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Resumo de Temáticas de Pesquisa em Psicologia – NP2 -Um trabalho científico deve ser feito com respaldo. -O quê? É a introdução apresentação do tema (revisão bibliográfica, objetivo, justificativa, hipóteses). -Como? É o método. -Para falar de pesquisa social, é preciso falar sobre ciência. -Quatro saberes dominantes que tomamos como verdade: ciência, filosofia, religião e senso comum. Começamos pelo senso comum (o que faz sentido a todos), introjetamos religiosidade (conhecimento inquestionável), em seguida passamos ao conhecimento filosófico e à ciência. -O conhecimento filosófico é teórico / dedutivo. As ciências surgiram na filosofia. Lógica formal (indução e dedução) e lógica dialética. -As ciências estavam dentro da filosofia, com o tempo foram se dissipando e hoje a filosofia é apenas metafísica (além da matéria, física falando de física). -Ciências naturais: exatas (regidas pela lógica matemática) e biológicas. -Saímos da filosofia e começamos a falar de ciência. -Cientificidade: dar roupagem científica a alguns conhecimentos. -Se somos basicamente objetivos, como pensar subjetivamente? -Na subjetividade, está inclusa a ideologia (moralidade, política, crenças, fé, ética...). Este é o desafio da pesquisa social. O método é fundamental. -Tentar buscar circunstâncias de subjetividade. -Ciência: teoria (conhecimento), método (aplicabilidade) e técnica. -Fazer ciência e entender que ela tem seus limites. -Precisamos de uma verdade e chama-la de nossa para viver, sem sermos fanáticos. -Subjetividade é um elemento. Não deverá ser excluído, mas sim interpretado (transferência, contratransferência). -Na pesquisa social, a subjetividade é movediça, histórica, ética, moral. -Somos sócio histórico culturais e devemos olhar o momento e o contexto históricos. -Cada época possui um sentido e estamos presos a ele. É possível que alguém saia deste sentido (sendo absurdo, sem sentido). -Foucault fala de relações de poder. -Nos discursos (fala/conceito), existe ordem. -O discurso vai mudando de acordo com a época. -Hoje, o discurso médico é muito influente. -Discursos viram regra, lei. -Poder: discurso que ganha força. -Teoria: sequência lógica de fatos observáveis e evidentes (concretos). É uma proposição científica. Só consigo chamar de objeto científico quando consigo demonstrar na prática (empiricamente). -Método: o que eu faço com o material. Como? -Técnica: qualquer instrumento de coleta de informações. -Ciências têm objeto próprio. -Pesquisa qualitativa: usar sentido e amostra representativa de subjetividade como elementos. -Pesquisa quantitativa: precisa de um estudo de frequência (repetição) regulado matematicamente e classifica na normalidade. Pesquisa social Quantitativa: -Existe uma amostra estatística (critério matemático – estatística sustenta – precisa de um estudo de amostragem estatística) para realizar uma tabulação estatística. -Chego a um resultado através da matemática/estatística. Lidamos com frequência e média. Qualitativa: -Lidamos com representação social, imaginário, percepção. -Existem angústias, dúvidas, singularidade de cada um que vão influenciar na pesquisa. -Precisamos saber quais as pessoas certas para conseguirmos acessar na maior integridade os conteúdos desejados. -Toda pesquisa precisa ter um problema. -Elaborar uma série de questões que supostamente vão nos levar às respostas. As questões são formuladas a partir das nossas dúvidas. -Não é a média das pessoas, mas sim um espaço de compartilhamento de angústias, dúvidas, valores. -A intensidade da frequência não faz tanta diferença, mas sim a oposição (duas forças antagônicas, discurso pró e contra). Pesquisas quantitativa e qualitativa são diferentes no método, mas têm a mesma validade científica. A diferença é metodológica, mas levam ao mesmo resultado. Projeto de pesquisa (o que – introdução) -Revisão bibliográfica (tema, problema). -Objetivo geral. -Objetivos específicos. -Justificativa. -Hipóteses. Método -Sujeitos: porta voz do assunto. -Objeto de estudo: recorte dentro do tema. -Instrumentos: coleta de dados é a técnica para pegar informações, que varia de acordo com seu sujeito e objeto – observação, entrevista por fontes primárias (quem vive aquilo) ou secundárias (quem escreveu sobre), testes. Análise é um método, orientado por uma teoria, para organizar os dados coletados a partir de uma lógica. 4 pilares das ressalvas éticas: Resolução 466 e 510 de 7/4/2016 -Autonomia/esclarecimento: a pessoa deve saber como será feita a pesquisa (deve ter claro tudo que vai acontecer) e tem autonomia para decidir se quer ou não a qualquer momento. Termo de livre consentimento esclarecido (TLCE). -Beneficência: a pessoa deve ter algum tipo de benefício, vantagem (honra, contribuição, emitir opinião, se sentir participativo). Está relacionado a relevância social. -Não maleficência: sem danos (esclarecemos antes como aquilo pode afetar a pessoa). Garantia e esclarecimento sobre possíveis danos. Sigilo: garantir e preservar determinadas informações. -Justiça: criar um equilíbrio com as amostras (deve ser justa). -Aparatos de pesquisa: infraestrutura utilizada (materiais – gravador, caneta). -Cronograma: apontar o que foi feito. -Se é uma pesquisa qualitativa, preciso de uma amostra qualitativa. -Se é uma pesquisa quantitativa, preciso de uma amostra quantitativa. -A visão de homem da teoria só se expressa na análise. -Relevância social: efeito direto na sociedade / comunidade. -Relevância científica/acadêmica: para a ciência, academia. -Relevância pessoal: pessoa que faz – pesquisador. -Visão de homem: matriz filosófica; fundamentação epistemológica; linha teórica em que se baseia a pesquisa; o tipo de sujeito – conceito e caracterização do sujeito. Resumo de Processos Grupais – NP2 1. Fundamentos históricos e epistemológicos das teorias sobre grupos Pluralidade de teorias (cada teórico com a sua visão/linha à técnicas, exemplo: grupo). S (sujeito que quer conhecer) – (método) O (mundo/objeto) à S-O. A relação da equação epistemológica se transforma mediante a teoria. Existe uma visão de homem e mundo. Histórico: falar de grupo é falar de homem moderno. Psicologia social com Psicologia organizacional, os grupos se encontram. O homem moderno é social (valoriza a convivência social, processos de socialização e identidade) e reflexivo (olha para si mesmo). Quando olha para si mesmo, passa pelo outro, que é o espelho de quem somos. Demanda psicossocial: está dentro do capitalismo industrial, focado na produtividade / tudo relacionado ao contexto. 2. Avaliação dos fenômenos da interação humana Interação humana: vínculo (P. Riviere), existência, papeis à cada um fala de uma maneira. Promoção de saúde através do trabalho em grupo. Hoje a ideia de grupo é muito mais vivencial, existencial. 3. Técnicas em abordagem vivencial -Período entre guerras, pós-guerra (2ª Guerra Mundial), houve um período de intensa mobilização existencial (estancar m pensamento reflexivo sobre o que é o homem). Resguarda questão ontológica (o que é o Ser?) e como lidar com o outro (algo estranho). A partir disso se constrói uma cultura de direitos humanos. -É no grupo que também nos estranhamos (somos semelhantes e, ao mesmo tempo, diferentes). -Psicologia social responde a mobilização existencial através dos grupos (através dos pequenos grupos). -Estados Unidos: modelo de produção capitalista industrial, discurso político ideológico da democracia. Divergência de ideias quando o capitalismo propõe produção em massa para consumo em massa (visando lucro/crescimento de estudos sobre massa), com a mais valia (riqueza no bolso de poucos), promovendo desigualdade econômica e social. Ao mesmo tempo, o discurso ideológico democrático propõe direitos, equidade, liberdade. -A ideia que sustenta o capitalismo é a ideologia neoliberal: ideia de que o indivíduo é responsável pelo seu sucesso, gerando culpabilização e naturalizando este processo (discurso de que a mudança é utópica). -A Psicologia social começa a fazer uma leitura da Psicologia comoum todo e sabe que tem uma relação intrínseca com os fenômenos sócio históricos. -Psicologia social psicológica: leitura cognitiva para o social, com foco no indivíduo, imaginando que o grupo é um grande indivíduo (psicologização do grupo). Entendia como o indivíduo era afetado pelo grupo (ainda visão psicologizante). Não tem grande capacidade crítica do sistema, não o combate e nem as suas contradições. -Na Europa, a Psicologia social sociológica era mantida pelo marxismo dialético, fenomenologia e existencialismo. Não acata o sistema, questiona e diz que a divisão “indivíduo e grupo” não existe, pois somos seres sociais e psicológicos juntos, o tempo todo (dialético). É uma dinâmica nova que surge. Dependendo das forças que se instalam no grupo, o indivíduo pode ser completamente diferente em um, do que em outro. Passa-se a pensar o homem de outra forma, sem a ideia de uma personalidade/subjetividade pronta (eixo fechado), mas sim com forças que contribuem para que ele se comporte de determinada maneira. Não somos nada, mudamos constantemente. O método é dialético (Eu e Social, ao invés de Eu ou Social). -Auguste Comte (pai do positivismo e da Psicologia social) afirmava que as ciências necessitavam ter um objeto positivo e que a Psicologia jamais seria ciência. Quis fazer uma sociologia científica. Psicologia se pergunta se o indivíduo existe no social, é preciso pensar o vínculo (interação social). -Na Europa, os ancestrais da Psicologia social: Wundt (Psicologia experimental, 1879, 1º laboratório de Psicologia) constrói a Psicologia cultural, onde afirma que existem fenômenos coletivos muito complexos para irem ao laboratório. -Émile Durkheim: fenômenos sempre são explicados por fenômenos coletivos (exemplo: suicídio). -Grupo: ferramenta importante para psicólogos americanos (principalmente) para controle. -A maneira mais usual é entender como um conjunto de técnicas, mas não é apenas isso. -Dinâmica de grupo permite que a gente crie (mediante a demanda com a qual estamos trabalhando). -Dinâmica de grupo como 3 grandes dimensões: 1- Ideologia política (liderança democrática) -Psicólogo chamado para solução de problemas práticos. A que ou quem servimos? Equipe, produtividade, diretor? -Envolvimento com capitalismo, produtividade. -Liderança democrática: saúde no grupo (coparticipação). 2- Conjunto de técnicas 3- Campo de pesquisas -Indivíduo-grupo-social: grupo como mediação entre o psi e o social (para alguns autores, são processos quase dialéticos, ocorrem juntos, não dá para separar). -Quando o grupo consegue que os papeis transitem, é sinal de saúde. -Como foi estruturado. -Forma de organização, desempenho etc. -Principais teorias: teoria de campo, sociométrica, psicanalítica, interação. -Psicogrupo (existe em função da afetividade de seus membros, ex: família) e sociogrupo (existe para uma função/tarefa específica). -Forças psicológicas no campo: a) coesão: força de união. b) coerção: força de pressão. c) pressão social: questão social que afeta o indivíduo. d) atração ou repulsão. e) resistência a mudança: sinalizador de saúde no grupo (para P. Riviere, se o grupo é muito resistente, é doente). f) Interdependência. g) equilíbrio. -Grupo como ferramenta interdisciplinar (antropologia, ciências políticas, pedagogia, esporte, Psicologia etc) -Definição tradicional – 4 características: 1) foco em pesquisa empírica: passa pela teoria e pela prática. 2) interesse pelos fenômenos psicossociais: interdependência; além da história dos integrantes e da sociedade. 3) aplicabilidade potencial para aprimorar o trabalho. 4) relação com ciências sociais. -História da Psicologia de grupos: -1960: centro de Psicologia aplicada no Rio de Janeiro (psicodrama, entre outras técnicas). -1962: Psicologia reconhecida como ciência. -Obras de sensibilidade social. -Extensão para a prática psicológica. -Grupo? Cada teoria define de acordo com suas bases epistêmicas, mas de modo geral é um conjunto de pessoas: a) interdependentes e realização de objetivos. b) relação interpessoal autêntica. c) criação de vínculos e interação. d) forças recíprocas. -Processos de grupo – capitalismo e democracia. -Co-participação, meio de governo (controle?), depósito de confiança, buscar consenso, incremento de produtividade. Kurt Lewin -Kurt Lewin considerado precursor de dinâmicas de grupos. -Utiliza Gestalt para explicar grupos. -Abalo da Gestalt com a segunda guerra mundial (a maioria dos teóricos eram judeus e muitos foram para os Estados Unidos). -Trabalha com microgrupos. -O eletromagnetismo (causa e efeito, movimento de corpos) traz a ideia de campo de forças (atração e repulsão). -Kurt Lewin está na Gestalt e também na Psicologia Social. -Pesquisa-ação: tem por premissa criticar a pesquisa de gabinete, pois a situação artificial do laboratório não permite que as forças se exponham de maneira espontânea. Precisa ser em campo. -Trabalha com o coletivo. -Saindo do funcionalismo, em direção a Fenomenologia. Sujeito em paradigma de transição. Isso está na Gestalt e é trazido por Kurt Lewin. -Crítica a psicologia social, principalmente a psicológica, por desvitalizar o fenômeno do vivido (valorização do que se vive na relação). -É impossível falar sobre experimentação neutra. -O acontecimento é algo que se faz e supera a expectativa individual colocada naquilo. O grupo é um acontecimento. -Herda da Gestalt a concepção de forças de campo e a ideia relativista (não é a somatória de perspectivas individuais, a ideia de relativismo é que vamos agir de acordo com as forças estabelecidas no grupo, não é uma subjetividade fechada, estruturada, imutável). -Herda da Psicologia cognitiva a ideia de ser humano como ser perceptivo e com estrutura de aprendizagem. -O grupo não é uma somatória de psicologias individualizadas, mas um conjunto de relações em constante movimento. Vários sujeitos que experimentam as mesmas emoções e constroem uma coesão que permitam-lhe adotar o mesmo comportamento. A força de coesão precisa ser maior. -Forças de coesão: valência positiva. -Forças de dispersão: valência negativa. -O grupo está sempre em espaço de vida vivida. Em todo momento se interrelacionando. O grupo é um espaço de vida. Não são líderes, pertencem a linhas de força de outros grupos. Maiorias só existem com minorias e vice-versa. -Minoria psicológica: sujeitos que se encontram alheios a seus direitos. Estuda a minoria dos judeus (história de vida dele). -Coesão é um processo dinâmico. Sociodrama e psicodrama -Moreno morou em Viena, quando cursou medicina de 1909 a 1917. Se tornou adepto ao teatro do improviso. -Moreno - o teatro da espontaneidade. -Criador do psicodrama. -Universidade de Viena. -Movimento do teatro do improviso - passou por essas experiências de vivenciar papéis. -Dois pilares do psicodrama: espontaneidade e criatividade. Como o grupo pode promover a criatividade e espontaneidade. Tem influência do existencialismo. Espontaneidade e criatividade como forças vitais, saúde é dar vazão a elas, no grupo consegue fazer essa vazão, as duas aparecem. -Crítica à indústria e modernidade que criam bloqueios para a espontaneidade e criatividade. -Aprendemos esses itens quando crianças e perdemos com o tempo. A proposta é retomar isso, por isso ele começa como observador infantil. -Teatro de improviso: espontaneidade, sem roteiro, tem proposta, atores dramatizando temas cotidianos, outros ficam como ego auxiliar. Dramatização em cima de uma ideia/tema: inversão de papéis em psicologia. -Trabalha em hospital e tenta humanizar a psiquiatria, como Pichon. Nesse universo da loucura há vazão para a criatividade e a espontaneidade. -Nise da Silveira: arte terapia, museu do inconsciente. -1921: grande marco das expressões psicodramatistas. -Alto grau de catarse nos grupos de sociodrama e psicodrama, pois os papéis inflamam. -Sociometria: ciência que embasa o sociodrama e o psicodrama. -Teoria dos papéis sociais: em sociedade executamos máscaras sociais, normativo (segue padrão esperado) e roupagem individualizada (“persona” - máscaraspara os gregos servia para se fazerem ouvir), papel social também tem que ser fazer ouvir, tem expectativa social de como a pessoa deve se portar. -“No princípio, era o grupo. No fim, era o indivíduo”. Essa frase de Moreno enaltece o espaço grupal e individual. Objetivo de conviver em grupo era o desafio do milênio, lidar com diferenças. -Passar da era da individualidade para a grupalidade. -Comunidade (década de 60): comunismo; valor da comunidade, grupo; estudo de grupos (terreno para falar de grupos pós Segunda Guerra Mundial, declaração dos direitos humanos). O grupo (existencialismo) -“Quando escolho, escolho também pelo outro” – Sartre. -Referência do outro; coexistencial; existimos a partir do outro. -Dinâmica de grupo baseada na relação de troca e reciprocidade, dialética (é igual porque é humana e é diferente porque tem desejos, rostos diferentes). Só é na relação com outro: interdependência. -Visão de homem: “a pedra é, o homem existe”. A pedra não muda a essência, o homem constrói a partir das relações, atualiza sua essência existindo, vivenciando. Essência configurada pela existência. Dois sentidos: Congruência e incongruência -(Congruência) Valor ético pensa de uma forma mas o comportamento, expressa de outra forma (incongruência). -(Incongruência) Não está conseguindo vazar a expressão de acordo com (congruência). -O jogo de impermanência deve ser olhado, assim como se só ocorre incongruência, pois é um problema. Visão de homem espontâneo -Força vital. -Nasce conosco, inato. -Espontaneidade, criatividade e sensibilidade. -Força de ação no mundo que te faz criar algo novo. Autenticidade, fazer algo novo, não seguir a manada. Adequação social por meio da congruência dos papéis sociais. Papéis sociais -A vida social reforça ou não a espontaneidade? -Significado teatral das máscaras, representa atitude pressuposta, mas ao mesmo tempo tem que aprender lidar com um estranho em si mesmo. Saúde no grupo -Assumir papel sem se mascarar, sinal de abertura para espontaneidade. -Personalidade: reunião dos papéis que representamos, é dinâmica, não é acabada. -Existe a possibilidade de algo novo acontecer, apesar de fazer todo dia a mesma coisa. -No grupo experiencia, usa teatro para isso. Tem momentos de aquecimento, execução e ego auxiliar. -Saúde coexistencial. Três formas de trabalho de Moreno: -Tratamento terapêutico, trabalho protagonismo, não ser vítima. 1. Psicodrama 2. Sociodrama 3. Psicodrama – terapia Grupo psicodramático -Catarse. -Conserva a cultura, quebrar papéis socialmente estipulados. -Metodologia de intervenção e investigação. Técnicas sociometricas: 1. Técnica do duplo 2. Técnica do espelho 3. Técnica da inversão de papéis Piaget -Piaget construiu epistemologia genética, desenvolvimento do ciclo vital. Tem obras que trabalham a formação da moral, que passa de encontro com o outro. Não trabalhou diretamente com os grupos, mas sua teoria auxiliou nesse estudo. -Com o grupo (instauração de princípios morais e éticos), desenvolve-se a inteligência e a consciência. -Do pensamento egocêntrico, passa a vivência com grupo e pensamento sociocêntrico. Bales -Se especializou em interação interpessoal em grupo. -Enfocou uma análise conceitual da interação (define o grupo como interação social) e a partir dela, deve-se observar 4 etapas: controle experimental (designação de tarefas, tomada de decisão pelo grupo e desempenho de atividades), administração de sentimentos (como se expressam de satisfação ou insatisfação, se aliviam as tensões), desenvolvimento de integração e adaptação (se os elementos procuram se adaptar aos fatores externos que influenciam o grupo). Festinger -Contribui com a teoria das atitudes (mudança de atitude, preconceito). -Viés da Psicologia social psicologizante. -O grupo leva as pessoas a assumirem posturas e convicções. -Dissonância (atitude que difere do grupo) ou consonância cognitiva (atitude que o grupo aceita, a tendência é manter) -Visão adaptativa. -Teoria da comparação social e facilitação social (Psicologia Social EUA). -Atitude: comportamento que mantém uma consonância e dura um tempo, que envolve crença, emoção e comportamento. Bion -Teoria da emocionalidade. -4 emoções básicas experimentadas no grupo: combatividade, fuga, parceria e dependência. Pichon Rivière -Fundador da escola psicanalítica Argentina. -Contesta a psiquiatria organicista da época. Diz que não é do sujeito, é das relações. -Grupo saudável é um grupo que altera os papéis. Se não altera, precisa de uma ressignificação. -Diz que Freud é o pai do romance familiar (complexo de Édipo). -Freud paralisa a estrutura psíquica (não sai da posição psicológica para a neurótica). Pichon dialetiza (põe em movimento), dizendo que a relação do grupo que se altera (em um grupo as relações podem ser psicóticas e em outro, neuróticas). -Os vínculos se forma. No processo de socialização. -Espiral: retoma modelos, passa pelas mesmas coisas, mas não é mais a mesma pessoa, as relações se alteram. Há a repetição, mas os vínculos não são mais os mesmos. Temos que passar por isso é compreender a mudança. -Aprendizagem criativa. -Grupo operativo tem tarefa em comum, precisa de participação criativa e crítica. São relações vinculares operando / em funcionamento. -Sofre influência da Psicologia social de Kurt Lewin (bode expiatório, líder/coordenador). -Grupo é um contexto onde se reconstrói e cria significados. -O sujeito tem que sair do grupo mobilizado. Grupo saudável estimula o círculo de criatividade. Se o grupo é doente, a relação é doente / cristalizado. -O papel do coordenador é essencial, observa as relações com seus co-pares, propõe estratégias operativas. Criatividade: descobrir o inverso que não havia visto. -Precisa da participação criativa e crítica. Resumo de Psicologia Fenomenológica – NP2 Origem das ideias de Boss -O objeto de estudo não está na busca do passado como conteúdo de sustentação das resistências (crítica a Freud), mas o que continua a motivar (motivação interna, repetição é consequência) a permanência e não o que determina. -Movimento de escutar, refletir e impor limites para a pessoa. Se sabe que o movimento não é bom, porque continua sem perceber? Resistência a dor, a rejeição, a frustração: vulnerabilidade. -A ironia é uma das formas mais covardes de expressar o que se sente. -“...Todos os sintomas patológicos corporais e os chamados psíquicos são sempre privações (de algo que nos é importante) e podem ser compreendidos como reduções de possibilidade de entender uma coisa em toda a sua amplitude e riqueza de conteúdo...”. -Quando encontro uma resposta, explicação, ficamos em paz. O psicólogo deve ter paciência para as dúvidas, para as respostas não obtidas. -Critica: cuidado com o olhar simplista que faz analogia com o somático. -Portanto, não limita explicações de ordem causal e origem, mas o esclarecimento da natureza existencial. Sua proposta a partir de Heidegger em relação à postura investigativa -“Exige-se do pesquisados justamente isto, o mais difícil, a passagem do projeto do homem como Ente vivo dotado de razão para ser-homem como dasein (carregado de significados e sentidos – Ser-aí). (...) O deixar (lassen), isto é, aceitar (zulassen) o ente assim como ele se mostra, só se tornará um deixar-ser apropriado se este ser, o dasein, ficar antes constantemente à vista”. -Muitas vezes interpretamos, e tiramos a chance de a pessoa vivenciar e descobrir os significados para ele mesmo. Assim apresentamos ele, sob nossa ótica, para ele mesmo. Podemos auxiliar com a forma de fazer perguntas, estar aberto, entre outras técnicas. -“Toda ação humana é motivada por conta de algo reconhecido pela pessoa em questão, e este reconhecimento acontece no estar enganado de uma pessoa, por algum fenômeno que é endereçado a ela”. -“Os motivos e aquilo em direção ao qual eles são dirigidos são determinados pela tarefa iminente, que é reconhecida e aceita pelo homem de alguma maneira. Estar dirigido a uma tarefa apresenta uma antecipação do futuro e revela-se pelossignificados. Mas não é o homem que atribui os significados a tudo o que está a sua volta, nem é o mundo que determina os significados de tudo (é o homem em uma relação de troca com o mundo e o percebendo e o mundo estabelecendo pressão sobre o homem – assim estabelece sentidos sobre si mesmo). Os significados lhes são revelados conforme sua abertura perceptiva...”. -Significados e projeções de futuro (onde vou chegar? Como será? O que vou ganhar? Irá dar certo?). Boss -“É porque nós, seres humanos, existimos de tal modo que nosso presente se encontra sempre comprometido com nosso passado (o que aconteceu vai se repetir? Ao falar sobre o que aconteceu comigo, eu ressignifico); somos também por natureza dirigidos àquilo que se aproxima do futuro e movendo-nos em sua direção (saber como será a vida), precisamos abrir-lhe nosso ser. A maneira como vemos o que foi e o que é agora está sempre relacionado com o modo como estamos dirigidos ao futuro” (o que faço agora é sempre voltado ao que vai acontecer depois). -A citação faz relação entre presente, passado e futuro. -O futuro nos aponta o norte do que já vivemos e estamos vivendo. O que está acontecendo, vai passar. O que foi vivido, não vai continuar acontecendo. -As pessoas buscam ajuda e querem respostas rápidas. Alguns terapeutas se perdem nessa necessidade de ajuda e acabam “levando o cliente pra casa”. -Estender a mão é uma parceria onde a própria pessoa fará as descobertas, nós apontamos os riscos e a decisão é dela. Se dermos o caminho, tiramos a condição humana de pensar sobre si. O processo terapêutico gera uma dependência temporária, pois a pessoa descobre alguém que o escuta, e depois os laços se estendem quando a pessoa se torna responsável pelo que faz. Nosso desafio -Dedicar-se na compreensão e estudo da teoria. -Colocar-se aberto a própria experiência de estudar a Fenomenologia: “ser junto... Permanecer junto”. Não basta só ler, tenho que estar junto da leitura e ter tempo para refletir. -Um compartilhar de experiências. Cuidados com os exemplos pessoais para não se perder nisso. -O desenvolvimento de uma prática. -Uma mudança de paradigmas utilizados na prática do aprendizado: aplicar a partir de uma referência. Não podemos entrar em uma ação terapêutica sem saber que teoria está usando. -Adotar uma concepção própria do conhecimento e não encaixá-la em algo já aprendido. Em algum momento do processo, temos que refletir o que pensamos sobre as coisas, não basta apenas reproduzir autores e sim usar a intuição. -Busca do sentido através do vivido (experiência que vem à tona). -Sentido: valores, conceitos, percepção que tenho sobre as coisas. -Vivido: quando vem à tona. -Dar a mão é compreensão através da ação (parceria). A prática clínica: como compreender e compreender como -Cuidado com a escuta apressada. Ela pode te tornar cego, surdo e mudo. -Compreensão com a expressão e os sentidos. -Não é divagar com o paciente, mas adotar uma postura aberta, um compartilhar de experiências entre terapeuta e paciente: um “aí” de ambos. Um Ser-aí que vivencia sentido de ambos. -Adotar escuta atenta e cuidadosa, receptiva. Deixar as hipóteses de lado e se aventurar na descoberta. -Recusa-se o conhecido e abre-se à descoberta. Compreender a ação e ação modulada por uma compreensão (cuidados sobre como fazer, saber o que falar, baseado em procedimentos científicos) -Ajudar o paciente a ganhar sua própria liberdade de pensar, sentir e agir (vai fazer o que é bom para ele, arcando com as consequências). -Caminhar lado a lado. -Possibilitar a ação e o discurso de caminharem juntos para que o sentido possa se revelar (está dentro do paciente). -Adotar uma postura que possa se “pensar o caminho da dor” do paciente, para que a dor fale por si mesma. -A repetição pode representar a necessidade de se estar atento ao sentido que sustenta a repetição. A cada experimentação a pessoa traz algo novo, no ritmo dela. -Disposição: abertura, quanto estou para mim mesmo e para o mundo. -Os tons afetivos nos abrem para o mundo. -Quando sentimos algo, reagimos de alguma maneira. -Emoção é uma vinculação corporal forte. Só pensamos na emoção após o corpo falar. -Precisamos dos tons afetivos para afinar as situações da vida. -“São as tonalidades afetivas situações-limite que abrem mundo, horizontes, de modo...” -É na angústia que o homem toma consciência de sua liberdade (somos livres para tomar decisões). -Quando a angústia vem, a condição de poder de decisão se configura. Ela serve para nós falar algo sobre nós e que somos livres para decidir. -Ôntico: localizado, objetivo, como nos localizamos, como nos situamos nessa condição. Ontologia: ciência que estuda o ser. Ontológico: nós nos angustiarmos. Ôntico: fugir, escapar porque é difícil. O escapar pode ser uma maneira de lidar, mas pode ser fuga para não lidar com. -As tonalidades afetivas: angústia, tédio profundo, êxtase, terror, horror, retenção, pudor e admiração. -O tédio é a raiz de todos os males porque envolve o desânimo da gente em relação a algo. Em excesso, pode levar a depressão. “Algo nos obriga a interromper o ritmo do tempo cotidiano “, não quero minha rotina, meus planos impedidos. Nosso tempo de vida era esperado de maneira diferente. A repetição torna as coisas sem sentido. -O temor nos leva ao receio da perda de controle. O temor pode configurar o rompimento com o valor que se legítima. Gera desconforto e a sensação de aniquilamento, e de perda do controle, ameaça à própria existência. Há momentos que é negativo e há momentos que é importante para proteção. -Tédio: o que está acontecendo? O homem se perde na poeira dos possíveis. Perde o interesse por si mesmo (desânimo, preguiça). -A modernidade nos abre caminho ao acesso as coisas de maneira muito rápida, porém faz falta um contato pessoalmente. -O homem absorvido pela era da técnica automatiza seus atos. Não tem uma relação de troca. -O tempo se torna um desafio no modo de ser do homem: ele não pode parar e nem diminuir a velocidade... -Tenho que me distrair... Fugir do encontro comigo mesmo: trabalho em excesso ou encontrar diferentes formas de se distrair. -O que nos resta? A depressão, a doença. Na doença, no tratamento o recurso, a condição para se evitar o possível, a transformação e a mudança. -O diagnóstico nos ajuda a evitar a ação e exploração dos sentidos. -Consequências do tédio quando damos um peso diferente: fugir dele. -Há um medo de expor a fragilidade e afastar os outros. -A Fenomenologia descreve o movimento da pessoa, e não o conceito fechado. O temor -O temor é uma disposição diante do mundo. O que temo? Para que temo? Como temo? Heidegger: “tememos o que pode destruir o que supostamente somos...”. -O foco deve ser no que se traz como preocupação do que muitas vezes na situação trazida propriamente dita como queixa. -Explora enquanto terapeutas o como ele conduz seus sentidos. Não devemos ficar fechados em apenas um ponto, mas ver aquilo relacionado com a vida. -As vezes é necessário recuar (terapeuta) para poder avançar, respeitando o ritmo do paciente. -A intervenção é boa quando propicia ao paciente caminhar com as próprias pernas. -O que está em jogo diante do medo? “O olhar... O olhar do outro sobre mim...”. -Mas também o outro pode tirar o sofrimento em que me encontro. A não-liberdade -Condição originária do fracasso, da dificuldade de enfrentamento: a condição de não-ser (impedido do uso da liberdade). -A partir do momento que slmos impedidos de fazer algo, ocorre a não-liberdade. --“Não é livre para projetar um futuro e realizar um presente “. Sensação de impotência, inadequação quanto ao futuro. -O passado lhe impediu o presente. -O passado lhe impediu em seus objetivos. -Mas, temos liberdade diante da escolha e a negamos. -Não importa o que fizeram com você, importa o que você faz com o que fizeram com você. -Como diz o paciente: “não quero assumir o fracasso”. A angústia -Nos coloca diante da nossa vulnerabilidade, porque ficamos uma situação que não queríamos estar. -O ser cotidiano busca a fuga de sua faltade apropriação de sua existência. -Buscamos a alienação do que nos é próprio: a morte um dia. A vulnerabilidade, fuga é uma maneira de lidarmos com o que não conseguimos evitar (morte). -No poder-ser temos a morte como certa. -Ao escondermos temos o encontro também com o fato: a morte existe e eu a temo. -“A relação própria do homem com a morte abre espaço para que ele se conquiste na sua totalidade”. A terapia -Inicia-se com as tonalidades afetivas do desabrigo do paciente e do ser lançado do terapeuta. O terapeuta também é lançado numa condição de vulnerabilidade por não saber com quem está ligado, como vai ocorrer, tudo é indeterminado. Cabe o preparo de estude, ficar atento as dicas do supervisor, não tentar se proteger com determinações e diagnósticos. A situação psicoterapêutica: análise do tempo, relação com corpo/espaço, o papel do outro O tempo -“Somos devorados pelo tempo, não por nele vivermos, mas por acreditarmos na realidade do tempo”. Ter consciência de que ele acaba. -“A terapia funciona?”, “Quanto tempo leva?”. -Quem faz pressão sobre nós é a vida moderna. Noção de tempo -Nos criamos o tempo que o tempo é. Ele nos coloca em situação de vulnerabilidade. -O tempo é extensão e criação da realidade humana: criamos o tempo, mas não o determinamos. -Ao mesmo tempo em que é noção condição, nos coloca em condição de impermanência, de impropriedade. -O tempo representa a construção do homem, diante da impropriedade, diante da impotência, diante do limite, diante da morte. -Nossa tendência: negar o tempo, querer controlar a impermanência. -Quando olhamos o que perdemos, pensamos nos possíveis tempos futuros. Se negamos a perda, podemos fazer as mesmas escolhas e seguir os mesmos caminhos. O tempo -Qual o sentido do tempo? -Superar a morte. -Redimir o sofrimento. -O grupo social da sentido à noção de tempo para garantir de alguma forma a sua existência: os grupos podem fazer uma pressão grande e dar um sentido existencial ao que chamamos de tempo. -Toda história é carregada de lendas em valores do grupo. -Temos pressa e queremos objetividade. Tudo é substituído por algo mais rápido, mais moderno. Quem não acompanha, é visto como estranho. -Queremos controle do tempo. -Olhar para a natureza é a transformar (achamos que podemos transformar tudo). -A técnica vem como um instrumento “que mantém o homem adequado àquilo que lhe é proposto nesta época: ser aquele que diante da natureza, diante de tudo o mais que ele encontra, deve extrair dali algo que diga respeito à produção de algo. E para que se sinta bem a técnica produz e vende as informações que o tornam ciente da importância do descanso, do lazer, do aprimoramento”. A midia passa a ideia de descanso e de atividades para fazer rapidamente para ter mais tempo, qualidade de vida e projeção de futuro. Vende-se uma ideia, que se não for bem canalizada, pode ser ilusória. -Acredita que tem auto estima, que é dono de si mesmo, e está cada vez mais jogado na impessoalidade... “ele é “todo mundo”. Ele é absorvido pela vontade autônoma da técnica. Se está conectado, é parte do grupo. Se não, está fora. -Para que serve a técnica? -Temos a necessidade de ter o controle das coisas. Muitas vezes usamos a tecnologia como utopia em relação a como lidar com as frustrações. -Busca-se a precisão, exatidão, segurança, certeza. Precisamos de algo que nos impeça de errar. -O tédio está aumentando em nossas vidas, nos sentimos isolados, solitários, por falta do contato pessoal com o outro. -O terapeuta tem as respostas para aquilo que não funciona como deveria, ou seja: aquele que soluciona através de um diagnóstico preciso, o que causa desconforto, descontrole (sem tirar a autonomia da pessoa de perceber e lidar com as próprias questões); ele pode evitar os efeitos colaterais, ajudando a controlar o mal estar (as pessoas querem garantias do psicólogo para que aquilo não aconteça mais); aumento da busca por medicamentos (para responder às necessidades rapidamente). Alguns pressupostos -O presente é o momento de ação imediata. Está conectado ao que já fomos e ao que seremos. -Não há separação entre passado e presente. -O futuro se relaciona com o passado e presente. -O que dá realmente movimento à temporalidade do ser é sentido da trajetória atribuída, o quanto aquilo faz sentido e é importante para nós. -Como fica a substituição do sentido: “tempo é a morte!” por “tempo é dinheiro! “? Sei que não tenho controle, que tudo é limitado, ideia de finitude. -Como se relaciona essa mudança de movimento à condição ser jovem e velho? Os jovens são muito mais procurados, e os mais velhos são descartados (e a experiência?). -O que o homem atual teme então em relação ao tempo? Que aspectos de sua vida são afetados por essa aflição? Teme que não tenha tempo e afeta toda sua vida. Solução: -Abraçar o problema, familiarizar-se com ele, ouvir a si mesmo na dor, no desconforto (processo terapêutico). -O que essa situação me diz a respeito de mim mesmo? -Mais perguntas sobre o como acontece do que o que isto quer dizer. Isso para trazer à tona a situação e os sentimentos, quais as escolhas feitas em detrimento de outras. -No encontro eis que se torna possível se aproximar de si mesmo e de sua própria história. A clínica infantil -Como assumir uma atitude fenomenológica em uma clínica infantil, suspendendo qualquer teoria de Psicologia? Queremos dar nome as coisas, mas temos que descobrir o sentido das coisas através do vivido. -Como atender com crianças à máxima da análise existencial de deixar o outro livre para si mesma? -Como é possível, no caso da criança, junto ao outro dar um passo atrás e deixar que este outro assuma a responsabilidade ou tutela pelas suas próprias escolhas? Como dar esse espaço à criança, acreditando que ela não sabe nada? Temos que aprender a construir com a criança o próprio destino dela. -Podemos falar de responsabilidade na criança já que esta, em sua fragilidade e vulnerabilidade, não pode tutelar a si mesmo? Temos que propiciar momentos em que ela pode tutelar a si mesma, de acordo com sua idade e seu desenvolvimento. Postura diante da queixa -Postura natural: rotular, classificar. Traz o diagnóstico, o fenômeno desaparece e dá lugar a uma configuração já dada, o adulto assume a tutela da criança. -Postura antinatural: não fazer generalizações e previsões a respeito da queixa. Acompanha o fenômeno em sua mobilidade estrutural (quem é a pessoa, por que agiu assim, por que isso é importante para ela, quais as emoções), devolver à criança o seu ter de ser, o seu cuidado, evitar a contaminação com o que foi previamente trazido (não ficar preso a primeira queixa, mas sim estar aberto à criança). Nossa meta -Resgatar, conhecer o fenômeno é sua singularidade. -Evitar a profecia autorealizadora: a criança acreditar que não cabe a ela a responsabilidade de sua existência (tira a responsabilidade da criança de dizer quem é). -Evitar a promoção do medo é solidão (se fizer isso, vai acontecer aquilo). -Possibilitar à criança a sua entrega a si mesma, permanecendo o mais longo possível em sua condição, voltada para si mesma. O que é comum acontecer? -A presença de pressupostos: da Psicologia, do senso comum e problemas do psiquismo ou condição biológica.
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