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Rua Dr. Moacir Birro, 663 – Centro – Cel. Fabriciano – MG CEP: 35.170-002 Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: diretoria@institutoprominas.com.br BIBLIOTECA PARA O CURSO DE MATEMÁTICA FINANCEIRA E ESTATÍSTICA Selecionamos para você uma série de artigos, livros e endereços na Internet onde poderão ser realizadas consultas e encontradas as referências necessárias para a realização de seus trabalhos científicos, bem como, uma lista de sugestões de temas para futuras pesquisas na área. Primeiramente, relacionamos sites de primeira ordem, como: www.scielo.br www.anped.org.br www.dominiopublico.gov.br SUGESTÕES DE TEMAS 1. INTRODUÇÃO À MATEMÁTICA FINANCEIRA 2. MERCADO FINANCEIRO BRASILEIRO 3. INFLAÇÃO, CORREÇÃO MONETÁRIA E INDEXADORES 4. POLÍTICAS ECONÔMICAS 5. TAXAS DE JUROS 6. OPERAÇÕES REALIZADAS NO MERCADO 7. CARGA TRIBUTÁRIA 8. MATEMÁTICA COMERCIAL E FINANCEIRA FÁCIL. 9. ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA: princípios, fundamentos e práticas brasileiras 10. MATEMÁTICA FINANCEIRA OBJETIVA E APLICADA 11. POLITIZAR AS NOVAS TECNOLOGIAS: o impacto sócio-técnico da informação digital e genética 12. MATEMÁTICA FINANCEIRA COM ÊNFASE EM PRODUTOS BANCÁRIOS Rua Dr. Moacir Birro, 663 – Centro – Cel. Fabriciano – MG CEP: 35.170-002 Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: diretoria@institutoprominas.com.br 2 13. INTRODUÇÃO À MATEMÁTICA FINANCEIRA COM EXCEL 14. EDUCAÇÃO ESTATÍSTICA NO ENSINO BÁSICO: uma exigência do mundo do trabalho 15. ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE A MATEMÁTICA E SUA PRESENÇA NO CURRÍCULO DE ENSINO MÉDIO 16. ESTATÍSTICA FÁCIL 17. A ESTATÍSTICA E A PROBABILIDADE ATRAVÉS DAS ATIVIDADES PROPOSTAS EM ALGUNS LIVROS DIDÁTICOS BRASILEIROS RECOMENDADOS PARA O ENSINO FUNDAMENTAL 18. GRUPO DE ESTUDOS DE MATEMÁTICA FINANCEIRA 19. MATEMÁTICA FINANCEIRA NA EDUCAÇÃO BÁSICA 20. A LINGUAGEM DA MATEMÁTICA FINANCEIRA 21. PORCENTAGEM 22. IDENTIFICANDO DOIS TIPOS DE JURO 23. FÓRMULA PARA CALCULAR JUROS SIMPLES 24. FÓRMULA PARA CALCULAR JUROS COMPOSTOS 25. NOÇÕES DE MATEMÁTICA FINANCEIRA 26. ACRÉSCIMOS E DESCONTOS SUCESSIVOS 27. A FÓRMULA DO MONTANTE 28. USANDO LOGARITMO NO CÁLCULO DE JURO COMPOSTO 29. VALOR ATUAL E VALOR FUTURO (USANDO A CALCULADORA) 30. PESQUISAR PROJETOS PEDAGÓGICOS DE CURSOS DE MATEMÁTICA 31. IMPORTÂNCIA DO ENSINO DA MATEMÁTICA FINANCEIRA 32. RESULTADOS DE ESTUDOS REALIZADOS NO ÂMBITO DA EDUCAÇÃO EM MATEMÁTICA FINANCEIRA 33. A COMPREENSÃO DO ENSINO E DA APRENDIZAGEM DA MATEMÁTICA FINANCEIRA Rua Dr. Moacir Birro, 663 – Centro – Cel. Fabriciano – MG CEP: 35.170-002 Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: diretoria@institutoprominas.com.br 3 34. A ABORDAGEM DA MATEMÁTICA FINANCEIRA NOS PCN DO ENSINO BÁSICO 35. TRABALHANDO MATEMÁTICA FINANCEIRA EM UMA SALA DE AULA DO ENSINO MÉDIO DA ESCOLA PÚBLICA 36. A PRÁTICA DO ENSINO CONTÁBIL NO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL: 37. UMA ANÁLISE DA GRADE CURRICULAR FRENTE ÀS EXIGÊNCIAS LEGAIS E NECESSIDADES ACADÊMICAS 38. A INFLUÊNCIA DA EDUCAÇÃO FINANCEIRA NAS DECISÕES DE CONSUMO E INVESTIMENTO DOS INDIVÍDUOS 39. VALIDAÇÃO E MELHORIA DE COMPOSIÇÃO DE ÍNDICES POR REGRESSÃO MÚLTIPLA ATRAVÉS DA MATEMÁTICA NEBULOSA 40. TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO NO ENSINO FUNDAMENTAL: propostas curriculares e livros didáticos 41. CIDADANIA ATIVA X CIDADANIA PASSIVA EM ESTUDO REALIZADO ACERCA DAS COMPETÊNCIAS BÁSICAS EM MATEMÁTICA 42. EDUCAÇÃO MATEMÁTICA FINANCEIRA: conhecimentos financeiros para a cidadania e inclusão 43. DECISOES FINANCEIRAS-FERRAMENTAS PARA LOGISTICA 44. INTRODUÇÃO À MATEMÁTICA FINANCEIRA INTERVALAR: análise intervalar de investimentos 45. O ENSINO DE MATEMÁTICA FINANCEIRA NA GRADUAÇÃO COM A UTILIZAÇÃO DA PLANILHA E DA CALCULADORA: uma investigação comparativa 46. MATEMATICA BASICA 47. INTRODUÇÃO À MATEMÁTICA COMERCIAL E FINANCEIRA 48. O ESTUDO DE TÓPICOS DE MATEMÁTICA FINANCEIRA COM TECNOLOGIAS INFORMÁTICAS: opiniões de professores 49. A MATEMÁTICA QUE FAZ BEM À SOCIEDADE 50. CALCULADORA FINANCEIRA HP-12C COMO FERRAMENTA NA PRÁTICA PEDAGÓGICA DO ENSINO DE ESTATÍSTICA http://www.congressousp.fipecafi.org/artigos62006/613.pdf http://www.congressousp.fipecafi.org/artigos62006/613.pdf http://www.pg.utfpr.edu.br/sinect/anais2010/artigos/Ens_Est/art54.pdf http://www.pg.utfpr.edu.br/sinect/anais2010/artigos/Ens_Est/art54.pdf http://www.interscienceplace.org/index.php/interscienceplace/article/download/150/128 http://www.interscienceplace.org/index.php/interscienceplace/article/download/150/128 http://www.ime.uerj.br/~bneves08/Financas_intervalar-UFRN.pdf http://www.ime.uerj.br/~bneves08/Financas_intervalar-UFRN.pdf http://tede.pucrs.br/tde_busca/processaArquivo.php?codArquivo=489 http://tede.pucrs.br/tde_busca/processaArquivo.php?codArquivo=489 http://tede.pucrs.br/tde_busca/processaArquivo.php?codArquivo=489 http://200.143.198.43/seer/index.php/outraspub/article/viewArticle/395 http://sites.unifra.br/Portals/13/Resumos_Dissertacoes/Disserta%C3%A7%C3%A3o_Merielen_F%C3%A1tima_Caramori.pdf http://sites.unifra.br/Portals/13/Resumos_Dissertacoes/Disserta%C3%A7%C3%A3o_Merielen_F%C3%A1tima_Caramori.pdf http://www.inf.unioeste.br/~rogerio/Mat-faz-bem-Sociedade.pdf http://www.pg.cefetpr.br/sinect/anais/artigos/6%20Ensinodeestatistica/Ensinodeestatistica_Artigo1.pdf http://www.pg.cefetpr.br/sinect/anais/artigos/6%20Ensinodeestatistica/Ensinodeestatistica_Artigo1.pdf Rua Dr. Moacir Birro, 663 – Centro – Cel. Fabriciano – MG CEP: 35.170-002 Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: diretoria@institutoprominas.com.br 4 51. O ENSINO DA MATEMÁTICA ALIADO À PRÁTICA DA CIDADANIA 52. UM ENFOQUE MATEMÁTICO E ESTATÍSTICO PARA A ANÁLISE DO CUSTO-VOLUME-LUCRO E SUAS HIPÓTESES SIMPLIFICADORAS 53. A RELEVÂNCIA DA MATEMÁTICA FINANCEIRA NO ENSINO MÉDIO 54. INTRODUÇÃO À MATEMÁTICA FINANCEIRA INTERVALAR: análise intervalar de investimentos 55. MATEMÁTICA FINANCEIRA E SUAS APLICAÇÕES 56. FUNDAMENTOS E TÉCNICAS DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA 57. TÉCNICAS DE AVALIAÇÃO DE INVESTIMENTOS: uma breve revisão da literatura 58. AVALIAÇÃO DE INVESTIMENTOS 59. FINANÇAS PARA EXECUTIVOS NÃO FINANCEIROS 60. DECISÕES DE INVESTIMENTOS DA EMPRESA 61. A ARITMÉTICA INTERVALAR COMO FERRAMENTA PARA SOLUÇÃO DE PROBLEMAS DE OTIMIZAÇÃO 62. ANÁLISE CUSTO/VOLUME/LUCRO APLICADA AO COMÉRCIO DE PESCADOS 63. MATEMÁTICA FINANCEIRA COM APLICAÇÕES EM EXCEL http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/1458-8.pdf http://face.ufmg.br/revista/index.php/contabilidadevistaerevista/article/view/371 http://face.ufmg.br/revista/index.php/contabilidadevistaerevista/article/view/371 http://www.administracao.ucb.br/sites/000/68/00000039.pdf Rua Dr. Moacir Birro, 663 – Centro – Cel. Fabriciano – MG CEP: 35.170-002 Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: diretoria@institutoprominas.com.br 5 ARTIGOS PARA LEITURA, ANÁLISE E UTILIZAÇÃO COMO FONTE OU REFERENCIA _________________________________________________________________ INTRODUÇÃO À MATEMÁTICA FINANCEIRA Alzira Maria Liedtke 1. Origem da moeda Quando o homem se fixou à terra, passou a permutar o excedente que produzia, fazendo com que surgisse a primeira manifestação de comércio: o escambo, consistindo na troca direta de mercadorias, sem equivalência de valor. Nessa troca, algumas mercadorias passaram a ser mais procuradas que outras, assumindo a função de moeda-mercadoria (sal, gado, pau-brasil, açúcar, cacau, tabaco e pano). O sal deu origem à palavra salário, assim como a palavra gado, em latim pecus, ao termo pecúlio. A permuta de algumas mercadorias nem sempre era vantajosa devido à distância, ao estado perecível, às condições precárias das estradas, à ação de salteadores, lembrando que naquela época a cobrança de pedágio já existia. Com o descobrimento do metal, o homem passou a utilizá-lona confecção de utensílios, tornando seu uso vantajoso e eleito como o principal padrão de valor monetário. As primeiras moedas apresentaram alguns formatos como chave e faca. Posteriormente, passaram a ser cunhadas a martelo, em metais como ouro, prata e cobre, ressaltando atributos de beleza e expressão cultural da época em que surgiram. Pela necessidade de guardar as moedas com segurança, os negociantes, que já possuíam cofres e guardas, aceitaram cuidar do dinheiro de seus clientes, fornecendo recibos escritos pelas quantias guardadas. Esses recibos deram origem à moeda-papel, e a guarda de valores fez surgirem as instituições bancárias. Os primeiros bancos oficiais foram criados na Inglaterra, sendo a palavra "banco" originária da peça de madeira que os comerciantes de valores italianos e londrinos usavam para operar seus negócios no mercado público. No Brasil, as primeiras cédulas surgiram em 1810 e com o tempo, o governo passou a gerenciar a emissão dessas cédulas e também das moedas, para evitar Rua Dr. Moacir Birro, 663 – Centro – Cel. Fabriciano – MG CEP: 35.170-002 Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: diretoria@institutoprominas.com.br 6 falsificações. Atualmente, em quase todos os países, essa atividade de gerenciamento é realizada pelos bancos centrais. As diferentes moedas surgiram da necessidade do homem em adequar o instrumento monetário à realidade econômica. O uso de cheques, pelo qual se determina o pagamento de certa quantia ao seu portador ou à pessoa nele citada, é uma necessidade atual. 2. Mercado Financeiro Brasileiro O mercado financeiro brasileiro é o local onde interagem vários agentes financeiros: superavitários, deficitários e intermediários, sendo os agentes superavitários os que possuem recursos excedentes; os agentes intermediários, os que canalizam esses recursos para os agentes deficitários. Essa interação é realizada com a regulação e fiscalização do governo através das políticas econômicas e também por outros organismos. O mercado não possui um local físico, mas é representado por transações que podem ocorrer via telefone, virtualmente, etc. Com o desenvolvimento das tecnologias de informação, o sistema financeiro internacional se transferiu para o ciberespaço, ambiente virtual originado a partir de uma rede de computadores, através da comercialização dos derivativos – produtos financeiros vendidos no mercado futuro – por bancos e corretoras, entre outros. Um dos indícios que comprovam essa transferência, comentado por SANTOS é o desinteresse pela produção material e desistência do investimento produtivo: em cada 70 dólares que trocam de mãos nos mercados cambiais globais, só um paga por um comércio de bens e serviços; muitas das maiores transações são especulativas: é que os investidores tentam tirar vantagem de pequenas diferenças nas taxas de câmbio ou de pequenos diferenciais nas taxas de juros, medidos em frações de percentagem (2003, p. 115). 3. Inflação, Correção Monetária e Indexadores Quando ocorrem aumentos persistentes e generalizados dos valores monetários - preços de bens e serviços, salários, financiamentos, empréstimos, aplicações, impostos, etc. - surge a inflação; o processo inverso é chamado deflação. Inflação elevada é sinal de instabilidade na economia, efeito minimizado pela correção monetária onde os valores podem ser reajustados com indexadores, levando-se em Rua Dr. Moacir Birro, 663 – Centro – Cel. Fabriciano – MG CEP: 35.170-002 Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: diretoria@institutoprominas.com.br 7 conta a inflação medida no período anterior. Com a criação de vários indexadores desde 1964, foram adotados planos econômicos como o cruzado, o verão e o atual plano real. Na divulgação dos índices que medem a inflação - Índice de Preços ao Consumidor (IPC) - alguns veículos de comunicação explicam a metodologia utilizada para o seu cálculo, bem como sua abrangência. Para a análise do custo de vida, o índice utilizado determina o nível de consumo e reflete a variação de preços médios da cesta de famílias com faixas de renda situadas entre 01 e 40 salários mínimos, medido em nove regiões metropolitanas do país - Porto Alegre, Curitiba, São Paulo, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Belém, Fortaleza, Recife e Salvador, além do município de Goiânia e o Distrito Federal. Esse nível de consumo da população é classificado em grupos de produtos/serviços tais como: - alimentos e bebidas; - habitação; - artigos de residência; - transporte e comunicação; - vestuário; - saúde e cuidados pessoais; - despesas pessoais. Além desse índice, existem outros indexadores como a Taxa Referencial (TR) que corrige a poupança e o Índice Geral de Preços de Mercado (IGP-M), calculados por entidades credenciadas como a Fundação Getúlio Vargas (FGV), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (IPARDES), entre outras. 4. Políticas Econômicas As políticas econômicas se referem às ações e medidas do governo para regular e controlar a atividade econômica, ou seja, princípios político-administrativos que refletem a ideologia dominante e as metas a serem atingidas. De acordo com algumas medidas, temos a seguinte divisão: • Política Monetária: controla o volume de moeda em circulação e o montante de crédito disponível entre outras medidas; Rua Dr. Moacir Birro, 663 – Centro – Cel. Fabriciano – MG CEP: 35.170-002 Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: diretoria@institutoprominas.com.br 8 • Política Fiscal: decisões governamentais referentes à tributação, como o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS); • Política Cambial: ações reguladoras da taxa de câmbio e das condições de entrada e saída de capitais externos no país; • Política de Rendas: medidas que regulamentam o salário mínimo garantindo renda mínima aos trabalhadores e aos aposentados, subsídios e incentivos fiscais, para fortalecer o consumo e a produção de certos produtos (LEMES JÚNIOR; RIGO; CHEROBIM, 2002). 5. Taxas de Juros O Comitê de Política Monetária (COPOM) reúne-se mensalmente com o objetivo de estabelecer as diretrizes da política monetária e divulgar o percentual da taxa Selic e seu viés. A Selic é a taxa básica da economia, originada das taxas de juros efetivamente observadas no mercado, sendo que o viés de alta, de baixa ou neutro é a tendência que a taxa de juros seguirá até a próxima reunião do Copom. A divulgação da taxa, sem viés, significa que até a próxima reunião, seu valor não poderá ser alterado pelo Banco Central. A Selic serve como referência para as negociações interbancárias, ou seja, para os empréstimos de um dia entre os bancos, também incidindo sobre as quotas relativas ao parcelamento do Imposto de Renda da Pessoa Física, que será analisado posteriormente. Embora tenha esse nome, a taxa Selic não é resultante das operações realizadas pelo Sistema Especial de Liquidação e Custódia (SELIC), que eletronicamente processa o registro, a custódia e a liquidação das operações com títulos públicos. As taxas de juros relativas às operações financeiras refletem, basicamente, as condições instantâneas de liquidez - oferta X demanda de recursos - no mercado monetário; a taxa Selic, acumulada para determinados períodos de tempo, correlaciona-se positivamente com a taxa de inflação, sendo os juros praticados no Brasil, os mais altos do mundo. Na Idade Média, emprestar dinheiro a juros era usura, pela lei da Cristandade. Esta mesma potência, a Igreja, os próprios bispos “tomavam empréstimos, ou os faziam, a juros – exatamente quando combatiam outros usuários!“ (HUBERMAN, 1985: p. 48). Rua Dr. Moacir Birro, 663 – Centro – Cel. Fabriciano – MG CEP: 35.170-002 Site: www.ucamprominas.com.bre-mail: diretoria@institutoprominas.com.br 9 6. Operações Realizadas no Mercado Entre as operações realizadas no mercado financeiro brasileiro, existe uma variedade de investimentos que garantem ao investidor certo rendimento: de Renda Fixa, determinada no momento da aplicação ou no final da mesma e de Renda Variável. Como exemplos de títulos de renda fixa destacam-se os fundos de investimento, a poupança, o CDB e os títulos públicos; de renda variável, as ações e o ouro. Também existem as operações de empréstimos e financiamentos, feitas com recursos captados pelos bancos ou repassados por órgãos governamentais ou bancos estrangeiros. Pontuam-se a aquisição da casa própria e o financiamento estudantil. Antigamente não era possível financiar a casa própria, sendo essa aquisição privilégio de poucos. Assim, em 1964 surgiram alguns mecanismos para que esse sonho se realizasse: o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) e a Caderneta de Poupança. As empresas passariam a depositar o FGTS na conta dos empregados, para ser resgatado e utilizado no momento de seu desligamento das mesmas. A Caderneta de Poupança visaria à captação de recursos das poupanças populares, através de um conjunto de empresas - entidades financeiras públicas e privadas - que, em suas atividades, se dedicariam a esse segmento, para financiar a casa própria. Atualmente, a caderneta de poupança é a aplicação mais popular que existe no Brasil, porque costuma ter um limite mínimo menor para depósito.Seu rendimento é muito pequeno, corrigido pela TR mais uma taxa de juros determinada, pago se o dinheiro ficar parado nessa conta entre duas datas mensais iguais e consecutivas, chamada aniversário. Sua rentabilidade é do tipo pós-fixada, sendo informada diariamente pelo Banco Central do Brasil (BACEN), que é a maior autoridade monetária do país. Quanto maior a rentabilidade das aplicações, maior o risco. No caso da poupança, ela é a mais segura. O financiamento destinado à aquisição de alguns bens duráveis (veículos, eletrodomésticos, eletroeletrônicos, equipamentos profissionais, vestuário, material para construção) e serviços (viagens, assistência técnica, manutenção, etc.) é obtido em bancos, financeiras e lojas, que vendem produtos financiáveis pelo Crédito Direto ao Consumidor. Rua Dr. Moacir Birro, 663 – Centro – Cel. Fabriciano – MG CEP: 35.170-002 Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: diretoria@institutoprominas.com.br 10 Com a proliferação das relações de consumo, surgiram novas entidades de proteção ao consumidor: os PROCONs estaduais e municipais - o do estado de São Paulo, desde 1976. Informações sobre o PROCON/PR, criado em 1991, podem ser obtidas consultando-se o sítio www.pr.gov.br/proconpr. Essas entidades há mais de uma década contam com um instrumento poderoso, o Código de Defesa do Consumidor, com o objetivo de defender o consumidor brasileiro, definido no artigo II, como “toda a pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final”. Segundo o diretor Ricardo Morishita, do Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor do Ministério da Justiça, em entrevista publicada no boletim eletrônico Em Questão, número 19, 16 de setembro de 2005. O Ministério da Justiça fez uma pesquisa e constatamos que pouquíssimos municípios brasileiros, cerca de 10% apenas, têm Procons. Isso está longe de ser o ideal. O cidadão precisa ser protegido onde ele mora porque às vezes o deslocamento é difícil ou caro para o consumidor. Além disso, no dia-a-dia das cidades do interior, os Procons funcionam como um pronto-socorro da cidadania. Registros históricos revelam que, na Babilônia, durante o século XVIII a.C., já existiam regras protegendo questões familiares, patrimoniais, de preços, obrigações profissionais e que, a legislação brasileira, desde 1840, vem contemplando o consumidor. O código atual estabelece normas de interesse social e de ordem pública ao determinar como direitos básicos dos consumidores “a proteção da vida, saúde e segurança contra os riscos provocados por práticas no fornecimento de produtos e serviços considerados perigosos ou nocivos”. Entre as determinações do código encontra-se a obrigação dos estabelecimentos de informar com exatidão os juros cobrados do cliente; o veto à prática abusiva do fornecedor que se aproveita da fraqueza do consumidor, pela idade, debilidade de saúde, condição social ou falta de conhecimento, na tentativa de obrigá-lo a aceitar seus produtos ou serviços; a constituição de crime com pena de detenção de três meses a um ano e multa, pela exposição do consumidor, injustificadamente, a procedimentos ameaçadores, constrangimento, afirmações enganosas entre outros, ao cobrar dívidas, interferindo no seu trabalho, lazer ou horário de descanso. Outra forma de financiamento pode ser obtida através do Programa de Financiamento Estudantil (FIES), que foi criado em 1999, pelo Governo Brasileiro ao substituir o Programa de Crédito Educativo, com o objetivo de financiar a graduação Rua Dr. Moacir Birro, 663 – Centro – Cel. Fabriciano – MG CEP: 35.170-002 Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: diretoria@institutoprominas.com.br 11 no Ensino Superior, de estudantes em situação econômica menos privilegiada. Atualmente o FIES reduziu sua abrangência em função do Programa Universidade para Todos (ProUni), que concede bolsas de estudo integrais ou parciais para cursos de graduação e seqüenciais de formação específica, em instituições privadas de ensino superior. As instituições ganham isenção fiscal em troca de bolsas. Segundo dados do governo federal, apenas 9% dos jovens brasileiros, com idade entre 18 e 24 anos, estão matriculados na universidade. No Chile esse percentual aumenta para 27% e na Argentina, para 39%. 7. Carga Tributária Sobre as operações incidem contribuições ou tributos federais e estaduais, como o Imposto de Renda (IR), conforme instruções fornecidas pela Receita Federal do Ministério da Fazenda, com altas alíquotas de contribuição, de acordo com o rendimento anual proveniente do trabalho, 13o salário e outros. O IR permite que vários itens sejam deduzidos; entre as exceções, destacam-se os cursos de línguas e os preparatórios para vestibular, estes, às vezes, necessários ao aluno oriundo da escola pública que pretende ingressar no ensino superior público – tão concorrido. Para o pagamento do IR parcelado incide a taxa Selic; a poupança não paga Imposto de Renda. Existe também a Contribuição Provisória sobre Movimentações Financeiras (CPMF), que incide sobre movimentação de recursos em instituições financeiras no Brasil, criada em 1996, como diz o nome, provisoriamente e, em vigor até hoje. Sobre a movimentação do salário que é depositado em banco, incide a CPMF; quando do salário também é descontado o IR, com a dedução da CPMF há uma bi-tributação. O Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) é cobrado sobre os rendimentos das aplicações de curto prazo. Quanto mais tempo o investidor deixar o dinheiro aplicado, menos IOF irá pagar. As taxas se elevam quando há pouca liquidez no sistema, ou seja, diminuição dos recursos disponíveis para serem emprestados. Portanto é mais interessante realizar aplicações financeiras do que obter empréstimos, quando as taxas de juros estão elevadas. Os governos lançam mão do aumento de tributos, quando querem aumentar a arrecadação, sendo que as piores mordidas no bolso do consumidor são Rua Dr. Moacir Birro, 663 – Centro – Cel. Fabriciano – MG CEP: 35.170-002 Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: diretoria@institutoprominas.com.br 12 as do famoso leão (IR) e o percentual de tributos sobre o preço final de todos os bens e serviços. De acordo com a revista Veja, 28 de julho de 2004, segundo os dados publicados pelo Banco Mundiale FMI “A carga tributária brasileira se compara a de países ricos. No Canadá e na Alemanha, por exemplo, os altos impostos custeiam integralmente gastos com saúde, educação e segurança. No Brasil paga-se muito, mas os serviços estatais são inexistentes ou precários.“ REFERÊNCIAS CRESPO, Antônio Arnot. Matemática comercial e financeira fácil. São Paulo: Saraiva, 1994. GAIA, Rossana Viana. Educomunicação & mídias. Maceió: EDUFAL, 2001. HUBERMANN, Leo. História da riqueza do homem. Rio de Janeiro: ZAHAR, 1985. LEMES JÚNIOR, A. B., RIGO, C. M, CHEROBIM, A. P. M. S. Administração financeira: princípios, fundamentos e práticas brasileiras. Rio de Janeiro: Campus, 2002. PUCCINI, Abelardo de Lima. Matemática financeira objetiva e aplicada. São Paulo: Saraiva, 2002. SANTOS, Laymert Garcia dos. Politizar as novas tecnologias: o impacto sócio- técnico da informação digital e genética. São Paulo: Ed. 34, 2003. SILVA, Chrystiane. CABRAL, Otávio. Revista Veja, 28 jul. 2004, ano 37, n. 30, ed. 1864, Sobra pouco dinheiro..., p 42-49. TOSI, Armando José. Matemática financeira com ênfase em produtos bancários. São Paulo: Atlas, 2003. VIEIRA SOBRINHO, José Dutra. Matemática financeira. São Paulo: Atlas, 2000. Sítios consultados Cálculo do Custo de Vida <http://www.pr.gov.br/ipardes>. Código de Defesa do Consumidor < http://www.mj.gov.br/DPDC/servicos/legislacao/cdc.htm > Glossário de Economia <http://www.estadao.com.br/ext/financas/glossario/> Origem da Moeda <http:// http://www.bcb.gov.br/?MORIGEMOEDA> PROCON/SP. Histórico da Instituição <http://www.procon.sp.gov.br> Reforma universitária <http: //www.portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/reforma1.pdf> Boletim eletrônico Em Questão <http://www.brasil.gov.br/emquestao/> Rua Dr. Moacir Birro, 663 – Centro – Cel. Fabriciano – MG CEP: 35.170-002 Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: diretoria@institutoprominas.com.br 13 INTRODUÇÃO À MATEMÁTICA FINANCEIRA COM EXCEL Denis F. da Silva* Makswell S. Kawashima** Jamielli T.Pereira Aline R. Monteiro Marili Rossi Depto de Matemática, UNESP, IBILCE RESUMO As operações financeiras são parte de nosso cotidiano. Entender como tais operações funcionam são objeto de estudo da matemática financeira. Planilhas eletrônicas podem ser usadas como ferramenta nesse estudo. Com o auxílio desta e de funções da matemática financeira podemos, por exemplo, avaliar e decidir sobre alternativas de investimentos e aplicações financeiras. Nesse minicurso são abordados os conceitos de juros compostos (capitalização e descontos), taxa de juros (conceitos e definições), pagamentos uniformes (prestações iguais em financiamentos ou em capitalizações para atingir certos valores futuros), valor presente líquido e equivalência de fluxos de caixa. O objetivo principal é habilitar o aluno a resolver problemas envolvendo juros compostos e manipular e analisar fluxos de caixa utilizando planilhas eletrônicas. Palavras-chave: Matemática Financeira, Introdução à Matemática Financeira, Otimização e Controle. Referências [1] Puccini, A., “Matemática Financeira: Objetiva e Aplicada”, Editora Saraiva, 7ª Ed., 2004. [2] Hazzan, S. Pompeio, J.N., “Matemática Financeira”, Editora Atual, 4ª Ed., 1993. [3] Faro, C., “Matemática Financeira”, Editora Atlas, 9ª Ed., 1982. Rua Dr. Moacir Birro, 663 – Centro – Cel. Fabriciano – MG CEP: 35.170-002 Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: diretoria@institutoprominas.com.br 14 EDUCAÇÃO ESTATÍSTICA NO ENSINO BÁSICO: uma exigência do mundo do trabalho Hélio Rosetti Júnior Coordenadoria de Matemática do Centro Federal de Educação Tecnológica do Espírito Santo RESUMO Aborda a importância de Educação Estatística no mundo moderno, diante das novas exigências de leitura dos códigos e linguagens nos meios de comunicação e no cotidiano das organizações. Enfatiza a necessidade dos sistemas escolares valorizarem o ensino de Estatística como mais um fator de implemento da cidadania plena. Palavras-chave: Estatística. Estatística aplicada. História da estatística. Linguagem. Relações estatísticas. Leitura. Introdução A inclusão da Estatística nos currículos do ensino básico vem se tornando uma realidade nas escolas e redes escolares preocupadas com um ensino de qualidade, tendo em vista as necessidades dos conhecimentos de Estatística em nosso cotidiano. Os principais livros didáticos de matemática básica* já destinam capítulos aos conteúdos de Estatística, num processo de adequação dessas obras às demandas por conhecimentos estatísticos. (1) Nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN‟s), o ensino da Probabilidade e da Estatística surge no contexto do bloco de conteúdos com nome de “Tratamento das Informações”, tendo como justificativa a demanda social e o freqüente uso na sociedade contemporânea, pela necessidade de o indivíduo compreender as informações divulgadas, tomar decisões e fazer previsões que influenciam sua vida pessoal e em comunidade. Os PCN‟s ressaltam que a Estatística possibilita o desenvolvimento de formas específicas de pensamento e raciocínio, envolvendo fenômenos aleatórios, interpretando amostras, fazendo inferências e comunicando resultados por meio da linguagem própria quantitativa. Atualmente, quase todos os meios de comunicação, como jornais, revistas, rádio, televisão e Internet lançam mão de modelos estatísticos como gráficos, diagramas, Rua Dr. Moacir Birro, 663 – Centro – Cel. Fabriciano – MG CEP: 35.170-002 Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: diretoria@institutoprominas.com.br 15 pictogramas, tabelas e pesquisas para integrar e enriquecer seus conjuntos de informações a serem divulgadas para a população. Grande parte desse público acaba não decifrando essa nova linguagem. ESTATÍSTICA E HISTÓRICO A Estatística é um segmento da matemática aplicada surgida nas questões de estado e governo. Daí o nome Estatística ser originário do termo latinostatus. Situações ocasionais como número de habitantes, quantidade de óbitos e nascimentos, quantidades produzidas e quantitativos das riquezas formaram os primórdios dos problemas que deram início ao pensamento estatístico. Inicialmente, no século XVI, pensada pelos ingleses como uma ciência política, destinava-se a descrever características de um país, tais como população, área, riquezas e recursos naturais. Deste papel histórico, origina-se a sua função de caracterização numérica de uma série de informações populacionais. Com esta abordagem, o termo é utilizado no plural, como as “estatísticas de saúde”, as “estatísticas de mortalidade”, as “estatísticas do registro civil”, entre outras. (2) A Estatística vista enquanto ciência só ocorreu a partir do século XVIII, nos registros do alemão Godofredo Achenwall**, ainda como catalogação não regular de dado.(3) Os modelos estatísticos, enquanto modelos matemáticos aplicados, reúnem características de precisão na linguagem, adequados ao ambiente de informações rápidas. A necessidade de expressar o grau de incerteza na ocorrência dos experimentos e de explicar o fato de duas experiências iguais poderem ter resultados diferentes leva ao reconhecimento da racionalidade probabilística em eventos da natureza. A pesquisa em probabilidade no século XVIII culmina com o notável trabalho de Pierre- Simon de Laplace, “Theorie Analitique de Probabilités”. À luz da concepção do cientificismo, rapidamente amplia-se o domínio de abrangência do cálculo probabilístico. Este se torna indispensável para lidar com dados relativos a temas de interesse social e econômico, como administração das finanças públicas, saúde coletiva, conduta de eleições e seguro de vida. Surgem as primeiras idéias do positivismo e Condorcet propõe uma “ciência natural da Rua Dr. Moacir Birro, 663 – Centro – Cel. Fabriciano– MG CEP: 35.170-002 Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: diretoria@institutoprominas.com.br 16 sociedade”, isto é, uma “matemática social” baseada no cálculo das probabilidades.(2) Ao abrirmos uma revista ou um jornal é quase impossível não encontrarmos alguma representação Estatística/matemática complementar aos textos, ilustrando ou sintetizando a comunicação, tornando a leitura mais atrativa e objetiva. Em muitos casos, os modelos estatísticos/matemáticos assumem a importância maior, ficando o texto como complemento ou restrito a observações. ESTATÍSTICA E LINGUAGEM Vale destacar que a simbologia matemática foi, e ainda é, um fator de evolução das idéias matemáticas que se desenvolveram lentamente ao longo de séculos. Essa evolução tomou por base dois objetivos permanentes: 1. tornar possível a comunicação matemática entre as pessoas, independentemente das nacionalidades e culturas; 2. simplificar a expressão das idéias e pensamentos matemáticos. Assim, a matemática, como nenhuma outra ciência, conseguiu construir um conjunto universal de signos, moldando uma linguagem com códigos que atravessam idiomas e culturas. Dessa forma é possível, por exemplo, um matemático chinês escrever equações ou proposições que um matemático brasileiro entenderá com facilidade. Essa propriedade é utilizada pela Estatística e passa a ser apropriada largamente pela informática, permeando as comunicações no mundo cibernético. A evolução da matemática fez surgir aplicações específicas, com linguagens e símbolos próprios, como foi o caso da matemática financeira, com sua constante evolução, e também da Estatística. Com o avanço tecnológico, as exigências de sofisticadas competências para o mundo do trabalho e a facilidade oferecida pela informática, as pesquisas deixaram de acontecer apenas em ocasiões para se tornarem parte integrante e inseparável de nossas vidas em todos os instantes. A partir dos anos 40, a pesquisa Estatística se volta para solucionar problemas envolvendo variados aspectos da inferência, cada um tendo a sua aplicação a situações específicas. Os testes de hipóteses para médias, variâncias e proporções, a teoria dos testes uniformemente mais poderosos, o processo de inclusão Rua Dr. Moacir Birro, 663 – Centro – Cel. Fabriciano – MG CEP: 35.170-002 Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: diretoria@institutoprominas.com.br 17 (exclusão) de variáveis nos modelos de regressão são algumas das formas de inferência de uso consagrado. (2) O mundo corporativo*** passou a adotar a linguagem Estatística em suas rotinas operacionais exigindo dos profissionais conhecimentos e competências numéricas para o correto entendimento e produção de relatórios, tabelas, gráficos, diagramas e fluxogramas. Na comunicação de massa, os programas de televisão com maior índice de audiência, além de serem totalmente direcionados a institutos de pesquisa, passaram a ter obrigatoriamente pesquisas interativas em suas pautas, na busca de uma permanente aproximação com o público. Contudo, diante desse ambiente saturado de informações, poucas pessoas questionam a forma como esses dados foram coletados, tratados e trabalhados até chegarem no formato “acabado” em que são apresentados. Isto é, o público tem sido consumidor de resultados de pesquisas da forma como se apresentam, sem a devida interpretação crítica e um entendimento do que se está “consumindo”. Os meios de comunicação refletem também a facilidade que os modelos estatísticos oferecem para sintetização de informações. Por exemplo: uma medida de tendência central pode representar bem o perfil de uma população, ou um histograma pode melhor apresentar um universo de dados. Existe um ditado em matemática que diz: “Um gráfico bem construído equivale a mil palavras”. Essa nova linguagem passa a demandar das pessoas o entendimento e o domínio de novos códigos diferentes do “ler e escrever” tradicionais****. É nessa perspectiva que o mundo moderno caminha, com tecnologias voláteis, otimizando espaços, tempo, recursos, e fazendo uso intenso dos argumentos estatísticos. Nesse contexto, a escola não pode ignorar essas novas linguagens tão presentes no mundo dos educandos. Os Parâmetros Curriculares Nacionais recomendam o trabalho com Estatística (grifo do autor) com a finalidade de que o estudante construa procedimentos para coletar, organizar, comunicar e interpretar dados, utilizando tabelas, gráficos e representações, e que seja capaz de descrever e interpretar sua realidade, usando conhecimentos matemáticos. (4) É fundamental que as práticas e os conteúdos ministrados em aula estejam em sintonia com as novas exigências do mundo em que vivemos, para que a educação Rua Dr. Moacir Birro, 663 – Centro – Cel. Fabriciano – MG CEP: 35.170-002 Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: diretoria@institutoprominas.com.br 18 não seja algo distante da vida dos alunos, mas, ao contrário, seja parte integrante de suas experiências para uma existência melhor. ALÉM DAS FÓRMULAS Desmistificar as pesquisas, estimulando a capacidade de leitura e interpretação dos fatos, é função do trabalho escolar na busca da formação de um cidadão pleno. Assim, o ensino e o uso dos modelos estatísticos/matemáticos em sala de aula devem estar em consonância com as necessidades, os interesses e as experiências de vida dos alunos. As ininteligíveis fórmulas prontas e os modelos acabados, com poucos atrativos para os educandos, devem ceder lugar aos modelos construídos a partir de suas vivências, na busca de soluções dos problemas que fazem parte de suas relações na sociedade. Dessa maneira, o ensino de Estatística deve ser disseminado em toda a nossa estrutura escolar, em todos os níveis de ensino, buscando levar aos jovens uma compreensão mais completa de suas realidades. As comunicações corporativas e as publicações científicas/tecnológicas optam pela significativa objetividade que a utilidade desses modelos estatísticos e/ou matemáticos proporcionam para implementar as informações, compactando textos e condensando frases. Essa linguagem exata passa a demandar das pessoas o entendimento e o domínio dos novos códigos mais refinados, exigindo habilidades e competências quantitativas. Assim, o mundo do trabalho evolui, em sintonia com as necessidades das organizações empresariais. Antigamente, o cidadão completamente alfabetizado precisava apenas de saber ler e escrever. Hoje, a alfabetização plena passa pela leitura e escrita, adicionada às noções de informática/tecnologia e conhecimentos de Estatística. REFERÊNCIAS (1) CRUZ, Donizete Gonçalves da; LONGARETTI, Mirian. algumas considerações sobre a matemática e sua presença no currículo de ensino médio. Paraná (Estado)-Secretaria de Estado da Educação. Disponível em http://www.matematica.pr.gov.br/matematica/arqui-vos/file/pdf.>Acesso em 06/06/2006. Rua Dr. Moacir Birro, 663 – Centro – Cel. Fabriciano – MG CEP: 35.170-002 Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: diretoria@institutoprominas.com.br 19 (2) SZWARCWALD, Celia L.; CASTILHO, Euclides A. de. The paths of statistics and its incursions through epidemiology. cadernos saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 8, n. 1, p. 5-21. jan./mar.1992. ISSN 0102-311X. (3) CRESPO, Antônio Arnot. Estatística fácil. São Paulo: Saraiva, 2002. (4) LOPES, Celi Aparecida Espasandin; MORAN, Regina Célia Carvalho Pinto. A estatística e a probabilidade através das atividades propostas em alguns livros didáticos brasileiros recomendados para o ensino fundamental. In: CONFERÊNCIA INTERNACIONAL, EXPERIÊNCIAS E PERSPECTIVAS DO ENSINO DA ESTATÍSTICA : DESAFIOS PARA O SÉCULO XXI, 1, 1999, Florianópolis. anais... Florianópolis: UFSC/PRESTA/IASE,1999. p. 167-174. **** Referência à leitura escrita somente sem levar em conta o atendimento dos signosmatemáticos e estatísticos. Educação Estatística no ensino... Revista Capixaba de Ciência e Tecnologia, Vitória, n. 2, p. 35-37, 1. sem. 2007 Rua Dr. Moacir Birro, 663 – Centro – Cel. Fabriciano – MG CEP: 35.170-002 Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: diretoria@institutoprominas.com.br 20 GRUPO DE ESTUDOS DE MATEMÁTICA FINANCEIRA Professores Nilton José Neves Cordeiro/Luzitelma Maria Barbosa de Castro Apresentação O GEMaFi (Grupo de Estudos de Matemática Financeira) constitui-se numa iniciativa do Curso de Licenciatura em Matemática/UVA, na perspectiva de criarmos um espaço de diálogo, estudos, debate e produção científica inicial, buscando encontrar caminhos pedagógicos e educacionais, que permitam aos alunos e professores envolvidos, uma melhor percepção do ensino-aprendizagem da Matemática Financeira na educação básica, à luz dos PCN's e das experiências Educacionais existentes, a fim de tornar estes conteúdos curriculares mais significativos na prática docente, além de contribuir no preenchimento de uma lacuna no item “Pesquisa” das atividades complementares do nosso curso. Justificativa LELLIS e IMENES (2001) afirmam que as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio (DCNEM) e os Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio (PCNEM) merecem elogios. Explicitam que seria proveitoso e necessário que os professores responsáveis em ensinar matemática no ensino básico buscassem o seu ensino através de uma contextualização e tratamento interdisciplinar, o que é defendido pelo PCNEM. Almeida (2004) afirma que outro aspecto tratado como essencial para a Reforma do Ensino Médio, e também abordado pelos PCNs, refere-se à necessidade de reorganização do currículo das várias áreas de conhecimento. Tratando-se especificamente da Matemática, aponta a orientação abaixo como exemplo de tal preocupação: [...] o currículo a ser elaborado deve corresponder a uma boa seleção, deve contemplar aspectos dos conteúdos e práticas que precisam ser enfatizados. Outros aspectos merecem menor ênfase e devem mesmo ser abandonados por parte dosorganizadores de currículos e professores. Essa organização terá de cuidar dos conteúdos da Base Nacional Comum, assim como fazer algumas indicações sobre Rua Dr. Moacir Birro, 663 – Centro – Cel. Fabriciano – MG CEP: 35.170-002 Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: diretoria@institutoprominas.com.br 21 possíveis temas que podem compor a parte flexível, a ser organizado em cada unidade escolar, podendo ser de aprofundamento ou direcionar-se para as necessidades e interesses da escola e da comunidade em que ela está inserida. (BRASIL, 1999: 255). Desta forma, LELLIS e IMENES (2001) dizem: Admitindo que há um amplo leque de conteúdos e que temos a possibilidade de escolha, podemos pensar na seleção. Segundo o PCNEM o critério central para isso "é o da contextualização e da interdisciplinaridade, ou seja, é o potencial de um tema permitir conexões entre diversos conceitos matemáticos e entre diferentes formas de pensamento matemático, ou, ainda, a relevância cultural do tema, tanto no que diz respeito a suas aplicações dentro ou fora da Matemática, como a sua importância histórica dentro do desenvolvimento da própria ciência". Ainda, Lellis e Imenes prosseguem sinalizando uma proposta de trabalho com alguns conteúdos matemáticos considerados por eles como facilitadores para a construção da cidadania: [Almeida 2004] Quando se considera Matemática essencial para o dia-a-dia do cidadão educado, são citados os seguintes tópicos: Matemática Financeira, Probabilidades e Estatística. Na Matemática Financeira, seria conveniente tratar de juros compostos e amortizações [...]. (LELLIS e IMENES, 2001: 45) Continuam dizendo que seria conveniente, na Matemática Financeira, tratar de juros compostos e amortizações. Por fim ALMEIDA (2004) diz ter feito uma análise de livros do Ensino Médio editados anteriormente ao PCNEM (em 1999) e afirma que praticamente o assunto Matemática Financeira não era contemplado, citando dois autores que tratam do tema em questão após 1999. Dada a contextualização acima, analisamos o conteúdo do tema em relevância em duas obras: SMOLE e DINIZ (2005), que trás em seu sumário: Unidade 1 – Noções de Matemática financeira • Introdução • A linguagem da Matemática financeira • Porcentagem • Identificando dois tipos de juro Rua Dr. Moacir Birro, 663 – Centro – Cel. Fabriciano – MG CEP: 35.170-002 Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: diretoria@institutoprominas.com.br 22 • Fórmula para calcular juros simples • Fórmula para calcular juros compotos Já em GIOVANNI e BONJORNO (2005): Noções de Matemática Financeira • Porcentagem • Lucro e Prejuízo • Acréscimos e descontos sucessivos • Juro simples • Juro compostos • A fórmula do montante • Usando logaritmo no cálculo de juro composto • Valor atual e valor futuro (Usando a calculadora) Percebemos que há alguma diferença entre os conteúdos abordados nessas duas obras, por exemplo. Mais, a obra de Smole e Diniz é abordada na 3a. série do Ensino Médio, já a de Giovanni e Bonjorno é na 1ª. série. Com base nesse cenário e por fazermos parte de um Curso que se preocupa com a formação de professores em Matemática para atuar, principalmente, no Ensino Fundamental e Médio, propomos a criação de um grupo de estudos para pesquisar tendências e inovações no ensino de Matemática Financeira. A finalidade principal é congregar interessados em Matemática Financeira que queiram discutir e produzir sobre a prática docente; despertar e estimular no futuro professor do ensino básico, um interesse ativo por esta área e suas aplicações; incentivar a pesquisa; mantendo-o atualizado das novas tendências, como dito acima. Objetivos • Pesquisar Projetos Pedagógicos de Cursos de Matemática de outras instituições de ensino superior para verificar como aqueles tratam acerca do ensino de Matemática Financeira; • Visibilizar a atualidade e importância do ensino da Matemática Financeira; • Divulgar resultados de estudos realizados no âmbito da Educação em Matemática Financeira; Rua Dr. Moacir Birro, 663 – Centro – Cel. Fabriciano – MG CEP: 35.170-002 Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: diretoria@institutoprominas.com.br 23 • Aprofundar a compreensão do ensino e da aprendizagem da Matemática Financeira; • Contribuir para o desenvolvimento profissional de professores; • Estudar a abordagem da Matemática Financeira nos PCN's do Ensino Básico; • Realizar estudos, a partir de observação direta e questionários, sobre o ensino de Matemática Financeira na Escola Pública. Metodologia Após a formação do grupo, propomos o desenvolvimento de uma metodologia da forma: 1. Levantamento dos programas das disciplinas relacionadas a Matemática Financeira nos Projetos Pedagógicos disponíveis; 2. Estudo dos programas citados anteriormente em paralelo com artigos e publicações indicativas das tendências do ensino-aprendizagem na área em questão; 3. Discussão das pré-conclusões acerca dos estudos realizados; 4. Realização de fóruns, debates, etc., divulgando para toda a área acadêmica os resultados e conclusões obtidos. Referências ALMEIDA, A. C. Trabalhando Matemática Financeira em uma Sala de Aula do Ensino Médio da Escola Pública. Dissertação de Mestrado, UNICAMP, Campinas- SP, 2004. BRASIL, Ministério da Educação. Parâmetros Curriculares Nacionais: Ensino Médio. Brasília: Ministério da Educação, 1999. GIOVANNI, J. R. e BONJORNO, J. R. Matemática Completa. Vol. 1. São Paulo: Ed. FTD, 2005. LELLIS, M. e IMENES, M.L. A Matemática e o Novo Ensino Médio. In Educação Matemática em Revista. SBEM. Ano 8 nº9/10. Abril de 2001. SMOLE, K. S. e DINIZ,M. I. Matemática – Ensino Médio. Vol. 3. São Paulo: Ed. Saraiva, 2005. Rua Dr. Moacir Birro, 663 – Centro – Cel. Fabriciano – MG CEP: 35.170-002 Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: diretoria@institutoprominas.com.br 24 A PRÁTICA DO ENSINO CONTÁBIL NO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL: Uma análise da grade curricular frente às exigências legais e necessidades acadêmicas Maristela Capacchi Mestre em contabilidade e professora da Universidade de Passo Fundo Cleide Fátima Moretto Doutora em economia e professora da Universidade de Passo Fundo Valmor Vancin Mestre em contabilidade e professor da Universidade Regional Integrada campus de Erechim Fábio Antônio Rezende Padilha Especialista em controladoria e Consultor tributário RESUMO O objetivo do presente artigo é analisar a estrutura curricular e os atuais desafios que se colocam na formação e na prática do bacharel em ciências contábeis. Busca contribuir com o debate apresentando os resultados de uma pesquisa baseada em dados coletados junto às instituições de ensino superior do estado Rio Grande do Sul que possuem o curso de bacharel em ciências contábeis e que, ao mesmo tempo, disponibilizam publicamente sua grade curricular. O estudo justifica-se por tentar buscar uma resposta à insegurança apresentada pelos alunos formandos que devem ingressar no mercado de trabalho e por tentar evidenciar o contexto da grande evasão e desistência observados. Os dados encontrados indicam que os cursos de graduação pesquisados contemplam um número limitado de disciplinas específicas da área das ciências contábeis, o que sugere a formação de profissionais generalistas e não especialistas, o que fragiliza o seu processo de ingresso no mercado de trabalho. 1 INTRODUÇÃO O número de cursos ligados à formação do profissional na área contábil, sobretudo do bacharel em Ciências Contábeis, vem crescendo significativamente no país. Acompanhando a expansão observada tanto na oferta quanto na demanda de cursos de graduação, essa formação normalmente conta com a facilidade de implementação do curso, de baixo custo, e a facilidade de ingresso, devido à baixa concorrência. No ano de 2005 foram oferecidos 816 cursos e 81.143 vagas na área de contabilidade e tributação1 em todo o país. Do total desses cursos, 83,0% foram Rua Dr. Moacir Birro, 663 – Centro – Cel. Fabriciano – MG CEP: 35.170-002 Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: diretoria@institutoprominas.com.br 25 oferecidos por instituições de ensino superior privadas2. Enquanto o número total de cursos de graduação no país quase triplicou (elevação de 233,8%) de 1995 a 2005, passando de 6.252 para 20.407 nas diferentes instituições de ensino superior, no mesmo período, o número de cursos de graduação associados à área da contabilidade1 passou de 352 a 816, um aumento de 131,8%3 (BRASIL, 2006). Dados da mesma fonte indicam que, em 2005, 171.022 alunos estavam matriculados e 28.580 concluíam o curso de ciências contábeis no país. A baixa relação entre concluintes/matriculados caracteriza o processo de evasão característico do sistema de ensino superior brasileiro, majoritariamente pago e noturno (SAMPAIO, 2000). Para se ter idéia da importância desse eixo formativo, basta observar que se trata da realidade de mais de 170 mil graduandos e do futuro de aproximadamente 30.000 concluintes em cursos da área da contabilidade por ano. Ainda que a formação no ensino superior ultrapasse a visão tecnicista e da prática profissional, envolvendo a questão da cidadania, da responsabilidade social, do espaço reflexivo e de construção do conhecimento, estamos diante de um desafio no âmbito da interação entre a estrutura formativa e a possibilidade de atuação. (FRIGOTTO, 1998, GENTILI, 1998). Novos paradigmas produtivos justificam a necessidade de um repensar constante nos conteúdos curriculares e nas práticas pedagógicas dos cursos. Nesse sentido, é importante destacar que a maior parte do emprego no país está sendo gerada formal e informalmente em empresas com menos do que dez funcionários. Além disso, um grande número de pessoas sobrevive de um modelo de produção agrícola ou da atividade informal. Dessa forma, o modelo ideal, da grande empresa, sistematizada, formalizada, nem sempre é apropriado para enquadrar a realidade das empresas em que os profissionais irão atuar. Todos esses mecanismos, voltados em grande parte à realidade das grandes empresas, que são adotados nas práticas de ensino, são fundamentais para o desenvolvimento intelectual dos alunos, mas é preciso repensar o compasso entre os avanços das tecnologias e a dinâmica produtiva atual, marcada pelo pós-industrialismo, a economia de serviços e a sociedade informacional e as suas capacitações (MORETTO et al., 2005). O presente estudo dá continuidade a um projeto mais amplo que discute a relação formação contábil e estrutura produtiva. O objetivo aqui Rua Dr. Moacir Birro, 663 – Centro – Cel. Fabriciano – MG CEP: 35.170-002 Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: diretoria@institutoprominas.com.br 26 é examinar a estrutura curricular dos cursos de bacharel em ciências contábeis no estado do Rio Grande do Sul, identificando a pertinência das disciplinas oferecidas e as áreas de atuação do contador. O texto apresentado subdivide-se em quatro etapas. A primeira trata do perfil do profissional e dos diferentes campos de atuação do contador, seguida pela discussão sobre a tendência atual do ensino da contabilidade. Num terceiro momento são apresentados os resultados da verificação empírica realizada com os currículos. Por fim, são apresentadas algumas considerações finais. 2 PERFIL DO PROFISSIONAL E CAMPOS DE ATUAÇÃO Novas perspectivas de atuação se abrem para o bacharel em ciências contábeis. Durante muito tempo, o papel do profissional de contabilidade no Brasil restringiu-se exclusivamente aos registros dos atos e fatos contábeis e de documentos legais e fiscais exigidos pelos órgãos públicos, tanto em nível federal, como em nível estadual e municipal. Entretanto, a ciência contábil passou e está passando por uma série de transformações, seguindo a própria dinâmica socioeconômica, que cria segundo Figueiredo e Fabri (2000) a necessidade de se reavaliar os seus objetivos numa perspectiva mais ampla. Nessa nova dinâmica socioeconômica identificam-se mudanças ocasionadas por diversos fatores, tais como, a ampliação das relações econômicas dos países, que implica não somente no aumento das negociações internas e externas mas de um número crescente de empresas transnacionais que se instalam no país, o aumento das exigibilidades legais inseridas com o novo código civil, da aprovação da nova lei de concordatas e falências e da necessidade, cada vez maior, de prestação de contas, não somente para os sócios e investidores, mas para a comunidade como um todo. Dessa forma, nas palavras de Figueiredo e Fabri (2000, p. 35), “muito do que hoje é aceito como contabilidade não era reconhecido há 50 anos, e, seguramente, daqui a 50 anos a contabilidade se modificará profundamente em relação ao que é hoje”. O cenário no qual a contabilidade atua, na visão dos autores, incorpora mudanças nas atitudes sociais, o progresso da tecnologia da informação e a utilização dos novos métodos, como os quantitativos e os das ciências sociais. Por isso, a contabilidade estaria migrando de sua base tradicional direcionada à Rua Dr. Moacir Birro, 663 – Centro – Cel. Fabriciano – MG CEP: 35.170-002 Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: diretoria@institutoprominas.com.br 27 escrituração, preparação de demonstrações e orçamentos, para um papel mais voltado ao gerenciamento, enfatizando sua importância social. As áreas de atuação do contador, segundo Iudícibus e Marion (2000) vão desde a coleta de dados,passando pelo registro dos dados e processamento, que resultam em relatórios que satisfazem a administração, os investidores, os bancos, o governo e outros interessados. Pode-se dizer que a imagem do profissional contábil, que trabalha sozinho, distante da realidade das empresas e preso à tarefa de registrar contabilmente os fatos ou de simplesmente fornecer informações para outros profissionais tomarem decisões está ultrapassada. “O profissional de hoje e do futuro em Contabilidade é aquele que faz parte da decisão, que auxilia outros a tomarem decisões, o que significa trabalhar juntamente com uma gama variada de outros profissionais”. (SERRA NEGRA, 2004, p.12). A formação obtida por meio do ensino superior, combinada com suas qualidades pessoais e de inter-relacionamento, permite que o graduado em ciências contábeis escolha e se direcione para mais de uma área de atuação profissional. De acordo com o estabelecido na legislação específica2, o contabilista poderá exercer, seja como empregado, empregador ou de forma autônoma, as funções de analista, assessor, assistente, auditor, interno ou externo, conselheiro, consultor, controlador de arrecadação, controller, educador, escritor ou articulista técnico, escriturador contábil ou fiscal, executor subordinado, fiscal de tributos, legislador, organizador, perito, pesquisador, planejador, professor ou conferencista, redator, revisor. Para que possa otimizar o desempenho profissional da área contábil são cada vez mais necessários a especialização e o aprofundamento científico cultural, promotores da eficiência e da eficácia das suas atividades (FIGUEIREDO; FABRI, 2000, KRAEMER, 2000). Além disso, como defende Berti (2001), os conhecimentos em contabilidade necessitam abranger informações sobre economia, administração, direito, análise de sistemas, dentre outras, o que demonstra a importância da prática da interdisciplinaridade na estrutura de formação. O autor esclarece, ainda, que o processo decisório ocorre mediante um contínuo conhecimento científico e técnico, indo desde o planejamento estratégico até a execução e o controle dos resultados. Tendo em vista que não existe ainda uma teoria adequada aos processos de decisão, Berti enfatiza que cada empresa é responsável pela construção de seu próprio modelo. E essa construção é influenciada pela formação profissional de cada Rua Dr. Moacir Birro, 663 – Centro – Cel. Fabriciano – MG CEP: 35.170-002 Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: diretoria@institutoprominas.com.br 28 indivíduo, destacando-se as experiências acumuladas ao longo dos anos e aos conhecimentos obtidos. Portanto, o cenário que se vislumbra indica o crescimento e a valorização da profissão contábil e um imenso desafio pela frente: o de procurar preservar o mercado profissional. 3 A TENDÊNCIA ATUAL DO ENSINO DA CONTABILIDADE O grande desafio do ensino superior é produzir conhecimento. Na área de ciências contábeis essa produção passa pela discussão e pela descoberta de novas tecnologias de informação e de gestão. O processo de ensino-aprendizagem, para alcançar esse fim, requer um ambiente que estimule o espírito crítico e criativo, os novos questionamentos e proposições. O papel de uma “educação” superior é avançar na estrutura do conhecimento científico, no qual a pesquisa desempenha um instrumental imprescindível (MARION, MARION, 1999) Em alguns cursos esse processo científico é natural, a escolha dos universitários já está baseada no âmbito científico ou da pesquisa. No caso do curso de ciências contábeis, essa pré- concepção enseja um ambiente mais tecnicista, mais objetivo. Oliveira (2003 p.30) ressalta que o “ensino da contabilidade deve ter como propósito prover a tomada de decisão considerando os recursos escassos”. Argumenta, ainda, que esse ensino deve incluir a “identificação de decisões cruciais das áreas e a determinação de objetivos e metas; fornecer subsídios à direção e o controle efetivo de recursos humanos, e materiais”. Tais conhecimentos devem orientar o aluno para que ele seja capaz de “prover relatórios gerenciais sobre o custo dos recursos com identificação dos pontos críticos e oportunidades de melhoria; facilitar o controle e a função social”. Tornar a pesquisa uma ferramenta acessível e envolvente na busca de novos conhecimentos na área contábil é um dos desafios que o processo de formação encontra. Nesse sentido, chama a atenção o direcionamento que devemos dar em nossos planos pedagógicos. Algumas instituições de ensino superior incluem em seu currículo um ou dois semestres de aulas em laboratórios, algo a ser considerado excelente, mas será que é o suficiente para formarmos profissionais capazes de atuar como contabilistas? Os planos pedagógicos, em sua maioria, são elaborados seguindo apenas as diretrizes ministeriais em termos do conteúdo mínimo a ser Rua Dr. Moacir Birro, 663 – Centro – Cel. Fabriciano – MG CEP: 35.170-002 Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: diretoria@institutoprominas.com.br 29 cursado em cada período letivo. A primeira objeção que identificamos é que não podemos ter um currículo com o mesmo formato em regiões distintas de um país com tantas diversidades econômicas. A segunda diz respeito ao grande número de disciplinas de outras áreas, necessárias é claro, mas que se apresentam em volume muito expressivo em detrimento à disciplinas específicas da área contábil. Talvez seja justamente esse fato que explique o grande hiato observado, não só na área contábil, entre a estrutura formativa e as possibilidades de atuação dos profissionais egressos do ensino superior. Tal fato é destacado por Oliveira (2003, p.30), que chama a atenção: “mudanças no ambiente econômico e na tecnologia têm superado a educação contábil e levado ao aumento da lacuna entre as necessidades atuais e o ensinamento contábil”. Na mesma direção, Serra Negra (2004, p.13) complementa: “sociedades diferentes exigem comportamentos diferentes. Portanto, a educação contábil em cada instituição tem que levar em consideração os conjuntos de valores de cada lugar”. Muitos cursos são direcionados para focalizar a prática profissional, e não somente a científica, como é o caso dos cursos de Agronomia, Medicina, Fisioterapia, Medicina Veterinária, Direito, licenciaturas, dentre outros. Nesses cursos os alunos iniciam a prática profissional já nos primeiros semestres. Na maior parte dos cursos de ciências contábeis, a prática, quando existe, limita-se a um ou dois semestres em um laboratório de informática, ou para alguns alunos, com mais disponibilidade de tempo, a possibilidade, em alguns casos, de participarem da Empresa Júnior. De outra parte, temos que atentar para outro problema tradicional no sistema de ensino superior do país. Serra Negra (2004) comenta que, “segundo inúmeras pesquisas do ensino contábil, o perfil do discente do Curso Superior de Ciências Contábeis no Brasil aponta, em sua maioria absoluta, para adultos na faixa de 23 anos que estudam no turno noturno em virtude de trabalharem durante o dia”. O autor complementa que, “dessa forma, o processo de formação dos alunos de Ciências Contábeis pressupõe a utilização de metodologias ativas de ensino- aprendizagem que coloquem o professor como facilitador e orientador desse processo” (p.11). Uma das críticas recebidas, tanto por educadores quanto por educandos, é que o ensino universitário de ciências contábeis costuma ter um caráter excessivamente teórico. Rua Dr. Moacir Birro, 663 – Centro – Cel. Fabriciano – MG CEP: 35.170-002 Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: diretoria@institutoprominas.com.br 30 A maioria dos alunos formandos não se sente preparada tecnicamente para enfrentar o mercado de trabalho. Como educadores, sabemos que essa é uma sensação normal entre os formandos de qualquer cursosuperior. Porém, no caso específico do Curso de Ciências Contábeis, no qual os conhecimentos técnicos e científicos da Contabilidade estão fortemente ligados, enfatiza-se muito o ensino da legislação fiscal, que altera quase que diariamente, e a sensação de desatualização e impotência frente ao trabalho contábil torna-se mais acentuado. (SERRA NEGRA, 2004, p.12). Nesse sentido, ressalta-se a importância das aulas teórico-práticas como elemento facilitador do aprendizado. Sabe-se que os cursos de ciências contábeis sempre foram, nas mais diversas instituições de ensino superior, cursos superavitários devido ao baixo investimento necessário para sua instalação. Cabe aos contabilistas, professores e alunos, encontrarem espaço para solidificar estruturas que possibilitem a formação prática da contabilidade, e não somente teórica. Aliado a isso, é claro, não se pode descuidar do fato de que os professores devem estar capacitados para essa nova modalidade de ensino. A maior flexibilidade curricular, por sua vez, viria suprir a lacuna entre cada curso e a realidade regional onde está inserido, com a instituição, por exemplo, de disciplinas que sejam direcionadas ao gerenciamento e controle das principais atividades econômicas encontradas na região. Na percepção de Oliveira (2003 p.30), o “desafio é captar as mudanças no mercado para que se tenha eficácia no ensino da Contabilidade”. Conforme alerta o autor, “entre os fatores a considerar está o de que o número e a qualidade dos estudantes em Contabilidade tem diminuído sensivelmente, conforme tendência constatada em pesquisa realizada nos Estados Unidos. No Brasil, há indícios de estar ocorrendo o mesmo fenômeno”. O que pode ser explicado pelo fato de que “a tecnologia modifica não apenas os meios para se gerar a informação, como também a própria economia, os mercados, os produtos e as decisões a serem tomadas”. Nessa mesma linha, Serra Negra (2004, p.12) enfatiza que “o conhecimento contábil, apesar de datar de milhares de anos, não é um conhecimento estático. A cada dia novos métodos, novas técnicas e novas metodologias são incrementadas nos Sistemas de Informações Contábeis de quaisquer organizações para melhor gerir seus patrimônios”. Rua Dr. Moacir Birro, 663 – Centro – Cel. Fabriciano – MG CEP: 35.170-002 Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: diretoria@institutoprominas.com.br 31 Atualmente, como argumenta Oliveira (2003), “é necessário que esses profissionais rompam esses limites, de forma a atuar como gestores de todas informações das organizações, incluindo as relações com fornecedores, clientes, funcionários, com a sociedade e com os processos internos” (p.31). Essas novas formas de atuação, o autor chama de condições necessárias, pois acredita que as mesmas são essenciais para obter consistência nos resultados financeiros. 4 UMA VERIFICAÇÃO EMPÍRICA JUNTO AOS CURSOS DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS OFERECIDOS NO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Dando continuidade a um projeto mais amplo, que analisou a relação entre as principais atividades observadas no campo de atuação do bacharel em ciências contábeis, e do técnico em contabilidade, e as diferentes possibilidades de atuação evidenciadas no setor produtivo, buscou-se, no presente estudo, examinar a estrutura de formação do ensino dos cursos de Ciências Contábeis oferecidos no estado do Rio Grande do Sul. O foco principal de análise é verificar na estrutura curricular dos cursos a presença de disciplinas que contemplem, além das tradicionais disciplinas teóricas de formação, a prática contábil, e a as peculiaridades das diferentes atividades econômicas encontradas no estado. A pesquisa caracteriza-se como uma pesquisa quantitativa, em nível descritivo e utiliza como técnica principal a coleta de dados secundários. A coleta de dados secundários, realizada no segundo semestre de 2005, tomou como base o cadastro do INEP (2005), onde consta a listagem de todos os cursos de Ciências Contábeis em funcionamento no estado do Rio Grande do Sul. De posse dessas informações, foram consultados os websites de 58 cursos de graduação em ciências contábeis no estado do Rio Grande do Sul, identificando a estrutura curricular adotada. Considerando que muitos cursos de graduação são oferecidos por estruturas universitárias multicampi, utilizou-se apenas as estruturas curriculares do campus-sede e aquelas que estavam disponíveis publicamente. A amostra da pesquisa aplicada constitui-se, assim, de 25 grades curriculares. Para fins de análise, foram processadas todas as disciplinas elencadas, independentemente de serem obrigatórias ou opcionais. A análise foi feita por meio de freqüência absoluta e relativa a partir das informações da planilha eletrônica do Excel. Dos 25 cursos analisados o número total de disciplinas oferecidas ficou em Rua Dr. Moacir Birro, 663 – Centro – Cel. Fabriciano – MG CEP: 35.170-002 Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: diretoria@institutoprominas.com.br 32 1.116, salienta-se que não foi levada em consideração a carga horária de cada disciplina e nem a ementa das mesmas visto que a maioria dos cursos não disponibiliza esses dados na internet. Num segundo momento, foram agrupadas as diferentes disciplinas em 47 grandes grupos por área de afinidade. Para análise das disciplinas tabuladas, foram consideradas as Diretrizes Curriculares Nacionais instituídas pelo parecer CES/CNE 0146/2002, aprovado em 03 de abril de 2002 e publicado no Diário Oficial da União n° 90 de 35/05/2002. Este, na seção 1, no que tange aos cursos de ciências contábeis estabelece, em seu artigo 10, que deverá contemplar em seus planos pedagógicos e em sua organização curricular conteúdos que atendam aos seguintes eixos interligados de formação: − Formação Básica: compreende estudos relacionados com outras áreas do conhecimento, tais como a administração, a economia, o direito, os métodos quantitativos, a matemática e a estatística; − Formação Profissional: abrange estudos específicos relacionados às teorias da Contabilidade, além de suas relações com a ciência atuarial e a auditoria, a controladoria e suas aplicações ao setor público e privado; − Formação Teórico-prática: compreende o estágio curricular supervisionado, as atividades complementares, os estudos independentes, os conteúdos optativos, práticas em laboratório de informática com a utilização de softwares atualizados para contabilidade. No que diz respeito à carga horária total dos cursos, observou-se que essa variou entre 2.520 horas e 3.270 horas (incluindo as disciplinas optativas). Percebe-se que a maioria dos cursos está estruturada pela diretriz que instituía um mínimo de 2.700 horas para o curso de Ciências Contábeis. 4.1 Os conteúdos de formação básica Apresenta-se a seguir as análises das disciplinas consideradas como de formação básica, que incluem as disciplinas referentes da área da administração, da economia, do direito, de métodos quantitativos, da matemática e da estatística, respectivamente. Trinta e seis disciplinas puderam ser agrupadas como pertencentes ao grupo da área da Administração Geral, representando 3,23% da amostra de 1.116 disciplinas. Pelo número encontrado verificou-se que 11 instituições possuem em sua grade Rua Dr. Moacir Birro, 663 – Centro – Cel. Fabriciano – MG CEP: 35.170-002 Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: diretoria@institutoprominas.com.br 33 curricular dois semestres com disciplinas da área administrativa geral. Entre as disciplinas encontradas identificam-se as disciplinas denominadas de Administração Contemporânea, Administração Empreendedora, Teoria de Sistemas que, as quais sugerem estar direcionadas às novas concepções e técnicas administrativas. A disciplina Teoria Geral da Administração continua sendo a mais adotada na maior parte dos currículosanalisados. Especificamente na área de Administração de Pessoal, foram computadas disciplinas, representando 0,72% do total da amostra. Esses números demonstram a tendência de redução na inserção dessa disciplina nos currículos dos cursos. No que tange à Administração Financeira, foram encontradas 28 disciplinas. Logo, observa-se que em cada curso existe uma disciplina direcionada para essa área, e que, em alguns casos, a disciplina apresenta-se em mais de um semestre. Observa- se, pela nomenclatura, que em três casos a disciplina de administração financeira, contempla também a elaboração de orçamentos. Nos currículos analisados foram encontradas 7 disciplinas que dizem respeito à logística e ao empreendedorismo, considerando que cada disciplina se encontra em um dos currículos, poderia afirmar que 28,00% dos 25 currículos analisados estão inserindo essa disciplina na formação do bacharel em ciências contábeis. Foram computadas 6 disciplinas que dizem respeito à Estratégia Empresarial e ao Planejamento Estratégico ou que possuem relação com a gestão das empresas. No que se refere à gestão da qualidade ou gestão de operações nas empresas, encontramos na tabulação apenas 3 ocorrências. A mesma quantidade ocorreu com disciplinas relacionadas à área de marketing em serviços. Somando todas as disciplinas pertencentes à área da administração, verifica-se que no total foram encontradas 91 disciplinas representando 8,15 % da amostra. Dividindo essa soma pelo número de cursos analisados, pode-se dizer que, em um contexto geral, essas disciplinas estão distribuídas em 3 semestres e que em 16 cursos elas se encontram distribuídas em quatro semestres letivos. Na área da economia foram encontradas 65 disciplinas com nomenclaturas diversificadas, as quais abrangem 5,82% da amostra. As disciplinas identificadas foram Atualidade econômica latino-americana, Conjuntura econômica brasileira e internacional, Finanças corporativas, Mercado de capitais, Mercado financeiro e Sistema financeiro e mercado de capitais. Com exceção de Finanças corporativas Rua Dr. Moacir Birro, 663 – Centro – Cel. Fabriciano – MG CEP: 35.170-002 Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: diretoria@institutoprominas.com.br 34 que apresentou duas ocorrências e de Mercado de capitais que apresentou três, as outras apresentaram somente uma ocorrência. Além delas foram encontradas duas disciplinas que dizem respeito à análise e alternativas de investimento, que podem ser consideradas inovadoras no curso de ciências contábeis. Considerando o total de currículos analisados, pode-se concluir que cada currículo apresentou disciplinas da área econômica, no mínimo em dois semestres, e que em alguns cursos (15), mais da metade da amostra, ela é distribuída em três semestres. Na área do direito, em razão da diversidade das especialidades, optou-se por separar em quatro grupos: Direito comercial e societário, Direito do trabalho e legislação social, Direito público e privado, e Direito tributário. Na soma total foram encontradas 92 disciplinas de direito nos cursos de ciências contábeis analisados. As disciplinas de direito foram diluídas em no mínimo três semestres, e em 17 cursos, isso é, em mais da metade da amostra, elas estão distribuídas em 4 semestres. Na área do Direito do Trabalho e Legislação Social foram tabuladas 29 disciplinas, indicando que em cada curso essa disciplina é oferecida em um semestre e que em 3 cursos ela se divide em dois semestres. Observou-se que apenas 19 cursos disponibilizam a disciplina de Direito Público e Privado, enquanto a disciplina de Direito Tributário é oferecida em 21 cursos. Observou-se que em muitos cursos existe a oferta dessa disciplina na forma de Contabilidade Tributária. No que tange a área de Métodos Quantitativos e Matemática, formaram-se dois grupos de disciplinas: um mais focalizado na Estatística e outro agrupando a Matemática aplicada às Ciências Contábeis e a Matemática Financeira. No total das duas tabelas foram encontradas 102 disciplinas oferecidas nos 25 cursos, representando, no total, 9,14% da amostra. Observa-se que na maioria dos cursos essas disciplinas são distribuídas em até 4 semestres. As disciplinas relacionadas à Estatística apresentaram trinta e oito ocorrências. Esta é oferecida em um semestre na maioria dos cursos; em treze cursos é oferecida em dois semestres. No grupo das outras disciplinas da Matemática foram registradas 64 ocorrências. Com isso pode-se inferir que essas disciplinas estão sendo oferecidas em 2 semestres em 14 cursos. Das disciplinas tabuladas, percebeu-se que apenas um (1) curso oferece a disciplina de Cálculo atuarial e um (1) curso trabalha com Álgebra linear e Geometria analítica. Rua Dr. Moacir Birro, 663 – Centro – Cel. Fabriciano – MG CEP: 35.170-002 Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: diretoria@institutoprominas.com.br 35 Como conteúdos de “formação básica”, foram enquadradas também as disciplinas da área da informática, português e línguas estrangeiras, psicologia, sociologia. Além delas foi criado um grupo denominado de disciplinas diversas, que reúne aquelas que não puderam ser enquadradas em nenhum dos outros grupos. Na análise das disciplinas relacionadas à língua portuguesa, redação e interpretação de textos, foram tabuladas vinte e oito ocorrências. Já no que tange ao ensino de línguas estrangeiras foram registradas 8 ocorrências. Deve-se observar que em três currículos ela está aparecendo em dois semestres, logo, conclui-se que apenas cinco instituições estão exigindo língua estrangeira em seus currículos como obrigatória. Foram registradas dez ocorrências de disciplinas relacionadas à área da psicologia e dezesseis relacionadas à área da sociologia. Enquanto disciplinas de educação física foram registradas quatro ocorrências nos vinte cinco currículos em estudo. Como disciplinas da área de conhecimentos de informática foram registradas vinte ocorrências. No grupo denominado disciplinas de áreas diversas foram registradas trinta e nove disciplinas que dizem respeito aos estudos sobre a realidade brasileira (7), antropologia (3), filosofia (11), religião (7), dentre outras que se relacionam à cultura geral como um todo (11). 4.2 Conteúdos de formação profissional As diretrizes curriculares apresentam como conteúdos de formação profissional para o bacharel em Ciências Contábeis os “estudos específicos atinentes as Teorias da Contabilidade, além de suas relações com a Atuaria, e da auditoria, da Controladoria e suas aplicações peculiares ao setor publico e privado”. Com relação à História da contabilidade, observou-se 27 disciplinas oferecidas, pode-se inferir que em 2 cursos ela está dividida em dois semestres. Foram encontradas 37 disciplinas relacionadas à Análise das demonstrações contábeis o que representa que em doze instituições ela está sendo oferecida em dois semestres. Na área de custos foram tabuladas 60 disciplinas. Pode-se inferir que em todos os cursos ela está distribuída em pelo menos dois semestres e que em 10 cursos ela é ofertada em três semestres. É importante esse aprofundamento nessa área do Rua Dr. Moacir Birro, 663 – Centro – Cel. Fabriciano – MG CEP: 35.170-002 Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: diretoria@institutoprominas.com.br 36 conhecimento, pois com o grande número de pequenas e médias empresas do país, a demanda por trabalhos técnicos nessa área será sempre uma constante. Observou-se a oferta de 15 disciplinas que se referem à Constituição e organização de empresas, representando 60,00% dos vinte cinco cursos. Nos cursos analisados, identificou-se que 46 disciplinas dizem respeito à auditoria contábil, pode-se inferir que em 21 cursos ela está sendo oferecida em dois semestres. No que tange à Contabilidade geral foram registradas 103 ocorrências,
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