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INSUFICIÊNCIA CARDÍACA Ianua Coeli S. R. Brito A IC é uma síndrome clínica ocasionada por uma anormalidade da função do coração em bombear e/ou em acomodar o retorno sangüíneo, não atendendo às necessidades de oxigênio dos tecidos ou apenas oferecendo um adequado débito cardíaco pelo aumento anormal das pressões de enchimento, deflagrando uma complexa resposta neuro-humoral e inflamatória. Insuficiência Cardíaca ASPECTOS CLÍNICOS Cansaço Dispnéia de esforço Dispnéia de repouso Dispnéia paroxística noturna Ortopnéia Asma cardíaca Edema agudo do pulmão Taquicardia Estase de Jugular Hepatomegalia 3º Bulha e/ou 4º Bulha Icterícia Ascite Anasarca Pulso alternante Caquexia cardíaca Classificação funcional Características Classe funcional I Paciente assintomático em suas atividades físicas habituais Classe funcional II Paciente assintomático em repouso Sintomas são desencadeados pela atividade física habitual Classe funcional III Paciente assintomático em repouso Atividade menor que a habitual causa sintomas Classe funcional IV Paciente com sintomas (dispnéia, palpitações e fadiga), ocorrendo às menores atividades físicas e mesmo em repouso III Diretriz Brasileira de Insuficiência Cardíaca Crônica, 2009 IC Fadiga Dispnéia SNS TNF e IL-1 perfusão tecidual edema intestinal Ativ. Física MCM Caquexia GEB fluxo de proteína anorexia náusea drogas Conraads, V. Bosmans, J. Vrints, C. Int J Cardiol 2002; 85:33-49 IC e Desnutrição: associação antiga (Hipócrates). A desnutrição protéico calórica é observada em mais de 1/3 dos pacientes com ICC. CAQUEXIA CARDÍACA CAQUEXIA CARDÍACA A caquexia é caracterizada por perda progressiva de peso e depleção de massa corporal magra, tecido adiposo e ósseo, sendo reconhecida como sinal de prognóstico reservado na insuficiência cardíaca. CAQUEXIA CARDÍACA Anker, S. Sharma, R. Int J Cardiol 2002; 85:51-66 As citocinas pró inflamatórias circulantes, a redução plasmática de sódio e o aumento das catecolaminas catabólicas (norepinefrina, epinefrina, cortisol) tem significante associação com a caquexia cardíaca. TNF -------------- Massa Magra CAQUEXIA CARDÍACA CLASSIFICAÇÃO Caquexia inicial ou moderada – Perda de peso > 7,5% e < 15% Caquexia severa – Perda de peso > 15% Anker, S. Sharma, R. Int J Cardiol 2002; 85:51-66 ANOREXIA NA ICC O edema das alças intestinais pode ser responsável pela presença de náusea, má absorção de lipídeos, sensação de plenitude gástrica e perdas protéicas. Outras causas da anorexia: alterações absortivas e metabólicas. Qual conduta devo ter perante este paciente ? Qual o primeiro passo ? AVALIAÇÃO NUTRICIONAL A AN NO PACIENTE COM IC DEVE RESPONDER 4 QUESTÕES: 1. Existe desnutrição ou possibilidade para seu surgimento ? 2. Qual o tipo e a gravidade da desnutrição ? 3. Existe risco de complicação induzidas pelas desnutrição ou pela terapêutica proposta pela doença ? 4. Há necessidade de suporte nutricional ? Exame Físico Antropométricos Bioquímicos Dietéticos Funcionais Composição corporal INDICADORES Qual o Objetivo da Terapia Nutricional Evitar sobrecarga cardíaca Reduzir e prevenir o edema Recuperar as reservas de tecido adiposo e muscular Melhorar a qualidade vida Reeducação alimentar Quantas calorias/dia devo ofertar ao paciente com IC ? NECESSIDADE ENERGÉTICA Pacientes desnutridos com IC grave: ↑ de 30 a 50% das necessidades energéticas Pacientes com caquexia cardíaca: ↑ de 60 a 80% das necessidades energéticas Suplementos nutricionais: ↑ densidade calórica Dieta via oral Dieta enteral 28kcal/kg de peso para pacientes com estado nutricional adequado 32kcal/kg de peso para pacientes nutricionalmente depletados, considera-se o peso do paciente sem edemas NECESSIDADE ENERGÉTICA Calorias em excesso (overfeeding) X Calorias insuficientes Overfeeding: ↑ a produção de dióxido de carbono Altera o metabolismo da glicose ↑ o acúmulo de gordura nos órgãos Altera a secreção de alguns hormônios Hipoalimentação: Repleção tecidual Prejuízo no sistema imunológico SINAIS DE DESCOMPENSAÇÃO Ganho de peso > 1,2Kg em 2 a 3 dias não respondendo a diuréticos em uso; Aumento progressivo de peso > 300g/dia; Edema de membros inferiores; Ascite I Diretrizes Latino Americana para Avaliação e Conduta da Insuficiência Cardíaca Descompensda, 2005. COMO OFERECER TANTAS CALORIAS PARA UM PACIENTE GRAVE, COM RESTRIÇÃO HÍDRICA E ANORÉTICO ? Preparações com densidade calóricas elevadas (> 1,5Kcal/ml) Volumes reduzidos Fracionamento aumentado De 50 a 55% da ingestão energética, priorizando os carboidratos integrais com baixa carga glicêmica, evitando os refinados (açúcar), por agravar a resistência à insulina Carboidratos Observar oferta protéica em caso de insuficiência renal; Digestão e absorção de proteínas prejudicados: • Nutrição enteral – proteína na forma de aminoácidos ou de peptídeos de cadeia curta. De 30 a 35%, com ênfase às gorduras mono e polinssaturadas, em especial aos ácidos graxos da série ômega-3, e níveis reduzidos de gorduras saturadas e trans. Lipídios 30 a 35% do VCT: Ác. graxo Saturados: < 7% Ác. graxo Poliinsaturados: > 10% Ác. graxo Monoinsaturadas: > 20% Ác. Graxo Trans : < 2% Colesterol: < 200 mg/dia American Heart Association Lipídios Má absorção = 1/3 dos pacientes com caquexia cardíaca; TCL: necessitam de carnitina para ser absorvido; TCM: absorção mais fácil. Esteatorréia: TCL Suplementação TCM Lipídios I Diretriz sobre o consumo de Gorduras e Saúde Cardiovascular , 2013 Indivíduo normal : 1ml/Kcal 2000 a 3000 ml/dia Indivíduos com ICC : 0,5 ml/Kcal 1000 a 1500 ml/dia Cuidados com frutas aquosas: melancia, melão, laranja .... Líquidos A restrição deve ser de acordo com a condição clínica do paciente e deve ser considerada a dose de diuréticos. Em média a ingestão de líquidos sugerida é de 1.000 a 1.500 ml em pacientes sintomáticos com risco de hipervolemia. Líquidos Durante períodos de calor intenso, diarréia, vômitos ou febre, ingestão de líquidos pode ser aumentada ou a dose do diurético ser diminuída, evitando-se assim a desidratação. Para melhor controle de líquidos, pode-se orientar o paciente a medir a quantidade de líquido ingerido. Devemos lembrar que são considerados como líquidos: água, chá, leite, bebidas lácteas, suco, refrigerante, café iogurte, mingau, sopa, caldos, gelatina, sorvete. Líquidos BEBIDA ALCOÓLICA Deve ser desestimulada, pois além de deprimir a contratibilidade miocárdica, tem efeito tóxico sobre o miocárdio, podendo precipitar arritmias e levar à hipotensão, com conseqüente alteração no balanço hídrico do organismo Há a necessidade de completa abstinência do álcool principalmente para pacientes com miocardiopatia alcoólica, por causar depressão miocárdica e precipitar arritmias. Entretanto, quantidades limitadas diárias (20- 30ml de álcool em vinho tinto) em pacientes estáveis, classes I-II, poderiam ser de benefício na presença de doença coronariana. BEBIDA ALCOÓLICA SÓDIO Observar: Classe funcional Retenção hídrica; Sódio sérico; Aceitação da dieta; Função renal; Dose e tipo de diurético. Restringir: enlatados,embutidos, mostarda, catchup, molho shoyo, bebidas isotônicas ... Utilizar sal dietético. Utilizar: Temperos verdes, limão, ervas ... POTÁSSIODiurético Espoliador de Potássio Hipocalemia Intoxicação digitálica. Náusea Vômito Arritmia Desconforto Abdominal INTOXICAÇÃO DIGITÁLICA Manifestações: Gastrointestinais: Naúsea, vômitos, diarréia Sistema nervoso: Depressão, desorientação, parestesias Visuais: Visão borrada, escotomas Mudanças na percepção das cores Hiperesstrogensimo: Ginecomastia, galactorréia Cálcio e Magnésio A deficiência desses minerais podem agravar arritmias cardíacas Diuréticos são espoliadores; A hipomagnesemia causa balanço positivo de sódio e negativo de potássio. Utilizar alimentos fontes de Ca e Mg na dieta. Suplementação apenas quando necessária; Recomendações: Cálcio – 500 a 1200mg Magnésio – 40 a 250mg Ferro Transporte de oxigênio pelas células vermelhas, utilização do oxigênio pelas células musculares, componente necessário da hemoglobina e mioglobina. Anemia = Pior prognóstico! VITAMINAS A tiamina encontra-se reduzida nos pacientes idosos hospitalizados e em uso prolongado de diuréticos. As vitaminas C e betacaroteno estão mis baixas nos pacientes com IC. Apesar da vitamina E ser conhecida por sua ação antioxidante, sua suplementação não melhora de forma significativa o prognóstico ou CF do paciente. Pacientes em uso de anticoagulação oral com dicumarínicos devem evitar a variabilidade de ingestão de alimentos ricos em vitamina K, a exemplo de folhosos (alface, brocolis, couve, dentre outros). Suplemento nutricional Indicado nos pacientes com baixa ingestão alimentar, má absorção de nutrientes, uso de medicamentos que alteram a síntese ou que aumentam a excreção de nutrientes, e em estado de hipercatabolismo. Casos de anorexia, refeições pequenas e freqüentes ou até a nutrição enteral provisória, podem contribuir para a meta calórica diária. Suplemento nutricional Monitoramento do peso corporal O paciente deverá ser instruído a verificar diariamente o seu peso. Redução acima de 6% em 6 meses, não planejada, pode ser indicativa de caquexia cardíaca84, assim como, o aumento repentino e inesperado de dois ou mais kilos em curto período (3 dias), pode indicar retenção hídrica. Embora recentemente dois relatos apontem a obesidade como fator de proteção na IC, ainda há a necessidade de novas investigações para respaldar tal afirmação. Monitoramento do peso corporal
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