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HERMENÊUTICA_Espécies de Interpretação

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DISCIPLINA: Hermenêutica Jurídica
PROFESSORA: Maricélia Schlemper
HERMENÊUTICA
ESPÉCIES DE INTERPRETAÇÃO
Segundo o Dicionário Aurélio, a palavra hermenêutica, substantivo feminino, pode ser definida como: 
1.Interpretação do sentido das palavras; 
2.Interpretação dos textos sagrados; 
3.Arte de interpretar leis.
Vocábulo derivado do grego hermeneuein, comumente tida como filosofia da interpretação. 
Muitos autores associam o termo a Hermes, o deus grego mensageiro, que trazia notícias. Neste sentido, Hermes seria o deus da mitologia grega que tinha a capacidade de transformar tudo o que a mente humana não compreendesse, a fim de que o significado das coisas pudesse ser alcançado. Portanto, Hermes seria um "deus intérprete", na medida em que era uma entidade sobrenatural dotada de capacidade de traduzir, decifrar o incompreensível.
O termo hermenêutica ingressou na teologia protestante substituindo a expressão latina ars interpretandi (arte da interpretação). Como doutrina da arte da interpretação, a hermenêutica se relacionava, na Antigüidade grega, à gramática, à retórica e à dialética e sobretudo com o método alegórico, para permitir a conciliação da tradição (os mitos) com a consciência filosoficamente esclarecida. 
Mais tarde, a arte da interpretação foi assumida por teólogos judeus, cristãos e islâmicos, além de ser aplicada a interpretação do Corpus iuris canonici.
Portanto, para a Ciência filosófica, a hermeneutica está voltada para o meio de interpretação de um objeto.
· Aplicabilidade no Direito - técnica específica que visa compreender a aplicabilidade de um texto legal.
Em síntese: quando uma Lei entra em vigor, é requerida uma compreensão de seu conteúdo. Visto que, se não houvessem regras específicas para tal interpretação, (hermenêutica jurídica), cada qual poderia (Juízes, Promotores, advogados, etc.) entender a lei da maneira que melhor lhe conviesse. Portaanto, a Hermenêutica traz para o mundo jurídico uma maior segurança no que diz respeito à aplicação da lei.
Segundo Carlos Maximiliano "É a hermenêutica que contém regras bem ordenadas que fixam os critérios e princípios que deverão nortear a interpretação. Hermenêutica é a teoria científica da arte de interpretar, mas não esgota o campo de interpretação jurídica por ser apenas um instrumento para sua realização."
A IMPORTÂNCIA DA INTERPRETAÇÃO
A função primordial do Estado moderno é a pacificação social, possibilitando a convivência harmônica entre os homens, atribuindo-se a si a exclusividade na solução dos conflitos de interesses, como tentativa de realização de Justiça através de um sistema de normas imperativo-atributivas. 
Dessa forma, realça sobremaneira a atividade dos juízes, órgãos estatais incumbidos do exercício da jurisdição, uma vez que toda norma a ser por eles aplicadas ao caso concreto, dirimindo as lides, é passível de interpretação. 
Ao buscarmos o significado etimológico da palavra interpretar, iremos encontrar, segundo o dicionário Aurélio, "ajuizar a intenção, o sentido de", e ainda, "explicar, explanar ou aclarar o sentido de (palavra, texto, lei)". 
Na vida jurídica, interpretar é confrontar o texto frio da lei com os fatos e litígios a que tem de ser aplicada, e, para este fim, a investigação do exato sentido do mesmo texto, isto nas palavras de Cunha Gonçalves. Ou, ainda, revelar o pensamento que anima as palavras da lei, como quer Clóvis Beviláqua 
Do estudo sistemático da interpretação cuida a Hermenêutica jurídica. 
A bem da verdade, a ciência do direito não pode prescindir de eficazes métodos de interpretação da lei, como pressupostos de sua justa e perfeita aplicação, lembrando que interpretar e aplicar são tarefas distintas, uma vez que a segunda pressupõe o conhecimento do sentido e alcance da norma jurídica (portanto, prévia interpretação). 
A princípio, acreditou-se que, para interpretar a lei, antes de mais nada, era necessário perquirir a vontade do legislador, daí por que o uso no Direito Romano da interpretação unicamente literal. 
Essa escola exegética cedeu espaço em virtude da própria dinâmica dos fatos sociais que reagem sobre o direito, bem como da evolução dos institutos, que exigiram a flexibilidade e o alcance que hoje nos ministram seus intérpretes. 
A lei, como fonte principal do direito, aquiesce com vários sentidos e, vigorando indefinidamente, acena com a possibilidade de ter mais de uma interpretação ao longo dos tempos, desde que seja esta a cada tempo racional e visando unicamente o bem comum. Tal pensamento contribuiu para uma nova orientação na interpretação das normas, surgindo então a escola teleológica ou finalista. 
Logo de início, declara-se ser inaplicável o brocardo "in claris cessat interpretatio
", uma vez que tanto as leis reputadas claras quanto as dúbias comportam interpretação, como bem ressaltou Maria Helena Diniz. 
MÉTODOS DE INTERPRETAÇÃO
Em sede de interpretação das leis, podemos dividir a matéria quanto aos órgãos de que emana, quanto à maneira, e quanto ao resultado ou efeito. 
Quanto aos órgãos
Autêntica: é aquele que provém do legislador, que demonstra no texto legal a mens legis
. É quando emanada do próprio legislador. Assim, se o legislador a interpreta no próprio corpo da lei, tem-se a interpretação contextual e, se assim não o faz, temos a interpretação posterior.
Doutrinária ou doutrinal: interpretação dada pela doutrina, pelos cientistas jurídicos. Caracteriza-se por seu imenso prestígio, uma vez que realizada por escritores, jurisconsultos e estudiosos da matéria. 
Jurisprudencial ou judicial: produzida pelo conjunto de sentenças, acórdãos, súmulas e enunciados. Feita por juízes ou tribunais, distinguindo-se da autêntica, por não ter caráter obrigatório.
Quanto à maneira
 Também denominada como técnica, processo, método, etc.. ressaltamos que há diversas classificações que, entretanto, podem ser resumidas aos seguintes meios: gramatical (ou literal), lógico (ou científico), sistemático e histórico. 
A interpretação de maneira sistemática analisa a lei atendo-se ao fato de que o direito é organizado em princípios informadores e hierárquicos, que subordinam as leis em um conjunto harmônico. Portanto, para que sejam as leis por esse modo interpretadas, há que se examinar a sua relação com as demais leis que integram o ordenamento jurídico. 
Literal ou gramatical: busca o sentido do texto normativo, com base nas regras comuns da língua. Consiste na apuração da significação exata das palavras e da linguagem, utilizando os elementos puramente verbais, analisando-as individualmente e na sintaxe. Enfim, completa-se com a análise do texto. 
Lógico (ou científico): insere o intérprete nos meandros da mecânica social, na história da formação da lei e da evolução do direito, identificando-se com o espírito do legislador que a elaborou. Busca atingir o sentido e alcance da norma. É, como disse Ihering, "procurar o pensamento da lei na alma do seu autor, passando por cima das palavras". 
Histórico: busca o contexto fático, da época da ocorrência dos fatos, para a positivação da norma. A interpretação é feita através da perspectiva histórica da formação da lei, desde seu projeto, justificativa, exposição de motivos, emendas, aprovação e promulgação, assimilando-se os anseios da sociedade à época de sua criação e, ainda, sua evolução através do tempo para, por fim, chegar a uma justa aplicabilidade da norma. É hoje, segundo alguns doutrinadores, destituído de valor científico, como assinala Caio Mário da Silva Pereira, concordando com Kohler para quem, na interpretação, os trabalhos preparatórios e a discussão parlamentar são destituídos de valor, servindo apenas para indicar as condições históricas do povo e os impulsos, que determinaram a criação da lei, como remédio para atender as necessidades do momento. 
Ressaltamos que alguns autores não aceitam tal classificação, acrescentando outros tópicos (comparativo, sociológico, teleológico, etc.) ou resumindo-os ou, ainda, fundindo-os.
Interessante acrescentar que tais processos interpretativosnão se excluem, mas, ao contrário, completam-se em um processo mental para atingir um resultado final de interpretação mais seguro e que se aproxime da justiça real.
Sistemático: considera em qual sistema se insere a norma, relacionando-a à outras normas pertinentes ao mesmo objeto 
Teleológico: busca os fins sociais e bens comuns da norma, dando-lhe certa autonomia em relação ao tempo que ela foi feita. 
Tratando-se de hermenêutica jurídica, o termo significa a interpretação do Direito (seu objeto), que pode - e deve - passar por uma leitura constitucional e política.
Sociológica: interpretação na visão do homem moderno, baseando-se nos fatos sociais, no contexto da atualidade. 
Holística: abarcaria o texto a luz de um mundo transdiciplinar (filosofia, história, sociologia...), interligado e abrangente. Inclusive, dando margem a desconsiderar certo texto em detrimento de uma justiça maior no caso concreto e não representada tão somente numa norma. 
RESULTADOS DECORRENTES DA INTERPRETAÇÃO
Quanto ao resultado, a interpretação divide-se em declarativa, ampliativa (ou extensiva) e restritiva, embora alguns não admitam essa divisão, ao argumento de que toda interpretação é declarativa, não podendo ampliar ou restringir o conteúdo da lei. 
Declarativo: há compatibilidade do texto da norma com o seu sentido. (in claris no interpretatio). É declarativa, como induz o próprio nome, quando da interpretação da lei redunda o exato sentido que contém suas palavras, não acrescentando ou limitando os casos que não estão incluídos em seu sentido literal, o que resultaria numa interpretação ampliativa ou limitativa, respectivamente. 
Restritivo: O texto da Lei (verba legis) é mais amplo que a intenção do legislador. 
Extensivo: O texto da Lei é menos conclusivo que a sua intenção. Amplia-se o significado literal para a obtenção do efeito prático. (p. ex.: "os pais" devem ser entendidos como o pai e a mãe) 
� Corpus iuris canonici - O mesmo que Código de Direito Canônico. Coletânea de 2.414 cânones, decretais dos Papas, distribuídos em cinco livros. Desde 1983 está em vigor o Novo Código de Direito Canônico com 1.752 cânones. 
� in claris cessat interpretatio - Nas coisas claras, cessa a interpretação. 
� mens legis - O espirito da lei. Intenção da lei. A inteligência da lei. O sentido da lei.
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