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TECNOLOGIAS INEVITÁVEIS NA CONSTRUÇÃO CIVIL por Bruno Loturco 2www.buildin.com.br O autor Com 17 anos de experiência no mercado de construção, sou especialista em comunicação no setor. Passei pelos principais veículos de comunicação do setor de construção e do mercado imobiliário, como PINI e SindusCon-SP. Atualmente, sou responsável por todo o conteúdo publicado no Buildin e nos eventos Construtalk e Construsummit. Ao longo do tempo, adquiri vasto conhecimento técnico que associo à capacidade analítica sobre o mercado para produzir materiais de alto valor para os empresários da indústria da construção e do mercado imobiliário. Estou à disposição para bater um papo sobre o nosso mercado! Entrar em contato https://www.buildin.com.br/ https://conteudo.buildin.com.br/construtalk-home http://www.construsummit.com.br/ mailto:bruno.loturco%40buildin.com.br?subject= 3www.buildin.com.br O Buildin Somos o Buildin, uma plataforma de conteúdo e qualificação para a indústria da construção. Produzimos e divulgamos materiais relevantes para os profissionais da construção civil. Todos os meses, publicamos artigos, blogposts, webinars, e-books, produções audiovisuais diversas e cursos! Para fazer sempre o melhor conteúdo personalizado segundo o perfil de cada usuário, levamos em conta o atual ecossistema da construção. Ou seja, um universo sedento por inovação e constantemente em busca de melhores índices de produtividade. Entrar em contato https://www.buildin.com.br/ mailto:contato%40buildin.com.br?subject= 4www.buildin.com.br Introdução 1. Drones 2. Computação na nuvem (Cloud Computing) 3. Economia colaborativa & Compartilhamento de serviços 4. BIM 5. Industrialização da construção 6. Internet das Coisas 7. Realidade Aumentada & Realidade Virtual 8. Nanodegrees + EAD 9. Startups Conclusão 5 13 19 23 28 33 38 41 44 47 52 Índice https://www.buildin.com.br/ 5www.buildin.com.br Introdução Há um ditado que diz que uma mentira, repetida mil vezes, começa a passar por verdade. E quando se trata de uma verdade incômoda repetida incessantemente? No caso da construção civil, talvez o risco seja de tal afirmação se tornar praticamente um sinônimo do setor. Ou, no mínimo, um “sobrenome”. Afinal, não é raro encontrar termos como “baixa produtividade”, pouca inovação”, “qualificação precária” e afins associados ao setor da construção. E não é possível rebater tais afirmações quando há dados que as corroboram. Em fevereiro de 2015 o SindusCon-SP (Sindicato da Indústria da Construção do Estado de São Paulo) divulgou o estudo “Produtividade na Construção”. Elaborado pela FGV (Fundação Getúlio Vargas), o estudo considerou dados de produtividade da mão de obra da construção apurados entre 2003 e 2013. Mais do que isso, comparou tais dados com os levantados em outros 17 países: Espanha, França, Portugal, Estados Unidos, Holanda, Reino Unido, Suécia, Canadá, Alemanha, Austrália, Itália, Coréia do Sul, Japão, Índia, Rússia, México e China. As conclusões do estudo jogaram luz e trouxeram parâmetros a um fato que já era sentido por todo o setor: a construção brasileira é muito pouco produtiva. No entanto, a responsabilidade pela baixa produtividade não é apenas da construção civil. O País como um todo também está abaixo da média global de produtividade. Por que algumas tecnologias são inevitáveis? Duplo gap de produtividade https://www.buildin.com.br/ 6www.buildin.com.br Longe de ser um alento, este fato só agrava a situação da construção civil brasileira. Na prática, o desafio para o empresário da construção é vencer o chamado duplo gap de produtividade, representado no gráfico abaixo extraído do estudo. A partir dele é possível perceber o tamanho do desafio para o setor da construção brasileiro se tornar mais competitivo. Duplo gap de produtividade: construção x média da economia e Brasil x países mais desenvolvidos Fonte: WIOD, Conference Board. Elaboração FGV https://www.buildin.com.br/ 7www.buildin.com.br A análise dos dados se torna ainda mais interessante com o gráfico que mostra o diferencial de produtividade na construção entre 2003 e 2013. Ao tomar os Estados Unidos como referência é possível notar que a produtividade relativa da mão de obra brasileira é de 20%. Na prática, isso significa que o mesmo serviço leva cinco vezes mais tempo para ser concluído no Brasil do que nos Estados Unidos. Diferencial de produtividade na construção EUA = 100, 2013 Fonte: WIOD, Conference Board. Elaboração FGV https://www.buildin.com.br/ 8www.buildin.com.br Além disso, a coluna de crescimento da produtividade à direita mostra outros dados alarmantes. Os mais notáveis deles mostram a comparação entre o incremento de produtividade no Brasil, na Espanha e na China no mesmo período. A produtividade espanhola cresceu 66,5% em dez anos, colocando o país na liderança mundial de produtividade na construção civil. Na China, embora a produtividade geral ainda seja ruim, o crescimento foi de 108,4%. O Brasil, por sua vez, incrementou a produtividade do setor da construção em apenas 20,6% em dez anos. Se considerarmos que as taxas de crescimento vão se manter, em 2019 a produtividade chinesa já será superior à brasileira. É importante salientar, no entanto, que o problema não se restringe aos canteiros de obras. Há questões estruturais determinantes para a evolução da produtividade. Dentre elas, como o próprio estudo cita, estão: intensidade e duração do ciclo setorial, reflexos do ambiente macroeconômico, intensidade da utilização de processos industrializados e qualificação da mão de obra. Além disso, é preciso levar em consideração a estrutura tributária, incluindo carga, complexidade e estímulos alocativos, a burocracia, o custo do capital e a previsibilidade regulatória e econômica. Parte da solução, entretanto, passa inevitavelmente pela inovação. Embora nem toda a responsabilidade pelos maus resultados em relação à produtividade seja conjuntural, relacionado a macro questões brasileiras, é preciso considerar também a baixa capacidade do setor de se reinventar. O estudo “Reinventing Construction: A Route to Higher Productivity”, realizado pela McKinsey e divulgado em fevereiro de 2017, trouxe alguns dados reveladores sobre o setor em todo o mundo. Inovação na construção civil brasileira https://www.buildin.com.br/ 9www.buildin.com.br De acordo com a pesquisa, a produtividade média do setor cresce a uma velocidade muito baixa, da ordem de 1% ao ano. Além disso, há muita heterogeneidade na produtividade na comparação entre regiões. Por acreditar que o setor da construção - que emprega 7% da população do planeta - pode gerar US$ 1,6 trilhão por ano caso vença a questão da produtividade, a McKinsey elencou sete áreas a serem atacadas para vencer o gap de produtividade. São elas: Rever regulamentações Rever contratos Repensar os projetos Otimizar as compras e a cadeia de suprimentos Otimizar a execução dentro do canteiro de obras Incorporar tecnologia e inovação Qualificar a mão de obra Apesar de apenas o item 6 citar nominalmente a questão, investir em inovação é um dos caminhos indicados para atacar todos os pontos. Afinal, o setor da construção é extremamente atrasado no que diz respeito à digitalização e informatização de processos. Isso é o que mostra a própria McKinsey no gráfico na próxima página. Ele mostra que, de maneira geral, a construção é o segundo setor que menos adota tecnologias de digitalização de processos, ficando à frente apenas da agricultura. Os dados dizem respeito à realidade dos Estados Unidos. Na Europa, a construção ocupa o último lugar. Não há dados sobre o Brasil, mas o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) afirma que a média percentual de inovação da indústria nacional é de 35,7%. Para o setor da construção civil, responsável por 8% do PIB (Produto INterno Bruto), a média é de 29,6%. 1) 2) 3) 4) 5) 6) 7) https://www.buildin.com.br/10www.buildin.com.br As razões para a baixa digitalização da construção, apontado pelo estudo da McKinsey, são: A gestão das obras (como o planejamento, por exemplo) continua sendo feito com pouca coordenação entre o escritório e o campo, requerendo muita tarefa em papel; Os contratos não incluem incentivos para compartilhamento de risco e inovação; A gestão do desempenho (performance management) é inadequada; As práticas usadas ao longo da cadeia de suprimento são pouco sofisticadas. https://www.buildin.com.br/ 11www.buildin.com.br Já o especialista em planejamento de obras, Aldo Mattos, pontua conclusões adicionais sobre os dados do gráfico: Os setores com maior taxa de digitalização são justamente aqueles que dependem de conteúdo e informação; Setores que envolvem aplicação maciça de mão de obra terminam tendo menor margem para implantação de tecnologia; O fato de a construção ter uma atuação “nômade”, com sucessivas mudanças de local, impõe limitações ao uso de ferramentas digitais constantes; A dependência de subempreiteiros e fornecedores pequenos e desestruturados representam um elo frágil no processo de informatização. A opinião de Luiz Henrique Ceotto é semelhante. Para ele, a falta de inovação na construção não se deve à engenharia, mas a questões que extrapolam os tapumes dos canteiros de obras. Dentre as barreiras citadas por Ceotto, um dos maiores especialistas em construção do Brasil, estão questões culturais, falta de visão estratégica das empresas e de capacitação social. Entretanto, os obstáculos mais severos são tributários e financeiros. Afinal, optar por usar um sistema industrializado em vez de um processo artesanal encarece a produção entre 12% e 16% devido a encargos tributários. O aspecto financeiro é problemático devido à limitação de financiamento para o consumidor final. Este precisa de um prazo alongado para pagar pelo menos 20% do imóvel durante a construção, pois os programas habitacionais financiam no máximo 80% do valor do imóvel. Logo, não há estímulo para que as construtoras encurtem o prazo executivo. Como podemos ver, a construção tem um longo caminho a percorrer para se tornar mais produtiva. Para isso, precisa vencer o desafio da industrialização e abandonar processos artesanais ultrapassados. Um dos passos para isso é investir em projeto e em controle de qualidade, além de qualificação. Nesse aspecto, algumas tecnologias despontam devido ao alto potencial de agregar valor ao processo construtivo. Vamos falar um pouco sobre 9 das tecnologias indispensáveis para o salto de produtividade da construção civil. https://www.buildin.com.br/ 12www.buildin.com.br As 9 tecnologias inevitáveis Carregando... https://www.buildin.com.br/ 13 1. Drones 14www.buildin.com.br Antes de listar todas as possibilidades por meio das quais estes equipamentos podem gerar valor para uma construção, é importante definirmos o que é drone. Drone é uma palavra em inglês cuja tradução literal é zangão e que também remete ao zumbido produzido por esses insetos ao voar. A definição técnica dos drones é VANT, sigla para Veículo Aéreo Não-tripulado. Em alguns casos, a sigla VARP (Veículo Aéreo Remotamente Pilotado) também é utilizada. Ambas vêm do inglês UAV (Unmanned Aerial Vehicle). Há, ainda, a definição do Decea (Departamento de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro). Para a entidade, drone é “todo e qualquer tipo de aeronave que pode ser controlada nos três eixos e que não necessite de pilotos embarcados para ser guiada.”. Já podemos concluir que drone são aeronaves não tripuladas e controladas a distância, certo? Mas qual a sua utilidade e por que um profissional da indústria da construção deveria se preocupar com isso? A empresa de pesquisas alemã Drone Industry Insights afirma que o uso de drones movimentou US$ 18 bilhões em 2018 na Europa. Para 2024, a empresa espera que este valor seja da ordem de US$ 42,5 bilhões. Para os Estados Unidos os números do Goldman Sachs são ainda mais expressivos. A expectativa é de que até 2020 o mercado de drones seja responsável pela geração de US$ 100 bilhões. Deste valor, US$ 70 bilhões serão referentes a usos militares, US$ 17 bilhões a consumidores finais e US$ 13 bilhões à indústria e governo. 1. Drones Tendências no uso de drones https://www.buildin.com.br/ 15www.buildin.com.br Se você é um profissional da construção civil e acompanhou a leitura até aqui, talvez ainda esteja um pouco confuso sobre o que essas informações têm a ver com você. Pois o próximo dado vai te trazer a resposta que precisa. O Goldman Sachs afirma que a expectativa é de que o setor de Construção responderá por US$ 11,164 bilhões da movimentação total do mercado de drones apenas nos Estados Unidos. Os números são expressivos, não é mesmo? Mas para quais finalidades, enfim, são usados os drones? A Robotics Business Review afirma que os usos mais importantes dados aos drones são: Captura de imagens aéreas; Inspeções de infraestrutura, de canteiros de obras; Mapeamento e pesquisa; Monitoramento de campos agrícolas, inclusive para detecção de pestes e pragas. 1. Drones https://www.buildin.com.br/ 16www.buildin.com.br Confira o panorama geral de uso de drones em 2019 elaborado pela Drone Industry Insight. 1. Drones https://www.buildin.com.br/ 17www.buildin.com.br dentre outras. Uma outra possibilidade proporcionada pelo uso de drones é o reconhecimento do local da obra, o que é especialmente útil no caso de rodovias, por exemplo. Com uso de um drone é possível visualizar toda a extensão da obra e, com isso, identificar obstáculos e interferências com muito mais precisão. Da mesma maneira, os VANTs podem ser usados para fiscalização de serviços e de operários, inclusive para identificar situações de risco. Além disso, é possível utilizar drones para, por exemplo, içamento de cabos no caso de construção de linhas de transmissão. Assim, na construção civil os drones podem ser usados para: Mapeamento de áreas e canteiros; Simulações para cliente final; Fiscalização de funcionários com relação a desempenho e segurança e saúde do trabalho; Verificação da evolução da obra; Inspeção da obra. Talvez o uso mais óbvio de drones na construção civil seja para obtenção de imagens aéreas. Há décadas construtores contratam fotógrafos e cinegrafistas para fazer caras tomadas a partir de helicópteros e aviões, com toda a sorte de interferências e limitações que possam haver. Sem falar nos custos que restringem esse tipo de recurso somente a obras grandes. Com o advento dos drones, o custo desse tipo de serviço caiu na mesma proporção em que surgiram novas possibilidades. Afinal, um fotógrafo num helicóptero teria muito mais dificuldade de registrar a vista que terá o morador do 19º andar do que um drone, por exemplo. Neste sentido, os drones contribuem com a elevação da qualidade da experiência do cliente. Os drones, portanto, contribuem com aspectos comerciais e de marketing, mas também com a melhoria dos projetos e o planejamento de construções imobiliárias e de infraestrutura, 1. Drones Drones na construção civil 1) 2) 3) 4) 5) https://www.buildin.com.br/ 18www.buildin.com.br Os resultados, conta, foram a redução no custo de levantamento topográfico, aumento da segurança e redução no tempo de realização dos serviços. Se feito da maneira tradicional, com deslocamento de funcionários para o local, a medição levaria ao menos 4 horas. Com o drone o serviço era feito em 10 minutos. O uso de helicópteros para tomada aérea de imagens, chegou a custar 60 mil libras no passado. Com o drone, o valor foi praticamente zerado, pois o equipamento é utilizado para outras finalidades que diluem o custo. A construção da autoestrada A6, no Norte da Irlanda, foi beneficiada pelo uso intensivo de drones. O projeto teve duração de três anos e realizou a construção de 14 km de rodovias. No caso em questão, o uso de tecnologia de drone proporcionou detalhamentoacurado de toda a extensão da obra e permitiu reduzir as interferências no tráfego local. Com isso, o risco de acidentes foi significantemente reduzido. O líder de pesquisas da obra, Nick Kelly, conta que o geo monitoramento da obra foi feito por drones. A tecnologia aumentou a velocidade de realização dos serviços e reduziu os riscos. O custo de aquisição do equipamento, afirma ele, foi recuperado em alguns meses. De acordo com ele, o levantamento topográfico com uso de GPS foi o ponto de partida. Depois disso, levantamentos realizados com o drone possibilitaram medir semanalmente os volumes de terra movimentados. 1. Drones Case de uso de drone na construção civil Leia mais em: Cresce a importância dos Drones na Construção Civil Drones na Construção Civil – 6 Aplicações para implementar na obra Drones na Construção Civil – 7 aplicações diretas na obra Case Autoestrada A6 - SenseFly UAV Report: Growth trends & opportunities for 2019 Drone Industry Insights The Drone Applications Report 2019 https://www.buildin.com.br/ https://www.buildin.com.br/drones-na-construcao-civil/ http://futuriste.com.br/blog/drones-na-construcao-civil-6-aplicacoes-para-implementar-na-obra/ https://www.sienge.com.br/blog/drones-na-construcao-civil/ https://www.sensefly.com/app/uploads/2018/05/senseFly-Reference-Story-GRAHAM-Construction.pdf https://www.gpsworld.com/uav-report-growth-trends-opportunities-for-2019/ https://www.droneii.com/ https://www.droneii.com/drone-applications-2019 19 2. Computação na nuvem (Cloud Computing) 20www.buildin.com.br No contexto da computação, o termo “nuvem” já está bastante difundido e muita gente já entende bem o conceito. Caso não seja esse o seu caso, vamos a uma explicação resumida. Se você tinha computador há cerca de 15 a 25 anos, como armazenava seus arquivos? No disco rígido interno, certo? Havia a possibilidade de transportar arquivos em disquete e, posteriormente, em pen drive, lembra? Há algum tempo, surgiu a possibilidade de armazenar arquivos na nuvem. Isso significa que o disco rígido e o pen drive deram lugar a um servidor externo - a nuvem - acessado pela internet. Ou seja, você está trabalhando num arquivo no seu computador de casa, salva ele na nuvem e pode acessar no computador do trabalho sem precisar carregar a mídia física por aí. O desdobramento do armazenamento na nuvem é o processamento na nuvem. Com ele, você não precisa ter os programas instalados no seu computador. Você os acessa online, insere os dados e o processamento é feito pelo servidor. Mais do que isso, é possível trabalhar de forma colaborativa nos arquivos. Num documento de texto, por exemplo, significa que você e um colega de trabalho podem fazer as edições simultaneamente. Isso evita que cada um trabalhe em uma versão do arquivo e torne impossível dizer qual a versão definitiva. Confira alguns benefícios da cloud computing: Trabalho colaborativo; Mobilidade; Segurança de dados; Redução de custos; Flexibilidade; Processamento de dados poderoso. 2. Computação na nuvem (Cloud Computing) https://www.buildin.com.br/ 21www.buildin.com.br No caso da construção civil, é fácil imaginar a aplicação dessa possibilidade. As inúmeras alterações de projeto geram um sem número de versões e é difícil, demorado e caro assegurar que todas as frentes estejam com as últimas versões de projeto. A nuvem elimina todos esses problemas ao colocar projetistas, engenheiros e frentes de obra na mesma página sempre. Só há uma versão de cada projeto e ela sempre está atualizada. Mas estes não são os únicos benefícios da nuvem para a construção civil. Agilidade na comunicação Há diversas ferramentas voltadas exclusivamente para a indústria da construção que pemitem comunicação imediata com todos os stakeholders de um empreendimento. Além disso, as ferramentas mantêm o histórico de comunicação, permitindo rastrear a tomada de decisões da obra. Informações acessíveis Para que a tomada de decisões seja assertiva, é preciso que as informações mais atualizadas estejam disponíveis o quanto antes. Por isso, basta que o engenheiro ou o mestre de obras tenha um dispositivo com acesso à internet para saber quais foram as últimas alterações feitas pelo projetista no escritório. Redução de custos Na sua opinião, uma construtora, incorporadora ou empreiteira deveria se preocupar com estrutura de servidores, rede de computadores, segurança, cabos, espaço físico, refrigeração, entre outros detalhes técnicos? 2. Computação na nuvem (Cloud Computing) Cloud computing na construção civil Benefícios da cloud computing https://www.buildin.com.br/ 22www.buildin.com.br Já basta a quantidade e a sensibilidade dos dados e processos relativos exclusivamente à construção, não é mesmo? Por isso, a cloud computing promove a terceirização desses custos para empresas que realmente têm nesses equipamentos seu core business. Além de reduzir custos por não precisar comprar equipamentos caros, específicos e sensíveis, a cloud computing melhora a qualidade e a segurança dos processos de informação. Gestão moderna Além de o próprio gerenciamento de informações ser mais moderno, a nuvem possibilita contar sempre com sistemas atualizados de gestão e controle de qualidade. Afinal, o conceito de SaaS (Software as a Service) dispensa a necessidade de aquisição de ferremantas digitais. Estas passam a ser pagas por uso e são atualizadas constantemente. Não é à toa, portanto, que a quantidade de empresas de construção que usam a computação na nuvem saltou de 16% em 2012 para 85% em 2017, de acordo com dados da Sage. 2. Computação na nuvem (Cloud Computing) Leia mais em: Why is cloud computing critical in the construction industry? 5 vantagens do armazenamento em nuvem nas empresas de construção civil 4 motivos para ter seu projeto de construção civil gerenciado na Nuvem https://www.buildin.com.br/ https://unearthlabs.com/blog/construction-tech/cloud-computing-in-construction/ https://constructapp.io/pt/5-vantagens-na-utilizacao-do-armazenamento-em-nuvem-na-sua-empresa-de-construcao-civil/ https://constructapp.io/pt/5-vantagens-na-utilizacao-do-armazenamento-em-nuvem-na-sua-empresa-de-construcao-civil/ https://constructapp.io/pt/4-motivos-para-ter-seu-projeto-de-construcao-civil-gerenciado-na-nuvem/ https://constructapp.io/pt/4-motivos-para-ter-seu-projeto-de-construcao-civil-gerenciado-na-nuvem/ 23 3. Economia colaborativa & Compartilhamento de serviços 24www.buildin.com.br Embora os termos possam parecer estranhos, tanto a economia colaborativa quanto o compartilhamento de serviço já fazem parte de parcela significativa da sociedade. Exemplos típicos dessas inovações inevitáveis são o Uber e a Netflix. Ambas as empresas se baseiam na constatação de que as pessoas não querem, necessariamente, consumir carros e DVDs. O que as pessoas querem, em grande parte, é se locomover e assistir a filmes. Se à primeira vista não há diferença entre as duas coisas, pense bem! No caso de um carro, por exemplo, a posse está associada a um desembolso significativo de dinheiro, obrigações com taxas anuais, seguro e manutenção. Alem disso, é preciso ter um local para guardar o carro, o que leva a outros custos, e a gestão do patrimônio consome tempo - além de mais dinheiro. Face a isso, a menos que a pessoas tenha uma necessidade muito específica ou uma vontade muito grande, ter um carro não parece vantajoso, não é mesmo? No mais das vezes, o que as pessoas precisam e querem não é do carro, mas do benefício que ele proporciona. Ou seja, transporte. Essa é a base do negócio da Uber, que, além disso, ainda proporciona fonte de renda descomplicada para pessoas físicas. Este é o exemplo prático da economia colaborativa e do compartilhamento de serviços. O serviço, no caso, é o transporte, que é compartilhado por tantas pessoas quantas entrarem no mesmo carro num dia. O princípio do Waze é o mesmo. O compartilhamento de informações de trânsitoé organizado pela plataforma de maneira que a sociedade como um todo seja beneficiada pela otimização das rotas. 3. Economia colaborativa & Compartilhamento de serviços Economia colaborativa e Compartilhamento de serviços na prática https://www.buildin.com.br/ 25www.buildin.com.br A especialista em estudos de colaboração do consumo, Rachel Botsman, afirma que estes se organizam em três frentes: Mercados de redistribuição: otimização do uso de itens não utilizados baseado no princípio da redução do consumo de recursos naturais. É o caso, por exemplo, de brechós e lojas de móveis usados; Estilo de vida colaborativo: é a base dos coworking, por exemplo. Tem como princípio o compartilhamento de serviços, espaços ou tempo; Sistemas de acesso a produtos e serviços: para usar um serviço ou produto não é preciso ter sua posse, mas apenas pagar pelo acesso. É o que prega serviços como o Airbnb, a Yellow ou a Uber, por exemplo. Talvez seja impossível enumerar todas as empresas que existem e são baseadas na economia colaborativa e no compartilhamento de serviços. No entanto, há alguns dados impressionantes sobre este mercado. Pesquisa da Venture Beat afirma que as companhias que atuam nesse segmento somam US$ 17 bilhões, têm 60 mil empregados e captaram US$ 15 bilhões em investimentos em 2016. O potencial é tamanho que há cidades se preparando para um futuro baseado em economia colaborativa. É o caso de Amsterdã, por exemplo, que criou o projeto “Amsterdam Sharing City”. A finalidade da iniciativa é fomentar projetos pilotos baseado em colaborativa por meio da criação da plataforma SharingNL. Esta ferramenta tem como função conectar pessoas e projetos para facilitar seu desenvolvimento. 3. Economia colaborativa & Compartilhamento de serviços Tipos de colaboração O poder da economia colaborativa 1) 2) 3) https://www.buildin.com.br/ 26www.buildin.com.br Poderíamos citar diversas possibilidade de compartilhamento de serviços de construção para a execução de obras. Ou de economia colaborativa para o desenvolvimento de projetos. Por que não, afinal, compartilhar projetistas quando sua empresa estiver mais dedicada à execução do que à concepção de projetos? Enfim, vamos deixar tais possibilidades para um outro momento. Afinal, a mudança de dinâmica da sociedade já traz consequências significativas para a construção. Ou você acha que numa cidade em que as pessoas têm Uber e carros compartilhados sua construtora vai continuar precisando construir três, quatro subsolos de estacionamento? Ou, se pensarmos em outros serviços domésticos, por que você precisaria continuar a construir uma lavanderia em cada apartamento se as pessoas estivessem dispostas a compartilhar esse serviço numa área comum do prédio? Algo semelhante acontece em Seoul, na Coreia do Sul, com o projeto “A cidade que compartilha”. Neste caso, a própria prefeitura deixa à disposição da população carros elétricos distribuídos em 292 estaçoes pela cidade. Além disso, há iniciativas para revenda de roupas infantis, doação de roupas sociais para pessoas que precisam fazer entrevista de emprego, reciclagem de móveis, dentre outros. 3. Economia colaborativa & Compartilhamento de serviços O que a construção tem a ver com isso https://www.buildin.com.br/ 27www.buildin.com.br E se as pessoas e empresas estão propensas a aceitar o home office, será que um empreendimento não pode se diferenciar dos demais ao oferecer um coworking para seus condôminos? A Vitacon já tem apostado na economia colaborativa e no compartilhamento de serviços para conceber seus empreendimentos. Com isso, tem ofertado apartamentos compactos construídos em áreas nobres da cidade. Ou seja, agregou valor ao conceito de morar e, em 2017, faturou R$ 860 milhões. 3. Economia colaborativa & Compartilhamento de serviços Leia mais em: Economia compartilhada The sharing economy has created 17 billion-dollar companies (and 10 unicorns) Economia Compartilhada: O que é e como ela pode beneficiar o seu negócio? Economia colaborativa revoluciona Amsterdã Seul, a cidade que compartilha Sonia Racy entrevista presidente da Vitacon Você moraria em um apartamento compacto de 10 m²? https://www.buildin.com.br/ https://www.politize.com.br/economia-colaborativa/ https://venturebeat.com/2015/06/04/the-sharing-economy-has-created-17-billion-dollar-companies-and-10-unicorns/ https://venturebeat.com/2015/06/04/the-sharing-economy-has-created-17-billion-dollar-companies-and-10-unicorns/ https://www.ideianoar.com.br/economia-compartilhada/ https://www.ideianoar.com.br/economia-compartilhada/ https://exame.abril.com.br/economia/economia-colaborativa-revoluciona-amsterda/ https://brasil.elpais.com/brasil/2015/08/12/internacional/1439376952_395862.html https://www.infomoney.com.br/negocios/canal-do-empresario/noticia/7485809/sonia-racy-entrevista-presidente-vitacon https://www.buildin.com.br/apartamento-compacto/ 28 4. BIM 29www.buildin.com.br A tecnologia BIM reúne, integra e organiza as informações de projeto de uma construção. A partir dessas informações é que a edificação é modelada. Logo, o BIM abrange desde a concepção, o modelo em si, o orçamento, a execução, o acompanhamento e até mesmo a operação. Por isso, o BIM acompanha a obra em todo o seu ciclo de vida. Mais do que isso, o BIM integra todos os dados relativos à obra em um único local, o que facilita o compartilhamento do projeto entre os profissionais envolvidos em sua concepção e construção. Dessa maneira, os profissionais conseguem até mesmo trabalhar no mesmo projeto simultaneamente, resolvendo interferências entre instalações e outras questões relevantes. Logo, a tecnologia BIM impacta desde arquitetos, engenheiros, projetistas, fornecedores de materiais, gerentes ambientais e clientes. A modelagem virtual da construção permite atentar para todas as particularidades desta. Por meio do BIM é possível, inclusive, extrair quantitativos de materiais muito precisos. Isso porque o processo BIM simula a construção real do empreendimento no computador antes que o mesmo seja construído no terreno. 4. BIM https://www.buildin.com.br/ 30www.buildin.com.br Assim, todas as disciplinas de projeto (hidráulico, estrutural, arquitetônico etc.) estarão sobrepostas. Portanto, é importante facilitar a visualização de problemas e a elaboração de maneiras de otimizar o projeto. Desse modo, fica mais fácil identificar se um tubo está atravessando uma viga onde não deveria, ou se uma porta não tem espaço suficiente para abertura. É importante salientar que a partir de 2021 o Governo Federal irá exigir o uso de BIM na elaboração de projetos de engenharia e arquitetura. Assim, o Governo espera aumentar que o uso de BIM atinja 50% do setor. Atualmente, apenas 9,2% das empresas de construção utilizam a tecnologia em suas rotinas. visualiza não apenas o elemento pronto, mas as etapas ao longo do processo; Interoperabilidade: permite que softwares de diferentes fabricantes possam conversar entre si usando uma linguagem comum e aberta. Com o aumento do uso e estudo do BIM, a interoperabilidade vem ganhando cada vez mais atenção na indústria da construção. Afinal, os dados são compartilhados entre diversas equipes envolvidas nos processos relacionados com o ciclo de vida da construção, comumente utilizando softwares e plataformas diversas. Com a interoperabilidade é possível imaginar um momento em que softwares poderão trocar informações sem perdas significativas de informação; Cadeia Produtiva: O escopo ideológico do BIM é a modelagem de todo o processo construtivo. Ou seja, a informação fornecida no início do processo de modelagem será usada na execução da obra. Então, cada elemento da Cadeia Produtiva repercute no elemento seguinte. Afinal, a modelagem foca em todo o processo, não apenas em algumas partes dele. Modelagem multi-informacional: voltada para o processo construtivo, considera as informações básicas de projetodesde a concepção até a execução. Com isso, o projetista 4. BIM Pilares da tecnologia BIM https://www.buildin.com.br/ 31www.buildin.com.br Muitos profissionais acreditam que BIM é um software ou um simples modelo 3D para projetar uma edificação. Mas o BIM está muito além de se limitar a esta definição. O que é BIM O que não é BIM Processo de desenvolvimento de um modelo digital de uma edificação com diferentes dimensões e características bem definidas; Um conjunto de processos e softwares fundamentados por um projeto estratégico previamente determinado; Tecnologia que acompanha a obra em todo o seu ciclo de vida; Forma de projetar uma construção que permite prever problemas com mais facilidade e diminuir possíveis impactos negativos; Processo colaborativo. Isto é, diferentes profissionais trabalhando juntos e ao mesmo tempo num único projeto; Forma de otimizar a comunicação entre os membros do setor da construção civil. Modelo 3D de uma construção; Apenas um processo de desenho automatizado; Um formato de arquivo; Um software. O BIM não é Revit, não é AutoCad 3D e não é ArchiCad. 4. BIM O que não é BIM https://www.buildin.com.br/ 32www.buildin.com.br O BIM proporciona como vantagens: Reduzir erros na obra; Melhorar a gestão do tempo e ajuda a cumprir prazos; Testar soluções previamente; Integrar diferentes profissionais em uma única tecnologia; Facilitar a comunicação entre membros; Diminuir o desperdício de materiais; Ter todas as informações possíveis de diferentes estruturas em uma mesma plataforma; Maximizar o Retorno sobre o Investimento (ROI) de projetos. 4. BIM Benefícios do BIM para a construção civil Leia mais em: Plataforma BIM exigência pelo Governo Federal inicia em 2021 Decreto nº 9.377, de 17 de maio de 2018 - Institui a Estratégia Nacional de Disseminação do Building Information Modelling BIM em obras públicas O que é BIM: Tudo o que você precisa aprender BIM diminui fragmentação da informação na indústria construção Conheça 4 aplicações práticas de BIM Tecnologia BIM: Guia Completo https://www.buildin.com.br/ https://www.buildin.com.br/plataforma-bim/ https://presrepublica.jusbrasil.com.br/legislacao/579674718/decreto-9377-18 https://presrepublica.jusbrasil.com.br/legislacao/579674718/decreto-9377-18 https://www.buildin.com.br/bim-em-obras-publicas/ http://bimnapratica.com/blog/o-que-e-bim https://www.buildin.com.br/construsummit-2018-bim-tiago-ricotta/ https://www.buildin.com.br/conheca-4-aplicacoes-praticas-de-bim/ https://www.buildin.com.br/guia-completo-sobre-tecnologia-bim/ 33 5. Industrialização na construção 34www.buildin.com.br Definitivamente, este não é um conceito novo para a construção civil. Há décadas especialistas no setor vêm afirmando que é preciso investir em industrialização para aumentar a competitividade. Afinal, o setor é extremamente dependente de mão de obra e de processos artesanais de construção. Logo, está absolutamente sujeito a toda sorte de erros e imprecisões. Toda e qualquer discussão que tenha como tema e produtividade e eficiência na construção civil passa, obrigatoriamente, pela questão da industrialização. E isso vale para todo o mundo, mas especialmente no Brasil, como explicamos na introdução deste e-book. montagem. Ou seja, à imagem do que já acontece em outras indústrias. No entanto, como o produto resultado da indústria da construção não é feito dentro de uma fábrica, é preciso aproximar o conceito de industrialização o máximo possível da realidade da construção. Assim, a construção industrializada baseia-se na aplicação sistemas pré-fabricados. Ou seja, que chegam ao canteiro prontos para serem apenas montados e não moldados do zero. Em resumo, industrializar a construção é pensar em todas as soluções antes de entrar no canteiro. Todas as decisões são tomadas no escritório, onde errar é mais barato. Apenas a execução é feita em canteiro e com o mínimo de etapas possível. Quanto mais etapas e processos, maiores as chances de erro. Em termos, a construção industrializada pode ser definida como a transformação do canteiro de obras em uma linha de 5. Industrialização na construção O que é industrialização na construção https://www.buildin.com.br/ 35www.buildin.com.br Sendo assim, alguns outros conceitos estão intimamente ligados à construção industrializada. Dentre eles, a construção modular, a construção off-site e a lean construction. modular de 5,69% ao ano entre 2018 e 2023. Os materiais estruturais são os mesmos utilizados em construções convencionais (concreto, perfis de aço, madeira). A construção off-site é um processo no qual um edifício (ou parte dele) é construído fora do canteiro de obra. Ou seja, os componentes são produzidos em ambiente controlado, a partir de materiais como aço, madeira e concreto. Além disso, seguindo as mesmas normas e padrões daqueles construídos de maneira convencional. Uma vez prontas, as partes são levadas para o canteiro onde serão montadas. Assim, o resultado é uma edificação com as mesmas características das construções convencionais, com exceção da qualidade, que tende a ser melhor. Edificações modulares pré-fabricadas são feitas a partir de módulos construídos em fábrica sob condições controladas. Uma vez prontos, esses módulos são transportados para o local da obra, onde são montados. Dessa maneira, a construção modular alia velocidade de execução, precisão milimétrica e redução de desperdícios. Trata-se de um método de construir viável sob o ponto de vista técnico e econômico. Além disso, outra vantagem é que pode ser aplicado em edificações de diferentes portes e tipologias. Esse sistema é utilizado amplamente em países desenvolvidos como Suécia e Japão. Um estudo realizado pelo 360 Market Updates aponta para o crescimento do mercado de construção 5. Industrialização na construção Construção modular Construção Off-site https://www.buildin.com.br/ 36www.buildin.com.br Em resumo, a construção off-site pressupõe transferir atividades que seriam executadas no canteiro para a fábrica. Nesse contexto, a lean construction lista nove tipos principais de desperdício: Espera Movimentação Processos desnecessários Área inutilizada Transporte Estoque Produção excessiva Defeito Atraso A lean construction entende que é possível ganhar produtividade e eficiência nos canteiros ao combater esses nove tipos de desperdícios ocultos. Lean construction ou construção enxuta é o termo que representa a aplicação da filosofia Lean Production ao setor da construção civil. O sistema lean production, por sua vez, foi criado pela Toyota na década de 1940. A finalidade era aumentar a produtividade e a eficiência, reduzindo, assim, desperdícios, gargalos, tempos de espera e superprodução. As principais metodologias de suporte à lean production são o TQM (Total Quality Management) e JIT (Just in Time). Por isso, a lean construction prega que é imprescindível pensar no desperdício que pode estar oculto. Ou seja, aqueles que não estão evidentes aos olhos, como entulho, sobras de construção, lixo, torneira aberta etc. 5. Industrialização na construção Lean construction 1) 2) 3) 4) 5) 6) 7) 8) 9) https://www.buildin.com.br/ 37www.buildin.com.br Como pudemos ver, dntre as vantagens dessa forma de produzir, podemos citar: Otimização do tempo e redução do prazo de execução; Ganho de qualidade, consequente de controles mais rigorosos na produção; Uso de matérias-primas selecionadas; Sustentabilidade, decorrente da diminuição do desperdício e da sujeira na obra; Menor demanda por mão de obra; Maior controle sobre os custos e sobre a execução; Menos ajustes e improvisos; Maior precisão geométrica; Maior potencial de desmontagem uma vez terminado o ciclo de vida da edificação. 5. Industrialização na construção Vantagens da construção industrializada Leia mais em: E-book: Industrialização na Construção 4 exemplos práticos de industrialização na construção Estruturas de aço para edifícios:ganhos na industrialização O que é industrialização na construção e por que investir nisso? Construção modular: o que ela pode fazer por sua construtora? Casas modulares agregam produtividade à construção Modular Building: benefícios da Construção Modular Construção off-site: o que é e como vai te ajudar a ganhar produtividade Princípios da Lean Construction, por Aldo Mattos O desperdício na construção na visão da Lean Construction (parte 1 de 3) O desperdício na construção na visão da Lean Construction (parte 2 de 3) O desperdício na construção na visão da Lean Construction (parte 3 de 3) https://www.buildin.com.br/ https://www.buildin.com.br/e-book-industrializacao-na-construcao/ https://www.buildin.com.br/4-exemplos-praticos-de-industrializacao-na-construcao/ https://www.buildin.com.br/estruturas-de-aco-para-edificios/ https://www.buildin.com.br/o-que-e-industrializacao-na-construcao-e-por-que-investir-nisso/ https://www.buildin.com.br/construcao-modular/ https://www.buildin.com.br/casas-modulares/ https://www.buildin.com.br/modular-building/ https://www.buildin.com.br/construcao-off-site/ https://www.buildin.com.br/construcao-off-site/ https://www.buildin.com.br/lean-construction-aldo-mattos/ https://www.buildin.com.br/lean-construction-desperdicio-1/ https://www.buildin.com.br/lean-construction-desperdicio-1/ https://www.buildin.com.br/lean-construction-desperdicio-2/ https://www.buildin.com.br/lean-construction-desperdicio-2/ https://www.buildin.com.br/desperdicio-na-construcao-lean-construction/ https://www.buildin.com.br/desperdicio-na-construcao-lean-construction/ 38 6. Internet das Coisas 39www.buildin.com.br O termo Internet das Coisas, ou Internet of Things (IoT), em inglês, define um paradigma tecnológico no qual os objetos físicos estão conectados em rede e são acessados por dispositivos ligados à rede mundial de computadores. Todas as indústrias devem ser impactadas com essa revolução. No caso da construção, uma série de aplicações de IoT vêm sendo trabalhadas, muitas delas relacionadas à etapa de uso e operação dos edifícios, em especial na gestão de utilidades. Mas há um amplo potencial para aplicação da IoT também nas fases de projeto e execução das obras. Vamos a quatro exemplos: Na logística, para gerenciamento de materiais e equipamentos; Para melhorar o controle e segurança no trabalho; Para incrementar o acompanhamento da obra; Para controle de consumo de material, via etiquetas RFID (Radio Frequency Identification). As etapas de controle de execução e de qualidade têm de tudo para serem beneficiadas com a implantação de soluções de Internet das Coisas. Quer ver apenas um exemplo? A inserção de sensores de temperatura na concretagem de lajes e pilares pode fornecer ao construtor um controle muito mais sofisticado do tempo de cura. É informação a serviço da qualidade da construção. Sensores vestíveis para EPIs As possibilidades incluem o uso de tecidos para manter a temperatura corporal dos trabalhadores em dias quentes. Além disso, é possível monitorar continuamente o trabalhador e avisá-lo sobre riscos iminentes. Da mesma maneira, permitem monitorar o nível de fadiga ao longo do dia de trabalho. 6. Internet das Coisas IoT na construção na prática https://www.buildin.com.br/ 40www.buildin.com.br 6. Internet das Coisas Rastreamento Úteis para monitorar as áreas que os trabalhadores acessam e o uso de equipamentos, especialmente aqueles que têm maior valor. O uso de etiquetas RFID permitem rotular e rastrear itens diversos. Além disso, podem ser usadas no monitoramento remoto e, assim, reduzir custos de deslocamento. Monitoramento de máquinas Sensores em ferramentas e máquinas indicam o momento exato de manutenção, o que possibilita prever paradas no cronograma de obra. Além disso, a IoT permite monitorar o consumo de energia elétrica e alertar caso exista alguma anomalia. Da mesma maneira, os sensores geram dados que podem ser trabalhados para otimizar os níveis de atividade do maquinário existente no canteiro. Smart grid Sensores embutidos monitoram a integridade estrutural da edificação. Fazem isso pelo monitoramento de carga e dos efeitos provocados pelas intempéries. Leia mais em: 5 formas como a tecnologia na construção muda a forma de trabalhar Internet das Coisas na construção: 4 exemplos incríveis! IoT (internet of things) na construção civil Como a Internet das Coisas (IoT) pode transformar a gestão de obras na indústria da construção https://www.buildin.com.br/ https://www.buildin.com.br/5-formas-como-a-tecnologia-na-construcao-muda-a-forma-de-trabalhar/ https://www.buildin.com.br/5-formas-como-a-tecnologia-na-construcao-muda-a-forma-de-trabalhar/ https://www.mega.com.br/blog/internet-das-coisas-na-construcao-4-exemplos-incriveis!-8262/ https://domtotal.com/noticia/1266453/2018/06/iot-internet-of-things-na-construcao-civil/ https://www.mobussconstrucao.com.br/blog/internet-das-coisas-na-construcao/ https://www.mobussconstrucao.com.br/blog/internet-das-coisas-na-construcao/ 41 7. Realidade Aumentada & Realidade Virtual 42www.buildin.com.br Por meio da imersão de uma pessoa em um ambiente virtual bastante fidedigno, a realidade virtual (RV) cria a sensação de realidade. Ou seja, é uma ilusão causada nos sentidos do usuário por meio de efeitos visuais, sonoros e táteis. Por isso, as experiências com realidade virtual e aumentada envolvem, em geral, o uso de equipamentos que cobrem os olhos e as orelhas. Já a realidade aumentada (RA), não manipula totalmente o espaço físico, apenas traz elementos virtuais. Ou seja, cria projeções de objetos, móveis, dados, dentre outros elementos no espaço real. Na prática, tanto a realidade virtual quanto a realidade aumentada podem ser usadas na construção civil. Imagine, por exemplo, uma reunião de projetistas no canteiro de obras. Por meio dessas tecnologias os profissionais poderiam visualizar detalhes de projetos ou informações de planilhas enquanto visitam a obra. Associada ao BIM, a realidade virtual poderia apresentar a visualização de modelos, inclusive permitindo verificar interferências entre projetos. 7. Realidade Aumentada & Realidade Virtual RA e RV na construção https://www.buildin.com.br/ 43www.buildin.com.br Para o setor de vendas, a RV permite potenciais clientes visualizarem o imóvel pronto. A RA, por sua vez, fornece insights para decoração de ambientes que podem ser usados pela força de vendas. Uma outra utilização para a RV no mundo da construção é para treinamentos de operários. Isso porque a simulação permite treinar situações sem colocar as pessoas em risco. Da mesma maneira, evita a mobilização física das pessoas, reduzindo custos de capacitação. 7. Realidade Aumentada & Realidade Virtual Leia mais em: Venda de imóveis: como inovar Uso da Realidade Aumentada em obras de engenharia civil Por que a realidade virtual na construção civil é tão atraente? Realidade virtual aplicada à construção civil https://www.buildin.com.br/ https://www.buildin.com.br/venda-de-imoveis-inovar/ http://awacomercial.com.br/blog/uso-da-realidade-aumentada-em-obras-de-engenharia-civil/ http://halonotoriedade.com.br/tecnologia-por-que-a-realidade-virtual-na-construcao-civil-e-tao-atraente/ https://bimnapratica.com/blog/realidade-virtual-na-construcao-civil 44 8. Nanodegrees + EAD 45www.buildin.com.br Qualificação contínua é imprescindível para praticamente todas as profissões, não é mesmo? No entanto, nem todos os profissionais conseguem dedicar duas ou três noites da semana aol longo de dois anos para fazer uma pós-graduação ou especialização. Para facilitar a vida dessas pessoas foram criadas as nanodegrees. O termo vem da junção das palavras nano, que remete a algo pequeno ou, no caso, de curta duração, e degree, que significa formação. Assim, uma nanodegree é uma maneira de obter um novo conhecimento de forma rápida e que possa ser aplicado imediatamente. Melhor do que isso, essas micro formaçõessão, em geral, online. Ou seja, podem ser cursadas a distância, otimizando ainda mais o tempo dos profissionais em busca de qualificação. Outro ponto interessante das Nanodegrees é que abordam, em geral, competências demandadas pelo mercado de trabalho, como empreendedorismo ou métodos ágeis de gestão. Até mesmo universidades como MIT e Harvard oferecem cursos nessa modalidade. 8. Nanodegrees + EAD https://www.buildin.com.br/ 46www.buildin.com.br As críticas ao descolamento que existe entre os ensinamentos das faculdades e o que é praticado nos canteiros de obra são antigas. Muitos profissionais consideram que os currículos das universidades estão ultrapassados e até mesmo que a formação básica deveria ser mais curta. De qualquer maneira, o certo é que o conhecimento adquirido ao longo da graduação não é suficiente para o profissional se destacar no mercado de trabalho. Sendo assim, é preciso que os profissionais busquem capacitações que extrapolam questões técnicas. Ou seja, que sejam capazes de gerir equipes, implantar estratégias de inovação, gerenciar projetos. Para todas essas demandas e até mesmo para o treinamento de equipes, as nanodegrees e a educação a distância são aliadas importantes. 8. Nanodegrees + EAD Nanodegrees na engenharia Leia mais em: Curso de engenharia civil: qual fazer pra subir na carreira? Visitar canteiros de obras traz benefícios à formação profissional do engenheiro e do arquiteto Podemos agilizar a formação de engenheiros para 2 ou 3 anos? O que é, como funciona e para que serve um nanodegree https://www.buildin.com.br/ https://www.buildin.com.br/curso-de-engenharia-civil/ https://www.buildin.com.br/visitar-canteiros-de-obras-traz-beneficios-a-formacao-profissional-do-engenheiro-e-do-arquiteto/ https://www.buildin.com.br/visitar-canteiros-de-obras-traz-beneficios-a-formacao-profissional-do-engenheiro-e-do-arquiteto/ https://www.buildin.com.br/agilizar-formacao-de-engenheiros/ https://www.estudarfora.org.br/como-funciona-para-que-nanodegree/ 47 9. Startups 48www.buildin.com.br Como vimos anteriormente no capítulo sobre computação na nuvem, nem sempre a empresa precisa se preocupar em fazer bem todos os processos associados à sua atividade. Em muitos casos, o mais importante é que ela se concentre em fazer bem a atividade na qual ela se diferencia. No caso de uma construtora, construir. No entanto, as demais atividades - assim como no caso da cloud computing - precisam continuar sendo realizadas. O que fazer? A resposta é tão simples quanto parece: terceirizar. No entanto, não se trata apenas de terceirizar serviços de baixo valor agregado, como limpeza e segurança. Cada vez mais, as empresas de construção estão contratando serviços capazes de transformar seus negócios e que elas seriam incapazes de realizar internamente. Até mesmo porque em muitos casos as empresas nem conhecem o potencial de ganho de terceirizar alguns serviços simplesmente porque não sabem que eles existem. Este é o papel das startups. No caso da construção, as construtechs e proptechs. Em todos os casos, de acordo com as mais variadas definições, startups são empresas de pequeno porte que resolvem problemas recorrentes no mercado por meio de soluções tecnológicas. Assim, a tendência é que cada vez mais as empresas da indústria da construção conectem startups em seus negócios. As startups desempenham papel fundamental na transformação da realidade da construção rumo a um patamar de digitalização. Isso porque ao desenvolver tecnologias específicas para a construção, estas empresas atendem a demandas de toda a cadeia produtiva. Além disso, democratizam o acesso às soluções. 9. Startups Benefícios das construtechs ao setor da construção https://www.buildin.com.br/ 49www.buildin.com.br E a revolução da qual a indústria da construção carece se baseia, inevitavelmente, na tecnologia. E as construtechs atuam no cerne dessa questão, pois contam com capacidade de percepção das soluções que são repetitivas e escaláveis. Dentre as inovações tecnológicas ofertadas, destacam-se: Modelagem e a compatibilização de projetos através do BIM; Fabricação de elementos estruturais fora do canteiro de obras (modularização); Estruturas mistas de aço e concreto e a impressão de estruturas em 3D; Uso de materiais inovadores tais como o bioconcreto, o concreto translúcido, o concreto que brilha no escuro, a tinta que absorve energia solar, tijolos inteligentes e ecológicos; Automação dos canteiros de obras com dispositivos móveis, sensores vestíveis inteligentes, o rastreamento de ferramentas; Aplicação da Internet das Coisas (IoT), da realidade aumentada, de aplicativos e de drones; Controle do ritmo produtivo e o monitoramento de procedimentos para a realização eficiente do trabalho; Gestão sustentável da água e dos resíduos sólidos; Logística reversa. Como podemos ver, alguns dos serviços nem sequer fazem parte do conhecimento geral da maioria dos gestores de empresas de construção tradicionais. No entanto, têm potencial de proporcionar ganhos expressivos em termos de desempenho e lucro. 9. Startups https://www.buildin.com.br/ 50www.buildin.com.br O advento das startups para o mundo da construção não é algo que está por acontecer. É um fenômeno que já está em desenvolvimento na atualidade. Há, por exemplo, diversos programas de aceleração para as empresas tech do setor de construção e mercado imobiliário. Grandes e tradicionais empresas, cientes tanto da importância da revolução tecnológica quanto de sua dificuldade de alterar padrões de comportamento institucionais, têm promovido a inovação por meio de programas de estímulo a construtechs e proptechs. É o caso, por exemplo, da Andrade Gutierrez, com seu Vetor AG, da Duratex, com o Garagem Duratex, a Alphaville Urbanismo, com o Alpha Inova, da Vedacit, com o Vedacit Labs, dentre tantas outras. Qualquer lista sobre os serviços que as startups poderiam prestar ao setor seria, inevitavelmente, incompleta. O mais apropriado, certamente, é salientar a recomendação de que todo profissional que queira estar atualizado com relação ao que há de novo deve manter o radar acionado para a atuação das startups. Afinal, cada vez mais o caminho da inovação passa pela incorporação de serviços prestados por empresas de base tecnológica dedicadas a nichos bastante específicos de atuação. 9. Startups Revolução em curso Leia mais em: Mapa das Construtechs brasileiras Mapa das Construtechs no Mundo O que é uma construtech? Conheça 2 startups da Construção Civil Guia de programas de aceleração e seleção para construtechs e proptechs Construtechs na nuvem, “as a service” O que são as Construtechs e como elas estão transformando o setor da construção? https://www.buildin.com.br/ https://conteudo.construtechventures.com.br/mapa-construtechs-e-proptechs-do-brasil https://conteudo.construtechventures.com.br/construction-startup-map https://construtechventures.com.br/blog/o-que-e-uma-construtech/ https://www.buildin.com.br/entrevista-conheca-2-startups-da-construcao-civil/ https://www.buildin.com.br/guia-de-programas-de-aceleracao-e-selecao-para-construtechs-e-proptechs/ https://www.buildin.com.br/guia-de-programas-de-aceleracao-e-selecao-para-construtechs-e-proptechs/ https://www.buildin.com.br/construtechs-na-nuvem-as-a-service/ https://constructapp.io/pt/tudo-sobre-construtechs/ https://constructapp.io/pt/tudo-sobre-construtechs/ 51www.buildin.com.br As 9 tecnologias inevitáveis Completo! https://www.buildin.com.br/ 52www.buildin.com.br Conclusão Certamente, não faltará quem lamente ao considerar a questão da produtividade e da industrialização da construção no Brasil. Considerando as práticas de países desenvolvidos, estamos muito atrasados. Desperdiçamos muitos recursos humanos, financeiros e naturais para construir. No entanto, é perfeitamente possível - e na minha opinião altamente recomendável - acender e alimentar a chama do otimismo.O diagnóstico da situação atual está longe de ser uma sentença. Além disso, se compararmos com o que costumávamos praticar há algumas décadas, vamos notar que evoluímos muito. Há diversas tecnologias disponíveis no Brasil e ao redor do mundo que podem contribuir para o necessário ganho de produtividade da construção. Além disso, temos um déficit habitacional de quase 8 milhões de residências para dar conta! O País está começando a sair de uma crise muito longa. Em algum momento, os investimentos começarão a ganhar corpo! É preciso estar preparado para aproveitar as oportunidades que certamente surgirão. E o primeiro passo para não apenas colocar sua empresa na rota do crescimento, mas contribuir ativamente para a transformação da indústria da construção brasileira é estar com o mindset preparado! https://www.buildin.com.br/ O que falta para você começar a repensar a forma como construímos? Vamos juntos fazer a transformação tecnológica da construção! Obrigado pela leitura! https://www.buildin.com.br/
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