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Utilização de enriquecimento ambiental para suínos na fase de creche

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Utilização de enriquecimento ambiental para suínos na fase de creche¹ 
 
José Luiz Leonardo de Araujo Pimenta
2
, Joisiane da Silva Santos
3
, Arleia Medeiros Maia
4
, Carlos Syllas 
Monteiro Luz
5
, Flávia Silva Souza
6*
, Leilane Rocha Barros Dourado
7
, Severino Cavalcante de Sousa Júnior
8
, 
Leonardo Atta Farias
7 
 
1Parte do trabalho de iniciação científica do primeiro autor. 
2Graduando em Zootecnia, bolsista PIBIC/CNPq – CPCE/UFPI, Bom Jesus, PI. joseluiz1408@outlook.com 
3Graduanda em Medicina Veterinária, bolsista PIBIC/UFPI – CPCE/UFPI,Bom Jesus, PI . 
4Graduanda em Zootecnia, CPCE/UFPI, Bom Jesus, PI. 
5 Doutorando em Ciência Animal, CCA/UFPI, Teresina, PI.
 
6Mestranda em Zootecnia, PPGZ/UFPI, Bom Jesus, PI. 
7Professor Titular CPCE/UFPI, Bom Jesus, PI. 
8Professor Titular CMRV/UFPI, Parnaíba, PI. 
*Autor apresentador. 
 
Resumo: O estudo teve como objetivo avaliar o comportamento de suínos na fase de creche criados com 
enriquecimento ambiental. O experimento foi conduzido na UFPI/CPCE sendo utilizados um total de 24 suínos 
provenientes do cruzamento da linhagem Agroceres PIC x Piau. Os resultados mostram que o enriquecimento 
ambiental na forma de garrafa pet proporciona bem-estar para suínos na fase de creche. A garrafa pet é um atrativo 
para suínos, principalmente as que são disponibilizadas no piso da baia. 
Palavras-chave: bem estar, comportamento, produção, suinocultura 
 
Use of environmental enrichment for pigs in the nursery phase 
 
Abstract: The study aimed to evaluate the behavior of pigs in the nursery phase created with environmental 
enrichment . The experiment was conducted at UFPI / CPCE being used a total of 24 pigs from the intersection of 
Agroceres PIC x Piau lineage. The results show that environmental enrichment as PET bottles welfare provides for 
pigs in the nursery stage. The plastic bottle is attractive for pigs, especially those that are available in the bay 
ground. 
 
Keywords: behavior, pig farming, production, well-being 
 
Introdução 
A suinocultura, em sua maioria, utiliza sistema intensivo de produção para diminuir o espaço produtivo e 
tornar mais fácil o manejo com os animais, mas isso faz com que os animais manifestem estereotipias e 
comportamentos agressivos, devido ao espaço pequeno atrelado aos fatores climáticos. Uma forma de reduzir o 
estresse proporcionado pelo ambiente de produção é a utilização de enriquecimento ambiental para que o ambiente 
seja menos entediante para os animais. 
Enriquecimento ambiental é um princípio do manejo animal que procura ampliar a qualidade de vida dos 
animais em cativeiro através da identificação e fornecimento de estímulos ambientais necessários para alcançar o 
seu bem-estar psíquico e fisiológico, estimulando comportamentos típicos da espécie, diminuindo o estresse e 
tornando o ambiente cativo mais complexo e diverso por contemplar suas necessidades etológicas (CAMPOS et al. 
2010). 
O conforto do suíno vem sendo alterado em virtude do aumento da produção, caracterizado pela diminuição 
de espaço, movimentação e interação social, o que proporcionam como consequência a perda de seu conforto 
térmico, assim como da sua produtividade; limitações das instalações muitas vezes proporcionam um microclima 
agressivo aos animais, o que tem como consequência a limitação na produtividade (CARVALHO et al. 2013). O 
bem-estar de animais de produção descreve que o resultado da privação comportamental e seus possíveis efeitos 
deletérios para a saúde do animal é o estresse decorrente dos estados emocionais negativos prolongados, como 
ansiedade e frustração. Muitos estudos de bem-estar animal procuram comparar a forma como os animais se 
mailto:joseluiz1408@outlook.com
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comportam em vários ambientes de habitação ou condições de criação. A comparação do comportamento dos 
animais mantidos de forma intensiva e extensivamente tem sido usado para determinar como o ambiente de 
confinamento afeta o desenvolvimento do comportamento (TEMPLE et al. 2011). De acordo com o exposto este 
presente estudo teve como objetivo avaliar o comportamento de suínos na fase de creche criados com 
enriquecimento ambiental. 
 
Material e Métodos 
O trabalho foi desenvolvido no setor de suínos do Colégio Técnico de Bom Jesus (CTBJ), da Universidade 
Federal do Piauí (UFPI) Campus Professora Cinobelina Elvas (CPCE), nos meses de novembro a dezembro de 
2014. 
Utilizou-se 24 suínos machos castrados, provenientes do cruzamento da linhagem Agroceres PIC x Piau. O 
delineamento experimental foi inteiramente casualizado com dois tratamentos definidos da seguinte forma: 
Tratamento 01 com a presença de enriquecimento ambiental e Tratamento 02 sem a presença de enriquecimento 
ambiental. Os animais foram distribuídos aleatoriamente em quatros baias, das quais duas tinham o enriquecimento 
e duas não o possuíam, além de seis animais (suínos machos castrados com aproximandamente 16,27 ± 1,79 kg) em 
cada baia, os quais consistiram das repetições. O enriquecimento ambiental consistiu de artefatos confeccionados 
com garrafas de politereftalato de etila (pet) com volume de 2 litros; as garrafas foram cortadas ao meio e depois 
foram fixadas as duas extremidades superiores das garrafas. Para melhor fixação utilizou-se fita adesiva transparente 
envolta no local de encaixe entre as extremidades, em seguida três desses artefatos foram suspensos por uma corda 
de nilon na altura do focinho dos animais e foram disponibilizadas cinco garrafas que ficavam no piso das baias, 
conforme trabalho com Campos et al.(2010). Foi observado e anotado durante o horário da coleta de dados a 
manifestação dos tipos de comportamentos (Tabela 01) expressados pelos animais a cada 15 minutos das 7:00 às 
17:00 horas, perfazendo 10 horas de observação por dia. Os dados foram coletados durante 6 dias consecutivos, as 
observações foram realizadas por três observadores em sistema de revezamento com período integral, com auxílio 
de relógios digitais conforme Kiefer et al. (2009). 
Os dados do comportamento foram analisados pelo teste do Qui-quadrado. Todas as análises foram 
realizadas pelo assistente estatístico BIOESTAT 5.0. 
 
Resultados e Discussão 
Pode-se observar na Tabela 1, que a presença do enriquecimento ambiental reduziu significativamente 
(p<0,05) o Comportamento agonístico (brigas e animal arranhando ou mordendo o outro), isso em consequência do 
comportamento Brincando com o artefato ter apresentado maior frequência em relação ao comportamento 
Brincando sem o artefato. Em estudo realizado por Campos et al. (2010) avaliando a presença de enriquecimento 
ambiental e manejo convencional para suínos na fase de creche, encontraram frequências superiores de 
comportamento agonístico para os tratamentos que não possuíam o enriquecimento ambiental como forma de bem-
estar para os suínos. 
 
Tabela 1. Valores do Comportamento de suínos na fase de creche em função da presença e ausência de artefatos nas 
baias como forma de enriquecimento ambiental 
 
Comportamento 
Artefato Valor do 
P 
Presente Ausente Qui-quadrado 
Comportamento agonístico 0
*
 40
*
 40,27 < 0,0001 
Fuçando a baia 178
*
 234
*
 8,18 0,005 
Fuçando o outro 73
*
 100
*
 4,34 0,0448 
Dormindo 862
*
 770
*
 7,14 0,0081 
Deitado acordado 479
*
 554
*
 6,6 0,0113 
Comendo 787
*
 886
*
 8,17 0,0047 
Brincando com artefato 218
*
 0
*
 226,36 < 0,0001 
Brincando sem artefato 23
ns
 27
ns
 0,32 0,6701 
Micçando 20
*
 38
*
 5,64 0,0249 
Defecando 39
ns
 33
ns
 0,51 0,5533 
*Teste não-paramétrico de Qui-quadrado; 
ns
Não significativo. 
 
Com relação aos comportamentos Fuçando a baia e Fuçando o outro, foi observado (Tabela 1) que os suínos 
com a presença do enriquecimento ambiental fuçaram a baia e aos outros em menor frequência do que os animais 
que não tiveram acesso aos artefatos, isso em decorrência do enriquecimento ambiental ser um atrativo e portatym
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proporcionar mais opções de distração para os animais alojados. Foi observado que o enriquecimento ambiental 
reduziu em 25% da presença desses comportamentos. Kiefer et al. (2009) inferiram que em torno de 10% do tempo 
avaliado em atividade os animais passaram explorando o ambiente e buscando alimento, sendo observado que 
passam até 75% das horas do dia em atividade como buscando alimento, fuçando e explorando o ambiente. 
Foi observado (p<0,05) que com a presença do enriquecimento ambiental, os animais passaram mais tempo 
Dormindo do que Deitado acordado (Tabela 1), devido a interação do objeto com o estresse proporcionado pelo 
clima e influenciando no comportamento deitado ou dormindo. Campos et al. (2010) não observaram diferenças na 
utilização de enriquecimento ambiental para a variável dormindo. 
Quanto a característica Comendo foi observado diferença (p<0,05) (Tabela 1), mostrando evidências de que 
houve influência da presença do enriquecimento ambiental na variação desse comportamento. Com isso o 
comportamento Comendo apresentou maior frequência no tratamento que não recebeu a presença do enriquecimento 
ambiental, isso em função do artefato utilizado não conseguir possivelmente proporcionar melhores resultados para 
esse comportamento, sendo visto que em outras características esse tipo de artefato apresenta resultados benéficos 
para os suínos em fase de creche. 
Com relação ao comportamento Brincando, observou-se (Tabela 1) que os suínos apresentaram frequências 
elevadas de interação com os artefatos, principalmente os que foram disponibilizados no piso da baia, sendo visto 
que os mesmos eram lavados a cada dois dias, pois quando estavam sujos com fezes os animais perdiam o interesse 
pelo brinquedo, semelhante ao trabalho de Campos et al. (2010) descrevem que os suínos que tiveram acesso aos 
artefatos foram superiores para a característica brincando e apresentaram melhores evidências de bem-estar animal. 
A presença do enriquecimento ambiental promoveu diminuição da Micção (Tabela 1), ou seja, com o uso 
deste artifício de bem-estar ocorreu redução da quantidade de vezes que os animais apresentaram a necessidade de 
urinar. Quando é aumentada frequência de micção e defecação é um indicativo de que os animais estão em estado de 
irritação, como também pode ser visto como um indicador de medo e stress (GRANDIN & JOHNSON, 2010). 
 
Conclusões 
O enriquecimento ambiental na forma de garrafa pet proporciona bem-estar para suínos em fase de creche, 
pois reduz a presença de brigas e promove a expressão do comportamento normal de brincar. A garrafa pet é um 
atrativo para suínos, principalmente as que são disponibilizadas no piso da baia. 
Agradecimentos 
Colégio Técnico de Bom Jesus- CTBJ/UFPI. 
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico- CNPq. 
Grupo de Estudos em Nutrição e Produção de Aves e Suínos- GENPAS, CPCE/UFPI. 
 
Referências 
CAMPOS, J.A.; TINÔCO, I.F.F.; SILVA, F.F.; PUPA, J.M.R.; SILVA, I.J.O. Enriquecimento ambiental para 
leitões na fase de creche advindos de desmame aos 21 e 28 dias. Revista Brasileira de Ciências Agrária, v.5, n.2, 
p.272-278, 2010. 
CARVALHO, C.M.C.; ANTUNES, R.C.; CARVALHO, A.P.; CAIRES, R.M. Bem estar na suinocultura. Revista 
Eletrônica Nutritime, Artigo 193, Volume 11, Nº 02, p. 2272-2286, 2013. 
GRANDIN, T.; JOHNSON, C. O bem-estar dos animais - Proposta de uma vida melhor para todos os bichos. São 
Paulo: Rocco, 2010. 334p. 
KIEFER, C.; MEIGNEN, B.C.G.; SANCHES, J.F.; CARRIJO, A.S. Resposta de suínos em crescimento mantidos 
em diferentes temperaturas. Archivos de Zootecnia, v. 58, nº 221, p. 55-64, 2009. 
TEMPLE, D.; MANTECA, X.; VELARDE, A.; DALMAU, A. Assessment of animal welfare through behavioural 
parameters in Iberian pigs in intensive and extensive conditions. Applied Animal Behaviour Science, 131, p.29–
39, 2011. 
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