Buscar

Resumos Np2 - Psicologia.

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 25 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 25 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 25 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Resumo de Temáticas de Pesquisa em Psicologia – NP2
-Um trabalho científico deve ser feito com respaldo.
-O quê? É a introdução apresentação do tema (revisão bibliográfica, objetivo, justificativa, hipóteses).
-Como? É o método.
-Para falar de pesquisa social, é preciso falar sobre ciência.
-Quatro saberes dominantes que tomamos como verdade: ciência, filosofia, religião e senso comum. Começamos pelo senso comum (o que faz sentido a todos), introjetamos religiosidade (conhecimento inquestionável), em seguida passamos ao conhecimento filosófico e à ciência.
-O conhecimento filosófico é teórico / dedutivo. As ciências surgiram na filosofia. Lógica formal (indução e dedução) e lógica dialética.
-As ciências estavam dentro da filosofia, com o tempo foram se dissipando e hoje a filosofia é apenas metafísica (além da matéria, física falando de física).
-Ciências naturais: exatas (regidas pela lógica matemática) e biológicas.
-Saímos da filosofia e começamos a falar de ciência.
-Cientificidade: dar roupagem científica a alguns conhecimentos.
-Se somos basicamente objetivos, como pensar subjetivamente?
-Na subjetividade, está inclusa a ideologia (moralidade, política, crenças, fé, ética...). Este é o desafio da pesquisa social. O método é fundamental.
-Tentar buscar circunstâncias de subjetividade.
-Ciência: teoria (conhecimento), método (aplicabilidade) e técnica.
-Fazer ciência e entender que ela tem seus limites.
-Precisamos de uma verdade e chama-la de nossa para viver, sem sermos fanáticos.
-Subjetividade é um elemento. Não deverá ser excluído, mas sim interpretado (transferência, contratransferência).
-Na pesquisa social, a subjetividade é movediça, histórica, ética, moral.
-Somos sócio histórico culturais e devemos olhar o momento e o contexto históricos.
-Cada época possui um sentido e estamos presos a ele. É possível que alguém saia deste sentido (sendo absurdo, sem sentido).
-Foucault fala de relações de poder.
-Nos discursos (fala/conceito), existe ordem.
-O discurso vai mudando de acordo com a época.
-Hoje, o discurso médico é muito influente.
-Discursos viram regra, lei.
-Poder: discurso que ganha força.
-Teoria: sequência lógica de fatos observáveis e evidentes (concretos). É uma proposição científica. Só consigo chamar de objeto científico quando consigo demonstrar na prática (empiricamente).
-Método: o que eu faço com o material. Como?
-Técnica: qualquer instrumento de coleta de informações.
-Ciências têm objeto próprio.
-Pesquisa qualitativa: usar sentido e amostra representativa de subjetividade como elementos.
-Pesquisa quantitativa: precisa de um estudo de frequência (repetição) regulado matematicamente e classifica na normalidade.
Pesquisa social
Quantitativa:
-Existe uma amostra estatística (critério matemático – estatística sustenta – precisa de um estudo de amostragem estatística) para realizar uma tabulação estatística.
-Chego a um resultado através da matemática/estatística. Lidamos com frequência e média.
Qualitativa:
-Lidamos com representação social, imaginário, percepção.
-Existem angústias, dúvidas, singularidade de cada um que vão influenciar na pesquisa.
-Precisamos saber quais as pessoas certas para conseguirmos acessar na maior integridade os conteúdos desejados.
-Toda pesquisa precisa ter um problema.
-Elaborar uma série de questões que supostamente vão nos levar às respostas. As questões são formuladas a partir das nossas dúvidas.
-Não é a média das pessoas, mas sim um espaço de compartilhamento de angústias, dúvidas, valores.
-A intensidade da frequência não faz tanta diferença, mas sim a oposição (duas forças antagônicas, discurso pró e contra).
Pesquisas quantitativa e qualitativa são diferentes no método, mas têm a mesma validade científica. A diferença é metodológica, mas levam ao mesmo resultado.
Projeto de pesquisa (o que – introdução)
-Revisão bibliográfica (tema, problema).
-Objetivo geral.
-Objetivos específicos.
-Justificativa.
-Hipóteses.
Método
-Sujeitos: porta voz do assunto.
-Objeto de estudo: recorte dentro do tema.
-Instrumentos: coleta de dados é a técnica para pegar informações, que varia de acordo com seu sujeito e objeto – observação, entrevista por fontes primárias (quem vive aquilo) ou secundárias (quem escreveu sobre), testes. Análise é um método, orientado por uma teoria, para organizar os dados coletados a partir de uma lógica.
4 pilares das ressalvas éticas:
Resolução 466 e 510 de 7/4/2016
-Autonomia/esclarecimento: a pessoa deve saber como será feita a pesquisa (deve ter claro tudo que vai acontecer) e tem autonomia para decidir se quer ou não a qualquer momento. Termo de livre consentimento esclarecido (TLCE).
-Beneficência: a pessoa deve ter algum tipo de benefício, vantagem (honra, contribuição, emitir opinião, se sentir participativo). Está relacionado a relevância social.
-Não maleficência: sem danos (esclarecemos antes como aquilo pode afetar a pessoa). Garantia e esclarecimento sobre possíveis danos. Sigilo: garantir e preservar determinadas informações.
-Justiça: criar um equilíbrio com as amostras (deve ser justa).
-Aparatos de pesquisa: infraestrutura utilizada (materiais – gravador, caneta).
-Cronograma: apontar o que foi feito.
-Se é uma pesquisa qualitativa, preciso de uma amostra qualitativa.
-Se é uma pesquisa quantitativa, preciso de uma amostra quantitativa.
-A visão de homem da teoria só se expressa na análise.
-Relevância social: efeito direto na sociedade / comunidade.
-Relevância científica/acadêmica: para a ciência, academia.
-Relevância pessoal: pessoa que faz – pesquisador.
-Visão de homem: matriz filosófica; fundamentação epistemológica; linha teórica em que se baseia a pesquisa; o tipo de sujeito – conceito e caracterização do sujeito.
Resumo de Processos Grupais – NP2
1. Fundamentos históricos e epistemológicos das teorias sobre grupos
Pluralidade de teorias (cada teórico com a sua visão/linha à técnicas, exemplo: grupo). S (sujeito que quer conhecer) – (método) O (mundo/objeto) à S-O. A relação da equação epistemológica se transforma mediante a teoria. Existe uma visão de homem e mundo. Histórico: falar de grupo é falar de homem moderno. Psicologia social com Psicologia organizacional, os grupos se encontram. O homem moderno é social (valoriza a convivência social, processos de socialização e identidade) e reflexivo (olha para si mesmo). Quando olha para si mesmo, passa pelo outro, que é o espelho de quem somos. Demanda psicossocial: está dentro do capitalismo industrial, focado na produtividade / tudo relacionado ao contexto.
2. Avaliação dos fenômenos da interação humana
Interação humana: vínculo (P. Riviere), existência, papeis à cada um fala de uma maneira. Promoção de saúde através do trabalho em grupo. Hoje a ideia de grupo é muito mais vivencial, existencial.
3. Técnicas em abordagem vivencial
-Período entre guerras, pós-guerra (2ª Guerra Mundial), houve um período de intensa mobilização existencial (estancar m pensamento reflexivo sobre o que é o homem). Resguarda questão ontológica (o que é o Ser?) e como lidar com o outro (algo estranho). A partir disso se constrói uma cultura de direitos humanos.
-É no grupo que também nos estranhamos (somos semelhantes e, ao mesmo tempo, diferentes).
-Psicologia social responde a mobilização existencial através dos grupos (através dos pequenos grupos).
-Estados Unidos: modelo de produção capitalista industrial, discurso político ideológico da democracia. Divergência de ideias quando o capitalismo propõe produção em massa para consumo em massa (visando lucro/crescimento de estudos sobre massa), com a mais valia (riqueza no bolso de poucos), promovendo desigualdade econômica e social. Ao mesmo tempo, o discurso ideológico democrático propõe direitos, equidade, liberdade.
-A ideia que sustenta o capitalismo é a ideologia neoliberal: ideia de que o indivíduo é responsável pelo seu sucesso, gerando culpabilização e naturalizando este processo (discurso de que a mudança é utópica).
-A Psicologia social começa a fazer uma leitura da Psicologia comoum todo e sabe que tem uma relação intrínseca com os fenômenos sócio históricos.
-Psicologia social psicológica: leitura cognitiva para o social, com foco no indivíduo, imaginando que o grupo é um grande indivíduo (psicologização do grupo). Entendia como o indivíduo era afetado pelo grupo (ainda visão psicologizante). Não tem grande capacidade crítica do sistema, não o combate e nem as suas contradições.
-Na Europa, a Psicologia social sociológica era mantida pelo marxismo dialético, fenomenologia e existencialismo. Não acata o sistema, questiona e diz que a divisão “indivíduo e grupo” não existe, pois somos seres sociais e psicológicos juntos, o tempo todo (dialético). É uma dinâmica nova que surge. Dependendo das forças que se instalam no grupo, o indivíduo pode ser completamente diferente em um, do que em outro. Passa-se a pensar o homem de outra forma, sem a ideia de uma personalidade/subjetividade pronta (eixo fechado), mas sim com forças que contribuem para que ele se comporte de determinada maneira. Não somos nada, mudamos constantemente. O método é dialético (Eu e Social, ao invés de Eu ou Social).
-Auguste Comte (pai do positivismo e da Psicologia social) afirmava que as ciências necessitavam ter um objeto positivo e que a Psicologia jamais seria ciência. Quis fazer uma sociologia científica. Psicologia se pergunta se o indivíduo existe no social, é preciso pensar o vínculo (interação social).
-Na Europa, os ancestrais da Psicologia social: Wundt (Psicologia experimental, 1879, 1º laboratório de Psicologia) constrói a Psicologia cultural, onde afirma que existem fenômenos coletivos muito complexos para irem ao laboratório.
-Émile Durkheim: fenômenos sempre são explicados por fenômenos coletivos (exemplo: suicídio).
-Grupo: ferramenta importante para psicólogos americanos (principalmente) para controle.
-A maneira mais usual é entender como um conjunto de técnicas, mas não é apenas isso.
-Dinâmica de grupo permite que a gente crie (mediante a demanda com a qual estamos trabalhando).
-Dinâmica de grupo como 3 grandes dimensões:
1- Ideologia política (liderança democrática)
-Psicólogo chamado para solução de problemas práticos. A que ou quem servimos? Equipe, produtividade, diretor?
-Envolvimento com capitalismo, produtividade.
-Liderança democrática: saúde no grupo (coparticipação).
2- Conjunto de técnicas
3- Campo de pesquisas
-Indivíduo-grupo-social: grupo como mediação entre o psi e o social (para alguns autores, são processos quase dialéticos, ocorrem juntos, não dá para separar).
-Quando o grupo consegue que os papeis transitem, é sinal de saúde.
-Como foi estruturado.
-Forma de organização, desempenho etc.
-Principais teorias: teoria de campo, sociométrica, psicanalítica, interação.
-Psicogrupo (existe em função da afetividade de seus membros, ex: família) e sociogrupo (existe para uma função/tarefa específica).
-Forças psicológicas no campo:
a) coesão: força de união.
b) coerção: força de pressão.
c) pressão social: questão social que afeta o indivíduo.
d) atração ou repulsão.
e) resistência a mudança: sinalizador de saúde no grupo (para P. Riviere, se o grupo é muito resistente, é doente).
f) Interdependência.
g) equilíbrio.
-Grupo como ferramenta interdisciplinar (antropologia, ciências políticas, pedagogia, esporte, Psicologia etc)
-Definição tradicional – 4 características:
1) foco em pesquisa empírica: passa pela teoria e pela prática.
2) interesse pelos fenômenos psicossociais: interdependência; além da história dos integrantes e da sociedade.
3) aplicabilidade potencial para aprimorar o trabalho.
4) relação com ciências sociais.
-História da Psicologia de grupos:
-1960: centro de Psicologia aplicada no Rio de Janeiro (psicodrama, entre outras técnicas).
-1962: Psicologia reconhecida como ciência.
-Obras de sensibilidade social.
-Extensão para a prática psicológica.
-Grupo? Cada teoria define de acordo com suas bases epistêmicas, mas de modo geral é um conjunto de pessoas:
a) interdependentes e realização de objetivos.
b) relação interpessoal autêntica.
c) criação de vínculos e interação.
d) forças recíprocas.
-Processos de grupo – capitalismo e democracia.
-Co-participação, meio de governo (controle?), depósito de confiança, buscar consenso, incremento de produtividade.
Kurt Lewin
-Kurt Lewin considerado precursor de dinâmicas de grupos.
-Utiliza Gestalt para explicar grupos.
-Abalo da Gestalt com a segunda guerra mundial (a maioria dos teóricos eram judeus e muitos foram para os Estados Unidos).
-Trabalha com microgrupos.
-O eletromagnetismo (causa e efeito, movimento de corpos) traz a ideia de campo de forças (atração e repulsão).
-Kurt Lewin está na Gestalt e também na Psicologia Social.
-Pesquisa-ação: tem por premissa criticar a pesquisa de gabinete, pois a situação artificial do laboratório não permite que as forças se exponham de maneira espontânea. Precisa ser em campo.
-Trabalha com o coletivo.
-Saindo do funcionalismo, em direção a Fenomenologia. Sujeito em paradigma de transição. Isso está na Gestalt e é trazido por Kurt Lewin.
-Crítica a psicologia social, principalmente a psicológica, por desvitalizar o fenômeno do vivido (valorização do que se vive na relação).
-É impossível falar sobre experimentação neutra.
-O acontecimento é algo que se faz e supera a expectativa individual colocada naquilo. O grupo é um acontecimento.
-Herda da Gestalt a concepção de forças de campo e a ideia relativista (não é a somatória de perspectivas individuais, a ideia de relativismo é que vamos agir de acordo com as forças estabelecidas no grupo, não é uma subjetividade fechada, estruturada, imutável).
-Herda da Psicologia cognitiva a ideia de ser humano como ser perceptivo e com estrutura de aprendizagem.
-O grupo não é uma somatória de psicologias individualizadas, mas um conjunto de relações em constante movimento. Vários sujeitos que experimentam as mesmas emoções e constroem uma coesão que permitam-lhe adotar o mesmo comportamento. A força de coesão precisa ser maior.
-Forças de coesão: valência positiva.
-Forças de dispersão: valência negativa.
-O grupo está sempre em espaço de vida vivida. Em todo momento se interrelacionando. O grupo é um espaço de vida. Não são líderes, pertencem a linhas de força de outros grupos. Maiorias só existem com minorias e vice-versa.
-Minoria psicológica: sujeitos que se encontram alheios a seus direitos. Estuda a minoria dos judeus (história de vida dele).
-Coesão é um processo dinâmico.
Sociodrama e psicodrama
-Moreno morou em Viena, quando cursou medicina de 1909 a 1917. Se tornou adepto ao teatro do improviso.
-Moreno - o teatro da espontaneidade.
-Criador do psicodrama.
-Universidade de Viena.
-Movimento do teatro do improviso - passou por essas experiências de vivenciar papéis.
-Dois pilares do psicodrama: espontaneidade e criatividade. Como o grupo pode promover a criatividade e espontaneidade. Tem influência do existencialismo. Espontaneidade e criatividade como forças vitais, saúde é dar vazão a elas, no grupo consegue fazer essa vazão, as duas aparecem.
-Crítica à indústria e modernidade que criam bloqueios para a espontaneidade e criatividade.
-Aprendemos esses itens quando crianças e perdemos com o tempo. A proposta é retomar isso, por isso ele começa como observador infantil.
-Teatro de improviso: espontaneidade, sem roteiro, tem proposta, atores dramatizando temas cotidianos, outros ficam como ego auxiliar. Dramatização em cima de uma ideia/tema: inversão de papéis em psicologia.
-Trabalha em hospital e tenta humanizar a psiquiatria, como Pichon. Nesse universo da loucura há vazão para a criatividade e a espontaneidade.
-Nise da Silveira: arte terapia, museu do inconsciente.
-1921: grande marco das expressões psicodramatistas.
-Alto grau de catarse nos grupos de sociodrama e psicodrama, pois os papéis inflamam.
-Sociometria: ciência que embasa o sociodrama e o psicodrama.
-Teoria dos papéis sociais: em sociedade executamos máscaras sociais, normativo (segue padrão esperado) e roupagem individualizada (“persona” - máscaraspara os gregos servia para se fazerem ouvir), papel social também tem que ser fazer ouvir, tem expectativa social de como a pessoa deve se portar.
-“No princípio, era o grupo. No fim, era o indivíduo”. Essa frase de Moreno enaltece o espaço grupal e individual. Objetivo de conviver em grupo era o desafio do milênio, lidar com diferenças.
-Passar da era da individualidade para a grupalidade.
-Comunidade (década de 60): comunismo; valor da comunidade, grupo; estudo de grupos (terreno para falar de grupos pós Segunda Guerra Mundial, declaração dos direitos humanos).
O grupo (existencialismo)
-“Quando escolho, escolho também pelo outro” – Sartre.
-Referência do outro; coexistencial; existimos a partir do outro.
-Dinâmica de grupo baseada na relação de troca e reciprocidade, dialética (é igual porque é humana e é diferente porque tem desejos, rostos diferentes). Só é na relação com outro: interdependência.
-Visão de homem: “a pedra é, o homem existe”. A pedra não muda a essência, o homem constrói a partir das relações, atualiza sua essência existindo, vivenciando. Essência configurada pela existência.
Dois sentidos: Congruência e incongruência
-(Congruência) Valor ético pensa de uma forma mas o comportamento, expressa de outra forma (incongruência).
-(Incongruência) Não está conseguindo vazar a expressão de acordo com (congruência).
-O jogo de impermanência deve ser olhado, assim como se só ocorre incongruência, pois é um problema.
Visão de homem espontâneo
-Força vital.
-Nasce conosco, inato.
-Espontaneidade, criatividade e sensibilidade.
-Força de ação no mundo que te faz criar algo novo. Autenticidade, fazer algo novo, não seguir a manada. Adequação social por meio da congruência dos papéis sociais.
Papéis sociais
-A vida social reforça ou não a espontaneidade?
-Significado teatral das máscaras, representa atitude pressuposta, mas ao mesmo tempo tem que aprender lidar com um estranho em si mesmo.
Saúde no grupo
-Assumir papel sem se mascarar, sinal de abertura para espontaneidade.
-Personalidade: reunião dos papéis que representamos, é dinâmica, não é acabada.
-Existe a possibilidade de algo novo acontecer, apesar de fazer todo dia a mesma coisa.
-No grupo experiencia, usa teatro para isso. Tem momentos de aquecimento, execução e ego auxiliar.
-Saúde coexistencial.
Três formas de trabalho de Moreno:
-Tratamento terapêutico, trabalho protagonismo, não ser vítima.
1. Psicodrama
2. Sociodrama
3. Psicodrama – terapia
Grupo psicodramático
-Catarse.
-Conserva a cultura, quebrar papéis socialmente estipulados.
-Metodologia de intervenção e investigação.
Técnicas sociometricas:
1. Técnica do duplo
2. Técnica do espelho
3. Técnica da inversão de papéis
Piaget
-Piaget construiu epistemologia genética, desenvolvimento do ciclo vital. Tem obras que trabalham a formação da moral, que passa de encontro com o outro. Não trabalhou diretamente com os grupos, mas sua teoria auxiliou nesse estudo.
-Com o grupo (instauração de princípios morais e éticos), desenvolve-se a inteligência e a consciência.
-Do pensamento egocêntrico, passa a vivência com grupo e pensamento sociocêntrico.
Bales
-Se especializou em interação interpessoal em grupo.
-Enfocou uma análise conceitual da interação (define o grupo como interação social) e a partir dela, deve-se observar 4 etapas: controle experimental (designação de tarefas, tomada de decisão pelo grupo e desempenho de atividades), administração de sentimentos (como se expressam de satisfação ou insatisfação, se aliviam as tensões), desenvolvimento de integração e adaptação (se os elementos procuram se adaptar aos fatores externos que influenciam o grupo).
Festinger
-Contribui com a teoria das atitudes (mudança de atitude, preconceito).
-Viés da Psicologia social psicologizante.
-O grupo leva as pessoas a assumirem posturas e convicções.
-Dissonância (atitude que difere do grupo) ou consonância cognitiva (atitude que o grupo aceita, a tendência é manter)
-Visão adaptativa.
-Teoria da comparação social e facilitação social (Psicologia Social EUA).
-Atitude: comportamento que mantém uma consonância e dura um tempo, que envolve crença, emoção e comportamento.
Bion
-Teoria da emocionalidade.
-4 emoções básicas experimentadas no grupo: combatividade, fuga, parceria e dependência.
Pichon Rivière
-Fundador da escola psicanalítica Argentina.
-Contesta a psiquiatria organicista da época. Diz que não é do sujeito, é das relações.
-Grupo saudável é um grupo que altera os papéis. Se não altera, precisa de uma ressignificação.
-Diz que Freud é o pai do romance familiar (complexo de Édipo).
-Freud paralisa a estrutura psíquica (não sai da posição psicológica para a neurótica). Pichon dialetiza (põe em movimento), dizendo que a relação do grupo que se altera (em um grupo as relações podem ser psicóticas e em outro, neuróticas).
-Os vínculos se forma. No processo de socialização.
-Espiral: retoma modelos, passa pelas mesmas coisas, mas não é mais a mesma pessoa, as relações se alteram. Há a repetição, mas os vínculos não são mais os mesmos. Temos que passar por isso é compreender a mudança.
-Aprendizagem criativa.
-Grupo operativo tem tarefa em comum, precisa de participação criativa e crítica. São relações vinculares operando / em funcionamento.
-Sofre influência da Psicologia social de Kurt Lewin (bode expiatório, líder/coordenador).
-Grupo é um contexto onde se reconstrói e cria significados.
-O sujeito tem que sair do grupo mobilizado. Grupo saudável estimula o círculo de criatividade. Se o grupo é doente, a relação é doente / cristalizado.
-O papel do coordenador é essencial, observa as relações com seus co-pares, propõe estratégias operativas. Criatividade: descobrir o inverso que não havia visto.
-Precisa da participação criativa e crítica.
Resumo de Psicologia Fenomenológica – NP2
Origem das ideias de Boss
-O objeto de estudo não está na busca do passado como conteúdo de sustentação das resistências (crítica a Freud), mas o que continua a motivar (motivação interna, repetição é consequência) a permanência e não o que determina.
-Movimento de escutar, refletir e impor limites para a pessoa. Se sabe que o movimento não é bom, porque continua sem perceber? Resistência a dor, a rejeição, a frustração: vulnerabilidade.
-A ironia é uma das formas mais covardes de expressar o que se sente.
-“...Todos os sintomas patológicos corporais e os chamados psíquicos são sempre privações (de algo que nos é importante) e podem ser compreendidos como reduções de possibilidade de entender uma coisa em toda a sua amplitude e riqueza de conteúdo...”.
-Quando encontro uma resposta, explicação, ficamos em paz. O psicólogo deve ter paciência para as dúvidas, para as respostas não obtidas.
-Critica: cuidado com o olhar simplista que faz analogia com o somático.
-Portanto, não limita explicações de ordem causal e origem, mas o esclarecimento da natureza existencial.
Sua proposta a partir de Heidegger em relação à postura investigativa
-“Exige-se do pesquisados justamente isto, o mais difícil, a passagem do projeto do homem como Ente vivo dotado de razão para ser-homem como dasein (carregado de significados e sentidos – Ser-aí). (...) O deixar (lassen), isto é, aceitar (zulassen) o ente assim como ele se mostra, só se tornará um deixar-ser apropriado se este ser, o dasein, ficar antes constantemente à vista”.
-Muitas vezes interpretamos, e tiramos a chance de a pessoa vivenciar e descobrir os significados para ele mesmo. Assim apresentamos ele, sob nossa ótica, para ele mesmo. Podemos auxiliar com a forma de fazer perguntas, estar aberto, entre outras técnicas.
-“Toda ação humana é motivada por conta de algo reconhecido pela pessoa em questão, e este reconhecimento acontece no estar enganado de uma pessoa, por algum fenômeno que é endereçado a ela”.
-“Os motivos e aquilo em direção ao qual eles são dirigidos são determinados pela tarefa iminente, que é reconhecida e aceita pelo homem de alguma maneira. Estar dirigido a uma tarefa apresenta uma antecipação do futuro e revela-se pelossignificados. Mas não é o homem que atribui os significados a tudo o que está a sua volta, nem é o mundo que determina os significados de tudo (é o homem em uma relação de troca com o mundo e o percebendo e o mundo estabelecendo pressão sobre o homem – assim estabelece sentidos sobre si mesmo). Os significados lhes são revelados conforme sua abertura perceptiva...”.
-Significados e projeções de futuro (onde vou chegar? Como será? O que vou ganhar? Irá dar certo?).
Boss
-“É porque nós, seres humanos, existimos de tal modo que nosso presente se encontra sempre comprometido com nosso passado (o que aconteceu vai se repetir? Ao falar sobre o que aconteceu comigo, eu ressignifico); somos também por natureza dirigidos àquilo que se aproxima do futuro e movendo-nos em sua direção (saber como será a vida), precisamos abrir-lhe nosso ser. A maneira como vemos o que foi e o que é agora está sempre relacionado com o modo como estamos dirigidos ao futuro” (o que faço agora é sempre voltado ao que vai acontecer depois).
-A citação faz relação entre presente, passado e futuro.
-O futuro nos aponta o norte do que já vivemos e estamos vivendo. O que está acontecendo, vai passar. O que foi vivido, não vai continuar acontecendo.
-As pessoas buscam ajuda e querem respostas rápidas. Alguns terapeutas se perdem nessa necessidade de ajuda e acabam “levando o cliente pra casa”.
-Estender a mão é uma parceria onde a própria pessoa fará as descobertas, nós apontamos os riscos e a decisão é dela. Se dermos o caminho, tiramos a condição humana de pensar sobre si. O processo terapêutico gera uma dependência temporária, pois a pessoa descobre alguém que o escuta, e depois os laços se estendem quando a pessoa se torna responsável pelo que faz.
Nosso desafio
-Dedicar-se na compreensão e estudo da teoria.
-Colocar-se aberto a própria experiência de estudar a Fenomenologia: “ser junto... Permanecer junto”. Não basta só ler, tenho que estar junto da leitura e ter tempo para refletir.
-Um compartilhar de experiências. Cuidados com os exemplos pessoais para não se perder nisso.
-O desenvolvimento de uma prática.
-Uma mudança de paradigmas utilizados na prática do aprendizado: aplicar a partir de uma referência. Não podemos entrar em uma ação terapêutica sem saber que teoria está usando.
-Adotar uma concepção própria do conhecimento e não encaixá-la em algo já aprendido. Em algum momento do processo, temos que refletir o que pensamos sobre as coisas, não basta apenas reproduzir autores e sim usar a intuição.
-Busca do sentido através do vivido (experiência que vem à tona).
-Sentido: valores, conceitos, percepção que tenho sobre as coisas.
-Vivido: quando vem à tona.
-Dar a mão é compreensão através da ação (parceria).
A prática clínica: como compreender e compreender como
-Cuidado com a escuta apressada. Ela pode te tornar cego, surdo e mudo.
-Compreensão com a expressão e os sentidos.
-Não é divagar com o paciente, mas adotar uma postura aberta, um compartilhar de experiências entre terapeuta e paciente: um “aí” de ambos. Um Ser-aí que vivencia sentido de ambos.
-Adotar escuta atenta e cuidadosa, receptiva. Deixar as hipóteses de lado e se aventurar na descoberta.
-Recusa-se o conhecido e abre-se à descoberta.
Compreender a ação e ação modulada por uma compreensão (cuidados sobre como fazer, saber o que falar, baseado em procedimentos científicos)
-Ajudar o paciente a ganhar sua própria liberdade de pensar, sentir e agir (vai fazer o que é bom para ele, arcando com as consequências).
-Caminhar lado a lado.
-Possibilitar a ação e o discurso de caminharem juntos para que o sentido possa se revelar (está dentro do paciente).
-Adotar uma postura que possa se “pensar o caminho da dor” do paciente, para que a dor fale por si mesma.
-A repetição pode representar a necessidade de se estar atento ao sentido que sustenta a repetição. A cada experimentação a pessoa traz algo novo, no ritmo dela.
-Disposição: abertura, quanto estou para mim mesmo e para o mundo.
-Os tons afetivos nos abrem para o mundo.
-Quando sentimos algo, reagimos de alguma maneira.
-Emoção é uma vinculação corporal forte. Só pensamos na emoção após o corpo falar.
-Precisamos dos tons afetivos para afinar as situações da vida.
-“São as tonalidades afetivas situações-limite que abrem mundo, horizontes, de modo...”
-É na angústia que o homem toma consciência de sua liberdade (somos livres para tomar decisões).
-Quando a angústia vem, a condição de poder de decisão se configura. Ela serve para nós falar algo sobre nós e que somos livres para decidir.
-Ôntico: localizado, objetivo, como nos localizamos, como nos situamos nessa condição. Ontologia: ciência que estuda o ser. Ontológico: nós nos angustiarmos. Ôntico: fugir, escapar porque é difícil. O escapar pode ser uma maneira de lidar, mas pode ser fuga para não lidar com.
-As tonalidades afetivas: angústia, tédio profundo, êxtase, terror, horror, retenção, pudor e admiração.
-O tédio é a raiz de todos os males porque envolve o desânimo da gente em relação a algo. Em excesso, pode levar a depressão. “Algo nos obriga a interromper o ritmo do tempo cotidiano “, não quero minha rotina, meus planos impedidos. Nosso tempo de vida era esperado de maneira diferente. A repetição torna as coisas sem sentido.
-O temor nos leva ao receio da perda de controle. O temor pode configurar o rompimento com o valor que se legítima. Gera desconforto e a sensação de aniquilamento, e de perda do controle, ameaça à própria existência. Há momentos que é negativo e há momentos que é importante para proteção.
-Tédio: o que está acontecendo? O homem se perde na poeira dos possíveis. Perde o interesse por si mesmo (desânimo, preguiça).
-A modernidade nos abre caminho ao acesso as coisas de maneira muito rápida, porém faz falta um contato pessoalmente.
-O homem absorvido pela era da técnica automatiza seus atos. Não tem uma relação de troca.
-O tempo se torna um desafio no modo de ser do homem: ele não pode parar e nem diminuir a velocidade...
-Tenho que me distrair... Fugir do encontro comigo mesmo: trabalho em excesso ou encontrar diferentes formas de se distrair.
-O que nos resta? A depressão, a doença. Na doença, no tratamento o recurso, a condição para se evitar o possível, a transformação e a mudança.
-O diagnóstico nos ajuda a evitar a ação e exploração dos sentidos.
-Consequências do tédio quando damos um peso diferente: fugir dele.
-Há um medo de expor a fragilidade e afastar os outros.
-A Fenomenologia descreve o movimento da pessoa, e não o conceito fechado.
O temor
-O temor é uma disposição diante do mundo. O que temo? Para que temo? Como temo? Heidegger: “tememos o que pode destruir o que supostamente somos...”.
-O foco deve ser no que se traz como preocupação do que muitas vezes na situação trazida propriamente dita como queixa.
-Explora enquanto terapeutas o como ele conduz seus sentidos. Não devemos ficar fechados em apenas um ponto, mas ver aquilo relacionado com a vida.
-As vezes é necessário recuar (terapeuta) para poder avançar, respeitando o ritmo do paciente.
-A intervenção é boa quando propicia ao paciente caminhar com as próprias pernas.
-O que está em jogo diante do medo? “O olhar... O olhar do outro sobre mim...”.
-Mas também o outro pode tirar o sofrimento em que me encontro.
A não-liberdade
-Condição originária do fracasso, da dificuldade de enfrentamento: a condição de não-ser (impedido do uso da liberdade).
-A partir do momento que slmos impedidos de fazer algo, ocorre a não-liberdade.
--“Não é livre para projetar um futuro e realizar um presente “. Sensação de impotência, inadequação quanto ao futuro.
-O passado lhe impediu o presente.
-O passado lhe impediu em seus objetivos.
-Mas, temos liberdade diante da escolha e a negamos.
-Não importa o que fizeram com você, importa o que você faz com o que fizeram com você.
-Como diz o paciente: “não quero assumir o fracasso”.
A angústia
-Nos coloca diante da nossa vulnerabilidade, porque ficamos uma situação que não queríamos estar.
-O ser cotidiano busca a fuga de sua faltade apropriação de sua existência.
-Buscamos a alienação do que nos é próprio: a morte um dia. A vulnerabilidade, fuga é uma maneira de lidarmos com o que não conseguimos evitar (morte).
-No poder-ser temos a morte como certa.
-Ao escondermos temos o encontro também com o fato: a morte existe e eu a temo.
-“A relação própria do homem com a morte abre espaço para que ele se conquiste na sua totalidade”.
A terapia
-Inicia-se com as tonalidades afetivas do desabrigo do paciente e do ser lançado do terapeuta. O terapeuta também é lançado numa condição de vulnerabilidade por não saber com quem está ligado, como vai ocorrer, tudo é indeterminado. Cabe o preparo de estude, ficar atento as dicas do supervisor, não tentar se proteger com determinações e diagnósticos.
A situação psicoterapêutica: análise do tempo, relação com corpo/espaço, o papel do outro
O tempo
-“Somos devorados pelo tempo, não por nele vivermos, mas por acreditarmos na realidade do tempo”. Ter consciência de que ele acaba.
-“A terapia funciona?”, “Quanto tempo leva?”.
-Quem faz pressão sobre nós é a vida moderna.
Noção de tempo
-Nos criamos o tempo que o tempo é. Ele nos coloca em situação de vulnerabilidade.
-O tempo é extensão e criação da realidade humana: criamos o tempo, mas não o determinamos.
-Ao mesmo tempo em que é noção condição, nos coloca em condição de impermanência, de impropriedade.
-O tempo representa a construção do homem, diante da impropriedade, diante da impotência, diante do limite, diante da morte.
-Nossa tendência: negar o tempo, querer controlar a impermanência.
-Quando olhamos o que perdemos, pensamos nos possíveis tempos futuros. Se negamos a perda, podemos fazer as mesmas escolhas e seguir os mesmos caminhos.
O tempo
-Qual o sentido do tempo?
-Superar a morte.
-Redimir o sofrimento.
-O grupo social da sentido à noção de tempo para garantir de alguma forma a sua existência: os grupos podem fazer uma pressão grande e dar um sentido existencial ao que chamamos de tempo.
-Toda história é carregada de lendas em valores do grupo.
-Temos pressa e queremos objetividade. Tudo é substituído por algo mais rápido, mais moderno. Quem não acompanha, é visto como estranho.
-Queremos controle do tempo.
-Olhar para a natureza é a transformar (achamos que podemos transformar tudo).
-A técnica vem como um instrumento “que mantém o homem adequado àquilo que lhe é proposto nesta época: ser aquele que diante da natureza, diante de tudo o mais que ele encontra, deve extrair dali algo que diga respeito à produção de algo. E para que se sinta bem a técnica produz e vende as informações que o tornam ciente da importância do descanso, do lazer, do aprimoramento”. A midia passa a ideia de descanso e de atividades para fazer rapidamente para ter mais tempo, qualidade de vida e projeção de futuro. Vende-se uma ideia, que se não for bem canalizada, pode ser ilusória.
-Acredita que tem auto estima, que é dono de si mesmo, e está cada vez mais jogado na impessoalidade... “ele é “todo mundo”. Ele é absorvido pela vontade autônoma da técnica. Se está conectado, é parte do grupo. Se não, está fora.
-Para que serve a técnica?
-Temos a necessidade de ter o controle das coisas. Muitas vezes usamos a tecnologia como utopia em relação a como lidar com as frustrações.
-Busca-se a precisão, exatidão, segurança, certeza. Precisamos de algo que nos impeça de errar.
-O tédio está aumentando em nossas vidas, nos sentimos isolados, solitários, por falta do contato pessoal com o outro.
-O terapeuta tem as respostas para aquilo que não funciona como deveria, ou seja: aquele que soluciona através de um diagnóstico preciso, o que causa desconforto, descontrole (sem tirar a autonomia da pessoa de perceber e lidar com as próprias questões); ele pode evitar os efeitos colaterais, ajudando a controlar o mal estar (as pessoas querem garantias do psicólogo para que aquilo não aconteça mais); aumento da busca por medicamentos (para responder às necessidades rapidamente).
Alguns pressupostos
-O presente é o momento de ação imediata. Está conectado ao que já fomos e ao que seremos.
-Não há separação entre passado e presente.
-O futuro se relaciona com o passado e presente.
-O que dá realmente movimento à temporalidade do ser é sentido da trajetória atribuída, o quanto aquilo faz sentido e é importante para nós.
-Como fica a substituição do sentido: “tempo é a morte!” por “tempo é dinheiro! “? Sei que não tenho controle, que tudo é limitado, ideia de finitude.
-Como se relaciona essa mudança de movimento à condição ser jovem e velho? Os jovens são muito mais procurados, e os mais velhos são descartados (e a experiência?).
-O que o homem atual teme então em relação ao tempo? Que aspectos de sua vida são afetados por essa aflição? Teme que não tenha tempo e afeta toda sua vida.
Solução:
-Abraçar o problema, familiarizar-se com ele, ouvir a si mesmo na dor, no desconforto (processo terapêutico).
-O que essa situação me diz a respeito de mim mesmo?
-Mais perguntas sobre o como acontece do que o que isto quer dizer. Isso para trazer à tona a situação e os sentimentos, quais as escolhas feitas em detrimento de outras.
-No encontro eis que se torna possível se aproximar de si mesmo e de sua própria história.
A clínica infantil
-Como assumir uma atitude fenomenológica em uma clínica infantil, suspendendo qualquer teoria de Psicologia? Queremos dar nome as coisas, mas temos que descobrir o sentido das coisas através do vivido.
-Como atender com crianças à máxima da análise existencial de deixar o outro livre para si mesma?
-Como é possível, no caso da criança, junto ao outro dar um passo atrás e deixar que este outro assuma a responsabilidade ou tutela pelas suas próprias escolhas? Como dar esse espaço à criança, acreditando que ela não sabe nada? Temos que aprender a construir com a criança o próprio destino dela.
-Podemos falar de responsabilidade na criança já que esta, em sua fragilidade e vulnerabilidade, não pode tutelar a si mesmo? Temos que propiciar momentos em que ela pode tutelar a si mesma, de acordo com sua idade e seu desenvolvimento.
Postura diante da queixa
-Postura natural: rotular, classificar. Traz o diagnóstico, o fenômeno desaparece e dá lugar a uma configuração já dada, o adulto assume a tutela da criança.
-Postura antinatural: não fazer generalizações e previsões a respeito da queixa. Acompanha o fenômeno em sua mobilidade estrutural (quem é a pessoa, por que agiu assim, por que isso é importante para ela, quais as emoções), devolver à criança o seu ter de ser, o seu cuidado, evitar a contaminação com o que foi previamente trazido (não ficar preso a primeira queixa, mas sim estar aberto à criança).
Nossa meta
-Resgatar, conhecer o fenômeno é sua singularidade.
-Evitar a profecia autorealizadora: a criança acreditar que não cabe a ela a responsabilidade de sua existência (tira a responsabilidade da criança de dizer quem é).
-Evitar a promoção do medo é solidão (se fizer isso, vai acontecer aquilo).
-Possibilitar à criança a sua entrega a si mesma, permanecendo o mais longo possível em sua condição, voltada para si mesma.
O que é comum acontecer?
-A presença de pressupostos: da Psicologia, do senso comum e problemas do psiquismo ou condição biológica.

Outros materiais