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SUMÁRIO
31 INTRODUÇÃO
42 DESENVOLVIMENTO
83 CONCLUSÃO
9REFERÊNCIAS
1 INTRODUÇÃO
A Sociedade brasileira abriga em sua ampla história, o surgimento da educação. Dentro da história da educação, por sua vez, fizeram-se presentes fatores que direta ou indiretamente influenciaram para que houvesse uma considerável modificação na perspectiva com que são vistos o valor da educação e o valor do professor em sua realidade. 
O presente trabalho tem como finalidade principal estabelecer reflexões a respeito da compreensão do papel do profissional da educação juntamente à escola na sociedade brasileira, bem como sua influência e significado no contexto de tal sociedade, no sentido de construir uma sociedade mais próxima da justiça e da democracia. 
Para que se cumpra tal objetivo, tal trabalho dispõe-se a proporcionar respostas a questionamentos a respeito de pontos como a perspectiva aplicada sobre a profissão de professor pelos indivíduos de maneira geral na sociedade, o papel do professor para contribuir na humanização dos cidadãos por meio de um ensino relacionado tanto à ética quanto à política, e, finalmente, medidas que podem ser tomadas pelo Estado, bem como pela própria sociedade, para que haja uma maior valorização do exercício dessa profissão.
2 DESENVOLVIMENTO
A finalidade da atuação do professor, com base na necessidade que deu origem à profissão em sala de aula, é a de ser o transmissor do conhecimento. Atualmente, porém, os objetivos da educação e do professor em uma sociedade vêm sendo direcionados tanto para a formação teórica dos alunos por meio das áreas do conhecimento, quanto para a formação de cidadão éticos, dignos, conscientes, justos, dentre outros atributos incluídos em um vasto grupo de qualidades cuja manifestação a escola deve auxiliar a desenvolver. 
Percebe-se, então, que o professor assume papéis que vão muito além da simples instrução de conteúdos, e passam a entrar em um campo muito mais amplo: o da responsabilidade social. A visão que a sociedade tem sobre o profissional ultrapassa o setor de formação teórica e abrange a emancipação social dos indivíduos. Segundo Aranha (1996, p. 21): "O papel de todos os educadores não é somente de transmitir o patrimônio cultural, mas também de participar da formação do homem e do cidadão". 
Para que seja possível a formação de cidadãos mais éticos, deve-se considerar que o profissional formador, ou seja, o professor - agente pelo qual perpassa o processo de consolidação da grande maioria das profissões da realidade contemporânea - esteja também atuando inserido na perspectiva da ética e da coerência. 
Para Araújo (2003), a educação atual se manifesta com base em dois objetivos centrais, a saber: a instrução e a formação ética. A instrução, na perspectiva do autor, trata-se de repassar o conhecimento construído ao longo da história da humanidade, onde se incluem as ciências humanas, ciências da natureza e as demais ciências que são ensinadas aos alunos nas escolas. Já a formação ética é
[...] a busca pelo desenvolvimento de aspectos que dêem aos jovens e às crianças as condições físicas, psíquicas, cognitivas e culturais necessárias para uma vida pessoal digna e saudável e para poderem exercer e participar efetivamente da vida política e da vida pública da sociedade, de forma crítica e autônoma. (ARAÚJO, 2003, p. 31)
A aceitação de tal ideia nos leva a refletir a respeito visão que tem a sociedade sobre o professor e a escola, sociedade essa que espera e cobra do profissional que atue com responsabilidade para cumprir sua função. Vários são os fatores que levam um indivíduo a seguir a carreira de profissional da educação, sejam eles econômicos, culturais, familiares ou outros. Com base nisso, cabe primeiramente ao professor, levantar consigo mesmo o questionamento: ele se encontra atuando com o propósito de concretizar intervenções e mudanças no âmbito social por meio da formação dos alunos, ou não? 
Para que atue dentro destes parâmetros, o professor deve propor-se a incutir nos estudantes uma visão crítica e analítica, de maneira que estes possam, em relação a tudo que captam quanto experiências e conhecimentos, levantar questionamentos, construir pensamentos, detectar erros, incoerências e disparidades, bem como propor e concretizar intervenções para atenuar tais adversidades. O professor, desta forma, tem o importante papel não só de repassar o conhecimento, mas também a ética, a moral e a consciência para que os futuros profissionais possam construir uma sociedade mais justa e democrática. 
Entretanto, ao mesmo tempo em que há a objetivação desta visão emancipadora sobre a educação e a figura do professor, nota-se, já não de hoje, a existência de uma crise dos profissionais da educação, o que tornou mais forte e evidente a desvalorização dessa classe. Tal crise se dá, entre outros motivos, pela obsoleta construção da educação brasileira no século XIX, que foi bastante retardada no que diz respeito principalmente ao ensino fundamental, principalmente quando comparada a outros países.
Apesar de possuir origens no século passado, tal crise ainda não foi completamente atenuada. Ao contrário, continua gerando consequências e mazelas que influenciam toda a atuação dos profissionais da educação no ambiente da sala de aula. O Brasil é um país que até os dias atuais não conseguiu erradicar completamente o analfabetismo, o que faz – juntamente a outros fatores – com que haja certo atraso na evolução da educação brasileira, que se encontra, por vezes, ainda presa à tentativa de resolução de problemas básicos na educação, como o que foi citado.
Além dos desafios básicos ainda não completamente resolvidos, outras consequências que atingem e dificultam uma atuação ideal da educação para seu propósito são as que afetam diretamente o professor, como, por exemplo, as condições dos salários em desproporcionalidade com as condições de trabalho, o desgaste físico e mental, a estrutura física das escolas e as dificuldades na qualificação do profissional da educação. Tais condições acabam, em alguns casos, frustrando o exercício da função de alguns profissionais, que sentem a dificuldade de fazer a separação entre profissão e vida privada, vez que, sendo essa também uma responsabilidade social, para além da sala de aula, faz com que, para que cumpra com integridade seu dever, trabalhe dentro e fora do ambiente escolar.
[...] professores se engajam a fundo num trabalho que chega a tomar tempo considerável, até mesmo invadindo sua vida particular, as noites, os fins de semana, sem falar das atividades de duração mais longa, como cursos de aperfeiçoamento, de formação específica, atividades para escolares ou sindicais, das associações profissionais, dos clubes esportivos para jovens, etc. (TARDIF e LESSARD, 2007, p. 113)
Através dessa perspectiva, percebe-se que as condições que norteiam a profissão dos docentes podem levar ao afastamento do ambiente escolar, o que faz com que haja uma quebra na expectativa de melhoria social e de construção ética. Nesse sentido, o profissional da educação carece de maior amparo e de certas modificações em âmbitos estruturais, estratégicos, econômicos, dentre outros. Sendo esse amparo realizado, haverá situação mais propícia para a qualificação do professor. Segundo Libâneo (2000, p. 83), “A formação de qualidade dos alunos depende da formação dos professores”.
A melhoria sob estes diversos aspectos no campo de atuação docente – sendo fator que possibilita melhor exercício da profissão – proporciona o reconhecimento e identificação da classe com os princípios que foram historicamente estabelecidos como os objetivos centrais da educação (a instrução e a formação ética). Por consequência, faz possível a ideal transmissão dos valores éticos, políticos, críticos, questionadores e intervencionistas aos estudantes – futuros profissionais - na sociedade brasileira, cumprindo o papel que a sociedade espera que seja posto em prática pelo profissional educador.
Para tanto, faz-se necessáriaa adoção de certas medidas, tanto por parte da sociedade quanto por parte do Estado. O papel da sociedade, principalmente no que diz respeito à família, é de se manter ativa e próxima ao aluno, participando também das atividades proporcionadas pelo ambiente escolar, no sentido de ter também o acesso aos valores transmitidos pelo professor, além de acompanhar a qualidade da formação que está sendo dada ao aluno.
O Estado, como força que atua junto à educação na construção da cidadania, deve ser o agente amparador do sistema educacional em todos os setores que engloba. Deve, principalmente, atentar-se às mazelas tangentes ao exercício da profissão docente, e realizar as modificações necessárias nos âmbitos estrutural, econômico, estratégico, etc, afim de possibilitar ao profissional da educação o atingimento de seus objetivos e a construção dos cidadãos e de uma sociedade mais justa e democrática, que reconhece seus direitos e deveres.
3 CONCLUSÃO
Uma boa formação de jovens, vistos como futuros profissionais integradores da sociedade brasileira, está vinculada, sobretudo, a boas condições do sistema educacional, onde se destaca a escola e o professor, sendo os principais agentes não apenas transmissores do conhecimento, mas mediadores entre o indivíduo e a sociedade.
Tal objetivo demanda o uso de uma educação mais humanizada, integradora, preocupada com a dimensão individual, de forma a analisar a fundo a realidade de cada indivíduo que faz uso do sistema educacional, tendo em vista que a sociedade tem como expectativa que a escola e o professor desempenhem tal papel.
No desenvolvimento do presente trabalho, constatou-se que para ocorrer o alcance de tais objetivos, tanto no quesito de formação teórica quando àquela relacionada a valores éticos e políticos, é necessária uma atuação ativa tanto da sociedade quanto do Estado frente às mazelas da educação causadas pela crise que tem raízes na história do desenvolvimento das políticas educacionais de nosso país.
REFERÊNCIAS
ARANHA, M. L. História da Educação. 2ª ed. São Paulo: Moderna. 1996
ARAÚJO, Ulisses Ferreira. Temas transversais e a estratégia de projetos. São Paulo: Moderna, 2003.
LIBÂNEO, J. C. Adeus professor, adeus professora? Novas exigências educacionais e profissão docente. 4ª ed. São Paulo: Cortez, 2000.
TARDIF, M.; LESSARD, C. O trabalho docente: elementos para uma teoria da docência como profissão de interações humanas. Tradução de João Batista Kreuch. 3ª ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2007.
Sistema de Ensino Presencial Conectado
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EDUCAÇÃO E SOCIEDADE:
Reflexões sobre o contexto brasileiro
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Trabalho de produção textual interdisciplinar individual apresentado à Universidade Norte do Paraná - UNOPAR, como requisito parcial para a obtenção de média nas disciplinas de Fundamentos do Processo Educativo no Contexto Histórico-Filosófico, Comunicação e Linguagem e Metodologia Científica.
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