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URGÊNCIA E EMERGÊNCIA PALS – ATUALIZAÇÃO EM RCP EM PEDIATRIA PCR: interrupção temporária das funções do coração e pulmões, com a cessação total da circulação de sangue e oxigênio no organismo. Lembrar: · PCR em pediatria geralmente não é súbita! Ou seja, não é mal súbito como arritmia, mas sim existem condições que precipitam a parada (choque séptico, pneumonia não tratada; raramente será por causa cardíaca primária, com exceção em cardiopatas). Então reconhecer os eventos que antecedem a PCR, ou situações precipitantes é essencial. · Causas cardíacas em geral não são causas primárias. Etiologia da PCR em pediatria: Mais frequentes: · Falência cardiorrespiratória · Insuficiência respiratória: pneumonia/ asma/ bronquite/ SARA. · Choque: sepse/ politrauma/ intoxicações/ queimaduras. · Geralmente nesses casos o ritmo NÃO é chocável (assistolia, AESP). Menos frequentes: · Causas cardíacas primárias: · Cardiopatias congênitas, arritmias, pós-operatório de cirurgia cardíaca. · Geralmente nesses casos o ritmo é chocável (fibrilação ventricular, taquicardia ventricular). Importante tratar e corrigir os eventos que precedem a PCR, com intervenção agressiva para impedir culminar em PCR. Depois de parada, o quadro de acidose metabólica e falência de órgãos da criança já é muito intenso com chances de sequelas/óbito grandes. Estados que precedem a PCR: · Arritmias · Falência respiratória iminente · Bradicardia · Hipoxemia · Choque descompensado · Alteração do nível de consciência Estatísticas (taxa de sobrevivência intra-hospitalar): · 1980: 9% · 1990: 17% · 2006: 27% (apesar de estarem subindo, continuam sendo baixas) Ritmo mais comum na PCR: ASSISTOLIA! (Devido às causas mais comuns não serem arritmias cardíacas; criança para quando se exaure os mecanismos de defesa) FV apenas de 5 a 15% das PCR (lembrar que durante a RCP pode surgir uma FV). Reconhecimento da PCR: · Ausência de respostas a estímulos · Ausência de movimentos respiratórias/gasping · Ausência de pulsos palpáveis O que fazer para reconhecer uma PCR? · Leigos: iniciar em pacientes inconscientes e em apnéia/gasping; não devem tentar palpar pulso. · Profissionais de saúde: palpar pulso em 10 segundos; não palpou ou está em dúvida > INICAR RCP. Após o MOV (monitorização, oxigênio e acesso venoso): Ritmos de parada: · Assistolia: ausência de atividade elétrica. · AESP: atividade elétrica diferente de FV e TV que não produz pulsos palpáveis (pode ter onda P e QRS). · FV: descargas elétricas desorganizadas do miocárdio que não produzem fluxo sanguíneo (ventrículo tremendo sem contração efetiva). · TVSP: taquicardia com batimentos ventriculares ectópicos que não geram pulso/ QRS alargado e ausência de onda P; aumento de FC. SUPORTE BÁSICO DE VIDA: · Quanto mais rápido iniciar RCP – maior chance de sobrevivência. · CAB (circulação / via aérea / respiração) · Então, iniciar compressões torácicas/ manter permeabilidade da via aérea/ fazer ventilação de resgate. Passos da RCP para leigos: 1. Checar resposta e observar se há respiração a. Inconsciente/ apnéia/ gasping: iniciar RCP! b. Se 2 socorristas: um aciona transporte e outro inicia RCP. 2. Iniciar compressões torácicas a. 100/minuto b. Profundidade: 4cm crianças/ 5cm lactentes (28 dias até 2 anos) c. Retorno total do tórax (para compressão gerar fluxo sanguíneo e retorno venoso e expansibilidade pulmonar adequada) d. Compressões/ventilação: 30/2 (1 socorrista); 15/2 (2 socorristas) e. Após 2 minutos: se 1 socorrista, deixar paciente e acionar serviço de emergência; se 2, um aciona e outro continua a RCP. f. RCP em superfície rígida, tórax descoberto. g. Braços retos em ângulo de 90º com o tórax. 3. Abertura via aérea/ ventilação resgate a. 30 compressões ou 15/ realizar 2 ventilações. b. Elevar o queixo. c. Lactentes: respiração boca a boca ou boca-nariz. d. Crianças: boca a boca. PRIMEIRA IMAGEM APENAS EM CASOS SEM HISTÓRIA DE TRAUMA! Se trauma, não hiperextender o pescoço para preservar a coluna cervical. Passos da RCP para profissionais treinados: Particularidades: 1. Avaliação inicial – além do nível de consciência/apnéia/gasping: checar pulsos no máximo em 10 segundos. a. Lactentes: pulso braquial b. Crianças: pulso femoral ou carotídeo Sem pulso ou dúvida: iniciar a RCP. 2. Compressões torácicas a. A única diferença é a técnica. b. Lactentes: 2 polegares no terço inferior do esterno (apêndice xifoide) e as mãos envolvendo o tórax. Técnica dos 2 dedos geralmente menos efetiva do que a técnica dos 2 polegares. 3. Abertura de via aérea e ventilação a. Elevação de queixo (sem história de trauma). b. Se suspeita de trauma de coluna cervical: tração de mandíbula. Obs: se falha na abertura de via aérea: manobra de elevação do queixo. c. Ambiente fora do hospital: Ventilação boca-boca ou máscara silicone. d. Ambiente hospitalar: Ventilação bolsa-valva-máscara. 4. Desfibrilação a. Ligar o DEA b. Pás/eletrodos no tórax da vítima (borda external superior direito / mamilo esquerdo ou posição anteroposterior em crianças pequenas) c. Pele deve estar seca d. Se choque indicado: afastar todos da vítima e. Aplicar choque e iniciar novo ciclo de RCP por 2 minutos f. Após 2 minutos: verificar pulso e indicação de novo choque. g. 0 a 8 anos: desfibriladores com atenuador de cargo, caso não tenha, utilizar DEA com carga normal. Situações que socorrista treinado pode identificar: · Respiração inadequada com pulso: aplicar VPP (ventilação com pressão positiva, 12 a 20 por minuto) até a respiração normal estar estabelecida e checar pulsos a cada 2 minutos. · Bradicardia (FC<60) + má perfusão (tempo de enchimento capilar maior que 3s, rebaixamento de consciência): caso persista após VPP adequada; iniciar compressão torácica. Na ressuscitação neonatal, a relação compressão torácica/ventilação, é sempre 3:1. Na pediatria, tendo dois socorristas, 15:2, tendo apenas um, 30:2. Na pediatria, após intubação, não há relação compressão/ventilação. Na neonatologia, mesmo após entubado, manter 3:1. Tubo sem cuff: idade/4 + 4 Tubo com cuff: idade/4 + 3,5 A fixação do tubo é o número da cânula x 3. Em RNs a termo, entuba com cânula 3-3,5. Em RNs prematuros, 2-3. E a fixação da cânula é o peso do paciente + 6. SUPORTE AVANÇADO DE VIDA Mesmos princípios do SBV. Ambiente hospitalar: mais recursos e monitorização, com mais opções terapêuticas. Porém o CAB continua prevalecendo. Avaliação inicial: Ausência de: · Resposta a estímulos · Respiração ou gasping · Pulsos palpáveis INICIAR RCP! · ECG + oximetria de pulso · Pulsos (checar em 10 segundos): · Lactentes: braquial; · Crianças: femoral ou carotídeo. · Quem não se move, ganha MOV. · Compressões torácicas: · Primeiro socorrista inicia · Segundo: ventilação bolsa máscara. · Outros socorristas: monitorização, DEA/Acesso Venoso; medicações. · Acesso venoso: mais de 3 tentativas de punção periférica, com intervalo de 20 segundos, sem sucesso, já está indicada a punção intraóssea (se não tiver agulha própria, utilizar 40/12) na tuberosidade da tíbia, no maléolo medial ou no ísquio. · Técnica: igual SBV · 100/minuto · Recuo total tórax · 15:2 (2 socorristas) até definir via aérea definitiva. · Via aéreas e ventilação · Abrir e posicionar vias aéreas (em trauma de coluna, apenas anteriorizar a mandíbula) · Profissional de saúde: utilizar guedel (cânula orofaringe; principal função é não deixar a língua anteriorizar) e máscara laríngea (dispositivo supraglótico; obstrui o esôfago e facilita a ventilação) · Antes de usar a Cânula de Guedell, medir para ver se é adequada ao paciente (deve ir aproximadamente até o ângulo da mandíbula) · Máscara laríngea é um dispositivo supraglótico usado em vias aéreas difíceis que não se consegue fazer entubação; obstrui esôfago, direcionando o ar direto para o pulmão e impedindo o risco de aspiração · QUANDO USAR MÁSCARA LARÍNGEA? · Ventilação Bolsa-Máscara ineficiente · Quando IOT não é possível · O2 100% durante a PCR · Tamanho máscara adequada para ausência de escape · Reservatório do dispositivo bolsa/válvula/máscara checado. · Ou seja, o CHECKLIST DOS MATERIAIS é de extrema importância, e deve ser conferido pelo médico plantonista no início de cada plantão. · IOT: · Treinamento adequado/experiência · Sem sedação/analgesia/BNM · Manobra de Sellick: visualização glote/prevenir aspiração; anterioriza a epiglote comprimindo a cartilagem cricóide e obstruindo a luz do esôfago. CONSIDERAÇÕES SOBRE O TUBO · Sempre possuir tubo de diâmetro 0,5mm menor e 0,5mm maior, de acordo com a conta feita. · Utilizar cuff em maiores de 8 anos ou com doença pulmonar grave (pneumonia, derrame pleural) · Capnógrafo (CO2 exalado) para confirmação da intubação. LEMBRAR: Após via aérea segura: não há sincronização massagem/ ventilação em pediatria; em neonatologia a sincronização continua (3:1). · Acesso venoso · Periférico (após 3 tentativas com intervalo de 20 segundos). · Punção intraóssea: face anterior tíbia (agulha específica, ou agulha 40/12, com movimentos de rotação com certa pressão no osso). É considerado acesso central, então podem ser feitos grandes volumes. Porém não recomendado por mais de 24h. · Desfibrilação · FV e TVSP: ritmos chocáveis. · Tamanho pás: · pediátricas (menor 10kg) · adultos (maior 10kg) · Gel para lubrificar pás · Posição: · Direito – região torácica superior (abaixo da clavícula) · Esquerdo - nível mamilo esquerdo · Voltagem: 2J/kg –a cada 2 minutos de RCP, se indicada nova desfibrilação, aumenta de 2 em 2J, podendo chegar até 9 a 10J/kg · Sequência desfibrilação: · FV ou TVSP · Aplicar choque 2J/kg e iniciar RCP por 2 min. · Checar pulso e ECG (se FV ou TVSP, aumentar para 4J/kg) · RCP 2minutos/Adrenalina 3 a 5 minutos · FV/TVSP - 4 a 10J/kg · Durante RCP—Amiodarona/Lidocaína · Se ritmo sinusal + Pulso > cuidados pós RCP · Se assistolia ou AESP > RCP + Adrenalina MEDICAMENTOS NA PCR · Adrenalina –alfa adrenérgico; geralmente única medicação utilizada · Melhora perfusão coronariana · 0,01mg/kg (0,1ml/kg-1:10000) EV; 1 ampola com 9 ml de água destilada; 0,1ml/kg a cada 3 minutos. · (máximo 1mg/dose – 3 a 5 min) · 0,1mg/kg (0,1ml/kg-1:1000) ET (não diluída, dose única endotraqueal). · Amiodarona – medicamento de escolha na FV/TVSP · 5mg/kg (até 3x na RCP) · Dose máxima de 300mg · Lidocaína – segunda escolha FV/TVSP · 1mg/kg Considerações sobre PCR em neonatos 1- 3:1 e não 15:2, com via aérea definitiva ou não. 2- Sincronizar sempre compressão/ventilação 3- ABC e não CAB 4- Se RN cardiopata --- CAB! CUIDADOS PÓS RCP · Dano neurológico · Falência de órgãos nobres · Tratar doença base · Estabilizar função cardiorrespiratória · Controle glicêmico: hipo/hiperglicemia · DHE · Suporte ventilatório/sedação/analgesia · Acesso Central / PVC/ Sat venosa central · Drogas Vasoativas · Tratar convulsões · Evitar Hipertermia · Hipotermia –casos selecionados (comatosos pós PCR)
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