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RELATO DE EXPERIÊNCIA
Eu, Roberta Kelly, iniciei minha vida acadêmica em 2012 no curso Licenciatura em Matemática no campus Vitória, e no decorrer do curso fui inserida no PIBID, Projeto Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência, a partir desse momento percebi que amava o espaço escolar e que a licenciatura é o que realmente queria. 
Esse projeto, PIBID, foi muito importante para mim, mas percebi que estava no curso errado, e uma das minhas motivações na mudança de curso foi a professora Fernanda Zanetti Beccalli, professora em que me espelho sempre, ela sempre nos reafirmava que em tudo o que fizermos que seja com qualidade e amor, então fiz a mudança de curso e percebi que agora sim estou no curso certo. 
Gostei muito do curso de Letras, apesar de algumas dificuldades encontradas, pois ainda me falta segurança em determinados assuntos, que não me são atrativos, por exemplo, trabalhar com Literatura. Confesso que dar aulas de Literatura está sendo minha superação, pois planejar uma aula com atividades de um assunto no qual não gostamos muito se torna um pouco complicado. 
Tenho muito mais afinidade e facilidade em trabalhar com gramática, mas mesmo assim ao ministrar aulas de Literatura procurei sempre fazer o melhor, buscar algo que chamaria atenção do aluno, que fosse atrativo para eles. E confesso que gostei muito do retorno que os alunos apresentaram. 
Contudo, enquanto licencianda do curso de Letras – Português do Instituto Federal do Espírito Santo, percebo que tenho muito a estudar e aprender. Agradeço a todos os professores que nos ensinaram e incentivaram durante todo o curso e os que ainda fazem esse trabalho de motivação e instrução. 
O Estágio Supervisionado I foi muito importante na minha formação acadêmica, pois permitiu que estivesse com um contato maior com o espaço escolar, que foi por meio de observações, de participação e da regência, assim me fez refletir e vislumbrar futuras ações pedagógicas.  
O Estágio II, da mesma forma, contribui muito em meu crescimento, amei trabalhar com o ensino médio, mas com certeza ter passado primeiro no Estágio I, me possibilitou mais segurança e vontade de elaborar atividades e aulas diversificadas. 
Contudo, nossa formação tornar-se-á mais significativa quando essas experiências forem socializadas em sua sala de aula com seus colegas, produzindo discussão, possibilitando uma reflexão crítica, construindo a sua identidade e lançando, dessa forma, “um novo olhar sobre o ensino, a aprendizagem [e] a função do educador” (PASSERINI, 2007, p. 32). Para que esse estágio pudesse ser concretizado, fora necessário a participação de várias pessoas, tivemos os professores orientadores da disciplina, que desde o início estiveram conosco, nos conduzindo em meio às muitas dúvidas que foram surgindo, para que pudéssemos compreender os vários aspectos que tangem a formação docente; aos professores regentes; além dos nossos queridos e estimados alunos, que tanto colaboraram para que a execução das aulas de regência pudesse ser fluída e também a todos os outros sujeitos envolvidos nesse órgão que é a escola. 
O Estágio Supervisionado III, coordenado pela professora Fernanda B. F. de Araújo, direciona-se ao público do Proeja, trabalhando com alunos que já haviam concluído o Ensino Fundamental. Somos seis estagiários e fomos divididos em duplas e ministramos aulas de Língua Portuguesa para a turma de técnico em segurança do trabalho. 
A expectativa desse estágio foi em lecionar aulas de Língua Portuguesa e Literatura, estabelecendo relação da matéria com um tema transversal que foi estabelecido pelo coordenador. 
O estágio foi previamente dividido em três temas, sobre os quais, por conseguinte, seis estagiários iriam trabalhar. O meu tema, juntamente com Vanderly, foi “educação ambiental: preservação do meio ambiente”. E apesar de trabalhar com o esse tema transversal tive que ter toda uma preocupação na elaboração das aulas, pois na sala havia uma aluna com deficiência visual e daí comecei a me questionar: Como elaborar aulas voltadas para essa aluna? Não poderia deixar essa aluna de lado, apesar de ser a minoria. Minha inquietação enquanto professora veio nessa hora, pois durante minha experiência pibidiana convivi com outros pibidianos relatando descasos de professores para com seus alunos com necessidades especiais, o docente simplesmente deixava o aluno de lado, e quando passava alguma atividade essa era totalmente diferente da que ele aplicava para toda turma e ainda falava que aquele aluno não era problema dele, que a carga horária era pequena para dar conta de tudo. E eu não me conformava com aquela situação.
 O primeiro estagiário a lecionar foi Marcos, com o projeto “direitos humanos – direitos fundamentais do homem”. A segunda estagiária a ministrar foi Karla que deu continuidade com esse tema transversal. A terceira a lecionar foi eu. Sendo assim, no meu primeiro dia como professora me apresentei e comecei a conversar com a turma sobre “O que era um cordel” e se eles já tiveram contato com o mesmo, levei alguns exemplares para a sala para que eles tivessem contato e então apresentei um vídeo e comecei a explicar sobre o Cordel e sua origem. Como minha aula era bem expositiva tive a preocupação de elaborar um material em pdf com todo o conteúdo e atividades para a aluna com deficiência visual, pois ela tinha um programa em seu computador que transformava a aula em áudios, assim ela pôde participar e aprender juntamente com toda a turma e sua participação em minhas aulas foi muito significativa e importante.
Na segunda aula expliquei a parte da métrica e rimas com exemplificações no quadro e passei uma atividade que consistia na elaboração de um cordel a partir da história de vida contada por eles mesmos, que aconteceu em uma aula anterior, que foi a aula de Karla. E na terceira aula expliquei sobre Xilogravura, o que era, a fim de que os alunos produzissem a capa do cordel. A última aula era germinada com a aula da minha dupla, Vanderly. Nesse dia trabalhamos com o tema transversal que era sobre Educação Ambiental. Primeiro passamos uma curta metragem “Ilha das Flores” a fim de levantar discussões para um debate, ao final passamos uma atividade para que eles falassem do vídeo que fora apresentado para eles.  
Em seguida Vanderly deu continuidade. E Jaqueline e Michele, que logo após Roberta, trabalharam com o tema Relações Étnicos-Raciais. 
Na nossa primeira reunião, Fernanda nos passou alguns informes, falou um pouco da turma, dos horários, da pontualidade e nos passou o calendário de estágio, contendo dias e datas das aulas de cada estagiário. Nos orientou a aproveitar bastante o horário das aulas para apresentar o conteúdo, que eram poucas, fazendo com que os alunos colocassem em prática o que foi ensinado e discutido em sala de aula. 
O Estágio Supervisionado III foi uma oportunidade singular e única de conhecer o público do Proeja e de saber lidar com as necessidades especiais particulares de cada um, confesso que esperava outro público, pois percebi no primeiro contato a juvenalização do Proeja e as dificuldades que o professor encontra a cada turma trabalhada. 
Além disso, uma coisa que me surpreendeu foi a vontade em aprender e participação nas aulas da aluna com deficiência visual e a dos outros alunos, mesmo havendo conversas paralelas. Tratava-se de um público mesclado com jovens e adultos, por isso acredito que esse seria o motivo das conversas. Mas mesmo assim dava para ver o interesse deles durante as aulas, pois aquela era a oportunidade única para eles em aprenderem. 
Nessa minha terceira experiência como estagiária tive uma excelente convivência com os alunos, com os outros estagiários e com a coordenadora. Pude aprimorar minha vivência com o público do Proeja como professora, reafirmando meu interesse de ensinar e aprender cada vez mais, independentemente do público a ser trabalhado. E pude aprender muito com esses alunos, principalmente com a aluna com deficiência visual, a história de vida dela foi uma lição única, um aprendizadomuito grande para cada um de nós. Não podemos subestimar nenhum aluno, a vontade em aprender e o conhecimento de mundo que traz consigo é muito grande. O aprendizado foi todo meu, sei que é difícil trabalhar com uma turma heterogênea, mas isso não impossibilita de fazer o nosso trabalho da melhor maneira possível, não posso abandonar o aluno e retirar seu direito de aprender e avançar pelo simples pensar que ele não é capaz.
Gostei muito em ministrar aulas para o Proeja, me senti realizada, aprendizado único. E isso me motivou a querer trabalhar com esse público, pois ainda temos profissionais que não se importam ou deixam de lado esses alunos, pelo fato de que as turmas são heterogêneas e lotadas, pelo salário baixo e que não darão conta de tudo mesmo, sempre deixando esses de lado.
Enfim, por meio desse projeto os discentes tiveram acesso, elaboraram e reconstruíram saberes que contribuíram para a humanização e a emancipação do ser humano. 
A experiência vivida nesse período de observação e regência e com o intercâmbio entre a Língua Portuguesa e a Educação Ambiental colaboraram na participação dos alunos, em que contribuíram com seus conhecimentos prévios enriquecendo todas as aulas. Como afirma Cosme (2011, p. 27 apud OLIVEIRA, E. C., 2004, p.1): 
[...] com suas histórias de vida, que reúnem marcas identitárias semelhantes e ao mesmo tempo singulares, é como se esses sujeitos educandos e educadores compartilhasse, na relação pedagógica, o encontro de diversas experiências: o encontro da desigualdade de oportunidades; da negação do direito à educação e à formação; o encontro das jornadas duplas ou triplas de trabalho; o encontro do desemprego ou do subemprego; das lutas na cidade e no campo por uma educação de qualidade; e, consequentemente, o encontro da luta pela afirmação do direito na busca de construção de um projeto apropriado aos diferentes segmentos marginalizados a quem a EJA se destina[...]. 
Contudo, o papel do professor é mediar o saber e proporcionar experiências. Deste modo, todos ganham e partilham conhecimentos. 
REFERÊNCIAS
COSME, Gerliane Martins. EJA e seu processo de (re)construção: aprendendo com a própria história. In: FREITAS, Rony C. O.; JORDANE, Alex; SCHIMIDT, Marcelo Q.; PAIVA, Maria Auxiliadora Vilela (orgs.) Repensando o Proeja: concepções para a formação de educadores. Vitória, Ifes, 2011. 
PASSERINI, G. A. O estágio supervisionado na formação inicial de professores de matemática na ótica de estudantes do curso de licenciatura em matemática da UEL. 121f. Dissertação (Mestrado em Ensino de Ciências e Educação Matemática) – Universidade Estadual de Londrina. Londrina: UEL, 2007.

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