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(PROCESSOS GRUPAIS) RESENHA DO FILME 12 HOMENS E UMA SENTENÇA

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Processos grupais – 7º SEMESTRE
Prof. ª: Carla Pontes Donnamaria.
Aluna: Júlia Jhemilly de Carvalho Silva – RA: N1270H-8
Resenha crítica sobre o filme: 12 homens e uma sentença – articulando as teorias dos processos grupais.
O filme relata a história de um grupo formado por 12 homens estadunidenses que fazem parte de um júri popular e terão que decidir sobre a condenação de um rapaz de 18 anos que está sendo acusado de assassinar o seu próprio pai após uma briga, e a sentença do mesmo é a pena de morte. A decisão é feita no sistema de votos e estes devem ser unânimes. O júri assiste ao julgamento do jovem durante três dias, e o local onde o grupo se reúne para fazer a apuração dos votos e os debates sobre o caso em questão é uma sala pequena onde há uma mesa central com cadeiras de madeira dispostas em sua volta, o local é pouco ventilado, pois no filme o grupo reclama sobre o mau funcionamento do ar condicionado e sobre o calor que faz naquele dia, e a sala conta também com um banheiro. A porta dessa sala permanece trancada e quem tem a posse da chave é um guarda que fica do lado de fora da sala. Quando o grupo precisa que a porta seja aberta, acionam o guarda e ele a destranca. 
Os indivíduos que compõem esse júri são pessoas totalmente diferentes umas das outras, com condições sociais, origem, religiões e idades diferentes. No início, todos aparentam estar de acordo com uma ideia comum ao grupo, a favor da condenação do réu, porém, um único membro do grupo discorda da opinião dos demais. O Sr. Davis, único jurado que votou contra a condenação do réu, afirma que tem dúvidas sobre a culpa do rapaz, e que só mudará o seu voto se for apresentado a ele uma prova absoluta e concreta de que o mesmo é culpado, caso contrário, manterá o seu voto na inocência do garoto. Com isto, ele solicita que todos conversem e debatam sobre o assunto, e não que simplesmente cada um dê o seu voto e o deem por encerrado, pois é a vida de um jovem que está em jogo naquele momento. A partir de então, Sr. Davis inicia uma discussão acerca das evidências apresentadas no caso, recriando a cena que apresentaram a eles, e, após muito tempo de discussão os membros do grupo, um a um, foram mudando os seus votos e inocentando o rapaz. 
De início, todos eram a favor da condenação do réu por motivos particulares e alheios a situação, como por exemplo, o jogo de futebol que aconteceria em breve, o preconceito por pessoas mais pobres e humildes. Eles se baseavam em suas experiências pessoais e em preconceitos estabelecidos em sua própria subjetividade, e isso poderia resultar numa sentença injusta ao jovem. Sr. Davis, por sua vez, faz com que cada jurado reflita sobre o seu voto e reveja o seu modo de pensar, conforme vão construindo juntos o conhecimento sobre o caso. 
Podemos analisar neste filme, contribuições de diversos autores quando se trata de grupos. Lewin (1890-1974), por exemplo, fala sobre grupos democráticos e grupos autoritários, dizendo que os grupos democráticos têm uma eficiência maior a longo prazo, e os grupos autoritários tem eficiência mais imediata. No filme, vemos o exemplo do grupo democrático, onde todos têm participação ativa, dividem responsabilidades e ideias. Pode ser um processo mais demorado em comparação ao grupo autoritário, mas seus resultados são mais duradouros. 
Segundo Pichon-Rivière (1980), um grupo é quando um conjunto de pessoas movidas por necessidades semelhantes se reúnem em torno de uma tarefa especifica, ou seja, um grupo com um objetivo mútuo, porém cada participante é diferente, tem sua identidade. O autor também diz que a tarefa é um princípio organizador do grupo, referindo-se a forma pela qual cada indivíduo interage com o grupo a partir de suas próprias necessidades, sendo que essas constituem a orientação da tarefa grupal. 
Percebemos a ligação com a teoria de Moreno (1889-1974) quando refletimos sobre os membros do grupo, pois cada um ali está inserido em um papel específico naquele contexto, pois estão sendo jurados de um crime. Além disso, há um momento no filme em que os personagens tentam recriar a cena do crime para verificar se há coerência com os detalhes passados para eles, que podemos relacionar ao Psicodrama, e podemos ver claramente as etapas de dramatização e compartilhamento, onde todos podem refletir sobre a cena e buscar uma resolução ao que está sendo exposto e elucidado. 
Ao longo do filme, podemos perceber como os personagens vão desconstruindo os pensamentos cristalizados e agregando novos conhecimentos a partir da vivência com o outro, fazendo-nos verificar na prática a aplicação teórica de diversos pensadores sobre os processos grupais, e também refletindo sobre a importância do grupo e da interação entre os indivíduos que estão ali inseridos. 
REFERÊNCIAS
12 HOMENS E UMA SENTENÇA. Direção: Sidney Lumet. Produção: Henry Fonda. Roteiro: Reginald Rose. Estados Unidos: [s. n.], 1957. 
MAILHIOT, G. B. Dinâmica e gênese dos grupos. São Paulo: Livraria Duas Cidades, 1991.
PICHON-RIVIÈRE, E. O Processo Grupal: da Psicanálise à Psicologia Social. São Paulo: Martins Fontes, 1980. 
PICHON-RIVIÈRE, E. Teoria do vínculo. São Paulo: Martins Fontes, 1998

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