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Zoonoses transmitidas por roedores

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Zoonoses transmitidas por roedores 
 
Leptospirose 
É uma doença infecciosa que afeta homens, animais domésticos e silvestres. É 
uma zoonose de grande importância social e econômica, pois apresenta alta incidência 
em determinadas áreas, alto custo hospitalar, perdas de dias de trabalho aos humanos 
infectados e por sua letalidade, As precárias condições de infraestrutura, alta infestação 
de roedores infectados, inundações estão relacionadas à sua ocorrência. 
 
Etiologia 
O gênero Leptospira pertence à família Treponemataceae, sendo a espécie 
patogênica a Leptospira interrogans. É classificada sorologicamente em 19 sorogrupos 
e mais de 200 sorotipos ou sorovares. 
 
 
A Leptospira torna-se inviável facilmente pelo ressecamento, congelamento, 
calor de 50ºC por 10 minutos, sabão, ácidos biliares, ambiente ácido, ácido clorídrico a 
2%, fenol a 0,5%, cloreto de cálcio a 0,025% e formalina a 0,25%. Porém, persiste bem 
em ambientes úmidos e com pH neutro. 
 
 
Imunidade 
A infecção desperta intensa resposta humoral inicialmente pela IgM e em 
seguida por IgG. Esta resposta garante o fim da fase de leptospiremia, uma vez que 
anticorpos não têm acesso aos glomérulos renais, é nesse local que a bactéria permanece 
por longos períodos no hospedeiro gerando a leptospirúria. 
 
Epidemiologia 
As leptospiras já foram isoladas em pássaros, répteis, anfíbios e invertebrados. 
Em mamíferos elas habitam os túbulos renais e são comuns em animais domésticos 
como cães, bovinos, suínos, equinos; nos silvestres são encontrados em leões marinhos 
da Califórnia, gambás, preás, raposas, morcegos, roedores e várias outras espécies. 
Embora a lepitospirose canina não seja de alto risco de transmissão para o 
homem, pode ser considerada um importante indicador de risco de leptospirose na 
população humana, uma vez que os cães doentes indicam a presença de roedores no 
ambiente. 
Reservatório: Os roedores são considerados os portadores mais comuns das 
leptospiras, mas nenhum mamífero pode ser excluído como possível hospedeiro, pois 
esta enfermidade cursa com excreção prolongada de leptospiras na urina, mesmo 
quando há a recuperação da doença, sendo assim, uma forte fonte de contaminação para 
o ambiente. Os principais hospedeiros da L. interrogans em área urbana são: a ratazana 
(Rattus norvegicus), o rato de telhado (Rattus rattus) e o camundongo (Mus musculus). 
Estas espécies são particularmente importantes por terem distribuição cosmopolita e por 
serem responsáveis pela maior parte dos prejuízos econômicos e sanitários causados ao 
homem. 
Modo de Transmissão: A transmissão se dá através do contato da Leptospira 
com a pele lesionada, macerada ou pelas mucosas. Uma vez que a bactéria é eliminada 
pela urina e sua viabilidade em ambientes secos é mínima, coleção de água com urina 
de animais passa a ser o principal ambiente de risco. 
 
Período de Incubação 
 Período de incubação nos seres humanos varia de 1 a 30 dias com médias de 5 
a 14 dias. 
 
 
Patogenia e Aspectos clínicos 
A bactéria penetra através da mucosa ou pele lesada, se multiplica na 
circulação, o que é chamado de leptospiremia, concomitante, observa-se multiplicação 
nos órgãos, principalmente fígado e rim levando a quadro de hepatite e nefrite. O 
desenvolvimento da Imunidade humoral retira a bactéria da circulação que passa a se 
estabelecer nos túbulos renais por longos períodos. 
 
Doença no homem 
Fase precoce: Início súbito de febre, cefaleia, mialgia, anorexia, náuseas e 
vômitos. Pode ocorrer diarreia, artralgia, hemorragia conjuntival, fotofobia, dor ocular e 
tosse. Nessa fase, o diagnóstico clínico é difícil e pode ser confundida com outras 
doenças hemorrágicas como a dengue ou doenças viróticas com sintomas gerais. 
Fase tardia: Evolução para manifestações graves que se iniciam após a 
primeira semana da doença. A manifestação clássica é a síndrome de Weil caracterizada 
por icterícia, insuficiência renal e hemorragias. 
Fase de convalescência: o paciente pode manifestar astenia (fraqueza) e 
anemia. A eliminação da leptospira na urina pode continuar por semanas ou meses. 
 
Doença no cão 
É semelhante ao que acontece no homem, a multiplicação da L. 
icterohaemorrhagiae, induz febre, degeneração de células endoteliais e hepatócitos e 
apatia. A degeneração causada aos hepatócitos e obstrução intra - hepática causam 
icterícia e insuficiência hepática, as lesões nas células endoteliais levam a um colapso, 
coagulação intravascular disseminada e hemorragias. É comum quadros de febre e 
apatia. 
 
Doença no bovino 
Os animais apresentam febre por 4 a 5 dias, com anorexia, conjuntivite e 
diarreias. O aborto é um sintoma importante que ocorre por morte fetal devido à 
leptospiremia no feto de 1 a 3 semanas pós-infecção. Nos rebanhos bovinos, é uma 
doença com alta morbidade. 
 
 
Doença no suíno 
A doença tem um caráter subclínico, no qual os animais apresentam febre, 
aborto e diminuição do leite. 
 
Doença nos roedores 
Os Roedores apresentam somente a Leptospirose-Infecção sem sintomatologia 
clínica com intensa leptospirúria por toda a vida. 
 
Diagnóstico 
O diagnóstico se faz a partir de informações clínicas e epidemiológicas, a 
confirmação pode ser por métodos diretos ou indiretos. 
Os métodos diretos visam à demonstração do agente nos órgãos, urina ou 
sangue. Para os métodos Indiretos, pode-se utilizar as técnicas de PCR (Reação da 
polimerase em cadeia), aglutinação macroscópica, aglutinação microscópica e ELISA. 
 
Controle e prevenção 
A principal medida de controle da leptospirose em centros urbanos é o controle 
dos roedores nas edificações e nas áreas públicas, pois são as principais fontes de 
infecção. Para os cães, a vacinação deve ser feita semestralmente, em bovinos e suínos a 
vacinação não é obrigatória, porém deve ser estabelecida sempre que houver riscos ou 
casos diagnosticados. 
O tratamento específico de pessoas e animais de estimação doentes, além de 
impedir a progressão da doença, também diminui o período de eliminação do agente no 
meio ambiente. 
 
 
 
 
 
Hantavirose 
Etiologia 
O agente etiológico da Hantavirose pertence à família Bunyaviridae, gênero 
Hantavirus. É um vírus RNA envelopado que gera a Febre Hemorrágica com Síndrome 
Renal (FHSR) e Síndrome Pulmonar Hemorrágica (SPH). 
 
Histórico 
Na guerra da Coréia de 1950 a 1953, 3000 soldados sofreram de uma doença 
hemorrágica com síndrome Renal e shock, com uma mortalidade de 6-8% com etiologia 
desconhecida. O agente etiológico dessa doença permaneceu desconhecido até que em 
1978, quando Lee e Lee isolaram um vírus chamado Hantaan do tecido pulmonar de 
roedores silvestres na Coréia. Até 1993 os Hantavirus, eram somente conhecidos como 
agentes etiológicos da febre hemorrágica com síndrome renal. Em junho de 1993, um 
novo Hantavirus chamado de Sin Nombre foi responsável por uma epidemia de doença 
respiratória grave com letalidade muito alta. Em Novembro de 1993, 3 casos de 
Síndrome Pulmonar foram diagnosticados na região sudeste do Brasil. 
 
Patogenia e Aspectos clínicos 
Na FHSR, primordialmente, o endotélio vascular é afetado, resultando em 
permeabilidade vascular anormal, vasodilatação, transudação de fluídos, edema 
perivascular e hemorragia. O rim fica edemaciado e congesto. Na SPH, há edema 
pulmonar não cardiogênico, provavelmente, pelo aumento da permeabilidade vascular 
pulmonar. 
 Doença no Homem: A Febre Hemorrágica com síndrome renal inicia com 
febre, cefaleia, bradicardia e congestão conjuntival, alguns dias depois começam 
dores nas costas, abdômen, náuseas, vômitos, hemorragia e manifestações 
renais. Nos casos graves, ocorre acidose, hipercalemia e azotemia. 
 Doença nos animais: Os roedores reservatórios do vírus não apresentam 
sintomatologia. 
 
Epidemiologia 
A transmissão para o homem se dá pelo contato com o vírus via excreta dos 
roedores silvestrese de laboratório. Existem 3 padrões de transmissão: 
 Rural: Os roedores do campo são os principais reservatórios. 
 Urbano: O rato doméstico é o principal reservatório (Rattus norvergicus) 
 Laboratorial: Os animais de laboratório são as fontes de infecção. 
Principalmente o Rattus norvergicus e o Mus domesticus. 
 
Diagnóstico laboratorial 
São utilizadas técnicas imunológicas como a Reação de imunofluorescência 
indiresta (RIFI) e ELISA. Uma técnica adequada e específica é o RT-PCR (Reverse 
Transcriptase – Polimerase Chain Reaction). 
 
Controle e prevenção 
A prevenção se dá através do controle de roedores sinantrópicos nos ambientes 
urbanos e a prevenção de roedores silvestres em áreas peridomiciliares. 
 
— · ୫· — 
 
Controle de roedores em 
ambientes urbanos 
 
A fixação do homem à terra, gerando excedentes alimentares e o 
desenvolvimento das cidades, criaram condições ideais à ligação comensal dos roedores 
com o homem, originando um processo de sinantropia, juntando isto à precariedade dos 
processos de urbanização, tornaram os roedores sinantrópicos um dos grandes 
problemas de saúde pública nas cidades. 
 
Roedores 
As espécies sinantrópicas mais importantes por terem distribuição cosmopolita 
e serem responsáveis pela maior parte de prejuízos econômicos e sanitários causados ao 
homem são as seguintes: a ratazana (Rattus norvergicus), o rato do telhado (Rattus 
rattus) e o camundongo(Mus musculus). Estas espécies estão associadas como 
principais reservatórios da Leptospira interrogans. O principal portador do sorovar 
Icterohaemorraghiae é o R. norvergicus um dos mais patogênicos para o homem. 
Os roedores sinantrópicos residem em lugares onde possam se ocultar e que 
possuam alimento e água próximos. Sua rotina é noturna. Esses animais se adaptam 
facilmente a diferentes condições ambientais. 
 
Ratazana - Rattus norvegicus 
Vive em colônias cujo tamanho depende da disponibilidade de abrigo e 
alimento no território habitado, podendo atingir um grande número de indivíduos em 
situações de abundância alimentar. É uma espécie de hábito de escavar, seu abrigo fica 
abaixo do nível do solo. Embora possam percorrer grandes distâncias em caso de 
necessidade, os indivíduos desta espécie têm território relativamente curto, raramente 
ultrapassando os 50 metros. Delimitam seu território com feromônios, onde constroem 
seus ninhos, alimentam-se, procuram e defendem seus parceiros sexuais 
São extremamente neofóbicos, porém esse comportamento varia de população 
para população e de indivíduo para indivíduo, sendo mais acentuado naqueles locais 
onde há pouco movimento de pessoas e objetos. Nestes locais, o controle é mais lento e 
difícil de ser atingido, em virtude da aversão inicial dos indivíduos às iscas, porta-iscas 
e armadilhas colocadas no ambiente. Já nos locais, onde haja movimento contínuo de 
pessoas, objetos e mercadorias, a neofobia é menos acentuada ou inexistente e os novos 
alimentos (iscas) e objetos (armadilhas) são imediatamente visitados, tornando-se, desta 
forma, mais fácil o seu controle. 
 
Rato de telhado - Rattus rattus 
Também conhecido como rato preto, rato de forro, rato de paiol, rato de silo ou 
rato de navio é o roedor comensal predominante na maior parte do interior do Brasil, 
sendo comum nas propriedades rurais e pequenas e médias cidades do interior, 
atualmente vem se instalando nos centros urbanos. 
Apresentam morfologia e hábitos, comportamentos e hábitat bastante distintos 
da ratazana. Por ser uma espécie originariamente arborícola, ainda cultivam o hábito de 
viver usualmente nas superfícies altas das construções, em forros, telhados e sótãos 
onde constroem seus ninhos, descendo ao solo em busca de alimento e água. Vivem em 
colônias de indivíduos parentes, cujo tamanho depende dos recursos existentes no 
ambiente. Seu raio de ação tende a ser maior que o da ratazana, devido à sua habilidade 
em escalar superfícies verticais e à facilidade com que anda sobre fios, cabos e galhos 
de árvores. 
 
Camundongo - Mus musculus 
O camundongo é a espécie que atinge maior nível de dispersão, sendo 
encontrado praticamente em todas as regiões geográficas e climáticas do planeta. São 
animais de pequeno porte que raramente ultrapassam 25 g de peso e 18 cm de 
comprimento (incluindo a cauda); dessa forma, são transportados passivamente para o 
interior das residências, tornando-se importantes pragas intradomiciliares. Uma vez em 
seu interior, podem permanecer longo período sem serem notados, sendo sua existência 
detectada quando a infestação já estiver estabelecida. 
Costumam fazer seus ninhos no fundo de gavetas e armários pouco utilizados, 
no interior de estufas de fogões e em quintais, onde são criados animais domésticos. 
Neste último caso, podem cavar pequenas ninheiras no solo, semelhantes às das 
ratazanas, podendo formar numerosos complexos de galerias onde houver grande oferta 
de alimentos. São onívoros como a ratazana e o rato de telhado, ou seja, alimentam-se 
de todo tipo de alimento, embora demonstrem preferência pelo consumo de grãos e 
cereais. 
 
Comparação entre as três espécies de roedores 
comensais 
 
 
A correta identificação de qual espécie de roedor infesta uma determinada área 
é fundamental para a correta tomada de decisão para o controle, é necessário observar 
características morfológicas e comportamentais. 
Quando encontramos um exemplar, devemos examinar, então, o tamanho do 
animal, a relação corpo cauda, tipo de cabeça e tipo de orelha. A ratazana possui corpo 
maior, cauda proporcionalmente menor, focinho rombudo e orelha pequena em relação 
à cabeça. Já o rato de telhado é um animal mais esguio, menor que a ratazana, com rabo 
maior que o restante do corpo, com focinho afilado e orelhas proeminentes. O 
camundongo é um animal bem pequeno, chama atenção o focinho afilado e a orelha 
bem grande e proeminente em relação à cabeça. 
 
 
Em relação aos hábitos e informações obtidas no ambiente, temos o 
comparativo: 
 
 
Existem diferenças comportamentais mercantes entre as espécies e isto 
influencia diretamente na maneira como vamos identificar as espécies que estão 
infestando o local, como nas técnicas de combate. A identificação da espécie vai ocorrer 
pela verificação de fezes no ambiente, local onde encontramos manchas de gordura nas 
trilhas e tipo de alimento atacado. 
As diferenças fisiológicas entre as espécies estão apresentadas na tabela: 
 
 
 
Métodos de controle dos Roedores 
O combate aos roedores sinantrópicos está baseado no conhecimento de sua 
biologia, de seus hábitos comportamentais, suas habilidades e capacidades físicas além 
do exame e conhecimento do meio ambiente onde os roedores a serem combatidos estão 
localizados. 
A primeira fase é fazer a inspeção do local e definir o tipo de ambiente onde a 
infestação está ocorrendo e sua extensão e seu uso, deve-se averiguar o que, naquele 
ambiente, estaria garantindo ou facilitando a instalação e livre proliferação dos roedores 
e efetuar a busca de focos (concentração, dispersão). É necessário identificar qual ou 
quais espécies estão infestando o local, ao saber qual o roedor problema, 
automaticamente obtém-se uma série informações sobre sua biologia, hábitos e 
habilidades 
 
Anti-ratização 
 Identificado qual é o problema, deve-se instituir medidas preventivas e 
corretivas ou conhecidas como anti-ratização. 
Basicamente, elimina-se o acesso, a água, o alimento e o abrigo desses 
animais: Para tal fim, faz se necessário a limpeza de instalações em propriedades para 
que de forma alguma se acumule lixo e restos de alimentos. 
 
São exemplos se medidas de anti-ratização: 
 Um manejo adequado do lixo com melhor acondicionamento, locais de 
deposição e transporte apropriados e protegidos dos roedores. 
 Não deixar sacos plásticos com lixo nas calçadas, ao nível do piso à espera do 
caminhãocoletor; devem ser dispostos sobre anteparos apropriados que os 
mantenham longe do solo ou sobre o muro da residência. 
 Os vazadouros do lixo, coletado pelo serviço público, devem ser operados como 
aterro sanitário e não como depósito a céu aberto, conhecidos como “lixões”. 
Desratização: Chamamos de desratização atividades mecânicas, físicas ou 
químicas que visam o combate direto ao rato, através de armadilhas, placas de cola, 
aparelhos de ultrassom e barreiras elétricas, usados como métodos físicos e venenos, 
conhecidos como raticidas, embora seja mais apropriado chamá-los de rodenticidas. 
Métodos químicos e a utilização de predadores naturais se enquadram também como 
atividade de desratização e são consideradas como métodos biológicos. Quando a 
infestação for de grau leve, deve-se optar por processos mecânicos ou físicos como o 
emprego de ratoeiras, armadilhas e outros dispositivos de captura. Outra forma de obter 
a eliminação dos roedores infestantes é por meio de processos químicos, nos quais são 
utilizadas substâncias denominadas genericamente de rodenticidas. Um fenômeno 
observado nas operações de desratização é o efeito bumerangue. Sabe-se que uma dada 
colônia estabelecida numa certa área, alcança uma situação de equilíbrio após algum 
espaço de tempo, em função da disponibilidade de água, disponibilidade de alimento e 
existência de abrigo. Quando a desratização diminui o tamanho da colônia, ela percebe 
o aumento da disponibilidade de alimento, esta colônia entra em rápida reprodução, 
aumentando em curto prazo a população, chegando a ficar maior que a anterior. 
 
Métodos mecânicos e físicos de controle 
Armadilhas: São métodos antigos, que contém ou matam os roedores 
existentes desde a antiguidade, podem ser do tipo quebra-costas; gaiola e colante. A 
presença do animal capturado ou morto em ratoeiras diminui a chance de novas 
capturas. 
Ultrassom: Os roedores têm a capacidade de ouvir sons de frequência 
altíssima, entre 10 e 20.000 hertz acima da capacidade humana, o uso de ultrassônicos 
tem a capacidade de incomodar os roedores, afugentando-os. Além do inconveniente de 
áreas de sombra, os animais tendem a se acostumarem com o som. 
Controle químico – rodenticidas: O controle químico é praticado através do 
uso de substâncias naturais ou sintéticas, capazes de provocar a morte dos roedores que 
as ingerirem. São divididos, quanto à rapidez de sua ação, em agudos (morte em 24 
horas) e crônicos (a morte após as primeiras 24 horas de sua ingestão). 
Os raticidas crônicos 
São anticoagulantes do grupo dos hidroxicumarínicos. O mecanismo de ação 
está na inibição da síntese de protrombina, um dos fatores essenciais no mecanismo da 
coagulação sanguínea. Dessa forma, o sangue do roedor não coagula mais e sua morte 
ocorre em decorrência de hemorragias internas (pulmonares e/ou mesenteriais). Além 
disso, esses compostos têm uma ação danosa sobre a parede dos vasos capilares, 
proporcionando o início das hemorragias. 
Indandiônicos: A exibem boa ação contra roedores na concentração de 
0,025% em iscas. 
Hidroxicumarínicos: 
 Dose múltipla: São compostos que não apresentam resultado após uma única 
ingestão, seu efeito é cumulativo, sendo necessária a ingestão de sucessivas 
doses. O efeito dessas substâncias nos roedores é retardado, ocorrendo o óbito 
num prazo médio variável entre dois e cinco dias após a ingestão da dose letal, o 
que impede que os demais membros da colônia percebam o que os está 
eliminando; 
 Dose única: São anticoagulantes de dose única, capazes de com uma só dose 
eliminar inclusive os roedores resistentes a warfarina, apresentam maior 
toxicidade do que os de dose múltipla, embora seu mecanismo de ação seja 
similar, causando a morte do roedor igualmente de forma retardada, entre três e 
sete dias após a ingestão. 
 
Apresentação e uso dos raticidas 
Os raticidas (Rodenticidas) são apresentados no mercado em diversas formas: 
Iscas: É uma mistura de pelo menos dois cereais, moídos na forma de um 
farináceo ou peletizados, que devem ser, necessariamente, coradas com cores distintas 
de alimentos para evitar acidentes principalmente com crianças. As iscas destinam-se a 
atrair os roedores pelo olfato, induzindo-os a ingerir o produto. Devem ser dispostas de 
forma a serem facilmente encontradas pelos roedores, uma colher de madeira de cabo 
longo, pode facilitar a introdução de uma isca no interior das tocas diminuindo o risco 
do acesso de algum outro animal ao produto. No combate às ratazanas, devem-se dispor 
as iscas junto (ou mesmo dentro) de suas tocas e trilhas ao nível do solo, para os ratos 
de telhado, as iscas deverão ser oferecidas em anteparos adequados atados junto às 
estruturas de sustentação dos telhados ou no forro, locais por onde esses ratos 
caminham, para camundongos, deve-se localizar onde estão passando e ali colocar a 
isca repartindo o conteúdo do saquinho em vários montículos distantes cerca de um 
palmo um do outro. 
Pós de contato: são constituídos por pós-inertes (geralmente caolim ou 
dolomita) adicionados do principio ativo. Destinam-se a ser polvilhados nos caminhos, 
nas trilhas e nos pontos de passagem dos roedores que ao passarem sobre o pó de 
contato, terão suas patas, cauda ou outras partes do corpo impregnadas com o produto, 
que serão removidos durante a limpeza corporal efetuada em seu ninho. 
Blocos impermeáveis: são constituídos por cereais granulados ou integrais 
envoltos por parafina em bloco único e utilizados em locais, onde o teor de umidade 
ambiente seja alto, evitando assim sua deterioração, não mais sendo aceitas pelos 
roedores infestantes, sendo muito úteis nas desratizações de redes de galerias 
subterrâneas de esgoto e de águas pluviais, nas canalizações fluviais, de fiações elétricas 
etc.

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