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UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium Curso de Pós-Graduação “Latu Sensu” em Gestão de Pessoas e Desenvolvimento de Pessoas Isadora Carvalho Fidelis CONFLITOS EM EMPRESAS FAMILIARES: UM ESTUDO DE CASO NA EMPRESA GABRISA ARAMADOS – CAFELÂNDIA/SP. LINS - SP 2015 ISADORA CARVALHO FIDELIS CONFLITOS EM EMPRESAS FAMILIARES: UM ESTUDO DE CASO NA EMPRESA GABRISA ARAMADOS – CAFELÂNDIA/SP. Monografia apresentada à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, como requisito parcial para obtenção do título de especialista em Gestão de Pessoas e Desenvolvimento Gerencial sob a orientação do Professor Dr Eduardo Teraóka Tófoli e orientação técnica da Profª Mª Jovira Maria Sarraceni. Lins - SP 2015 Fidelis, Isadora Carvalho Conflitos em empresas familiares: um estudo de caso na empresa Gabrisa Aramados – Cafelândia SP / Isadora Carvalho Fidelis. – – Lins, 2015. 57p. il. 31cm. Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – UNISALESIANO, Lins-SP, para pós graduação em Gestão de Pessoas e Desenvolvimento Gerencial, 2015. Orientador: Eduardo Teraóka Tófoli; Jovira Maria Sarraceni. 1. Conflitos em empresas. 2. Empresas Familiares. 3. Gabrisa Aramados. I Título. CDU 658 ISADORA CARVALHO FIDELIS CONFLITOS EM EMPRESAS FAMILIARES: UM ESTUDO DE CASO NA EMPRESA GABRISA ARAMADOS – CAFELÂNDIA/SP. Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, para obtenção do título de especialista em Gestão de Pessoas e Desenvolvimento Gerencial. Aprovada em:___/___/____ Banca Examinadora: Prof. Dr. Eduardo Teraóka Tófoli Doutor em Engenharia de Produção pela Unimep Profª. Mª. Jovira Maria Sarraceni Mestre em Administração pela Unimep Lins - SP 2015 “É indispensável estudar a natureza dos outros antes de darmos livre curso à nossa.” August Strindberg AGRADECIMENTO Agradeço, acima de tudo, a Deus que é o meu verdadeiro amigo de todas as horas, que sempre me abençoou e me guardou nesta jornada de 2 anos de estudo na cidade de Lins. Agradeço a minha família que sempre me deu apoio para completar mais essa etapa da minha vida, com palavras de apoio, conselhos sábios e ensinamentos que levarei comigo para a vida inteira. Em especial, agradeço ao meu orientador Eduardo Teraóka Tófoli, que me proporcionou momentos de grande sabedoria e conhecimento. E, por fim, mas não menos importantes, aos meus amigos do curso de pós graduação em Gestão de Pessoas, em especial a Carol e Laura, que eram minhas companheiras de todo sábado de manhã, que não foram só minhas companheiras de trabalhos na Universidade, mas também amigas e parceiras em todas as horas, e aos outros parceiros que eu amo muito e sentirei muitas saudades. RESUMO A gestão de pessoas surgiu com o intuito de auxiliar os administradores a gerenciar e desenvolver o seu pessoal no seu trabalho, assim como, procura ajudar o administrador a desempenhar todas sua funções, porque ele não realiza seu trabalho sozinho, mas por meio das pessoas que formam sua equipe. Com sua equipe, o executivo alcança as metas, objetivos e resultados, mas, ao lidar com pessoas muitas vezes podem ocorrer alguns conflitos. Nas empresas, os conflitos são muito comuns, pois, eles acontecem onde há diferentes opiniões sobre um determinado problema e, nada mais comum que, no ambiente empresarial, as pessoas possuirem pontos de vista distorcidos de como as coisas realmente são, e através desse tipo de pensamento surgem os conflitos nas empresas e nas empresas familiares isso fica mais evidente. Os conflitos se não cuidado pode gerar grandes problemas para a aempresa. Com isso, o objetivo desse trabalho foi de verificar a influência da gestão de conflitos no resultado de uma empresa familiar. Para atingir esse objetivo, foi realizada uma pesquisa bibliográfica, através de livros e artigos científicos, assim como foi realizado uma pesquisa de campo na empresa Gabrisa Aramados, uma empresa familiar. Com a realização da pesquisa percebeu que o conflito quando bem administrado evita problemas na empresa, como consegue gerar bons resultados para a empresa. Palavras-chave: Conflitos em empresas. Empresas familiares. Gabrisa Aramados. ABSTRACT People management came in order to help administrators manage and develop its staff in their work, as well as seeks to help the administrator to perform all its functions, because he does not do his work alone, but through people form your team. With his team, the executive achieves goals, objectives and results, but when dealing with people can often be some conflicts. In business, the conflicts are very common because they take place where there are different opinions on a particular issue, and nothing more common than in the business environment, people possess distorted views of how things really are, and through such Thinking conflicts arise in businesses and family businesses it is more evident. Conflicts are not careful can lead to major problems for The COMPANY. Thus, the aim of this study was to verify the influence of conflict management in the result of a family business. To achieve this goal, a literature search was conducted through books and scientific papers, as done field research in the company Gabrisa wire fences, a family business. With the research he realized that the conflict when properly administered avoids problems in the company, as can generate good results for the company. Keywords: Conflict in companies. Family businesses. Gabrisa Aramados. LISTA DE FIGURAS Figura 1: Fachada da Empresa Gabrisa............................................................15 Figura 2: Logotipo da empresa antiga...............................................................17 Figura 3: Logotipo da empresa nova.................................................................17 Figura 4: Gaiola Calopsita Criadeira..................................................................19 Figura 5: Gaiola Papagaio.................................................................................19 Figura 6: Gaiola Canário 12...............................................................................19 Figura 7: Gaiola Canário 6 comedores..............................................................19 Figura 8: Gaiola Hamister .................................................................................20 Figura 9: Gaiola Periquito..................................................................................20 Figura 10: Poleiro Fixo.......................................................................................20 Figura 11: Focinheira Luxo................................................................................20 Figura 12: Processos Básicos da Gestão de Pessoas......................................29 LISTA DE QUADROS Quadro 1 – Análise de Pontos Fortes e Fracos.................................................22 Quadro 2 – Análise dos Fatores........................................................................24 Quadro 3 – Análise dos Públicos.......................................................................24 SUMÁRIO INTRODUÇÃO .................................................................................................. 13 CAPÍTULO I – EMPRESA GABRISA .............................................................. 151 CARACTERIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO ESTUDADA ........................... 15 1.1 Perfil da organização e trajetória histórica .............................................. 15 1.2 Estrutura organizacional e administrativa e diretrizes ............................ 18 1.3 Produtos e serviços ................................................................................. 19 1.3.1 Produtos fabricados na empresa Gabrisa ................................................ 19 1.4 Tecnologia .............................................................................................. 20 1.5 Análise do setor de atuação da organização .......................................... 21 1.6 Análise estratégica da empresa .............................................................. 21 1.6.1 Análise do Ambiente Interno ................................................................ 21 1.6.2 Análise do Ambiente Externo ............................................................... 23 1.7 Públicos estratégicos, relacionamento e comunicação ........................... 24 1.7.1 Mapeamento lógico dos públicos estratégicos .................................... 24 1.8 Benchmarking de práticas comunicacionais ........................................... 25 1.9 Análise do relacionamento com os públicos estratégicos ....................... 26 1.9.1 Clientes .................................................................................................... 26 1.9.2 Funcionários ........................................................................................ 26 1.9.3 Fornecedores ....................................................................................... 27 CAPITULO II – GESTÃO DE CONFLITOS ...................................................... 28 2 GESTÃO DE PESSOAS ............................................................................ 28 2.1 Gestão de conflitos ..................................................................................... 30 2.2 Tipos de Conflitos ....................................................................................... 31 2.3 Administração de Conflitos ......................................................................... 32 CAPITULO III – EMPRESA FAMILIAR ............................................................ 34 3 EMPRESA FAMILIAR................................................................................ 34 3.1 Processo de sucessão ............................................................................ 36 3.2 Cultura organizacional ............................................................................ 38 CAPÍTULO IV - ESTUDO DE CASO ................................................................ 42 4 INTRODUÇÃO ........................................................................................ 42 4.2 Conflito interno ........................................................................................ 44 4.3 Gerenciamento de conflitos .................................................................... 46 4.4 Vantagem do gerenciamento de conflito ................................................. 47 CONCLUSÃO ................................................................................................... 49 REFERÊNCIAS ................................................................................................ 51 APÊNDICES .....................................................................................................54 13 INTRODUÇÃO Os conflitos são fenomenos que acontecem frequentemente na vida de cada indivíduo, seja na sua vida particular, como no ambito profissional, pois, cada um possui a sua forma de pensar, de sentir, de agir, e isso ocorre por vários fatores: influencia genética, educação, cultura inserida, e experiencias de vida. Através disso, são criados traços únicos em cada ser, criando assim a personalidade de cada um, com seus proprios princípios e valores de vida, e assim, nem sempre uma pessoa vai ser compatível com as características dos integrantes de um grupo onde ela está inserida, “em síntese, nossa formação nos tornou mais hábeis para lidar com o mundo físico do que com o social, aprendemos mais coisas do mundo exterior que de nossa própria intimidade, conhecemos mais os objetos que as pessoas do nosso convívio” (LEONARDI 2008, p.73 apud DANTAS, 2009). Nas empresas, os conflitos são muito comuns, pois, eles acontecem onde há diferentes opiniões sobre um determinado problema e, nada mais comum que, no ambiente empresarial, as pessoas tenham pontos de vista distorcidos de como as coisas relamente são, e através desse tipo de pensamento surgem os conflitos nas empresas. O mercado empresarial tem se deparado com um tipo de empresa onde são muito comuns os conflitos, a chamada empresa familiar, que teoricamente é aquela em que uma família tem o poder sobre a gestão, e os seus membros participam e trabalham na empresa. Neste ambiente empresarial, surgem diversos tipos de conflitos internos, na questão da comunicação e na gestão de pessoas, pois o fato dos membros que detém o poder desta empresa terem laços genealógicos, fazem com que os conflitos se tornem pessoais e constantes, transformando os valores pessoais em questões de âmbito empresarial. Para que não haja este tipo de conflito, os membros de uma mesma família que fazem parte da gestão, devem mostrar clareza e não confundir a questão particular da família com o questão profissional, pois isto gera uma gestão paternalista em relação aos empregados. Os membros da diretoria desta empresa, por fazerem parte da mesma família, acabam encontrando uma grande dificuldade em delimitar a vida 14 profissional da vida pessoal, pois, trabalham mais horas do que o normal, os problemas da empresa acabam sendo levados para o ambiente familiar, fazendo com que as relações familiares sejam, muitas vezes, abaladas por questões que deveriam ser deixadas na empresa. Por outro lado, essas empresas têm maior facilidade em garantir a união, a lealdade e dedicação dos membros da gestão da empresa, pois os laços afetivos existentes nesse ambiente fazem com que haja harmonia entre as opiniões e os interesses em comum, e o fato da empresa ser da família exige que os membros exijam mais de si mesmo em prol do objetivo em comum. Neste estudo, será estudada uma empresa familiar chamada Gabrisa Aramados. Esta empresa é basicamente familiar, onde não possui sócio e/ou acionistas, sua administração é composta apenas pelos donos, o casal Maria Regina Carvalho Fidelis e José Milton Fidelis, e sua filha Isadora Carvalho Fidelis, sendo então, uma administração familiar e centralizadora, no qual ambos os donos podem tomar decisões no ambiente empresarial. Dentro da administração da Gabrisa Aramados não existe organograma, o que significa não existir cargos dentro da empresa, sendo que, os donos administram e supervisionam, sozinhos, o trabalho realizado dentro da organização. A sede da empresa Gabrisa Aramados não é composta por setores e departamentos. Para que os donos avaliem o desempenho, mensalmente é realizada uma reunião com todos os colaboradores, para que eles possam dar sua opinião sobre o que ocorreu no mês, e ainda saber, por parte dos donos, se desempenharam corretamente o que lhes foi determinado. Assim, serão apresentadas as dificuldades de comunicação encontradas no ambiente de uma empresa familiar, o que possibilitará a analise dos conflitos de comunicação existentes entre as gerencias que são compostas por membros de uma mesma família. 15 CAPÍTULO I EMPRESA GABRISA 1 CARACTERIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO ESTUDADA 1.1 Perfil da organização e trajetória histórica O cliente deste estudo é a empresa Gabrisa, que atua no setor produtivo de aramados em geral. A razão social da organização é José MiltonFidelis - ME, não possui filial e é composta apenas por uma fábrica que fica localizada na cidade de Cafelândia, Estado de São Paulo e já está há 17 anos no mercado. A empresa possui um total de 32 funcionários. Fonte: Link Agência, 2015 Figura 1 - Fachada da Empresa Gabrisa A empresa Gabrisa originou-se a partir de uma necessidade encontrada pelos donos, Maria Regina Carvalho Fidelis e José Milton Fidelis, de ter o seu próprio negócio. Antes de começar a atuar no setor produtivo de aramados, os dirigentes da Gabrisa possuíam uma confecção de roupas adultas e infantis, 16 que produziam camisetas e shorts de malha e distribuíam para sacoleiras que revendiam na região. Mas, infelizmente, não obtiveram muito sucesso, e então as máquinas que possuíam para confecção ficaram sem utilidade. A partir disso, a empresária Maria Regina, no início do ano de 1998, começou a pesquisar sobre produtos que poderiam ser fabricados com as máquinas da antiga confecção e encontrou um produto muito útil e prático de ser trabalhado, que é capa de gaiola, um produto vendido pelos fornecedores de produtos pet. Então, os donos com muito esforço, desenvolveram os moldes, a embalagem, pesquisaram os materiais necessários para a fabricação e, em torno de 6 meses, começaram a produção em sua residência. Com a necessidade de aumentar produção, foram contratadas algumas pessoas para ajudar na confecção. Ao mesmo tempo em que os negócios vinculados à capa de gaiola começaram a expandir surgiu, através de contatos, clientes e fornecedores, outros produtos para serem desenvolvidos. Assim, o empresário José Milton começa a expandir no setor produtivo desenvolvendo os produtos de aramados. A partir dessa expansão dos negócios, surgiu a necessidade de aumentar o espaço físico, pois, o local onde era a produção da Gabrisa não oferecia as condições necessárias para a instalação da empresa. Então, no ano de 2003, os empresários conseguiram mudar para um local, que era um pouco maior, mas supria as necessidades da época. Permaneceram ali muito tempo, em torno de 4 anos, mas, a necessidade de expandir começou novamente, e então, por meio de muitos esforços, conseguiram um espaço no setor industrial da cidade, e começaram a construção de sua fábrica com toda a estrutura para sua produção. Dessa forma, foi fundada a sede da empresa Gabrisa, em meados do ano de 2007, localizada na Rua Antônio Ruiz Gimenez, 26, no distrito industrial, na cidade de Cafelândia-SP. A partir daí, os donos começaram a divulgar mais os seus produtos, atingindo diretamente seu público de interesse (distribuidoras pet), indo a feiras do ramo pet e através do marketing realizado diretamente para os clientes a serem atingidos. Para se destacar no mercado, os donos sempre procuraram trabalhar de forma ética e transparente, fabricando materiais de primeira qualidade para 17 seus clientes e, sempre atendendo- os da melhor forma possível. Este é o diferencial que a empresa busca, que pretende conquistar cada vez mais o mercado de aramados existente no Brasil. No início, quando a Gabrisa ainda era uma pequena empresa funcionando nos fundos da casa dos donos, surgiu a necessidade de criar um logotipo, e assim, o José Milton, com a ajuda de um designer, desenhou o logotipo, que constitui-se em uma montanha, com um sol e a marca Gabrisa surgindo atrás da montanha, com cores claras. Mas com o passar do tempo houve a necessidade da mudança de logotipo e então criou-se uma marca com cores fortes e o simbolismo da montanha e dos pássaros continuaram formando um conceito muito forte e aceito entre os clientes. Fonte: arquivo pessoal. Figura 2 - Logotipo da Empresa Antiga Fonte: Link Agência, 2015. Figura 3 - Logotipo da Empresa Nova 18 Na sede da Gabrisa, localizada no distrito industrial, não existe fachada com o logotipo e também não tem o nome, identificando que ali está localizada a empresa Gabrisa. Integrando um mercado muito amplo, a Gabrisa tem se destacado com seus produtos de qualidade, e cada vez mais, tem alcançado suas metas de sempre oferecer serviços e produtos confiáveis aos seus clientes. Sendo assim, nunca passou por crises no mercado, mas, obviamente, tem as temporadas menos favorecidas por conta de clima, mercado financeiro, etc. 1.2 Estrutura organizacional e administrativa e diretrizes A Gabrisa é uma microempresa composta por dois proprietários Maria Regina e José Milton, na qual são eles que podem tomar as decisões pertinentes ao ambiente empresarial. Dentro da administração da Gabrisa são os donos que administram e supervisionam o trabalho realizado dentro da organização. A sede da empresa não é composta por setores e departamentos. Existem dois escritórios onde os donos trabalham, uma recepção e o espaço físico onde ficam as máquinas e os colaboradores. Para que os gestores avaliem o desempenho, mensalmente é realizada uma reunião com todos os colaboradores, para que eles possam dar sua opinião sobre o que ocorreu no mês, e ainda saber, por parte dos donos, se desempenharam corretamente o que lhes foi determinado. Na organização, as diretrizes são muito importantes para que os colaboradores a conheçam e saibam quais são as metas a serem atingidas. Segundo Porto (1997, p. 2) “A missão de uma organização representa a razão de sua existência”, e “visão é um destino específico, uma imagem de um futuro desejado”, o que revela a importância das diretrizes na organização, para identificá-la, criar norteadores que facilitam os relacionamentos existentes dentro da organização. Considerando o conceito de diretrizes organizacionais como os elementos básicos que compreendem a razão de existir e os anseios de uma organização, são apresentadas a seguir as diretrizes da empresa, que são a missão, visão e seus valores: 19 a) Missão: “Trabalhar com ética e transparência, para que os produtos cheguem até o consumidor com qualidade”. b) Visão: “Com honestidade, conquistar maior visibilidade de mercado e expandir o empreendimento”. c) Valores: Ética; transparência; respeito; foco no cliente; integridade; atitude. 1.3 Produtos e serviços A Gabrisa destaca-se por oferecer produtos e serviços diferenciados pela qualidade oferecida na fabricação de cada item. Os produtos oferecidos pela Gabrisa são gaiolas, viveiros, ratoeiras, e capas de gaiola. Os aramados representam cerca de 80% da produção mensal e as capas de gaiola cerca de 20% da produção. 1.3.1 Produtos fabricados na empresa Gabrisa Fonte: Link Agência, 2015 Fonte: Link Agência, 2015 Figura 4: Gaiola Calop Criad Figura 5: Gaiola Papagaio Fonte: Link Agência, 2015 Fonte: Link Agência, 2015 Figura 6: Gaiola Canário 12 Figura 7: Gaiola 6 Comedores 20 Fonte: Link Agência, 2015 Fonte: Link Agência, 2015 Figura 8: Gaiola Hamister Figura 9: Gaiola Periquito Fonte: Link Agência, 2015 Fonte: Link Agência, 2015 Figura 10: Poleiro Fixo Figura 11: Focinheira Luxo 1.4 Tecnologia No âmbito da tecnologia, Blauner (apud SILVA, 2002, p. 3) conceitua que tecnologia “se concentra mais na fabricação, ou seja, se refere ao conjunto de objetos físicos e operações técnicas (mecanizadas ou manuais) empregadas na transformação de produtos em uma indústria”. No que se refere ao processo de tecnologia, a Gabrisa possui máquinas e equipamentos de última geração, mas também, máquinas mais antigas, que foram adquiridas no início da empresa. Tanto os viveiros e ratoeiras como as gaiolasconstituem – se por materiais da mesma espécie, que são os arames e chapas galvanizadas, utilizados para este tipo de segmento de produção de aramados. Alguns equipamentos são elaborados e desenhados pelo proprietário que, certo da necessidade em produzir um determinado produto mais específico para o cliente, desenvolve alguns equipamentos especiais. 21 1.5 Análise do setor de atuação da organização Considerando que a empresa Gabrisa trata-se de uma indústria de fabricação de aramados, pode-se defini-la como uma organização do segundo setor que oferece serviços para o setor público, algumas empresas particulares e distribuidoras. A empresa tem grandes concorrentes, principalmente na região onde se encontra a Gabrisa, sendo a mais forte localizada na mesma cidade, a empresa tem se destacado em todas as disputas de mercado por sempre apresentar os produtos com mais qualidade. Neste caso, é importante destacar que a empresa atua com diferenciais de preço e qualidade dos produtos, e se destaca em relação às outras fabricantes de gaiolas e viveiros fornecendo produtos com a qualidade superior à do concorrente. Daí, a necessidade de fabricar um material sob medida de acordo com a preferência do cliente. 1.6 Análise estratégica da empresa Para definir o termo análise estratégica Nunes (2009, p. 5) diz que: A análise estratégica faz parte integrante da gestão estratégica das organizações e engloba o pensamento estratégico, a análise do meio envolvente e a análise da própria organização. O objetivo da análise estratégica é entender a posição estratégica da organização através da identificação do panorama das influências chave no presente e futuro da organização, bem como equacionar as oportunidades proporcionadas pelo ambiente e entender as competências da organização. Diante deste posicionamento, percebe-se que a análise estratégica é uma ferramenta fundamental para que haja um planejamento dentro da empresa Gabrisa. 1.6.1 Análise do Ambiente Interno 22 No ambiente organizacional da Gabrisa existem vários pontos fracos e fortes em relação à itens como: gestão utilizada pelos dirigentes, mão-de-obra dos funcionários, máquinas disponíveis para a produção, marketing para divulgação dos produtos, qualidade dos materiais, preservação do meio ambiente onde a empresa está inserida, e o meio físico da empresa. Assim, a análise desses pontos é imprescindível para a identificação de possíveis problemas existentes no ambiente interno da Gabrisa. Quadro 1 - Análise dos pontos fortes e fracos PONTOS FORTES PONTOS FRACOS PONTOS A MELHORAR Gestão Abertura para opiniões e críticas dos colaboradores. Não possui autoridade diante dos colaboradores. - credibilidade - autoridade - clima familiar Mão-de- obra Colaboradores trabalham unidos e produzem com qualidade. Falta de visão de empresa, produção lenta, e desorganização. - produção -conhecimento da empresa - organização Máquinas Algumas são modernas, de fácil manuseio. Muitas são antigas, com difícil acesso a peças que danificarem ao longo do tempo. - modernização Marketing Abordagem amigável com os clientes por parte do empresário criando a fidelidade deles. Não existem propagandas em nenhum meio de comunicação, não tem slogan e nem o logotipo na fachada da empresa. - veiculação da imagem da empresa - melhorar fachada da empresa - abordagem de publicidade Materiais Ótima qualidade dos materiais utilizados para oferecer bons produtos. Não é feita cotação para a compra dos materiais. - cotação Meio ambiente Não utiliza produtos que agridem o meio ambiente, e os restos de materiais são encaminhados para locais que reaproveitam esses materiais. Não existem muitos locais de reaproveitamento desses materiais na cidade onde fica localizada a empresa. - procura de lugares de reaproveitamento de materiais. Meio físico Espaço físico bem estruturado, com máquinas bem distribuídas, sem risco de acidentes, banheiros bem limpos e cozinha. O espaço físico da empresa está pequeno, pois, a empresa vem de expandindo e contratando mais funcionários. - reforma do espaço físico da empresa. Fonte: dados da pesquisa. 23 A empresa Gabrisa possui infra-estrutura e mão–de–obra capacitada e adequada para a fabricação de aramados e armadilhas para pesquisadores. Além da estrutura física privilegiada, possui também um clima organizacional favorável e tipicamente familiar, tornando o trabalho prazeroso. Por outro lado, revela-se, como uma barreira comunicacional, pois acostumado com o clima familiar da empresa, o funcionário não a vê como uma organização séria e que também é uma indústria como qualquer outra. É importante também destacar que a empresa necessita desenvolver uma política de comunicação que possibilite criar uma trajetória para a execução dos planos, além de formalizar algumas ações do proprietário dentro da empresa. 1.6.2 Análise do Ambiente Externo De acordo com o posicionamento de Sousa (2009, p. 2): O ambiente externo à organização é o conjunto de indivíduos, grupos e organizações que se encontram no meio exterior da organização e que influenciam e são influenciados por ela. A nível operacional do ambiente à organização este é composto pelas seguintes componentes: Cliente - é o elementos que compra os produtos ou serviços disponibilizados pela empresa; Concorrência - consiste no conjunto de empresas que comercialização produtos ou serviços idênticos aos da empresa em questão; Mão-de-obra - consiste nos fatores humanos disponíveis para desempenhar as tarefas necessárias; Fornecedor - é o elemento que fornece produtos ou serviços adquiridos pela empresa que posteriormente os transforma no processo produtivo em mercadorias ou serviços finais. Através da interpretação dos tópicos acima sobre ambiente externo, pode-se apresentar a seguinte análise dos fatores encontrados na Gabrisa: Quadro 2 – Análise dos Fatores 24 FATORES Oportunidades Exposição dos produtos em feiras do ramo. Ameaças Aperfeiçoamento dos produtos dos concorrentes, na tentativa de liderar o mercado. Ofensores Empresa concorrente na mesma cidade da Gabrisa. Fonte: dados da pesquisa. Diante do exposto no quadro, pode-se inferir que as feiras realizadas no ramo pet são oportunidades para os dirigentes da Gabrisa divulgarem seus produtos. Mas, também são apontados ameaças e ofensores, fatores que devem ser analisados com cautela. Destaca-se que a falta de qualidade pode abrir as portas para a concorrência, inclusive sua maior concorrente está localizada na mesma cidade, e isso não é um fator positivo para a empresa. 1.7 Públicos estratégicos, relacionamento e comunicação 1.7.1 Mapeamento lógico dos públicos estratégicos O mapeamento dos públicos que constituem a empresa Gabrisa: Quadro 3 – Análise dos Públicos Fonte: dados da pesquisa. Públicos Tipo de público Tipo de relação Objetivo da Organização com o público Expectativas do público em relação à organização Funcionários Interno Prestação de serviços Oferecer subsídios para o desenvolvimento do trabalho diário, além da qualidade de vida. Sentir-se parte integrante. Fornecedores Externo Fornecer matéria – prima para a confecção dos produtos Compra de matéria – prima. Tornar – se o principal fornecedor para a empresa. Distribuidoras Externo Revender os produtos produzidos pela empresa Repassar materiais de qualidade. Ser parte integrante da empresa. 25 No quadro acima estão contemplados todos os públicos que envolvem a empresa Gabrisa, mostrando qual o tipo de público, relação, objetivo e expectativasem relação à organização. Percebe-se que para a empresa, todos os públicos que a envolvem são importantes, cada um tem um objetivo, uma relação diferente. E pelo contato mantido e análise efetuada, é possível verificar que o tipo de relacionamento deve ser diferenciado para cada público. 1.8 Benchmarking de práticas comunicacionais Utilizado como ferramenta que possui a finalidade de medir a competitividade da organização, o Benchmarking permite a avaliação de todos os quesitos que a envolvem, assim como é destacado no pensamento de Sorio (2010, p. 1): Benchmarking é um processo contínuo de comparação dos produtos, serviços e práticas empresarias entre os mais fortes concorrentes ou empresas reconhecidas como líderes. É um processo de pesquisa que permite realizar comparações de processos e práticas companhia-a-companhia para identificar o melhor do melhor e alcançar um nível de superioridade ou vantagem competitiva (SORIO, 2010, p.1). Diante deste posicionamento, a empresa Gabrisa entende que deve praticar o benchmarking como forma de conhecer os seus defeitos e qualidade e assim conseguir o diferencial para competir com o concorrente. Por meio desta análise do setor e de informações obtidas pode-se inferir que os concorrentes da empresa em estudo não possuem o mesmo nível de qualidade da mesma, sendo que alguns clientes tentaram comprar os produtos dos concorrentes, mas se arrependeram e voltaram a consumir os aramados da Gabrisa. Os concorrentes com maior potencial em relação à Gabrisa são indústrias do mesmo setor localizadas na cidade da sede da empresa, o que facilita a disputa entre as empresas em questão. 26 1.9 Análise do relacionamento com os públicos estratégicos Os públicos estratégicos são parte essencial para a empresa, pois, ela depende desses públicos para seu desenvolvimento. Os públicos internos correspondem aos funcionários que produzem o produto que gera renda para a empresa, Já os públicos externos são os clientes, que compram e geram a renda da empresa e os fornecedores são aqueles que fornecem para a empresa a matéria-prima do produto. Abaixo, estão as análises de cada público com sua importância. 1.9.1 Clientes Para Gil (2009, p.173) os clientes: São um dos maiores ativos que a organização possui, seus desejos e necessidades fazem com que a empresa desenvolva novos produtos e ofereça novos serviços com o objetivo de garantir qualidade e conquistar seus clientes. De acordo com Gil (2009), o cliente é o público que proporciona os maiores capitais que a organização conquistou ao longo do tempo, e também é responsável pelo sucesso ou fracasso da empresa. Diante deste posicionamento, empresa Gabrisa busca desenvolver um plano de comunicação voltado para esse público, tão importante para a evolução da empresa, captando suas necessidades e desejos em relação aos produtos oferecidos. Assim, os clientes se tornam os maiores responsáveis pelo faturamento da empresa, sem eles a organização não conseguiria se sustentar. Por isso é considerado um público de suma importância para a sua sobrevivência. 1.9.2 Funcionários Os funcionários são imprescindíveis para a organização. Eles são considerados o cartão de visita da organização, já que muitos deles são 27 responsáveis pelo atendimento e também por produzirem os produtos e serviços. Por isso, os funcionários da Gabrisa devem sempre estar motivados e conquistados pela empresa, fortalecendo as relações e conseguindo manter o comprometimento de todos. Uma das maiores necessidades encontradas pela empresa Gabrisa é embutir em sua cultura ações motivacionais para que o funcionário se torne cada vez mais comprometido com seu trabalho, pois, na empresa existe um clima muito familiar. Isso dificulta ações mais sérias de comunicação para melhorar a relação entre dirigentes/funcionários e também de mostrar que a empresa é séria, com regras e normas a serem seguidas. 1.9.3 Fornecedores Hoje, é comum encontrar empresas que ainda estabelecem relações com seus fornecedores somente de negócios, prevalecendo a antiga filosofia de ganha quem faz o menor preço. É errôneo esse pensamento, pois, as empresas, atualmente, tem que ter a mesma preocupação com todos os seus públicos, incluindo os fornecedores. Os fornecedores são as empresas que abastecem a organização: é através deles que todo o material chega às mãos do proprietário para que os produtos sejam confeccionados. Se o fornecedor não for comprometido com a empresa e não fornecer o material no período correto, a empresa fica prejudicada com os seus clientes, criando assim crises externas, difíceis de serem acalmadas. Neste contexto, a empresa Gabrisa tem ganhado espaço no mercado por entregar os produtos no prazo exigido pelos consumidores. Isso só é possível porque os dirigentes têm relações duradouras e sólidas com os seus fornecedores, e esses sempre primaram pelo comprometimento com a empresa e entregam as mercadorias necessárias no prazo esperado, com materiais de qualidade utilizados nos produtos. As análises realizadas, tanto no ambiente interno, quanto externo da Gabrisa apresentaram resultados que merecem atenção de quem a conduz. 28 CAPITULO II GESTÃO DE CONFLITOS 2 GESTÃO DE PESSOAS As empresas atuais têm, cada vez mais entendido que é fundamental investir e valorizar o capital humano, para que as pessoas desenvolvam o aperfeiçoamento de suas funções e aptidões para que assim consigam dar o melhor de si nos resultados desenvolvidos na empresa. A gestão de pessoas surgiu com o intuito de auxiliar os administradores a gerenciar e desenvolver o seu pessoal, como explica Chiavenato (2014) no seu trabalho, cada administrador desempenha as quatro funções administrativas que constituem o processo administrativo: planejar, organizar, dirigir e controlar. A Gestão de Pessoas procura ajudar o administrador a desempenhar todas essas funções porque ele não realiza seu trabalho sozinho, mas por meio das pessoas que formam sua equipe. Com sua equipe, o executivo alcança as metas, objetivos e resultados. Basicamente, a gestão de pessoas conceitua-se em praticas fundamentais a empresa, como agregação de talentos, motivação de equipes e individual, recompensas por bons resultados adquiridos, avaliações de desempenhos, treinamento de pessoal, melhoras na qualidade de vida no trabalho, e manter boas relações com os públicos envolvidos na empresa. Chivenato (2014) Para de desenvolver a Gestão de Pessoas, existem seis processos básicos a serem seguidos, segundo Chivenato (2014): a) Processos de agregar pessoas: usados para interagir novas pessoas com a empresa, como recrutamento e seleção de pessoas; b) Processos de aplicar pessoas: desenvolve as funções que as pessoas terão na empresa, tanto na orientação como no desempenho das mesmas; c) Processos de recompensar pessoas: são aqueles que incentivam as necessidades pessoais de cada individuo, como remuneração e beneficio; 29 d) Processos de desenvolver pessoas: servem para a capacitação da pessoa tanto profissionalmente como pessoalmente, como treinamento e plano de carreira; e) Processos de manter pessoas: utilizadas para criar ambientes satisfatórios na empresa, como cultura organizacional e qualidade de vida no trabalho; e f) Processos de monitorar pessoas: servem para acompanhar e monitorar as atividades realizadas na empresa, como banco de dados e sistema de informações. Estes seis processos estão estruturados na figura a seguir: Fonte: Chiavenato, 2014 Figura 12: Processos básicos de gestão de pessoas Alguns fatores condicionantes da Gestão de Pessoas, para Chiavenato (2014) influenciam no desempenho das pessoas dentro das organizações, e essa Gestão pode ser influenciada tanto por fatores internos comoexternos: a) Fatores Internos: Tecnologia (andamento de máquinas e tecnologia utilizada para desempenho de funções), Organização do Trabalho (busca as estratégias utilizadas para saber o comportamento requerido pelo trabalho), Cultura Organizacional (busca mostrar como é a cultura existente no ambiente de trabalho), Estrutura Organizacional (mostra detalhes sobre a estrutura da organização, 30 que pode ser dividida em departamental que segue um modelo segmentado e matricial que segue um modelo por negócios). b) Fatores Externos: através desses fatores, são definidos os perfis da organização e as competências de negócios e, com isso, é possível ser feito o feedback, que mostra a empresa se o que está sendo feito está trazendo ou não, bons resultados a organização. Diante do exposto, a Gestão de Pessoas busca a melhor forma de se relacionar com as pessoas dentro das organizações, para transformar o ambiente de trabalho em algo de completa satisfação de todos os públicos envolvidos nesse ambiente. Nas empresas familiares não é diferente, pois a Gestão de Pessoas tem a função de profissionalizar os relacionamentos que muitas vezes são de caráter paternalista pelo fato de membros de uma mesma família trabalharem no mesmo ambiente envolvendo sentimentos, o que prejudica o desempenho das atividades organizacionais. Isto posto, a Gestão de Pessoas deve sempre ser direcionada estrategicamente em cada ambiente das diferentes organizações, tanto em empresas familiares como em qualquer outra para que não tenha nenhuma fragilidade nas relações, o que poderá ocasionar conflitos internos e externos que afete os negócios dessa organização, o que ocasionará o desenvolvimento da Gestão de Conflitos na empresa. 2.1 Gestão de conflitos Desde o começo da humanidade, os conflitos existem entre os grupos, gerando ideias novas, discussões sobre todos os tipos de assuntos, o que ocasiona assuntos positivos e negativos. Geralmente, as pessoas pensam que conflito é apenas com discussões negativas, que ocasionam brigas e mal entendidos, mas quando o conflito é positivo, surgem diferentes pontos de vista, interesses diversificados e valores extremamente importantes para as pessoas que estiverem envolvidas nessa discussão, tornando-se necessário para que estas não entrem em um processo de estagnação. 31 Para Marquis e Huston apud Dantas (2009, p. 15): No início do século XX, entendia-se o conflito como um indicador de uma administração deficiente na organização sendo considerado destrutivo e evitado de todas as formas. Quando ocorria, era ignorado, negado ou administrado imediatamente e de maneira ríspida. Os teóricos deste período acreditavam que os conflitos poderiam ser evitados se aos funcionários fosse ensinada uma única maneira correta de fazer as coisas e, ainda, se qualquer insatisfação por parte dos funcionários fosse imediatamente recebida com desaprovação. Em muitas empresas, a ausência de conflitos era considerada como sinônimo de competência dos profissionais de comunicação, pois, os conflitos eram vistos como algo negativo, sendo resultado de agressividade, confrontos verbais, físicos, que são ações prejudiciais ao relacionamento entre as pessoas dentro das organizações, e assim o bom ambiente organizacional só podia existir se não houvesse conflitos. 2.2 Tipos de Conflitos O conflito em empresas pode surgir de várias formas, desde uma pequena discussão de diferença de opiniões até atingir um nível maior de conflito podendo ser destrutivo nas relações dentro da empresa. Assim, existem vários tipos de conflitos e quanto antes foi identificado o conflito na empresa, mais fácil será para desenvolver estratégias para superá-los. Segundo Silva (2008) os tipos de conflitos existentes são: Conflito latente: é aquele conflito que não existe em sua essência, mas é a etapa que antecede o surgimento do conflito, nem sempre precisa ser trabalhado. Robbins apud Dantas (2009, p.23) “denomina este estágio oposição potencial ou incompatibilidade, e elenca aspectos relacionados à comunicação, estrutura e variáveis pessoais como sendo as principais condições antecedentes à deflagração do conflito.” Conflito percebido: o conflito já é percebido pelos elementos envolvidos mas ainda não há manifestações abertas, e para Dantas (2009) nesta fase “a 32 desavença em curso é percebida por pelo menos uma das partes, porém ainda é tratada de maneira impessoal.” Conflito sentido: é o conflito que envolve ambas as partes, é percebido e sentido com emoções e forma consciente. Vieira apud Dantas (2009, p.23) propôs o que para os três primeiros estágios do conflito (latente, percebido e sentido) podem ser relacionados como etapas, e expõe vasta relação de atitudes, comuns nos conflitos, por exemplo: agressões, rixas, acobertamentos, cochichos pelos cantos, disfarces das intenções reais, discórdias e falta de diálogos. Conflito manifesto: é quando o conflito é percebido por todas as partes e influencia na dinâmica e comunicação da empresa, alterando comportamentos e atitudes de todos envolvidos. Para Dantas (2009, p.24) as ações ocorridas nesta fase podem ser de, por exemplo, retraimento, disputa, oposição ou de busca de uma solução para o problema vivenciado. Há também outros dois tipos de conflitos que são muito comuns em empresas familiares, que segundo Dantas (2009) os conflitos interpessoais que basicamente ocorre entre duas pessoas ou em um grupo maior, e ocorre por motivos como diferença de idade, sexo, valores, crenças, falta de recursos financeiros e são subdivididos em outros dois tipos hierárquicos e pessoais: Hierárquicos: quando envolvem relações de autoridade na empresa, ou seja, quando uma pessoa responsável por algum setor ou grupo dentro da empresa não tem apoio de seus subordinados na tomada de decisão, ou também pode ocorrer o contrario. Pessoais: surgem a partir de conflitos internos do individuo, ou seja, faz referencia a maneira de agir e falar da pessoa, e essas rixas individuais nunca são abordadas pelas partes envolvidas. 2.3 Administração de Conflitos As empresas são um ambiente muito favorável para o surgimento de conflitos, pois nelas estão reunidas pessoas com divergências de opiniões, e quanto mais rígidos os processos educacionais pelo qual a pessoa passou, menor será a capacidade de se adaptar a novas situações e assim maior será a chance de o conflito ser gerado. 33 Atualmente, administrar os conflitos é algo simples e de extrema importância para as empresas. Por causa das inúmeras mudanças que o ambiente empresarial tem passado, os conflitos tem se tornado uma constante nas relações empresariais, e assim, surge a necessidade de administrá-los, e para Wisinski (1995, p.19) “o conflito é inevitável, no entanto, a verdadeira questão é como lidar com ele. Nem sempre podemos evitá-lo ou solucioná-lo, mas normalmente é possível administrá-lo e chegar a uma conclusão”. Na administração de conflitos existem cinco métodos que auxiliam nesse processo Wisinski (1995): a) Competição: reflete a tentativa de dominação do conflito, por meio de poder, ou seja, não busca solução adequada, e força os envolvidos a se adaptar por meio da força do poder. b) Acomodação: ocorre ao contrario da competição, pois, é percebido que não existe disputa, ao ponto de uma das partes abrir mão do questionamento e aceitar a solução da outra parte envolvida no conflito. c) Afastamento: quando ele for aplicado de forma adequada, ele ajuda a resolver as diferenças encontradas nas pessoas que ocasiona o conflito, mas quando aplicado de forma errônea, pode parecer falta de vontade de ajudar, disfarce do problema ou até vontade de se distanciar do problema. d) Acordo: é uma tentativa de resolver o problema com um senso comum, pois, ambas as partes podem saircom vantagens ao final, ao mesmo tempo que abrem mão de algumas opiniões para acertarem o acordo. e) Colaboração: pode ser considerada a melhor opção, mas o mais difícil de realizar, onde as duas partes tem que estar totalmente empenhadas em resolver o conflito. A colaboração requer um clima de confiança, concordâncias e escolha de soluções que contam com o total apoio de comprometimento de ambas as partes. 34 CAPITULO III EMPRESA FAMILIAR 3 EMPRESA FAMILIAR As empresas familiares são aquelas em que uma família tem o controle da gestão, onde os membros dessa família participam e trabalham na empresa, e segundo LODI (1993, p. 6 apud TRAJANO, 2008, p. 10) “a empresa familiar é aquela em que a importância da sucessão da diretoria está ligada ao fator hereditário e onde os valores institucionais da firma identificam-se com o sobrenome da família ou com a figura de um fundador”. Uma empresa pode ser considerada familiar quando ela está totalmente identificada por uma determinada família por pelo menos duas gerações, e essas influenciam na política e nos objetivos da família. Bornholdt, 2005 apud (GALLI et AL:, 2013) aponta seis itens que, quando presentes em uma organização, podem identifica-la como familiar: a) o controle acionário pertence a uma família; b) os laços familiares determinam a sucessão do poder; c) os parentes ocupam posições estratégicas na administração; d) os valores da organização identificam-se com os da família; e) os atos dos membros da família repercutem gestão da empresa, não importando se nela atuam; f) ausência de liberdade para vender as participações/quotas herdadas da empresa. Diante do cenário de empresas familiares, muitos acreditam que quando a família e a empresa se unem isso acaba por enfraquecer a eficiência da gestão dos negócios, e como pode-se destacar, existem hoje no mercado grandes empresas que tem como inicio a gestão familiar. Os grandes problemas existentes nas empresas familiares são aqueles ligados ao relacionamento, como a falta de um código de ética, a cultura organizacional vista com sentimentalismo e paternalismo e por essa razão a função de cada membro da família tem que ser definida com muita objetividade, sendo realizadas avaliações de diretoria, para que possam ser 35 identificadas as oportunidades e ameaças no ambiente de empresa familiar Miorin (2014). Para Miorin (2014) os erros mais comuns cometidos em empresas familiares são: a) ausência de qualificação profissional; b) centralização do poder; c) misturar contas pessoais e corporativas; d) permanecer na zona de conforto; e) demora para iniciar o processo de sucessão; f) dois profissionais dirigindo a mesma área e g) não buscar ajuda externa de empresas especializadas em administração. Com o decorrer do tempo, nota-se que a empresa familiar passa por algumas fases no seu desenvolvimento que são: a fase da criação da empresa, que é o momento em que o fundador tem a ideia de um produto, desenvolve o produto com o seu lançamento e recruta pessoas familiares ou não para auxiliar na produção, em seguida vem a fase de crescimento onde o fundador percebe que é incapaz de gerir todos os setores da empresa, e então tem o inicio da divisão de responsabilidades, a transição de poder e a distribuição de valores, e logo depois surge a fase da maturidade que é quando o sucessor começa a ter uma visão da empresa diferente da visão do fundador, por questões de formação acadêmica e ideologias pessoais e isso gera conflitos internos, ocasionando problemas na comunição entre esses dois cargos, e por fim vem a última fase que é aquela onde é encontrada a necessidade de abandonar praticas mercadológicas antigas para atender exigências atuais de mercado, e com isso a empresa passa de uma gestão com características familiares para ser uma gestão profissional, com recrutamento de profissionais que não sejam membros da família (TRAJANO, 2008). Há também três tipologias básicas usadas para classificar as empresas familiares, e estas são: a tradicional onde basicamente a família detém o poder por completo, com pouca transparência administrativa e o capital é fechado, a híbrida que a família ainda detém o controle dos negócios, mas pelo capital ser aberto, há mais transparência e participação de pessoas que não fazem parte de família, e a de influência familiar em que família está afastada do poder, 36 mas tem participação acionária e o seu capital está investido em ações do mercado. “Vale destacar que transformar uma empresa familiar do tipo tradicional em uma organização de influência familiar é um processo de longo prazo que requer a profissionalização efetiva da gestão” (STEIER, WARD, 2006 apud GALLI et AL:, 2013). Nesse âmbito, as empresas familiares também têm várias formas e classificações, e nessa vertente podemos destacar três formas diferentes (TRAJANO, 2008): a) proprietário controlador: nesta fase apenas o fundador tem o controle total e está no comando dos negócios, é o estagio inicial da empresa e todos os outros estágios serão afetados por esta fase; b) sociedade entre irmãos: esta segunda fase a empresa começa a sua expansão, e então o poder não é mais de apenas um controlador, e sim compartilhado entre irmãos, ou é passado de pai para filho; c) propriedade de primos: fase da empresa em que já está em um nível maduro de desenvolvimento, onde a maioria dos acionistas já não está na empresa, apenas alguns membros da família tem acesso direto aos negócios. Normalmente as empresas familiares começam como porte pequeno, com um ou dois membros da família como fundadores e gestores de negócios, e conforme vão ampliando, outros membros da família são nomeados com cargos de confiança. Na maioria dos casos, essas pessoas que são nomeadas não são capacitadas para os cargos, e isso acaba gerando vários problemas estruturais, principalmente quando ocorre o crescimento da empresa. 3.1 Processo de sucessão Para conduzir uma empresa em crescimento são exigidas capacidades que muitas vezes não são encontradas em qualquer pessoa, onde são necessárias estratégias, planejamento e muita dedicação dos gestores, pois são estes que terão que preparar seus sucessores que irão assumir os negócios em um cenário futuro. Quanto mais cedo for planejado e iniciado o processo de sucessão, menos problemas e traumas serão desenvolvidos nesse processo. O importante é que o sucessor passe por todas as áreas da 37 organização para adquirir experiência e responsabilidade na tomada de decisões (TRAJANO, 2008). Outro ponto importante é o fundador saber encontrar o sucessor adequado para empresa, e em muitos casos o fundador acha de extrema importância esse sucessor ser seu filho, o herdeiro da família, e isso acaba levando a empresa à falência, pois, o sucessor muitas vezes não quer esse cargo, ou não tem as competências necessárias para essa função. (LODI, 1993). Essas posições, herdeiro e sucessor, devem ser tratadas de maneira muito delicada pelo fundador, porque para assumir a sucessão e ela ser bem sucedida, esse cargo deve ser preenchido por alguém que tenha capacidade e requisitos exigidos pela função, independente de ser ou não da família. Para Lodi (1993, p.21): O êxito de um programa sucessório depende da maneira como o pai, que também é o presidente da empresa, preparou sua família para o poder e a riqueza. Quando esta próxima à sucessão, o presidente que se retira deve estar alerta para os seus próprios problemas existenciais, os quais podem retarda a decisão de afastamento. Esse período de sucessão deve ser iniciado o quanto antes, pois, se for maior o tempo de preparação do sucessor, há mais chances desse processo ocorrer com maturidade, compromisso e liderança no período da transição. Assim, com o sucessor sendo preparadoantecipadamente, ele já se adaptará aos problemas que possam surgir no cotidiano da empresa, e o fundador poderá avaliar se o sucessor satisfaz a expectativa esperada. Esse processo sucessório em empresas familiares é algo de extrema relevância e muito delicado, pois, não envolve apenas aspectos ligados à administração empresarial, mas também pontos afetivos, paternalistas, que podem afetar a estrutura familiar e seus relacionamentos fora da empresa, o que acaba ocasionando conflitos de âmbito familiar. Muitas vezes esses conflitos acabam fragilizando a relação familiar tanto dentro como fora da empresa. 38 3.2 Cultura organizacional Para melhor compreensão do termo é necessário primeiramente distinguir o que é cultura e organização. Entende-se por organização uma reunião de pessoas que buscam produzir um mesmo bem ou serviço, utilizando-se recursos humanos e materiais necessários para atingirem o objetivo pré-determinado. Para que as etapas dessa produção sejam realizadas de forma correta, a comunicação deve ser imprescindível para o bom entendimento entre as pessoas que fazem parte desse processo. Como demonstra Chiavenato (1995, p. 194): A organização é um sistema de atividades conscientemente coordenadas de duas ou mais pessoas. A cooperação entre elas é essencial para a existência da organização. Uma organização somente existe quando há pessoas capazes de se comunicarem e que estão dispostas a contribuir com a ação a fim de cumprirem um propósito comum. Alguns autores dão outro enfoque para as organizações, afirmando que elas são também culturas, de modo que no ambiente organizacional existem valores, objetivos comuns, crenças, idéias, sendo assim, essa troca de informações, que é evidente neste contexto, faz com que a organização seja vista como cultura. Morgan (1996, p. 135) explica que: A visão representativa da cultura leva a ver que as organizações são em essência realidades socialmente construídas que estão muito mais nas cabeças e mentes de seus membros do que em conjuntos concretos de regras e relacionamentos. Essa percepção da organização fez com que os dirigentes tivessem uma nova visão de como administrar as relações internas e externas que existem na mesma. A necessidade de encontrar soluções para melhorar a administração ou a tomada de decisões, fez com que dirigentes das organizações levassem em consideração características como o potencial e as necessidades de seus 39 colaboradores, que são extremamente importantes para o bem-estar da empresa, pois as conseqüências da má administração dos valores organizacionais podem ser fatais para sua saúde. Esta análise da organização vem sendo considerada muito importante para os dirigentes de empresa, uma vez que cria as condições para que o colaborador deixe de ser visto como um mero funcionário sem importância e passe a ser fator vital para o desenvolvimento e evolução da empresa. O antigo operário que era oprimido e discriminado passa a ser, atualmente, um colaborador que tem suas expectativas, é capacitado e qualificado para suas funções e, acima de tudo, motivado a sempre dar o melhor para a organização onde está inserido. A cultura é algo essencial para que o novo colaborador passe a interagir melhor com a organização na qual ele convive. Isto posto, percebe-se hoje que a cultura é algo imprescindível para o entendimento das diferentes idéias existentes dentro de uma organização. Para Srour (1998, p. 174), cultura é entendida como “um conjunto de padrões que permitem a adaptação dos agentes sociais à natureza e à sociedade a qual pertencem, e faculta o controle sobre o meio ambiente”. Dessa forma, pode-se compreender que cultura é algo que o homem, como ser social, pode mudar, não é uma herança genética, e sim fatores que o próprio membro dela faz de acordo com suas crenças, valores e objetivos. Cada sociedade evidencia sua cultura de forma diferenciada, por exemplo, uma pessoa que nasce no Japão não tem os mesmos costumes, crenças, valores, modos, língua, de uma pessoa que nasce no Brasil. Essa mudança de uma para outra é feita pelo homem, que define as diferenças existentes em cada grupo social. Para Thayer (1972) cultura é aquele todo complexo que inclui conhecimento, crença, arte, moral, direito, costume e outras capacidades e hábitos adquiridos pelo homem como membro da sociedade. Diante desse contexto, pode-se evidenciar a necessidade do estudo das diferentes culturas existentes no mundo, para que a organização possa sempre melhorar suas relações com seus diversos públicos e entender mais facilmente o significado de cultura organizacional. A cultura organizacional, dentro das empresas, pode ser caracterizada como um conjunto de informações que são criadas pelos seus membros para 40 melhor compreensão das atitudes realizadas. Partindo deste pressuposto, a empresa deve partilhar crenças abrangentes a todos os seus membros, pois, se ela não possuir valores sólidos e referências próprias, ficará à mercê de crenças individualizadas, o que ocasionará disputas, intrigas e prejuízos. Dessa forma, a cultura organizacional, preferencialmente, deve abranger todos os colaboradores, para que eles possam partilhar e transmitir objetivos comuns. Outro fato de relevância na construção de uma cultura dinâmica são os componentes organizacionais e seus sintomas culturais especificados como perfil dos líderes e clientes internos, os tipos de comunicação existentes na organização, a filosofia que guia o cotidiano organizacional, o clima organizacional, a relação entre a missão da organização e as atitudes comportamentais de seus colaboradores, enfim fatores que podem ter valores significativos para a cultura organizacional. Para que essa ferramenta seja praticada de forma correta é importante salientar que as organizações estão inseridas em um mesmo contexto sócio- econômico-cultural, mas apresentam características particulares como a gestão, o tipo de liderança, o comprometimento de seus colaboradores, a cultura do local onde atua a organização com suas crenças e ritos. Contudo, há uma infinidade de fatores que influenciam na construção da cultura organizacional. As organizações, atualmente, não estão abertas às inovações que eventualmente ocorrerão com a otimização do processo de cultura organizacional e seus dirigentes, muitas vezes, tendem a barrar essas novas concepções dentro do ambiente organizacional. Uma cultura organizacional bem estruturada não pode ser aplicada de forma adequada se a organização possuir estruturas hierárquicas rígidas, onde as decisões estão concentradas em poucas mãos, ou ainda, as pessoas podem falar e mostrar sua opinião somente se estiver em conformidade com os dirigentes, se ao contrário, não é ouvido e nem respeitado. Como demonstra Bueno (2009, p. 24): Para construir uma cultura de comunicação, fundamental para a saúde da comunicação interna, é necessário que as organizações abandonem práticas antigas, baseadas na perspectiva de que informação é poder e, portanto, precisa 41 estar sob o controle dos chefes, excluídos os que costumam pensar de maneira diferente. Para otimizar a relação com os públicos, principalmente o interno, a cultura organizacional deve ser implementada com ações que possibilitem que esse público seja motivado e sinta que faz parte da organização. Trata-se de um processo extremamente importante para os dirigentes que desejam destacar-se no cenário competitivo. Segundo Bueno (2009, p. 24): Uma comunicação interna, apoiada em uma autêntica cultura de comunicação, estabelece canais personalizados para o relacionamento com os públicos internos, obedecidos seus perfis e necessidades, adapta discursos e conteúdos e busca incentivar a participação dos funcionários pelo fortalecimento dos fluxos ascendentes elateral de comunicação. Nas organizações modernas, que possuem um plano de comunicação bem estruturado, e o processo de cultura organizacional formulado e implantado de forma correta, a gestão é bem mais flexível do que naquelas em que não há investimento em ferramentas de comunicação. 42 CAPÍTULO IV ESTUDO DE CASO 4 INTRODUÇÃO Nos dias atuais, o mercado empresarial tem se deparado com um tipo de empresa muito comum, a chamada empresa familiar, que teoricamente é aquela em que uma família tem o poder sobre a gestão, e os seus membros participam e trabalham na empresa, e também “a empresa familiar é aquela em que a importância da sucessão da diretoria está ligada ao fator hereditário e onde os valores institucionais da firma identificam-se com o sobrenome da família ou com a figura de um fundador” (LODI, 1993, p. 6 apud TRAJANO, 2008, p. 10). Neste ambiente empresarial, surgem diversos tipos de conflitos internos, na questão da comunicação e na gestão de pessoas, pois o fato dos membros que detém o poder desta empresa terem laços genealógicos, fazem com que os conflitos se tornem pessoais e constantes, transformando os valores pessoais em questões de âmbito empresarial. Durante muitos anos, o conflito foi visto como uma variável prejudicial ao ambiente organizacional, porém, em razão da complexidade que as organizações modernas adquiriram, de um cenário de mudanças constantes e, conseqüentemente, da evolução das teorias organizacionais, notadamente a teoria estruturalista, o conceito de conflito ganhou novo escopo e, nos últimos 30 anos, tem sido estudado por diferentes perspectivas. (NASCIMENTO, 2012). Sabendo disso, o objetivo deste trabalho foi o verificar a influência da gestão de conflitos no resultado de uma empresa familiar. O gerenciamento de conflito através da sua essência busca verificar os motivos geradores destes fenômenos e a melhor maneira de lidar com eles. Para realização da pesquisa, foram utilizados os seguintes métodos e técnicas. Método de Estudo de Caso: foi realizado estudo de caso na empresa Gabrisa Aramados, localizada na cidade de Cafelândia - SP, situada na Rua 43 Antônio Ruiz Gimenez, 29, no período de outubro de 2014 a abril de 2015, para demonstrar a importância da gestão de conflitos no resultado de uma empresa familiar. Método de Observação Sistemática: foram observados e analisados os aspectos que envolvem a gestão de conflitos na Empresa Gabrisa Aramados, no desenvolvimento empresarial, como suporte para o desenvolvimento do Estudo de Caso. Método Histórico: foi observada a evolução histórica da empresa Gabrisa Aramados de Cafelândia - SP. Técnicas: Roteiro de Estudo de Caso (Apêndice A) Método de Observação Sistemática (Apêndice B) Método Histórico da Empresa Gabrisa Aramados (Apêndice C) 4.1 Descrição do conflito No ambiente empresarial familiar, surgem diversos tipos de conflitos internos, na questão da comunicação e na gestão de pessoas, pois o fato dos membros que detém o poder desta empresa terem laços genealógicos, fazem com que os conflitos se tornem pessoais e constantes, transformando os valores pessoais em questões de âmbito empresarial. Para que não haja este tipo de conflito, os membros de uma mesma família que fazem parte da gestão, devem mostrar clareza e não confundir a questão particular da família com o questão profissional, pois isto, gera uma gestão paternalista em relação aos empregados. Os membros da diretoria desta empresa, por fazerem parte da mesma família, acabam encontrando uma grande dificuldade em delimitar a vida profissional da vida pessoal, pois, trabalham mais horas do que o normal, os problemas da empresa acabam sendo levados para o ambiente familiar, fazendo com que as relações familiares sejam, muitas vezes, abaladas por questões que deveriam ser deixadas na empresa. Por outro lado, essas empresas tem maior facilidade em garantir a união, a lealdade e dedicação dos membros da gestão da empresa, pois os laços afetivos existentes nesse ambiente fazem com que haja harmonia entre 44 as opiniões e os interesses em comum, e o fato da empresa ser da família exige que os membros exijam mais de si mesmo em prol do objetivo em comum. Neste estudo, onde foi pesquisada a empresa familiar chamada Gabrisa Aramados, percebeu que a administração familiar é centralizadora, no qual ambos os donos (casal) podem tomar decisões no ambiente empresarial. Dentro da administração da Gabrisa Aramados não existe organograma, o que significa não existir cargos bem definidos dentro da empresa, sendo que, os donos administram e supervisionam, sozinhos, o trabalho realizado dentro da organização. A sede da empresa Gabrisa Aramados não é composta por setores e departamentos. Para que os donos avaliem o desempenho, mensalmente é realizada uma reunião com todos os colaboradores, para que eles possam dar sua opinião sobre o que ocorreu no mês, e ainda saber, por parte dos donos, se desempenharam corretamente o que lhes foi determinado. Assim, percebe-se as dificuldades de comunicação encontradas no ambiente dessa empresa familiar, o que possibilita a análise dos conflitos de comunicação existentes entre as gerencias que são compostas por membros de uma mesma família. Pois, a comunicação só acontece nas reuniões mensais realizadas pelos donos. Muitas vezes os donos não sabem direito o que está acontecendo na empresa, por falta de informação e por falta de comunicação. 4.2 Conflito interno Na empresa Gabrisa Aramados, o cotidiano é de muitos conflitos internos entre os gestores, pois, por ser uma empresa familiar, observa-se que muitas questões particulares de cada um dos gestores acabam envolvendo nas discussões de situações do cotidiano da empresa. Há algum tempo, um conflito com um funcionário fez com que a relação dos gestores ficasse muito abalada a ponto de um deles querer se afastar do comando da empresa. Este conflito teve inicio com alguns boatos que surgiram em meio ao chão de fabrica da empresa, pois, na produção existiam dois líderes, um do 45 sexo masculino que controlava o setor operacional da fabricação da gaiola, e uma líder do sexo feminino que controlava o setor de montagem da gaiola. Um certo período, começaram alguns boatos de que o líder homem estaria com comentários maldosos em relação à diretoria, com injurias e reclamações e até infâmias sobre a empresa. Também começaram alguns conflitos entre os líderes, onde o líder homem prejudicava propositalmente a líder mulher, atrasando pedidos e fazendo com que a líder mulher tivesse que trabalhar com horas extras, o que ocasionava um desconforto entre ela e a diretoria da empresa. Com isso, um dos gestores, começou a perceber esses mal entendidos nos setores, e assim, começou a observar qual era a reação dos líderes no dia a dia, e o líder homem sempre disfarçava os seus boatos, chegando a enganar com falsos depoimentos os gestores da empresa. Um dos gestores, não acreditava no outro que o alertou sobre esses conflitos nos setores, pois, ele acreditava muito no seu líder homem, por ele ser um dos seus primeiros funcionários e ter iniciado a formação da empresa juntamente com ele. Assim, os conflitos entre os gestores deram inicio, pois, além de serem os gestores da empresa, eles são cônjuges, e as brigas e discussões acabam por terem um fundo sentimental, além das questões profissionais. Essa situação culminou em um ambiente muito conflituoso, de muitos insultos e nervosismo, pois a líder mulher vinha até a gestora com muitas reclamações sobre o líder homem, e ela não estava com soluções plausíveis para este conflito. Então, um dia ocorreu de o líder homem ofender a líder mulher em frente a todos os funcionários da empresa, e essa situação acabou em umabriga entre eles, fazendo com que o líder homem fosse embora da empresa, abandonando o serviço durante o período de três dias. O gestor acabou entendendo que os boatos eram todos verdadeiros, e que o líder homem não estava mais trabalhando a favor da empresa, mostrando assim que a gestora estava com a razão em querer resolver o quanto antes esta situação. Depois de uma reunião longa e de muitas revelações entre os gestores e a líder mulher, foi decidido, que o cargo de líder seria retirado do líder homem e que ele trabalharia na empresa apenas com os modelos das gaiolas, função 46 essa que ele desempenhava perfeitamente, e com isso seria dada uma nova chance de um convívio melhor na empresa. Passado o tempo, cerca de uma semana, ocorreu outro conflito, onde o ex-líder homem não aceitava o encontro entre ele e a líder dentro da empresa, e isso ocasionou uma indisposição que quase ocasionou um pedido de demissão por parte da outra líder. Diante desse ocorrido, os gestores entraram em mais conflitos internos, ocasionando brigas em frente aos funcionários, com insultos, e não decidindo qual seria o futuro de ambos os líderes. Depois de uma longa reunião e conversa entre os gestores, a decisão tomada foi a de que o ex-líder homem deveria deixar a empresa de uma maneira amigável e a líder mulher assumiu os setores da empresa, assumindo toda a responsabilidade da produção das gaiolas e liderar os trinta e dois funcionários existente na empresa. Afinal, o casal de gestores tomou a melhor decisão, mesmo em meio a todos os conflitos e tumultos, pois depois disso, o convívio na empresa melhorou e eles não tiveram mais conflitos entre os familiares. Perceberam então que os gestores deveriam se comunicar mais e melhor dentro da empresa. 4.3 Gerenciamento de conflitos Esse conflito que ocorreu na empresa Gabrisa, mostra que, primeiramente tem que ser entendido que gerenciar os conflitos é aceitar as pessoas como sendo diferentes, existindo pensamentos diferentes, objetivos e valores diferentes um dos outros, e mesmo assim, todos saberem conviver de uma maneira saudável e amigável. O primeiro passo para o gerenciamento é perceber e entender que as diferenças existentes na empresa são uma forma de crescimento entre as relações no ambiente interno. Saber ouvir, analisar, refletir sobre as situações conflituosas são habilidades importantes para o gerenciamento. No caso do conflito da empresa Gabrisa, os gestores estavam com opiniões divergentes sobre a situação com seus líderes, e isso culminou em diferenças que acabaram por estremecer a relação afetiva deles, e depois de muitas reuniões e comunicação, perceberam que tinham que tomar uma 47 decisão juntos ou o conflito não seria resolvido. Assim, o gerenciamento demonstra que reconhecer a diferença de opinião não significa mudar de opinião e sim o que ocorre é uma transmissão de ideias para um bem em comum. Se quando houve as reuniões, os gestores tivessem apenas visto o conflito pelo lado agressivo, como estava no começo, o gerenciamento do conflito teria sido dificultado, pois o embate não teria um bom entendimento e aceitação. Nestes casos de conflitos familiares nas empresas, saber ouvir e saber falar são de extrema importância no gerenciamento tanto dos conflitos como das emoções que acabam aflorando nas discussões, com comportamentos auto defensivo que prejudicam as relações familiares e empresariais. 4.4 Vantagem do gerenciamento de conflito O gerenciamento de conflitos consiste em pessoas que tem a liderança como algo natural em si, pois, para resolver o problema do conflito as pessoas esperam que isso seja vindo de decisões tomadas pelo líder. Se esse líder deixar que o conflito se resolva sozinho, sem tomada de decisões por parte dele, a equipe acaba passando por momentos de desmotivação, insatisfação e insegurança. Assim, é percebida uma vantagem, pois, o gerenciamento aguça o lado da liderança nas pessoas,e aquele líder que conseguir ver no conflito uma oportunidade de crescer na empresa, alcançando seus objetivos e assim, acaba por motivar a equipe que se envolve na solução do problema, uni a equipe, tem o aperfeiçoamento da criatividade e incentiva o crescimento tanto da equipe como da empresa. No caso do conflito da Gabrisa, a líder mulher soube aproveitar da oportunidade do conflito dos gestores, pois, nesta situação ela teve o favorecimento pelo seu bom comportamento, pelo seu espírito de liderança, e conseguiu a confiança dos gestores e de sua equipe, pelo fato das opiniões e soluções dadas diante do conflito. Para os gestores, o gerenciamento de conflitos foi vantajoso pelo equilíbrio que houve entre eles, porque em meio ao conflito e ao clima de 48 brigas e desentendimentos, eles tiveram que tomar uma decisão em grupo, e pensar de uma maneira que trouxesse benefícios para a empresa, e com certeza isso aconteceu, pois, a equipe com a nova líder teve um andamento muito melhor, com mais produção de gaiolas, com mais motivação por parte da líder, e sem fofocas e mal entendidos. O gerenciamento de conflitos é muito importante para que os gestores da empresa familiar consigam entender que em meio aos conflitos familiares a melhor maneira de resolvê-lo é pensar de uma maneira em conjunto e alcançar a melhor solução que traga benefícios tanto para a empresa como para a equipe que está envolvida. 49 CONCLUSÃO Dentro das empresas familiares conflitos são comuns por conta dos interesses divergentes dos membros. O lado emocional fala mais alto e as conseqüências podem abalar a estrutura da empresa e da família. As empresas familiares ocupam um lugar de destaque na economia brasileira e também no contexto mundial. Ao realizar a pesquisa de campo e o levantamento bibliográfico, foi possível identificar as principais dificuldades na gestão empresarial deste tipo de organização. Neste estudo, pode-se destacar que a Gabrisa é uma organização que preza pela construção de bons relacionamentos com seus colaboradores. Porém, a questão da empresa ser com uma gestão em família e a falta de um gerenciamento de conflitos estruturado acaba por desenvolver alguns descontentamentos. A análise realizada de um conflito que de fato existiu na empresa mostra que a relação entre os gestores é muito fragilizada pelas questões familiares que acabam aflorando em meio às questões profissionais, e isso acaba influenciando na questão da postura profissional dos gestores diante seus colaboradores. Se analisados de forma estratégica, os conflitos podem favorecer a identificação de melhorias nos processos comunicacionais internos e conseqüentemente externos da empresa, ou se não administrado pode gerar grandes problemas para a organização. Com isso, o objetivo desse trabalho foi atingido, pois percebeu-se que quando bem gerenciado o conflito, o mesmo consegue gerar bons resultados em uma empresa familiar. A elaboração do estudo de caso foi baseada em um conflito que gerou muita discussão no ambiente interno da empresa que promoveu o entendimento entre os gestores da empresa para que não haver mais problemas familiares relacionados aos conflitos da empresa,gerando grandes vantagens tanto para os gestores como para a líder e sua equipe. Isto posto, conclui-se que as empresas familiares e sua realidade atual necessitam de um bom gerenciamento de conflitos, pois são essas ações que 50 proporcionam a melhoria e a eficácia dos relacionamentos familiares, fazendo com que a empresa se torne referência de qualidade e transparência. Acabar com conflitos dentro desse segmento é algo impossível, pois por se tratar de uma empresa familiar, o ego sempre fala mais alto dentre os membros da família. Cabe ao fundador, saber dividir os papéis de cada um,
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