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Química Inorgânica Avançada: Estado sólido Programa de Pós-graduação em Química – 2016/1º. semestre Instituto de Química – Universidade Federal de Goiás Profa. Patrícia Pommé Confessori Sartoratto 3ª. feira - 16:00 às 18:00 h – sala 205 IQ-1 5ª. feira - 10:00 às 12:00 h – sala 205 – IQ-1 Ementa/Programa/Bibliografia Ementa: Estruturas cristalinas. Sólidos iônicos, metálicos, covalentes e moleculares. Difração de raios-X. Ligações químicas em sólidos e propriedade eletrônicas. Defeitos e não-estequiometria. Sólidos de baixa dimensionalidade. Propriedades químicas e físicas de sólidos. Programa: -Estruturas Cristalinas: Celas unitárias e sistemas cristalinos, Simetria, Retículos de Bravais, Planos reticulares e índices de Miller, Índices e direções, distâncias interplanares, descrição de estruturas cristalinas, estruturas de empacotamento denso (metais, ligas e estruturas iônicas, sítios tetraédricos e octaédricos) projeções de celas unitárias e coordenadas atômicas, estruturas de rede covalente, estruturas moleculares, fulerenos. -Exemplos de algumas estruturas cristalinas importantes: NaCl, blenda de zinco, fluorita, antifluorita, diamante, wurtzita, CsCl, Rutilo, Corundum, Perovskitas, Espinélio, Garnet, Silicatos, Zeólitas, Sólidos Lamelares, Sílicas com poros organizados, Sólidos em escala nanométrica. - Defeitos cristalinos: Defeitos Pontuais, Defeitos extendidos, deslocações. - Ligação em Sólidos e algumas propriedades: Iônica, Covalente, Metálica, van der Waals e ligação de hidrogênio, superfície de sólidos. - Síntese de sólidos inorgânicos: reações no estado sólido, formação de sólidos a partir de soluções, uso de templates, sólidos nanoestruturados. - Algumas técnicas de caracterização de sólidos (princípios básicos): Difração de raios-X, Difração de nêutrons, Técnicas espectroscópicas: EXAFS, XPS, Microscopias eletrônica: varredura, transmissão. Bibliografia 1. Anthony R. West “ Solid State Chemistry and its Applications, 2nd edition, John Wiley & Sons, Chichester, UK, 2014. 2. Lesley Smart and Elaine Moore “Solid State Chemistry, An Introduction, Forth edition, CRC Press, Taylor and Francis group, New York, 2012. 3.Ulrich Schubert, Nicola Husing “Synthesis of Inorganic Materials”. 3rd edition, Wiley-VCH Verlag,&Co, Weinheim, Germany, 2012. 4..H. V. Keer “Principles of the solid State ”John Wiley & Sons, New York, 1993. 5. ARTIGOS SUGERIDOS/PESQUISADOS Complementar: 5. Oliveira, G.M. Simetria de Moléculas e Cristais: Fundamentos da espectroscopia vibracional, Bookman, Porto Alegre, 2009. 6.Cullity, B.D. , Stock,S.R. Elements of X-Ray Diffraction, Third Edition, Prentice Hall, 2001. 7.Gunter Schmid, Nanoparticles: From Theory to Application, Wiley-VCH, Verlag, 2010. 8.Jacob N. Israelachvili, Intermolecular and Surface Forces, Third Edition: Revised Third Edition by, Elsevier, Amsterdan, 2011. 9.Elaine M. McCash Surface Chemistry, Oxford University Press, Oxford, 2001. Avaliação - Prova escrita individual - Exercícios (coletivo) - Seminário (grupo de 2 alunos) Média: 0,5 Prova + 0,2 Exercícios + 0.3 Seminários http://bcs.wiley.com/he-bcs/Books?action=index&itemId=1119942942&bcsId=8612 Química- Química do Estado Sólido- Química de Materiais- Ciência dos materiais e engenharia Característica Tolueno Óxido de alumínio Fórmula Fixa – C6H5CH3 Usualmente fixa, Al2O3 Para outros óxidos pode ser variável: Fe1-xO Defeitos presentes? Possibilidade de dopagem? Não – produziria outra molécula Sempre presentes: vacâncias, interstícios deslocações. Dopagem ou formação de solução sólida. P. ex. Al2O3 dopado com Cr 3+ - Rubi. Estrutura/ Determinação Estrutura molecular determinadas por métodos espectroscópicos (RMN, Espec. de massas) Cristalografia de monocristal (comprimento de ligação, ângulos) Caracterização estrutural, composicional ao longo da escala de comprimento, de local, à cela unitária, nano e microescala, inclusive superfície, porosidade. Várias técnicas de difração, espectroscopias, microscopias, porosimetria para completa caracterização Propriedades e aplicações Controlada pela fórmula molecular e configuração, não pode ser modificada por dopagem. Algumas propriedades pode depender do empacotamento molecular nos cristais (atividade farmacêutica, p.e.) Propriedades/aplicações depende da estrutura cristalina, defeitos, dopantes, superfície, tamanho de partícula, forma do material (pó, monocristal, filme, etc). Al2O3: cerâmica como isolante, pó como abrasivo, com dopante Cr3+ - laser, poroso- suporte para catalisador. Química do estado sólido Química de materiais Síntese – determinação estrutural – propriedades físicas – novos materiais Propriedades físicas de sólidos inorgânicos dependem frequentemente na estrutura em diferentes escalas de tamanho: Estrutura Loca/Defeitos Cela unitária/ estrutura “média” Nanoestrutura Microestrutura Propriedades óticas do rubi: a-Al2O3/Cr 3+ b- /g -Ca2SiO4 e diferentes capacidades de hidratação Colóides de CdS e dependência do band gap com o tamanho Propriedades Mecânicas de metais, cerâmicas e polímeros 1. Características do estado sólido Estados de agregação convencionais da matéria: sólido, líquido e gasoso Principais tipos de energia: Energia cinética, Ec, ou energia térmica movimento dos átomos, moléculas ou íons. Energia de interação entre as partículas, Ei, forças de van der Waals e forças eletrostáticas. Propriedades do sistema relação entre Ec e Ei Energias do sistema Volume Estado físico Densidade (temp. ambiente ) Ec >> Ei V=f (P, T ,n) gás ideal r = 0, 01g/cm3 Ec = Ei V =f (T, n) líquido r=0,5 a 2g/cm3 Ec << Ei V = f (n) sólido r=1 a 20g/ cm3 Estado gasoso: o Pouca interação entre os átomos e moléculas Movimento tridimensional e aleatório colisão com recipiente; espécies ocupam todo o espaço disponível partículas se repelem quando em contato (se não ocorre reação química) separações maiores: interação é fraca: movimento entre colisões independe daquele das outras espécies sistemas bem descritos pela lei dos gases ideais: movimento aleatório negligencia as interações e massas das espécies desvios dessa lei resultam da influência desses fatores Sistemas sólidos e líquidos: • chamados também de estados condensados da matéria • volumes são poucos sensíveis à pressão escala microscópica: caracterizados pela proximidade da espécie em relação aos seus vizinhos • espécie em movimento nos campos de força gerados por seus vizinhos, próximos ao mínimo de energia superficial potencial, produzida pelas interações • Distância intermolecular de equilíbrio: região na qual as forças atrativa e repulsiva são significativas • forças intermoleculares e a energia coesiva do sólido e líquido mesma ordem de grandeza Sólido tem uma estrutura fixa; moléculas mantém posições relativas (exceto nas vibrações), por longo período de tempo e o material, como um todo, mantém uma forma fixa Líquido: posições das moléculas não são fixas líquido muda de forma, mesmo sob uma força externa fraca (gravidade) assume a forma do recipiente que ocupa Principal diferença: •No sólido atração simultânea de cada espécie pelos seus vizinhos é a causa da coesão Energia coesiva de um sólido: energia necessária para separar os átomos, íons ou moléculas que constituem o sólido, a distâncias tão grandes que elas efetivamente não mais interagem entre si Uma substância é cristalina se a estrutura microscópica consiste de unidades que se repetem ao longo dos três eixos, independentes no espaço; a repetição deve se estender a longas distâncias. Um material amorfo não possui unidades repetidas. Padrão repetitivo gerado pela posição de equilíbrio como o núcleo de uma molécula vibra em torno de suas posições de equilíbrio, o mesmo ocorre com o cristal como numa molécula, a análise dessas vibrações pode nos informar avariação da energia coesiva com a distância entre as partículas. Líquidos, vidros e alguns sólidos são amorfos Não é suficiente existirem regiões de estrutura ordenada para um material ser considerado cristalino a água líquida possui algum grau de ordenamento local em qualquer instante mas a estrutura muda continuamente não existe padrão de repetição Os sólidos amorfos podem possuir regiões com ordenamento local não chega a distâncias macroscópicas. Distinção entre sólidos amorfos e líquidos muito viscosos não é nítida: •único cristal - monocristal •conjunto de cristais cristais pequenos: policristalino ou muito pequenos microcristalino, nanocristalino 2. Estruturas Cristalinas e “Química de Cristais Informações das estruturas cristalinas: • tipos de celas unitárias, • dimensões das celas unitárias, • posições atômicas ou coordenadas atômicas em uma cela unitária. “Química de Cristais” • Combina a informação estrutural com informações sobre os elementos constituintes • estados de oxidação, raios iônicos, números de coordenação • ligação química (iônica, metálica, covalente) 2.1 Celas unitárias e sistemas cristalinos Cela Unitária: Menor unidade repetitiva que mostra a simetria completa da estrutura cristalina Cela cúbica a=b=c Ângulos a=b=g = 90o Os sete sistemas cristalinos: formatos de celas unitárias independentes possíveis para estruturas cristalinas tridimensionais http://www.materials.ac.uk/elearning/matter/Crysta llography/3dCrystallography/7crystalsystems.html Embora seja comum descrever celas unitárias de acordo com seu formato, é mais correto descrevê-las pela presença ou ausência de simetria. Por exemplo: Se uma cela unitária possui 4 eixos C3 que se interceptam, ela deve ter formato cúbico; entretanto o inverso não é necessariamente válido, já que uma cela unitária pode ser cúbica, mas não ter um arranjo atômico com eixos de rotação C3. Simetria pontual Simetria espacial Notação Hermann- Mauguin – n n= 2,3,4,6 Cristais possuem eixos de rotação com n= 2, 3, 4, 6 Impossível observar n= 5 e 7 em estruturas cristalinas 3D Notação Hermann- Mauguin - m Ou Centro de Simetria Notação Hermann- Mauguin - 1 Não muito utilizado para cristais Eixo de Inversão - É uma operação de simetria combinada, envolvendo rotação (de acordo com n) e inversão através de um centro Notação Hermann- Mauguin – n 1 , 2, 3, 4, 6 Grupos pontuais Toda molécula apresenta no mínimo um ponto, cuja posição no espaço permanece inalterada, seja qual for o número de operações de simetria que possam ser aplicadas à mesma. O conjunto total de elementos de simetria de uma molécula é denominado Grupo pontual ou Grupo de simetria Teoria de Grupos O número de combinações possíveis de elementos de simetria para moléculas é limitado Moléculas diferentes que contém o mesmo conjunto de elementos de simetria pertencem ao mesmo Grupo Pontual Exemplo: As moléculas de água e de CH2F2 pertencem ao grupo C2v Possuem um eixo de rotação C2 e 2 planos especulares paralelos ao eixo C2 e planos C2 CH2F2 M é to d o p a ra d e te rm in a ç ã o d e g ru p o s p o n tu a is d e m o lé c u la s Elementos de simetria apresentados elementos de simetria pontual *p/ todos eles, pelo menos um ponto permanece inalterado durante a operação de simetria * um átomo num centro de simetria, num eixo de rotação ou num plano de reflexão não se move durante a respectiva operação de simetria • Moléculas de tamanhos finitos elementos de simetria pontuais Cristais estruturas “infinitas” simetrias extras: * etapas de translações * outras combinações de operações de simetria simetria espacial • Para moléculas não existem limites formais em relação à ordem n de eixos rotacionais. Teoricamente é possível qualquer combinação de elementos de simetria - Para cristais, no entanto, número de combinações de elementos de simetria que podem ocorrer é limitado: 32 combinações de n, m, 1 e n 32 Grupos pontuais cristalográficos O traço / é usado para separar um eixo rotacional de um plano m perpendicular ao eixo (sh) Grupo 4/m3 2/m - Cúbico (= Oh) Contém todos os grupos pontuais cúbicos, tetragonais, romboédricos, rômbicos, monoclínicos e triclínicos Grupo 6/m2/m2/m - Hexagonal (= D6h) Contém todos os grupos pontuais hexagonais, romboédricos, rômbicos, monoclínicos e triclínicos Simetria espacial Translação (operação simples) • Deslocamentos paralelos de planos em uma determinada direção. • Nenhum ponto no espaço permanece invariante. Em cristalografia, aparecem, além das elementos de simetria pontual, outros elementos simples ou compostos: Translação, Rotação-translação helicoidal (eixo parafuso) e espelhamento-deslizamento (plano de deslizamento) Eixo Parafuso Combina: * rotação * translação paralela ao eixo de rotação Operação de simetria elemento de simetria eixo parafuso, XY Translação por uma fração Y/X da extremidade da cela unitária, na direção do eixo parafuso, junto e simultaneamente a uma rotação de 360/X graus ao redor do eixo . translação pela fração Y/X da extremidade da célula unitária na direção do eixo parafuso rotação simultânea de 1/X. 360º em torno do eixo parafuso Eixo 21 paralelo a “a” envolve * Translação de a/2 * Rotação de 180º Esse processo é repetido 2 vezes p/ cada célula unitária Átomos ou íons num cristal que possui o eixo parafuso parecem estar sobre uma espiral em torno desses eixos Operação é designada por : 21, 31, 32, 41, 42, 43, 61, 62, 63, 64 e 65 Primeiro número extensão * Subíndice dividido pelo primeiro número extensão da translação expressa como a fração da distância repetida na direção do eixo Por ex. : p/ eixos paralelos OZ Eixo 21 possui uma translação c/2 41 possui uma translação c/4 62 possui uma translação 2c/6 = c/3 Plano de Deslizamento Operação associada, combinada * Translação * Reflexão Se produz uma figura que se sobrepõe à original, pela Reflexão através do plano e Movimento simultâneo ao longo do plano, de uma distância especificada Translação pode ser paralela a: * Eixos da célula unitária (a, b, c) * Face diagonal (n) * Corpo diagonal (d) Planos de deslizamento a, b, c e n etapa de translação correspondente à metade da célula unitária naquela direção P/ definição deslizamento d corresponde a uma translação que é ¼ do plano da diagonal P/ planos de deslizamento axial a, b, c é importante conhecer tanto a direção da translação como o plano de reflexão p/ ex. : um deslizamento a pode ser perpendicular a b (isto é no plano ac) ou perpendicular ac Planos de deslizamento perpendicular a b O símbolo é produzido quando a partir do símbolo pela ação do plano de deslizamento AA Diferentes tipos de planos de deslizamentos possuem translações que são: * Metade dos comprimentos axiais * Metade das diagonais das faces ou * ¼ das diagonais das faces Símbolos que representam os planos de deslizamentos: a: deslizamento paralelo à direção x com translação a/2 b: deslizamento paralelo à direção y com translação b/2 c: deslizamento paralelo à direção z com translação c/2 n: deslizamento em diagonal com translação ½ a + ½ b d: deslizamento diamante com translação ¼ a + ¼ b Grupos espaciais de cristais Combinando: Operações de simetria dos 32 grupos pontuais cristalográficos + Operações de translação (translação, eixo parafuso e plano de deslizamento) 230 grupos espaciais Simetria e escolha da cela unitária O formatos dos sistemas cristalinos não definem a cela unitária. São apenas consequência da presença de certos elementos de simetria. Um sistema cúbico apresenta 4 eixos de simetria de ordem 3 a=b=c a = b=g = 90o Há, porém, outros elementos de simetria Redes e Redes de Bravais Combinando: 7 sistemascristalinos + tipos de redes (P , F, I, A ...) 14 retículos de Bravais Tipos de redes Primitiva (P) Corpo Centrado (I) Face Centrada (F) Face Centrada (A, B ou C)
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