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LIBÂNEO, J. C. Políticas educacionais no Brasil

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LIBÂNEO, J. C. Políticas educacionais no Brasil: desfiguramento da escola e do conhecimento escolar. Cadernos de Pesquisa, ISSN 0100-1574. Vol. 46, n. 159. São Paulo, 2016.
O texto tem como objetivo discutir a repercussão das políticas educacionais em vigência no Brasil, do ponto de vista da escola e conhecimento escolar e sua incidência na constituição de desigualdades educativas na sociedade. Para tanto, utiliza a metodologia de pesquisa e análise documental. Buscou-se documentos oficiais, para identificar as políticas criadas para a escola e orientações curriculares que poderiam levar a desfiguração das funções do conhecimento escolar. 
O autor inicia a discussão com uma pergunta que ele chama de “inquietante”: Para que servem as escolas? Segundo ele, as políticas educacionais são influenciadas por orientações de organismos internacionais que produzem impactos nas concepções de escola e conhecimento escolar e, também, na formação de currículos. Após a definição de cada orientação, conclui-se que estas resultam em diferentes referências e qualidade de ensino, esses que interferem diretamente na forma de desenvolver atividades na sala de aula.
Diante do contexto da globalização, a internacionalização das políticas tem se tornado um movimento em que agências multilaterais de diversos tipos fazem “recomendações” de políticas públicas para os países em desenvolvimento. O autor suspeita que essas recomendações afetem negativamente o funcionamento das escolas e o trabalho dos professores. A educação escolar fica restrita aos objetivos de solução de problemas, comprometendo seu papel e sua prioridade de ensinar conteúdos e promover desenvolvimento intelectual dos alunos.
Fica claro que essas políticas conduzem ao empobrecimento da escola e baixos índices de desempenho dos alunos, nessa medida, atuam excluindo os alunos na escola e na sociedade. Esquecendo-se das demandar legítimas do sistema nacional de educação, priorizando a elevação dos índices de financiamento público da educação, esses documentos não contemplam os objetivos e formas de funcionamento pedagógico e didático das escolas que deveriam ser as prioridades na qualidade do ensino.
Toda discussão de Libâneo se fundamenta na crítica às políticas de resultados que, ao invés de buscar conteúdos culturais e científicos que auxiliem na formação de pensamento crítico, restringe-se às habilidades de sobrevivência social, focando na redução da pobreza e diferenças socioeconômicas. Da mesma forma, o autor critica as políticas que reduzem a escola ao lugar de acolhimento para pessoas pobres em detrimento do seu papel original. 
Do ponto de vista pedagógico o autor busca compreender como as condições sociais dos alunos e suas práticas podem ser incluídas no seu processo de educação com os conteúdos científicos. Sendo assim, o processo de ensino-aprendizagem deve ajudar o aluno a organizar suas experiências adquirindo as ferramentas para compreender o mundo, aplicando à sua vida, independente das condições socioeconômicas, os conceitos formais aprendidos na escola e tidos como abstratos.
Segundo Libâneo, uma escola de qualidade, deve propiciar as condições de desenvolvimento cognitivo, afetivo e moral dos alunos, destacando suas características individuais, bem como as práticas socioculturais das quais participam. Por fim, o autor conclui que a escola é o melhor lugar de inclusão social, entretanto, não se deve colocar essa função como principal dela, enquanto se busca passar conhecimento científico e a coexistência das diferenças e a interação entre indivíduos de identidades culturais distintas.
Busca-se, então, com certa urgência um consenso entre educadores e outros personagens envolvidos sobre a valorização da escola, do conhecimento escolar e, principalmente, do trabalho dos professores. Esses agentes determinam a qualidade do ensino e da educação, devendo, portanto, dominar o conhecimento cultural e científico, ao mesmo tempo em que os ensina e podem usufruir de salários e condições favoráveis ao trabalho. 
Todo o texto defende que os conhecimentos culturais e científicos devem ser os meios de promoção do desenvolvimento intelectual dos alunos, auxiliados pelas práticas socioculturais e institucionais, é possível superar as desigualdades socioeducativas, à medida em que se prioriza a educação.

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