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Genros Literarios

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Universidade Católica de Moçambique
Instituto de Educação à Distância
Gêneros literários
Alberto Armando Uassaniue
Código nᵒ: 708208018
 Curso: Português
 Disciplina: Didática Geral
 Ano de Frequência: 1º Ano
Macomia, Abril, 2020
ÍNDICE
Introdução	4
Problemática dos gêneros literários	5
Divisão tripartida	5
Teoria dos gêneros Literários	6
CONCLUSÃO	8
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS	9
Folha de recomendações	10
	Folha de Feedback
	Categorias
	Indicadores
	Padrões
	Classificação
	
	
	
	Pontuação máxima
	Nota do tutor
	Subtotal
	Estrutura
	Aspectos organizacionais
	· Capa
	0.5
	
	
	
	
	· Índice
	0.5
	
	
	
	
	· Introdução
	0.5
	
	
	
	
	· Discussão
	0.5
	
	
	
	
	· Conclusão
	0.5
	
	
	
	
	· Bibliografia
	0.5
	
	
	Conteúdo
	Introdução
	· Contextualização (Indicação clara do problema)
	1.0
	
	
	
	
	· Descrição dos objectivos
	1.0
	
	
	
	
	· Metodologia adequada ao objecto do trabalho
	2.0
	
	
	
	Análise e discussão
	· Articulação e domínio do discurso académico (expressão escrita cuidada, coerência / coesão textual)
	2.0
	
	
	
	
	· Revisão bibliográfica nacional e internacionais relevantes na área de estudo
	2.
	
	
	
	
	· Exploração dos dados
	2.0
	
	
	
	Conclusão
	· Contributos teóricos práticos
	2.0
	
	
	Aspectos gerais
	Formatação 
	· Paginação, tipo e tamanho de letra, paragrafo, espaçamento entre linhas
	1.0
	
	
	Referências Bibliográficas
	Normas APA 6ª edição em citações e bibliografia
	· Rigor e coerência das citações/referências bibliográficas
	4.0
	
	
10
Introdução
Estudar os gêneros literários sem voltar o olhar para a tradição é tarefa inevitável, uma vez que para se ter uma boa compreensão das formas literárias existentes atualmente, requer o conhecimento das transformações acontecidas ao longo dos séculos, desde os tempos aristotélicos. Se recorrermos ao caráter etimológico do vocábulo “gênero”, descobriremos que o termo não se limita apenas ao domínio da estética, nem ao domínio da Literatura. Veremos que o termo deriva da forma latina genus, generis, significando “nascimento”, “raça”, “ordem”, “espécie” ou “tipo”.
Atualmente, o vocábulo adquiriu significados distintos conforme a área de interesse: na Biologia, refere-se ao conjunto de seres ou coisas com semelhanças entre si; gramaticalmente, os gêneros dizem respeito à categoria de divisão de algumas classes gramaticais em masculino, feminino ou neutro; na Literatura, referem-se à “categoria de obras literárias definidas por um conjunto de regras e características comuns; estilo”.
O propósito neste trabalho é de fazer uma abordagem mais aprofundada acerca dos gêneros literários, pretendendo delinear uma breve investigação em nível de memorização a fim de esquematizar um painel sobre o estudo da divisão tripartidas , que ressalte o momentos mais relevante desse estudo; ainda, com o objetivo de identificar a função dos gêneros literários. Para concretização, usarei a leitura bibliográfica, consulta na internet, etc.
Sabe se que o ponto de partida para qualquer estudioso que queira se debruçar na investigação das questões relacionadas ao estudo dos gêneros literários recai, inevitavelmente, na tradição clássica: Platão e Aristóteles, dentro da tradição grega.
Problemática dos gêneros literários
Segundo Anatol Rosenfeld (1985), a classifcação de obras literárias de acordo com os gêneros remete à República de Platão. Mas é a defnição apresentada por Aristóteles no terceiro capítulo de A arte poética que consagra os gêneros épico, lírico e dramático como base para se pensar a produção literária.
Rosenfeld também afrma que a teoria dos três gêneros, apesar de ter sido questionada e até mesmo combatida, manteve-se praticamente inalterada, tendo em vista o esquema que ela estabelece e que torna a relação da produção literária com a realidade em sua grande variedade histórica possível de ser entendida sob outros enfoques. Ao dizer que não há pureza de gêneros em sentido absoluto, preocupa-se em destacar que:
ainda assim o uso de classifcação de obras literárias por gêneros parece ser indispensável, simplesmente pela necessidade de toda ciência de introduzir certa ordem na multiplicidade dos fenômenos. Há, no entanto, razões mais profundas para a adoção do sistema de gêneros. A maneira pela qual é comunicado o mundo imaginário pressupõe certa atitudeem face deste mundo ou, contrariamente, a atitude exprime-se em certa maneira de comunicar. Nos gêneros manifestam-se, sem dúvida, tipos diversos de imaginação e de atitudes em face do mundo (1985, p. 16-17).
Rosenfeld discute a problemática que envolve os gêneros literários pontualmente em duas partes, a saber: Signifcado substantivo dos gêneros e Signifcado adjetivo dos gêneros. A primeira estabelecer que cada gênero coincide com o substantivo correspondente, ou seja, gênero lírico com “A Lírica”, gênero épico com “A Épica” e o gênero dramático com “A Dramática”. A segunda vertente que Rosenfeld nos refere-se aos traços estilísticos que marcam uma determinada obra, qualquer que seja a sua classifcação substantiva.
Divisão tripartida
A tradição clássica nos apresenta a divisão da literatura em três gêneros básicos: o lírico, o épico e o dramático. As características presentes em cada um deles não signifcam, necessariamente, que não estejam presentes em outro gênero. Assim, é comum que elementos da lírica (cuja característica principal é a subjetividade referente aos sentimentos humanos, em especial os de amor e afeição) também possam ser percebidos no gênero épico (que visa relatar o heroísmo coletivo e os grandes feitos daqueles homens – reais ou imaginados – que representam a unidade com a coletividade). O gênero dramático possui um elemento em especial que o distingue: é ao mesmo tempo literário e cênico, tendo em vista sua representação nos palcos. A dupla face do drama – o rosto triste e alegre da máscara que simboliza o teatro – representa a tragédia e a comédia.
Samira Yousseff Campedelli apresenta – de maneira didática e simples – os conceitos acerca dos gêneros literários:
O Gênero Épico: A narrativa épica é feita em versos, num longo poema – a epopeia – que ressalta as excelentes qualidades de um herói, protagonista de fatos históricos ou maravilhosos. Epopeia – narrativa primordial: As epopeias que surgiram na civilização ocidental, na sua maioria, derivam de três obras básicas: Ilíada e Odisseia, do maior épico de todos os tempos, o grego Homero, e Eneida, do romano Virgílio. 
O Gênero Lírico: Lírico vem de “lira”, um instrumento musical semelhante a uma pequena harpa, tocado para acompanhar a declamação de poemas. O gênero lírico é uma manifestação do eu, de sentimentos pessoais. Fala de emoções, de estados da alma. O conteúdo da poesia lírica não é o mundo objetivo, real, palpável, mas os sentimentos que ele provoca no leitor. 
O Gênero Dramático: É a obra literária em poesia ou em prosa feita para representação. A base do texto dramático, seja em cinema, teatro ou televisão, é o diálogo, que estabelece uma comunicação muito viva. Os textos escritos para representação sempre apresentam instruções à parte para o diretor da cena e para o ator.
Teoria dos gêneros Literários
A nossa primeira noção de gêneros literários tem sua etimologia no latim gènus, cèris, com o significado de descendência, origem. Portanto, o conceito de Gênero estaria baseado no conceito de agrupamento de indivíduos ou seres que têm características comuns. Logo, os gêneros literários são agrupados por suas semelhanças.
É de Platão essa primeira noção dos Gêneros Literários, em sua obra República e partiu dele a preocupação em separar as obras literárias em três gêneros. Segundo Platão apud Stalloni (2007, p.21):
Há um primeiro tipo de poesia e de ficção inteiramente imitativa que compreende, como disseste, a tragédia e a comédia; um segundo, em que os fatos são relatados pelo próprio poeta – tu a encontrarás, sobretudo, nos ditirambos - ; e, enfim, um terceiro tipo
formado pela combinação dos dois precedentes, utilizado principalmente na epopéia em muitos outros gêneros.
Em outras palavras, de acordo com os modos de enunciação expostos por ele, os gêneros estariam repartidos de tal maneira:
· A imitação, pela ausência de enunciação, compreendendo o teatro que, por sua vez, compreenderia a comédia e a tragédia, onde o poeta omite a sua voz e resta somente o diálogo;
· A narrativa, por sua enunciação direta, englobando o ditirambo, onde é o próprio poeta quem fala;
· A arte mista, pelo seu estilo narrativo, fazendo referência à epopéia e englobando os dois estilos anteriores de narrativa.
De acordo com os pensamentos de Platão, toda manifestação artística tem por base falsas situações, como se fossem imitações. Sendo assim, as obras literárias são classificadas através do conceito de imitação. Dessa forma, para classificá-las deveriam ser analisados o material utilizado, a obra representada e, em último lugar, o poeta, que é visto como simulacro, imitador.
Acaso tudo quanto dizem os prosadores e poetas não é uma narrativa de acontecimentos passados, presentes ou futuros? (...) Porventura eles não a executam por meio de simples narrativa através de mimese, ou por meio de ambas? (PLATÃO, 1980)
De acordo com os pensamentos de Aristóteles, a diferenciação dos gêneros está ligada ao conteúdo, portanto, elas deveriam ser classificadas de acordo com o meio, o objeto ou o modo da Mímese – que seria a imitação propriamente dita.
A epopéia, a tragédia, assim como a poesia ditirâmbica e a maior parte da aulética e as citarística, todas são, em geral, imitações. Diferem, porém, umas das outras, por três aspectos: ou porque imitam por meios diversos, ou porque imitam objetos diversos ou porque imitam por modos diversos e não da mesma maneira. (ARISTÓTELES, 1987, p. 201)
CONCLUSÃO 
Diante de tudo exposto, chegou - se à conclusão de que, no que se refere ao surgimento dos gêneros Literários, temos duas concepções distintas: a tríade platônica, com seus gêneros narrativo, misto e dramático e do aristotélico, representados pelos gêneros narrativo e dramático, nenhuma das duas, porém, contemplando o gênero lírico. “Mas voltemos ao sistema inicial, que esta memorável digressão pelo trágico aparentemente abandona, sem o repudiar: viu-se que não dava, nem podia dar, por definição, qualquer lugar ao poema lírico.” (Genette, 1986, p. 37-38).
Constatou - se que em gêneros literários, cuja problemática é discutida desde Platão, que apresentava três modalidades de imitação ou mimese: a tragédia e a comédia (teatro); o ditirambo (poesia lírica) e a poesia épica. Aristóteles, conforme vimos anteriormente, apresenta as modalidades da epopeia, da poesia trágica, da comédia, da poesia ditirâmbica, da aulética da citarística artes que, segundo ele, se enquadram na imitação.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ARISTÓTELES. 1987. Poética: Ética a Nicômaco. Seleção de textos de José Améri
CAMPEDELLI, Samira Yousseff. 1999. Literatura: História e Texto. 8. ed. São Paulo, Brasil: Saraiva, 
GENETTE, Gérard. 1986. Introdução ao Arquitexto. Lisboa, Portugal: Vega, pp. 19 – 40.
Motta Pessanha. Tradução de Leonel Vallandro e Gerd Bornheim. São Paulo, Brasil: Nova Cultural, pp. 201 – 203.
PLATÃO. 1980. A República. Trad. de Maria Helena da Rocha Pereira. Lisboa, Portugal: Calouste Gulbenkian.
ROSENFELD, Anatol. 1985. O Teatro Épico. São Paulo, Brasil: Editora Perspectiva.
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