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15 REFLEXÕES ACERCA DO ESTÁGIO DE REGÊNCIA NA FORMAÇÃO DOCENTE

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REFLEXÕES ACERCA DO ESTÁGIO DE REGÊNCIA NA FORMAÇÃO DOCENTE
Maria Juliana do Nascimento
Aluna do 7º período do Curso de Geografia do CAMEAM/UERN
mjuhnascimento@gmail.com
Francisca Elizonete de Souza Lima
Professora do Curso de Geografia do CAMEAM/UERN
lilielizonetesouza@gmail.com
GT 01: ENSINO DE GEOGRAFIA
RESUMO 
Este trabalho tem como principal objetivo, relatar e dialogar sobre todo o processo desenvolvido no decorrer do estágio supervisionado em geografia II(OEG), desde as discussões bibliográficas feitas em sala de aula na universidade, até o desenvolvimento da regência na escola campo de estágio. Considerando que este trabalho é referente ao componente curricular do curso de Licenciatura em Geografia,do Campus Avançado Professora Maria Eliza de Albuquerque Maia – CAMEAM, vinculado a Universidade do Estado do Rio Grande do Norte – UERN, referente ao semestre 2016.1, sob orientação da Professora Mestra Francisca Elizonete de Souza Lima. Abordamos nele as experiências vivenciadas na escola campo de estágio, a Escola Municipal de Ensino Fundamental Edilton Fernandes, no município de Marcelino Vieira – RN.
PALAVRAS-CHAVE: Estágio supervisionado; Regência; Geografia. 
INTRODUÇÃO
	A OEG II é um componente curricular do curso de Geografia do CAMEAM, que diz respeito a fase de regência do estágio no ensino fundamental. É um período extremamente importante para o licenciando, uma vez que, em muitos casos representa a primeira experiência enquanto professor. Esse momento, de irmos para sala de aula como professores, nos permite conhecer melhor a profissão para qual estamos nos formando, conhecer mesmo que de forma superficial a realidade da sala de aula, e um pouco da rotina do ser professor, com planejamento e execução de aulas, correções de provas e trabalhos. 
	Este trabalho objetiva fazer um relato crítico da experiência no estágio de regência, destacando os desafios e alegrias vivenciados no mesmo. Como este trabalho é o resultado final, de uma experiência dividida em duas fases: estágio de observação e de regência no ensino fundamental, traremos um breve relato sobre como se deu a nossa vivência na observação das aulas na turma que viríamos a intervir posteriormente. 
	O presente trabalho está organizado de forma a trazermos inicialmente, um panorama geral sobre as considerações que temos acerca do estágio supervisionado, para tanto nos apoiamos na bibliografia de Lima (2012) e Antunes (2010). Em seguida, trazemos uma discussão sobre as concepções de estágio, nos baseando em Khaoule (2012), e acerca das linguagens metodológicas que podem ser utilizadas pelo professor em suas aulas, segundo a visão de Portugal e Souza (2013). Posteriormente, fazemos o relato sobre o estágio de observação, para só assim darmos início aos relatos da nossa experiência do estágio de regência. Para finalizar, contamos da nossa experiência com a aplicação de oficina pedagógica em sala de aula. 
A CONTRIBUIÇÃO DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO NA FORMAÇÃO
DOCENTE
A OEG I teve início com discussões teóricas pautadas em textos previamente escolhidos na sala de aula da universidade, a fim de nos fornecer um embasamento teórico que iria nos auxiliar durante a nossa prática de regência na escola campo de estágio, bem como nos dará suporte para elaboração desse trabalho. Essas leituras foram de fundamental importância para nos orientar didaticamente e em termos de metodologia e linguagens pedagógicas que poderíamos utilizar durante o estágio.
O Estágio constitui parte fundamental da graduação, pois é durante as aulas de OEG que aprendemos algumas noções de como planejar e que instrumentos metodológicos e/ou linguagens poderemos utilizar para desenvolvermos uma boa aula. A primeira fase do estágio, a observação, nos permite ter um primeiro contato com a sala de aula da educação básica sem que estejamos no papel de aluno da mesma, e a partir do “olhar de observação” (LIMA, 2012) identificarmos as dinâmicas da sala de aula, bem como os desafios que futuramente iremos enfrentar.
	Passada a primeira fase do estágio, é chegado o momento de intervirmos na sala a qual observamos, é a fase da regência. Durante esse período, faz-se necessário que façamos o planejamento das aulas que iremos ministrar, pois como nos diz Antunes (2010, p.127) antes de entrarmos na sala de aula é preciso “estar ciente do tema geográfico que vai apresentar e por que vai apresentá-lo.”. Dessa forma, estará confortável com o conteúdo, pois terá conhecimento e domínio do mesmo, sabendo relacioná-lo com conteúdos passados e futuros, pois como o próprio Antunes (2010, p.127) coloca, ao planejar uma aula devemos compará-la a “um degrau situado no meio de uma escada, onde seu necessário apoio é o degrau anterior e seu objetivo será sempre o degrau seguinte”. É essa noção de que os conteúdos precisam ser relacionados, que faz o diferencial na aprendizagem dos alunos, pois os mesmos começam a entender os conteúdos como algo de relevância em suas vidas, e não mais como conhecimentos “soltos” que em nada impactará na sua vivência fora dos muros da escola.
 O PROFESSOR/ESTAGIÁRIO E AS LINGUAGENS METODOLÓGICAS
	O primeiro momento do estágio como já foi mencionado, é a observação, onde vamos até a escola observar o ambiente escolar e, sobretudo a dinâmica da sala de aula na qual futuramente faremos a regência. Frente a isso muitos alunos estagiários incorrem no erro de apenas reproduzir a metodologia adotada pelo professor que observou, é o que Khaoule (2012, p.58-59) denomina de prática modelar, ou seja, “os alunos, ao observar seus professores, imitam ou reelaboram as suas ações ao seu próprio modo”. Ao se utilizar dessa prática o aluno estagiário faz com que o modo de ensinar pareça algo imutável, o que de fato não é, pois até um mesmo professor ensina de forma diferente de acordo com a realidade da turma a ser trabalhada. 
O estágio não deve ser apenas um momento de praticar a profissão que pretendemos seguir, mas deve ser também, um momento de reflexão, e nessa reflexão fazermos o que nos sugere Lima (2012, p.66), uma “autoavaliação do estagiário sobre o sentido e o significado do Estágio em sua vida e formação”. Analisando se de fato esta é a carreira que queremos seguir, tirando dúvidas sobre a docência e até mesmo novas dúvidas surgindo. Consideramos o estágio, sobretudo o de regência, como um divisor de água na vida acadêmica do aluno estagiário.
	Khaoule (2012) considera que o professor deve ser um sujeito reflexivo, pois entende que o mesmo tem capacidade de pensamento e reflexão e é também um sujeito criativo que tem potencial para fazer diferente. Khaoule (2012, p. 62) aponta que
O movimento da prática reflexiva surgiu como reação contra o fato de os professores serem visto como técnicos que se limitam a cumprir o que os outros lhes ditam de fora da sala de aula. Reconhece a necessidade de um ensino voltado para as mãos do professor, pois é ele que deve desempenhar um papel ativo na formulação dos objetivos do seu trabalho, bem como os meios para atingi-los.
Mesmo nos dias atuais ainda há professores que agem como técnicos, apenas seguindo “mecanicamente” manuais pré-estabelecidos que são impostos de forma verticalizada, os quais são: Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), os currículos e muitas vezes até o próprio livro didático. Tais aparatos são sim importantes, mas a autonomia do professor deve estar em voga também. 
E nós, enquanto professores em formação que almejamos a reflexão e a criatividade, temos inúmeras opções de como apresentar de forma diferente o conteúdo a ser trabalhado aos nossos alunos, na tentativa de fazer com que eles também se tornem sujeitos reflexivos e que sejam capazes de relacionar o que estão estudando com a realidade na qual estão inseridos. Portugal e Souza (2013), nos indicam três (3) tipos de linguagem bastante eficientes para a apreensão do conteúdo por parte dos alunos, as quais são: filmes, músicas e literatura, todas podendo ser atreladas ao ensino da cartografia. Apresentam ainda a atividade de campo como um recursopedagógico importante para que possamos sair da teoria.
Sobre o cinema, os autores dizem que o mesmo “pode ser considerado dispositivo didático, meio de comunicação, de expressão, de sentimentos e de pensamentos e, também, objeto de conhecimento”. (PORTUGAL e SOUZA, 2013, p.106). Tal como o cinema, a literatura é uma linguagem metodológica bastante ampla que possibilita “conhecer” outras realidades, além de estimular a imaginação. Para Portugal e Souza (2013, p.116) “a música é uma linguagem com recursos textuais, sonoros e visuais que possibilitam, no contexto da sala de aula, o desenvolvimento de diferentes competências e habilidades cognitivas.”. A atividade de campo é uma atividade essencial para o ensino de geografia, uma vez que nos possibilita conhecer na prática aquilo que discutimos em sala. A cartografia pode ser utilizada em conjunto com as linguagens citadas, trabalhando questões como localização, por exemplo.
O ESTÁGIO DE OBSERVAÇÃO
	A instituição escolar adotada como campo de estágio, foi a Escola Municipal de Ensino Fundamental Edilton Fernandes (Figura 01), localizada na Rua Maria José da Costa no município de Marcelino Vieira–RN. A escola foi construída no ano de 2002, começando as atividades no ano seguinte. Inicialmente oferecia ensino nos segmentos de 6º ao 9º anos. Em 2007 ampliou sua oferta de ensino para a Educação de Jovens e Adultos (EJA), atendendo através da EJA de 3º e 4º níveis.
	A observação das aulas, e posteriormente a regência, aconteceram na turma de 9º ano, vespertino, na escola supracitada. Durante a observação a turma era composta por vinte e seis (26) alunos, tendo um decréscimo de dois alunos. Entre os alunos, existe uma aluna com necessidades especiais, aonde é necessário que sejam produzidas atividades diferenciadas. Durante a observação, pudemos ver que as atividades direcionadas a essa aluna eram semelhantes às atividades produzidas para alunos das séries iniciais, sendo basicamente atividades para pintar.
	
Figura 01: Entrada da escola Edilton Fernandes, Marcelino Vieira/RN 
Fonte: Maria Juliana do Nascimento,2016
	O professor colaborador tem formação recente na área de Geografia, mas já conta com mais de dez (10) anos de experiência em sala de aula. No primeiro contato com o professor pudemos observar um pouco da postura e metodologia do mesmo. Sua voz é marcante na sala e impõe bastante respeito, tanto que a turma não fica com conversas paralelas durante a explicação do conteúdo e até mesmo quando está sendo realizada atividades. Salientamos que alguns alunos se mostram bem participativos interagindo com o professor durante as explicações, questionando e dando contribuições. 
O professor utiliza como suporte o livro didático, no entanto, não se prende unicamente a esta ferramenta metodológica, procurando sempre trazer recursos diferentes como, mapas e imagens, para que o conteúdo possa ser melhor apreendido pelos alunos. Algo interessante que pudemos observar na prática do professor colaborador, é que ele está sempre relacionando o conteúdo trabalhado com a realidade dos alunos ou pelo menos com a realidade brasileira, trazendo para uma escala local afim de que os conteúdos tornem-se mais significativos para os alunos. 
Concluída a primeira etapa do estágio passamos a entender o quão importante é, passamos a ver a escola com o olhar de pesquisador, analisando as dificuldades, assim como as coisas boas que existem na mesma, bem como quais os elementos responsáveis por um bom processo de ensino aprendizagem. Foram muitas as dúvidas sanadas durante a observação, mas outras inquietações surgiram em contrapartida. A docência é uma profissão apaixonante, mas as dificuldades e desafios são constantes e muitas vezes difíceis de serem superados.
ESTÁGIO DE REGÊNCIA: EXPERIÊNCIAS DA PRÁTICA DOCENTE
	Concluído o período de observação no semestre universitário anterior, é chegada a hora de intervir na turma que observamos, pois como nos diz Lima (2012, p.3), a observação “se caracteriza pelo contato pessoal e estreito do estagiário pesquisador com a escola, permitindo que este chegue mais perto da realidade para depois, nela intervir.”, essa intervenção teve início no dia vinte e dois (22) de agosto de 2016. A turma havia iniciado o terceiro bimestre, estudando os chamados “Tigres Asiáticos”, demos então, continuidade ao conteúdo, procurando sempre que possível relacionar algumas características dos países estudados com o Brasil. Pois entendemos que estudar “o conteúdo pelo conteúdo” não traz significância aos nossos alunos, mas que é preciso fazer eles compreenderem o real sentido de porque estudarem tal conteúdo, e que estes fazem sim, parte de suas vidas/realidades.
	Mas, para que possamos fazer essas relações, é necessário que antes de irmos à sala de aula, façamos nosso planejamento, só assim teremos a segurança necessária pra ministrarmos uma boa aula, pois, para que possamos ser mediadores do conhecimento para nossos alunos, temos que conhecer o que vai ser abordado em sala de aula, lembrando sempre dos conteúdos passados e pensando nos futuros, para que estes estejam relacionados, não havendo assim, uma fragmentação dos conhecimentos geográficos.
	Entendendo como algo importante no processo de ensino-aprendizagem, que os alunos conheçam o meio ao qual estão inseridos para que possam entender a realidade em uma escala global com mais facilidade, quando trabalhávamos sobre “Os novos Tigres Asiáticos”, utilizamos o exemplo do desmatamento na Indonésia e fomos aproximando as escalas, falando das causas e consequências do desmatamento na Amazônia. Solicitando, por fim, que os alunos fizessem uma pesquisa de campo onde identificassem uma área desmatada nas proximidades de suas residências e investigassem o porquê do desmatamento e que consequências isso traria para a área em questão. Pudemos perceber com essa atividade, um maior interesse dos alunos pelo tema, e conseguimos, mesmo que de forma mínima, sair da teoria, incentivar a pesquisa e isso sem dúvidas foi bastante significativo. 
Deixamos claro, que entendemos os círculos concêntricos[footnoteRef:1] como uma metodologia a ser usada, e não a única. Pois, entendemos que é importante instigar a imaginação dos alunos e para isso não podemos sempre partir do local para o global, o contrário por vezes é importante. [1: Entendemos como metodologia de Círculos Concêntricos o ensino de Geografia a partir das escalas de análise, partindo do local para o global.] 
Durante as quarenta (40) horas/aula em que se deu a regência do estágio supervisionado em Geografia II, pudemos vivenciar momentos conflitantes, onde eram comuns os questionamentos acerca da profissão que escolhemos, os desafios foram muitos, e se tornaram ainda mais difíceis em virtudes da aluna com necessidades especiais que existe na turma. O desafio começava desde o planejamento, quando nos perguntávamos como explicar tal conteúdo tão distante de nossa realidade, como é o caso do Oriente Médio, a uma pessoa que nem ao menos é alfabetizada, mas que está no nono ano, devido à falsa ilusão de se está incluindo? Como elaborar atividades para a aluna em questão? Nesses momentos, percebíamos o quanto o sistema educacional é excludente mesmo sob o discurso de inclusão. E o quanto a escola, mesmo bem intencionada, dispondo de uma sala de aula de Atendimento Educacional Especializado – AEE, não se encontra preparada para oferecer ensino de qualidade a esses alunos. Ficava claro que as atividades trabalhadas com os mesmos não condizem em nada com a série/ano em que eles estão matriculados.
Não há a mínima interação da turma com a aluna em questão, e nós enquanto professores naquele momento, por vezes não conseguíamos dá atenção a ela, pois estávamos explicando o conteúdo para o restante da turma. Ficamos inquietos durante todo o decorrer do estágio com as situações supracitadas. Entendemos que esta aluna está inserida no meio escolar, porém não houve de fato, um processo de inclusão, como nos diz Jesus, Souza e Costa (2013,p. 87):
Para adequaçãodas práticas didático-pedagógicas no processo de ensino e aprendizagem dos conteúdos escolares da geografia para os portadores de necessidades especiais, torna-se preponderante a implementação de propostas de capacitação docente para a atuação destes na educação especial. Para tanto, faz-se necessário preparar o corpo docente para refletir ideologicamente sobre a desigualdade social brasileira e os processos teóricos e metodológicos da educação inclusiva em sala de aula, com a finalidade de proporcionar o acesso concreto desses sujeitos à vida social.
Essa experiência no estágio nos deixou cientes do desafio que é, hoje, a educação inclusiva. Que um professor com uma sala de aula com mais de vinte (20) alunos ditos normais não tem condições de atender a necessidade do aluno com necessidades educacionais especiais. Entendemos que a educação inclusiva, só será possível quando as políticas educacionais forem pensadas e praticadas, pois com o nosso atual sistema educacional, o máximo que ocorre é a inserção destes alunos no espaço escolar.
Durante a regência, tivemos a oportunidade de levar discussões atuais para a sala de aula, como as mudanças que estão ocorrendo em âmbito nacional, lideradas pelo então presidente da República. E também os problemas enfrentadas pelos servidores públicos do município onde a escola se localiza. Dessa forma, levamos discussões políticas para a sala de aula, a fim de despertar o senso crítico de nossos alunos, uma vez que entendemos que essa é uma das funções primordiais da Geografia. 
Salientamos a importância do planejamento durante toda a atividade de regência, que ia desde o planejamento da aula, definindo os conteúdos, materiais e recursos didáticos, até as avaliações. E isso só reforçou o que já sabíamos, que o planejamento é fundamental para uma boa aula e um bom desempenho por parte do professor.
A OFICINA PEDAGÓGICA
	Como atividade de conclusão do estágio II, realizamos uma oficina pedagógica que serviria também como revisão para a prova. A mesma teve como tema “Climas e vegetação do Continente Africano”, onde fizemos uma exposição sobre os principais climas que predominam no continente e que tem influência direta na vegetação. Iniciamos com uma exposição oral, utilizando a lousa e o pincel, mantendo sempre o diálogo com os alunos para que os mesmos expusessem o que sabiam a respeito, tendo em vista que o conteúdo já havia sido trabalhado anteriormente. Passado o momento de exposição e não havendo dúvidas por parte dos alunos, passamos à segunda parte da oficina. 	
A segunda parte da oficina consistia na criação de um jogo lúdico por parte dos alunos. Solicitamos que eles criassem o material para o jogo chamado “Quem sou eu?”, para isso eles utilizaram cartolinas, tesouras e canetas. O jogo, basicamente, consistia em fazer “cartas” com características correspondentes a um tipo de clima ou vegetação presente na África. Na hora de jogar, um adversário dizia tais características ao outro afim de que ele soubesse responder a que clima ou vegetação a característica correspondia. Dessa forma foi possível fazer uma revisão do conteúdo de forma lúdica e que chamasse atenção dos alunos.
Destacamos que para a elaboração da oficina, foi necessário também que houvesse um planejamento. Entendemos esse tipo de atividade como bastante significativa, pois percebemos uma maior interação dos alunos.
CONCLUSÕES
	Passada toda a experiência na sala de aula da escola campo de estágio, somada às discussões teóricas realizadas em sala de aula na universidade, concluímos que o estágio é parte fundamental na formação de professores. Que é uma fase de aprendizado, onde tiramos algumas dúvidas e outras surgem. Onde nos aproximamos mais ou recuamos da vontade de seguir a carreira docente. Aprendemos a enfrentar desafios, agir sob pressão, e principalmente, podemos ler todos os livros do mundo, mas mesmo assim não será suficiente para aprendermos a ser professores, pois isso só se aprende na prática, não há manuais. 
Os livros, textos são um suporte necessário que nos auxiliam em termos de didática, procedimentos metodológicos, etc., mas é no cotidiano da sala de aula, que nos tornamos realmente professores. Pudemos perceber também, a necessidade de se ter nos cursos de licenciatura disciplinas voltadas para o ensino destinado às pessoas com necessidades especiais, pois não somos preparados para isso, e chegar a uma sala de aula como estagiários e nos depararmos com essa realidade é no mínimo assustador. 
Concluímos, que o planejamento se faz imprescindível na prática docente, pois é através dele que ficamos mais seguros frente à sala de aula, no entanto, é válido salientar que devemos ter em mente que o planejamento nem sempre vai dar certo, mas que devemos ser flexíveis para adaptá-lo diante da realidade dos alunos. Pudemos perceber ainda, que do estágio de observação para o de regência há mudanças na forma como enxergamos à sala de aula e a prática docente.
REFERÊNCIAS:
ANTUNES, Celso. A importância do planejamento no ensino de geografia. In:_______. Geografia e didática. Petrópolis, RJ: Vozes, 2010, p. 69-83.
JESUS, Stela de; SOUSA, Fernanda Diones de; COSTA, Glauber Barros Alves. A formação docente em Geografia diante dos anseios da educação inclusiva na contemporaneidade. Revista Extensão e Cidadania. Vitória da Conquista, v.1,n.2, p.85-104, jul/dez, 2013.
KHAOULE, Anna Maria Kovacs. O Estágio Supervisionado e suas contribuições na formação do professor de Geografia. In: BENTO, Izabella Peracini; OLIVEIRA, Karla Annabelly Teixeira (orgs.). Formação de professores: pesquisa e prática pedagógica em Geografia. Goiânia: Ed. da PUC Goiás, 2012, p.57-78.
LIMA, Maria Socorro Lucena. O olhar de observação sobre a escola e suas relações: qual o sentido do estágio para o estagiário?. In:Estágio e aprendizagem da profissão docente. Brasília: Liber Livro, 2012. p.61-83. 
PORTUGAL, J. F; SOUZA, E. C. Ensino de Geografia e o mundo rural: diversas linguagens e proposições metodológicas. In: CAVALCANTI, L. S(org). Temas da geografia na escola básica. Campinas, SP: Papirus, 2013, p.95-134.

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