reuniões pedagógicas uma oportunidade para crescimento. Isso vale para os professores e também para os gestores e os coordenadores pedagógicos, principais responsáveis pelo planejamento e pela execução das reuniões. Reuniões pedagógicas: participantes e periodicidade Quem participa das reuniões pedagógicas Professores da escola e equipe gestora: direção, vice-direção e coordenação pedagógica. Periodicidade dos encontros A organização da rotina nas reuniões pedagógicas deve ser analisada e feita de acordo com a realidade de cada comunidade. “Não existe um modelo certo de rotina para essas reuniões. Antes, estas precisam ter como base a necessidade da reflexão e os anseios dos professores”, esclarece Luisa. Ela reforça que os encontros devem variar de acordo com os objetivos que se pretende atingir: “Isso é o que diferencia uma reunião da outra.” E qual o segredo para uma reunião pedagógica bem-sucedida? Segundo a especialista em Gestão Escolar, está na elaboração das pautas e na organização: “Quando bem planejado, o encontro sempre representa um avanço sobre o anterior.” Isso significa que a reunião pedagógica deve ser pautada por metas sempre atualizadas. “Elas garantem a realização de ações encadeadas para melhorar a escola como um todo”, resume Luisa. Dicas da Luisa para realizar reuniões pedagógicas interessantes e produtivas – O coordenador pedagógico deve organizar uma pauta considerando o tempo do encontro e distribuindo as atividades de acordo com ele. É por meio do planejamento que serão previstos e ordenados aspectos de “como”, “quando” e “para quê” será realizada uma reunião pedagógica. – A pauta deve estar aberta a sugestões e mudanças e ser adequada à realidade de cada reunião. Cabe ao coordenador pedagógico planejar o tema a ser estudado – com base nas necessidades dos professores -, bem como uma tarefa a ser desenvolvida. – Já na reunião, antes de tudo, é importante deixar claro a todos que são uma equipe. E estão ali por um propósito muito relevante: buscar melhorias no desenvolvimento educacional. – O coordenador pedagógico deve assumir a liderança da reunião e, como mediador, fazer intervenções quando necessário. Mas, atenção, o foco dos encontros são os professores. – É fundamental o coordenador abordar aspectos positivos e abrir espaço para que os professores discorram sobre seus bons momentos em sala de aula. Reuniões pedagógicas: planejamento · Como fazer o planejamento das reuniões pedagógicas Um bom planejamento para a realização de uma reunião pedagógica precisa considerar aspectos como finalidade, assunto e tempo. Além disso, a coordenação pedagógica deve fazer uma avaliação do encontro anterior para responder questões como: – houve participação do grupo? – o grupo se envolveu na reunião, contribuiu com ideias? – deixou-se espaço e criou-se estratégias para a participação dos professores? A partir dessa análise, obtém-se indicadores para planejar a próxima reunião. “É interessante, no início do ano, construir um instrumento, um plano, com metas e uma previsão de assuntos diversificados”, recomenda a mestre em Educação Luisa. “As pautas não devem ser repetitivas e é bom evitar gastar muito tempo com problemas burocráticos.” Ao planejar as reuniões o coordenador precisa ter presente que esses momentos são prioritariamente para estudo e reflexão da prática. Incluem-se aí tópicos de planejamento coletivo. “Nas trocas de experiências e ideias, os professores podem desenvolver as melhores estratégias para os objetivos propostos para cada faixa etária e turma”, resume Luisa. · É importante estabelecer metas para cada reunião? Sim “As metas fazem parte do direcionamento, do foco, de um bom planejamento escolar”, acredita a especialista. · Pequeno roteiro para organizar reuniões pedagógicas Na opinião de Luisa, os momentos de uma reunião pedagógica devem ser potencializados por meio de uma pauta formativa. “O objetivo é incentivar os professores a refletirem e avançarem em suas aprendizagens enquanto sujeitos responsáveis pelo ensino em sala de aula”, pondera. Veja a seguir algumas sugestões da especialista. São estratégias para a construção e execução da pauta. – mapear necessidades formativas, como: elaborar questionários para os professores, – fazer observações em sala de aula, analisar os resultados dos alunos e indicar os conteúdos mais críticos na aprendizagem. Eles podem ser os mais vulneráveis na formação do docente; – definir o objetivo do encontro; – estabelecer até onde se espera que os participantes avancem, quais materiais serão necessários e o espaço; – elaborar uma sequência de atividades que ajudem os participantes a avançarem no seu conhecimento sobre o que está sendo discutido. Não cabe, porém, preparar uma aula expositiva sobre os conteúdos propostos; · Na reunião Já no momento da realização de uma reunião pedagógica, as sugestões são: – inicialmente apresentar a pauta e os objetivos da reunião; – em seguida, promover um momento cultural. Pode-se escolher um vídeo inspirador ou uma música com mensagem significativa, apropriada para ocasião, ler um poema etc; – retomar brevemente as decisões da reunião pedagógica anterior para uma avaliação coletiva; – traçar momentos de reflexão para propiciar a ampliação do assunto proposto para o encontro. Importante: cabe ao coordenador propor questões que levem às reflexões que deseja promover; – tematizar a prática de sala de aula, utilizando, por exemplo, trechos de vídeos de uma aula ou registros escritos bem detalhados. A ideia é que possam provocar reflexões. É preciso também pensar as pausas estratégicas para chamar a atenção do grupo para pontos relevantes, de acordo com o conteúdo da formação. Por exemplo: a natureza dos conteúdos, os processos pelos quais os alunos aprendem e os procedimentos usados pelos professores para ensiná-los; – reorganizar os saberes e sintetizar as aprendizagens. É preciso sistematizar as ideias discutidas durante a reunião com encaminhamentos que ajudem a levar para a prática os debates feitos no encontro; – ouvir reivindicações de colegas professores; – definir horário e data da próxima reunião com o grupo; – realizar um instante final de relaxamento e de oportunidade para confraternização. E, claro, providenciar um cafezinho com bolo para todos. · Registro e história A elaboração formal das pautas das reuniões pedagógicas tem ainda outra grande missão: documentar. Sendo assim, padronizar os registros das reuniões, desde o planejamento até o relatório final, além de facilitar, organizar e agilizar o processo, viabiliza o arquivamento. Guardar adequadamente esses documentos contribui na construção da memória coletiva da escola. E, ainda, será material de apoio e pesquisa para os próximos coordenadorespedagógicos que virão. É também muito importante o coordenador observar como se dá o andamento da reunião e anotar as suas impressões. Esse cuidado contribuirá para a construção da pauta das próximas reuniões. Analisar e comparar a reunião que foi planejada e a que aconteceu de fato fornece indicativos valiosos. O resultado mostrará se o trabalho está no caminho certo e apontará os pontos a serem melhorados. Parar, pensar, planejar, executar, observar e comparar. Verbos que são verdadeiras pérolas para qualquer equipe gestora, em todos os segmentos. Sendo assim, não devemos esquecer que registros claros, coerentes e objetivos permitem capturar, em relicário, a história. E recontá-la, interpretá-la, ressignificá-la é papel de qualquer cidadão. Para os trabalhadores da educação é uma afortunada obrigação. Reuniões pedagógicas: CINCO TÓPICOS PARA TER SEMPRE EM MENTE 1 – As reuniões pedagógicas são um dos principais espaços na escola em que o coordenador poderá atuar em sua totalidade. Representam um leque de oportunidades para a formação continuada e o desenvolvimento das relações interpessoais. 2 – O planejamento de uma reunião pedagógica precisa considerar aspectos como finalidade, assunto e tempo. E sempre deve prever espaço para o grupo avaliar o encontro. Esta é mais uma forma de escutar e valorizar os professores, bem como de subsidiar a coordenação pedagógica para o constante aperfeiçoamento dos encontros. 3 – A elaboração formal das pautas das reuniões pedagógicas garante encontros interessantes e produtivos. Além disso, viabiliza e sistematiza a sua documentação e arquivamento, contribuindo na construção da memória coletiva da escola. 4 – O coordenador pedagógico deve assumir a liderança da reunião e, como mediador, fazer intervenções quando necessário. Mas, atenção, o foco dos encontros são os professores. 5 – Ter quorum não é sinônimo de reunião pedagógica produtiva. E sim um encontro bem planejado, com pauta interessante e enriquecedora, executado com profissionalismo e empatia, dando voz a todos.
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