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Planejamento de cargos e salários Objetivos de aprendizagem Ao término desta aula, vocês serão capazes de: • abordar e fundamentar as políticas de remuneração no contexto organizacional, de modo a mostrar as etapas para a elaboração de um plano de cargos e salários e também para a realização de uma pesquisa salarial; • caracterizar os salários, a remuneração, as recompensas e os benefícios como fatores de satisfação e manutenção dos empregados na organização. 8º Aula Políticas de remuneração: incentivos e benefícios Estimados(as) é uma satisfação imensa encontrá- los nessa útlima jornada. Espero que todos estejam aproveitando ao máximo esse momento em suas vidas. A aula de políticas de manutenção tratará de assuntos como a administração dos salários e das recompensas, tal como os seus elementos e também sobre conceitos e tratamentos de recompensas salariais e benefícios. Nesta aula vamos explorar a fundamentação de salário, recompensa, remuneração, benefícios e algumas classificações e determinações. Vamos lá, então? Boa aula! 65 1 − Administração dos salários e das recompensas 2 − Elementos e compostos da administração dos salários e das recompensas 3 − Como determinar uma remuneração? 4 − Conceito e classificação de benefícios Seções de estudo O salário ou a remuneração é um assunto delicado em qualquer organização para toda a direção da empresa. O modelo de Administração Científica de Frederick Taylor, as recompensas e os salários foram tratados como um instrumento motivador e como alavanca para o aumento da produção e da produtividade. Na Teoria Clássica de Administração de Henri Fayol, em que catorze princípios de administração foram defendidos, Fayol estabeleceu que o administrador deve remunerar os operários de forma justa, adequada e equitativa. Veja que a questão não é recente e, portanto, ao longo dos séculos, tem constado nas pautas de reuniões negociais trabalhistas e sindicais, das políticas de recursos humanos e assim por diante. Por várias edições, a Revista Você S/A e a Revista Exame, publicadas pela Editora Abril, no Brasil, promovem uma edição especial, em que divulgam as melhores empresas para se trabalhar no Brasil. As últimas edições revelam a preferência pelas 150 melhores empresas para se trabalhar. Dentre os índices de satisfação ou insatisfação apresentados, os salários e as recompensas recebidas pelos empregados que trabalham nessas empresas vencedoras, destacam-se como um diferencial entre os demais quesitos. Os esforços dessas empresas muitas vezes são inacreditáveis aos olhos do mercado. Muitas práticas de recompensas são estratégicas e inovadoras, que vão desde 18 salários anuais até participação nos lucros, participação acionária na empresa, até prêmios e viagens internacionais, e assim por diante. Muitos administradores acreditam que o salário é o grande fator motivador para a permanência das pessoas na organização, porém pesquisas realizadas no Brasil e também em outros países mostraram que o salário aparece em quarto ou quinto lugar na hierarquia de valor e satisfação das pessoas na empresa. Fatores como melhoria das condições de trabalho, oportunidade de desenvolvimento no cargo, chefia e liderança recebida, respeito, felicidade, gestão participativa, são destacados como aspectos que antecedem a satisfação pelo salário. Diante dessa realidade, tente responder mentalmente as perguntas de partida. Após o estudo desta aula, reveja as perguntas e tente respondê-las novamente ou compare com a sua realidade vivida no dia a dia em seu emprego ou em sua organização. 1 – Como você vê as políticas de salários e recompensa de sua organização? 2 – Quais as práticas salariais e de recompensas que você conhece? 3 – O que você entende por sistema de remuneração? 4 – Por que as empresas devem promover políticas de remuneração? 5 – Qual o melhor salário ou sistema de remuneração? 6 – O salário motiva ou satisfaz? 7 – O que é pesquisa salarial? Por que pesquisar salários no mercado de trabalho? 8 - Quais os tipos de remuneração predominantes nas organizações? 1 − Administração dos salários e das recompensas A preocupação com os salários, recompensas e remunerações não é um privilégio somente das grandes organizações, mas também das pequenas e médias. Desde os tempos antigos, as realizações dos trabalhos dos operários eram recompensadas em espécies, tais como materiais e produtos. Dentre esses produtos, destaca-se o sal, que era comum e comercializado. Dessa forma, por não haver uma moeda, os operários recebiam em troca por seus trabalhos realizados, porções de sal, que depois trocavam por produtos de suas necessidades. Independentemente dos séculos e das épocas, a realidade é que as pessoas trabalham e esperam receber em troca de seu esforço e de seu trabalho, uma recompensa justa e adequada em retribuição aos seus esforços. Porém, as partes, empregados e empregadores, geralmente não se entendem. Os empregados, muitas vezes, acreditam que os salários que recebem são baixos e não recompensam seus esforços e mal dá para atender as suas necessidades. Por outro lado, os empregadores consideram os salários como custos e que também estão pagando o salário justo a seus empregados. Para o empregador o salário é um custo que deve ser controlado para que não impacte com muita força no orçamento da empresa e no custo final do produto. A pergunta então é, afinal qual é o melhor salário? Como recompensar adequadamente um funcionário? Com certeza não haverá consenso nas respostas. O que se espera então da organização diante dessa polêmica é uma eficaz Administração dos salários e das recompensas. Então, se você deseja entender um pouquinho mais sobre o assunto, continue a leitura desta aula. O assunto aqui não será aprofundado e nem estendido. Para não torná-lo incompleto, recomenda-se a pesquisa em obras específicas indicadas nas referências bibliográficas e no seu plano de ensino. Discutir todo assunto nesta aula será impossível. O que se espera de você na condição de aprendiz e futuro administrador é um comportamento de inquietude, de procura, de investigação. O assunto aqui é o início da discussão. Discuta com seus colegas de turma em chats e fóruns. O professor Fernando Pires de Moraes escreveu certa vez que a administração de salários é uma ferramenta de extrema importância para as organizações, pois possibilita normatizar os salários de seus empregados, atribuindo a cada cargo o valor intrínseco relacionado à sua importância. A empresa que não mantêm um plano consistente de salários corre o risco de negociar permanentemente e individualmente os salários de seu pessoal, causando atritos, desgastes e conflitos. Veja bem que os termos usados pelo professor Fernando remetem a uma visão tradicional da administração de salários, que tem como funções avaliar cargos e dar um valor relativo a cada um, para depois encontrar um valor (salário) para cada um. Entende-se por administração de salário o conjunto de esforços para manter o equilíbrio de salários na empresa. Consiste no planejamento, na organização e no controle de todo sistema de pagamento, remuneração e salários para pagar as pessoas pelos seus serviços prestados. A administração de salários também pode ser entendida como um conjunto de normas e procedimentos que visam a estabelecer e/ou manter estruturas de salários equitativas Planejamento de cargos e salários 66 e justas na organização. É um conjunto de procedimentos que disciplina as relações salariais. É um instrumento que permite maior aperfeiçoamento individual, serve de estímulo e atração para elementos com características pessoais e adequadas e contribui para os fatores positivos da produção (Beverly Zimpeck, 1993). A administração de salários tem como objetivos: • atribuir remuneração adequada, ou seja, pagar ao cargo e ao seu ocupante uma remuneração que não seja nem mais, nem menos o que vale, para conquistar bons funcionários;• tornar estimulante o exercício do cargo, pagando ao empregado o que o cargo realmente vale; • remunerar cada empregado de acordo com o valor do cargo que ocupa; • atrair, reter e manter os melhores talentos mediante uma remuneração atrativa; • manter equilíbrio entre os interesses financeiros da organização e a sua política de relação com os empregados; • facilitar o processo da folha de pagamento; • determinação dos valores relativos (posição que um cargo assume em relação aos demais na estrutura de cargos) dos cargos mediante uma correta avaliação; • determinação de faixas salariais. A administração de Salários, para Carvalho e Nascimento (1993), compreende também as atribuições de identificação; levantamento das descrições de funções pessoais; classificações por grupos ocupacionais e por similaridade, complementação e sequências; padronização de cargos; titulação de cargos; elaboração de sumários e análise de requisitos; seleção de fatores de avaliação; elaboração do manual de avaliação; avaliação de cargos; ponderação de fatores e graduação de escalas dos fatores; classificação de cargos. Esse conceito de Carvalho e Nascimento amplia a importância e as atribuições da administração de salários. Percebe-se aqui que neste conceito as atividades da administração de salários vão além da determinação de salários e recompensas, inclui desde a descrição do cargo, sua avaliação até a pesquisa e a hierarquização dos cargos e dos salários. Para Chiavenato (2002), um dos aspectos mais importantes da filosofia de uma organização é o que se relaciona com a política de salários. O nível de salários é o elemento essencial, tanto na posição competitiva da organização no mercado como nas relações da organização com seus próprios empregados. Para as organizações, o salário representa a um só tempo um custo e um investimento. Custo, porque o salário se reflete no custo do produto ou do serviço final. Investimento, porque representa aplicação de dinheiro em um fator de produção – o trabalho – como uma tentativa de conseguir um retorno maior a curto ou médio prazos. A participação dos salários e respectivos encargos sociais no valor do produto depende obviamente do ramo de atividade da organização. Quanto mais automatizada a produção (tecnologia de capital intensivo), menor a participação dos salários na produção. Por outro lado, quanto maior o índice de manufatura (tecnologia de mão de obra intensiva), maior a incidência dos salários nos custos da produção. Em qualquer dos casos, os salários sempre representam para a empresa um respeitável volume de dinheiro que precisa ser muito bem administrado. O salário representa, portanto, uma das mais complicadas transações, pois quando uma pessoa aceita um cargo ela está se comprometendo a uma rotina diária, a um padrão de atividades e a uma ampla faixa de relações interpessoais dentro de uma organização e, para tanto, recebe salários. Para a organização o salário é visto como custo, investimento e pagamento pelo trabalho do empregado. Para as pessoas (empregados), o salário é visto como a recompensa pelo trabalho realizado, como uma forma de manter e garantir seu padrão de vida e também coloca uma pessoa em uma hierarquia de status dentro da organização. Em resumo, o salário constitui, na visão de Chiavenato, o centro das relações de intercâmbio entre as pessoas e as organizações. Todas as pessoas, dentro da organização, dispensam o seu tempo e esforço e, em troca, recebem dinheiro, que representa o intercâmbio de uma equivalência entre direitos e responsabilidades recíprocos entre empregados e empregador. Enfim, o salário é o meio para atender e satisfazer as expectativas das pessoas. http://agenda-digital.blogspot. com.br. Acesso em 18 maio 2012, 9h20. 2 − Elementos e compostos da administração dos salários e das recompensas De agora em diante você verá alguns elementos e compostos de um sistema de administração de salários e recompensas. Composto Salarial Fatores Internos: consiste em todo esforço dos elementos predominantes na organização e que dependem de decisões, de fatores culturais e internos da organização, tais como: tipos de cargos existentes, política salarial, capacidade financeira da organização e competitividade da organização. Fatores Externos: consiste nas variáveis predominantes no ambiente externo (fora da organização), que de uma maneira ou de outra influenciam os salários ou as práticas salariais da organização. Destacam como fatores externos, a situação do mercado de trabalho, os sindicatos e as suas práticas de negociações coletivas, a situação econômica do país, a concorrência de mercado, a legislação trabalhista e assim por diante. Os fatores externos são fatores ou variáveis incontroláveis pela organização, isto é, independem de suas decisões ou de sua vontade. Antes de continuar seus estudos atente-se para os conceitos: http://frpromotora.com/. Acesso em 18 maio 2012, 10h10. 67 • salário: é o valor recebido pela prestação de um serviço. É o valor relativo a uma tarefa ou cargo. É calculado pelo valor hora ou pelo valor mensal, isto é, fulano de tal recebe R$ 6,00 por hora, portanto, recebe um pagamento no final do mês de R$ 1.320,00, equivalente a 220 horas trabalhadas. O salário mensal do funcionário horista é calculado pelo número de horas trabalhadas. O salário mensal é fixo e não varia em relação ao número de horas. Por exemplo: o gerente de vendas da empresa Alfa recebe um salário de R$ 2.200,00 por mês. Salário é o valor efetivamente estabelecido para o cargo e registrado em carteira ou contrato de trabalho. Enfim, salário é a recompensa financeira pela prestação de um trabalho. • remuneração: consiste no somatório do salário e das vantagens, benefícios e atrativos que a organização concede ao funcionário. Quando se fala em remuneração, o significado refere-se ao conjunto de todos os valores pagos ao funcionário. Uma das críticas feitas pelos profissionais de RH e pelos empresários é que muitos funcionários não conseguem ver a diferença entre salário e remuneração. REMUNERAÇÃO = salário + vantagens + benefícios Veja o exemplo: Alfredo Astéris trabalha como gerente de vendas na empresa Futuro, tem um salário fixo de R$ 2.500,00 mensal e recebe da empresa alguns benefícios como R$ 80,00 de insalubridade, R$ 200,00 de auxílio custo Pós- Graduação, R$ 150,00 de vale alimentação, seguro de vida pago pela empresa no valor de R$ 80,00, plano de saúde custeado em 50% pela empresa no valor de R$ 120,00 e desconto em compra de medicamentos pela empresa no valor médio mensal de R$ 70,00. Portanto, o salário de Alfredo é R$ 2.500,00 e a sua remuneração mensal é de R$ 3.200,00 • recompensas: constituem todos os valores oferecidos aos empregados por bom desempenho individual, coletivo ou da própria organização. As recompensas constituem o sistema de salários e remuneração da organização. Talvez seja um efeito conceitual das práticas de pagamento pelo merecimento do empregado em relação ao seu desempenho. Tipos de remuneração, recompensas e salários Pesquisas entre as organizações e no mercado de trabalho têm mostrado alguns tipos de salário, remuneração e recompensa praticados pelas organizações. Essas práticas variam de organização para organização. A forma de remunerar, estabelecer salário e definir o composto salarial em cada organização dependerá dos fatores internos e externos a que essa organização se submete. Porém, alguns aspectos são necessários ao administrador observar: 1 – o cargo e o seu valor relativo na hierarquia de cargos na empresa; 2 – o piso salarial estabelecido para a categoria pelos sindicatos; 3 – as datas de aumentos legais; 4 – o piso salarial que deve ser respeitado. A legislação brasileira do salário mínimo estabelece que nenhum trabalhador brasileiro receba menos que um salário mínimo vigente. Os principais tipos de remuneração e recompensa predominantessão: 1 – salário mínimo regional; 2 – salário mínimo da categoria; 3 – salário mínimo nacional; 4 – salário direto; 5 – salário indireto; 6 – prêmios; 7 – incentivos; 8 – remuneração estratégica; 9 – remuneração variável; 10 – remuneração por competências; 11 – remuneração por resultados; 12 – remuneração por habilidades; 13 – comissão. Em conformidade com a legislação brasileira a maioria dos valores recebidos pelos empregados sofre incidências de encargos sociais sobre a folha de pagamento, principalmente os salários diretos. Os valores indiretos recebidos são contemplados por tabelas específicas, por exemplo: ajuda de custo, prêmios, gratificações, férias, 13º salário, aviso prévio, salário família, dentre outros. Os encargos sociais oneram a folha de pagamento, dentre eles destacam-se: INSS, Imposto de Renda Retido na Fonte, DSR, FGTS. Veja na tabela abaixo o significado dos encargos sociais calculados sobre os salários diretos, para uma empresa prestadora de serviços. TABELA DE ENCARGOS DIRETOS E INDIRETOS PARA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS 1. ENCARGOS SOCIAIS BÁSICOS TEMPORÁRIOS INSS (parte da empresa) 20,00% INSS (terceiros) * 2,50% INSS SAT - Seguro de Acidente de Trabalho 2,00% FGTS (8%) 8,00% Férias (incluindo 1/3 de acréscimo) 11,11% 13º Salário 8,33% INSS s/ 13º Sal. (24,50% x 8,33%) 2,05% FGTS s/ 13º Sal. (8,00% x 8,33%) 0,67% TOTAL 54,66% TERCEIRIZADOS INSS (parte da empresa) 20,00% INSS (terceiros) ** 5,80% INSS SAT - Seguro Acidente de Trabalho 2,00% FGTS (8,0% + 50% de rescisão) **** 12,00% Férias (incluindo 1/3 de acréscimo) 11,11% INSS s/ Férias (27,80% x 11,11%) 3,09% FGTS s/ Férias (12,00% x 11,11%) 1,33% 13º Salário 8,33% INSS s/ 13º Sal. (27,80% x 8,33%) 2,32% FGTS s/ 13º Sal. (12,00% x 8,33%) 1,00% TOTAL 66,98% Provisionamento *** 3,00% TOTAL 69,98% Planejamento de cargos e salários 68 * Para os trabalhadores temporários, o INSS determina uma cobrança adicional de 2,50% que é destinada ao salário- educação. ** Para os trabalhadores terceirizados, o INSS determina uma cobrança adicional de 5,80% que é destinada a: salário educação (2,50%), INCRA (0,20%), SENAC (1,00%), SESC (1,50%) e SEBRAE (0,60%). *** Este item da tabela de encargos é opcional, pois aplica-se às empresas que não preveem nos seus contratos com a empresa tomadora, o repasse do reajuste salarial e seus reflexos na época da data-base. IMPORTANTE: Esta entidade tem em vigor liminares e/ou sentenças para isenção e/ou redução de tributos fiscais e previdenciários. Entrem em contato com nosso Depto. Jurídico para maiores informações. **** IMPORTANTE: A empresa deverá atentar-se ao acréscimo referente à multa nos casos de dispensa sem justa causa do FGTS (10,00%), segundo a Lei Complementar 110/2001. Este valor deverá ser negociado, a fim de que seja repassada à empresa tomadora de serviços. (Temos sentença que isenta a empresa deste acréscimo). 2. ENCARGOS INDIRETOS Auxílio Doença e Faltas Justifi cadas (Terceirizados e Temporários) 3,50% Custo de Aviso Prévio com incidência do FGTS (Terceirizados) 9,39% Custo de Dispensa 30 dias antes da data base (Terceirizados) 6,00% T OTAL 18,89% IMPORTANTE: Estes encargos devem ser negociados diretamente com o cliente, pois representam um ônus muito grande para nossas empresas. Sempre que possível, devem ser repassados ao tomador de serviços. Em virtude de não ser mensuráveis com exatidão, os percentuais acima mencionados são apenas aproximados. 3. VALE-TRANSPORTE E BENEFÍCIOS Os valores decorrentes de vale-transporte, auxílio- alimentação, cesta–básica, assistência médica etc, não estão incluídos nesta planilha, cabendo à empresa apurar seus respectivos valores e consequentemente seus percentuais. 4. BENEFÍCIOS CONSTANTES DA CONVENÇÃO COLETIVA DE TRABALHO 2006/2007 a) Seguro de Vida na forma da Cláusula 24 (Terceirizados). b) Assistência Odontológica no valor de R$ 13,00 (treze reais) por trabalhador, podendo ser descontado do mesmo, o valor máximo de R$ 3,00 (três reais) na forma do § 1° da Cláusula 25 (Terceirizados). TRIBUTOS LUCRO PRESUMIDO LUCRO REAL RETENÇÃO NA FONTE * CSLL 2,88% (9% sobre o lucro) 1% IRPJ 4,8% (15% sobre o lucro) 1% 5. IMPOSTOS FISCAIS INCIDENTES SOBRE O FATURAMENTO (TERCEIRIZADOS E TEMPORÁRIOS) COFINS ** 3% 7,6% 3% PIS ** 0,65% 1,65% 0,65% ISSQN(Capital/SP) *** 2% 2% 2% CPMF 0,38% 0,38% - TOTAL 13,71% 11,63% 8,15% * Tanto as empresas optantes pelo lucro presumido, quanto as optantes pelo lucro real estão sujeitas a retenção na fonte. ** O PIS e a COFINS incidem sobre o valor total da Nota Fiscal, porém poderão haver creditamentos na apuração final do tributo. (Ver arts. 3º das Leis 10.637/02 - PIS e Lei 10.833/03 - Cofins), para as empresas optantes do lucro real. *** O ISS, por ser um tributo municipal, as empresas deverão observar nas legislações locais sua alíquota,qual base de cálculo de incidência e se há retenção ou não na nota fiscal. 6. CUSTO ADMINISTRATIVO E TAXA DE LUCRO (TERCEIRIZADOS E TEMPORÁRIOS) O custo administrativo é decorrente das despesas que temos com pessoal interno do escritório, supervisão de serviços, despesas diversas (impressos, máquinas, equipamentos, transportes, tarifas bancárias, telefone, luz etc). Estes valores podem variar segundo a empresa que fornece os serviços. Fonte: http://www.asserttem.com.br/encargos/encargossociais.doc. Acesso em 20 maio 2012, às 18h Para conhecer mais sobre as incidências dos encargos acesse: <http://www.nesp.unb.br/polrhs/rhsus/encargos. htm>, ou outros endereços de sua preferência pesquisados na Internet. Dessa forma, você pode concluir por que as empresas relutam tanto em conceder aumentos salariais. Estima-se que cada trabalhador custe 100% além do salário recebido em folha de pagamento. Isso explica por que as empresas, em época de crise, começam cortando os empregos e reduzindo o efetivo. 3 − Como determinar uma remuneração? Dificuldades para determinação de remuneração Embora o salário, a recompensa e a remuneração constituam a cesta de pagamento do trabalhador na organização, o processo para se estabelecer os valores nem sempre são fáceis. Aspectos como a cultura organizacional, as condições financeiras, a estrutura de cargos, dentre outros fatores interferem na determinação da remuneração. A realidade organizacional influencia muito nessa determinação. Há casos em que a própria legislação do país impede que alguns valores sejam pagos, evitando-se o desvio de recolhimento de encargos sociais e também para preservar os direitos do trabalhador. Para Dutra (1996) apud França (2006, p. 112), “a maior dificuldade para se criar um sistema de recompensas e remuneração adequado está na definição de critérios que efetivamente diferenciem os trabalhadores conforme sua contribuição para a empresa”. Dutra (1996) apud França (2006, p. 120) estabelece dois conjuntos de critérios que são: 1 – os que têm como referência o mercado de trabalho; 2 – os que têm como referência os padrões internos de equidade. 69 4 − Conceito de benefícios Os benefícios são as espécies ou os valores concedidos pelas organizações aos seus empregados, como forma de recompensar,satisfazer ou melhorar a remuneração e o clima organizacional. Os benefícios ou vantagens são atrativos característicos de cada organização. Alguns benefícios são legais, isto é, instituídos por lei, que as organizações pagam diretamente na folha de pagamento ou fazem o recolhimento dos valores às instituições governamentais para que sejam revertidos em benefício ao trabalhador. Alguns benefícios são isentos de tributação e encargos sociais, tais como o vale transporte e a refeição concedida, o salário família. Outros porém, sofrem a incidência desses encargos, tais como, as férias, o 13° salário, 1/3 de férias, auxílio doença e assim por diante. Os benefícios empresariais concedidos aos seus empregados por imposição legal não devem ser confundidos com os benefícios sociais concedidos por órgãos governamentais: Termo às vezes usado em dois sentidos: (a) Todos os ganhos em bem-estar que fl uem de uma determinada decisão econômica, quer ou não acumulados pelo indivíduo ou instituição que tome a decisão, isto é, o aumento total de um bem-estar da sociedade como um todo, incluindo quem tomou a decisão; (b) Os ganhos percebidos, não pelo indivíduo ou entidade que tomou a decisão, mas pelo resto da sociedade. Assim, benefício social opõe- se a benefício privado. (BANNOCK et al., 1977, http://portalgeo.rio.rj.gov.br/mlateral/ glossario/T_Desenvol.htm. Acesso em 06 out. 2008, às 16h05). Os benefícios concedidos pela a organização revelam também sua preocupação em relação ao bem-estar de seus empregados. Há até quem diga que essa atitude caracteriza a Responsabilidade Social da organização. Porém, o que se sabe é que a verdadeira intenção da organização é recompensar os funcionários pelo seu desempenho, esforço e permanência na empresa. Os benefícios são concedidos porque o salário constitui apenas uma parcela do pacote de compensação ou remuneração pago pelas organizações. Alguns benefícios também são vistos como adicionais impostos por lei. Os benefícios oferecidos pelas organizações podem ser considerados como uma estratégia de fixação de pessoal ou para captação de talentos para a empresa. Esse exemplo pode ser confirmado no documento formulado e nos dados apresentados pelas empresas indicadas como as melhores para se trabalhar no Brasil, divulgadas pela Editora Abril, através das Revistas Exame e Você S/A. Dentre os principais benefícios oferecidos pela organização, destacam-se: CATEGORIA BENEFÍCIOS Legais • Férias, • 13° salário, • 1/3 férias, • DRS – Descanso semanal remunerado, • Auxílio doença, • Salário família, • Vale transporte, • Ajuda custo, • Refeitório, • Auxílio acidente trabalho, • Adicional de periculosidade e insalubridade, • Auxílio paternidade, • Auxílio maternidade, • Participação nos lucros, Concedidos por liberalidade da empresa • Cesta básica, • Auxílio alimentação, • Transportes, • Seguro de vida, • Assistência médica e convênios médicos, • Auxílio pagamento escola particular, • Creches, • Participação nos lucros, • Prêmio produção, • Orientações profi ssionais, • Treinamentos, • Vale refeição, • Previdência privada, • Empréstimos. Planejamento de cargos e salários 70 De acordo com Chiavenato (2006, p.83): (...) os benefícios sociais constituem um aspecto importante do pacote de remuneração. É uma forma de remuneração indireta que visa a fornecer aos empregados uma base para a satisfação de suas necessidades. Sendo assim, os benefícios sociais estão atrelados a alguns critérios e podem ser concedidos em conformidade com os recursos da organização. Podem ser classificados em três áreas: 1 – no exercício do cargo: consiste nas gratificações, seguro de vida, prêmios de produção, convênios médicos, etc... 2 – fora do cargo, mas dentro da empresa: consiste na oferta de lazer, restaurante, transporte, creches, etc... 3 – fora da empresa, ou seja, na comunidade: consiste na oferta de atividades comunitárias, etc. Quanto à natureza, os benefícios sociais fornecidos pela organização podem classificar-se em: monetários ou não monetários. Os benefícios monetários são concedidos em dinheiro, pagos através de folha de pagamento e geram encargos sociais. Por isso a organização não deve pagar diretamente ao empregado e em espécie. Os benefícios não monetários são dados na forma de vantagens e serviços aos funcionários, tais como convênio-médico hospitalar, Serviço Social, aconselhamento, seguro de vida em grupo, dentre outros. Os benefícios não monetários não geram encargos sociais. Embora o funcionário e sua família se beneficiem dos resultados desse benefício, a empresa está desobrigada de recolhimento de encargos sociais. Mesmo não sendo monetários, não deve haver nenhum exagero por parte da empresa quanto a esses benefícios, pois o ministério público impõe restrições. A empresa não pode conceder certos benefícios que caracterizem salários indiretos, ou seja, concedem-se mais benefícios do que salários. Quanto aos objetivos, os benefícios classificam-se em: planos assistenciais: consiste nos esforços da organização em atender às necessidades primárias do empregado e de sua família, dando certas condições de segurança e previdência em casos de imprevistos ou emergências, que muitas vezes fogem ao controle do empregado. os planos assistenciais visam a atender necessidades de segurança fisiológicas, proteção e participação dos funcionários. planos recreativos: consistem nos esforços da organização para melhorar a qualidade de vida e a satisfação dos empregados, quanto ao lazer, repouso, higiene mental e diversão, visando a atender às necessidades fisiológicas, de reconhecimento, de participação, aceitação social e de prestígio. planos supletivos: consistem nos esforços da organização em estimular e possibilitar aos funcionários promoverem-se a si próprios, para atender as suas necessidades fisiológicas, de segurança, reconhecimento, proteção e assim por diante. Gerenciamento dos benefícios As grandes organizações têm serviço social próprio que se encarrega, junto com a Administração de Recursos Humanos, de planejar toda política de benefícios. Os fatores para a concessão de benefícios não legais e obrigatórios por parte das empresas variam e podem ser: 1 – financeiros, 2 – estruturais, 3 – marketing interno, 4 – políticas de qualidade de vida, 5 – dificuldades de fixação de pessoal, 6 – concorrência da mão de obra no mercado, 7 – objetivos esperados com a concessão dos benefícios. Cabe a você, caro(a) acadêmico(a), conhecer os benefícios sociais oferecidos pelas empresas. Assim como qualquer outro recurso organizacional, os benefícios sociais oferecidos pela organização devem ser muito bem planejados, organizados, controlados e respeitar os princípios legais. Não se esqueça de que os benefícios fazem parte do sistema de recompensas e remuneração da organização e em determinado momento são as próprias estratégias da organização. Considerações Finais Nesta aula fundamentou-se sobre alguns tópicos essenciais para que você possa entender a realidade da administração de salários da organização. Você aprendeu que os salários constituem-se em um ponto nevrálgico da organização, pois de um lado é considerado pela organização como custos diretos na produção e com grande carga de encargos sociais. Sendo assim, os salários devem ser muito bem estabelecidos, obedecendo alguns requisitos importantes para evitar os conflitos e a falta de motivação. Existem autores que consideram os salários como um fator de motivação das pessoas no trabalho. Outros, porém, com base na teoria dos fatores higiênicos, consideram o salário como um fator de satisfação e que deve ser melhorado sempre que a organização identificar grande índice de satisfação, ou uma desvalorização do salário da empresa em relação ao de mercado ou conflitos internos. O sistema de remuneração vincula-se às políticas de cargos e salários na empresa, que compreende desde a descrição e análisedo cargo, à avaliação desses cargos e à estruturação das faixas e dos salários. Em busca de minimizar os impactos dos salários na folha de pagamento, bem como melhorar a satisfação das pessoas, as organizações concedem benefícios ou vantagens assistenciais, recreativas, entre outras, visando a facilitar e a melhorar as condições mentais, físicas e ambientais das pessoas na organização. 71 Uma forma de a empresa adequar os salários de seus empregados e pagá-los de uma forma justa e equitativa em relação ao mercado e a todos os salários da empresa é fazer a pesquisa salarial. A pesquisa salarial é uma ferramenta que possibilita à organização a adequação e a correção de suas políticas de salários, recompensas e benefícios. Espero que tenha gostado da aula e ampliado sua visão sobre o assunto. Retomando a aula Espero que todos tenham assimilado todas as informações expostas até o momento. Qualquer problema estou à disposição. 1 − Administração dos salários e das recompensas Na primeira seção da Aula 08 você teve a oportunidade de conhecer a Administração dos salários e das recompensas. Estudamos como responder a perguntas como “qual é o melhor salário? e como recompensar adequadamente um funcionário?” Tratando a administração de salário e recompensas como um conjunto de normas e procedimentos que visam a estabelecer e/ou manter estruturas de salários equitativas e justas na organização 2 − Elementos e compostos da administração dos salários e das recompensas Na segunda seção da Aula 08 você teve a oportunidade de conhecer os elementos e compostos da administração dos salários e das recompensas. Estudamos o composto salarial (fatores internos e externos), os conceitos de remuneração, salários e recompensas, e os tipos. 3 − Como determinar uma remuneração? Na terceira seção da Aula 08 você teve a oportunidade de conceituar como se determina a remuneração. Compreendemos aspectos como a cultura organizacional, as condições financeiras, a estrutura de cargos, dentre outros fatores que interferem nessa determinação. 4 − Conceito e classificação de benefícios Na quarta seção da Aula 08 você teve a oportunidade de conhecer como conceituar e classificar os benefícios. Estudamos valores concedidos pelas organizações aos seus empregados, como forma de recompensar, satisfazer ou melhorar a remuneração e o clima organizacional, classificados em planos assistenciais, recreativos e supletivos. LBERONI, F.; FIGUEIREDO, Y. A. A arte de comandar. Rio de Janeiro: Rocco, 2004. <www.gpportal.com.br>. Vale a pena Vale a pena ler Vale a pena acessar Titanic. Vale a pena assistir Minhas anotações Referências bibliográfi cas ARAÚJO, Luís Cezar G. de. Organização, sistemas e métodos e as tecnologias de gestão organizacional. São Paulo. Atlas, 2010. CARVALHO, A. V. & NASCIMENTO, L. P. Gestão de recursos humanos. São Paulo: Pioneira, 1998. CHIAVENATO, I. Gestão de pessoas. Rio de janeiro: Elsevier, 2005 CURY, Antônio. Organização e métodos: perspectiva comportamental e abordagem contingencial. São Paulo: Atlas, 2006. MILKOVICH, George T.; Boudreau, John W.(Colaborador); Marcondes, Reynaldo C. Gestão de recursos Humanos Atlas, 2000 ALBERONI, FRANCESCO; FIGUEIREDO, Y. A.A arte de comandar. Rocco – 2004 BERGAMINI, C. W. Desenvolvimento de recursos humanos: uma estratégia de desenvolvimento organizacional. São Paulo : Atlas, 1990. BOOG, G.. G. Manual de treinamento e desenvolvimento. São Paulo: Makron Books, 1999. CHIAVENATO, I. Como transformar RH de um centro de despesa em um centro de lucro. São Paulo: Makron Books, 2000. GIL, A. C. Gestão de Pessoas: Enfoque nos profissionais. São Paulo: Atlas, 2001.
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