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SAÚDE DO IDOSO – AULA 5 QUEDA NA POPULAÇÃO IDOSA A QUEDA SE CARACTERIZA POR: · Ser uma síndrome, uma vez que a capacidade do paciente reduz após a queda e assim predispõe a ocorrência de mais doenças. · Ser um marcador de doença aguda (infecções, pneumonia), gerando manifestações crônicas como: Parkinson, diabetes e demência. ETIOLOGIA PATOGENESE SINTOMAS Múltiplos Fatores Interação patológica Manifestação cognitiva DEFINIÇÃO: Queda é quando há um deslocamento não intencional do corpo para o nível inferior da posição inicial. Com incapacidade de correção em tempo hábil, determinado por circunstancias multifatoriais, comprometendo a estabilidade do paciente. Quedas excluídas dessa definição: AVC, atropelamento, acidentes que exigem alta performance, causas violentas e convulsão. QUAIS MUDANÇAS RELACIONADAS AO ENVELHECIMENTO QUE AUMENTAM O RISCO DE QUEDA? · Redução da velocidade da marcha: Paciente envelheceu, mudou o aspecto, agora a marcha é senil, com base alargada, diminuição dos movimentos dos braços. · Flexão plantar diminuída na fase final apoio. · Diminuição dos balanços dos braços. · Redução da adaptação visual, auditiva. EPIDEMIOLOGIA: · Cerca de 50% dos pacientes que residem em clinica geriátrica, caem a cada ano. · Dos 5 á 10% de queda que resultam em lesões graves, as complicações mais comuns são: lacerações, TCE e fratura. · 2/3 dos pacientes que sofreram quedas tem medo e 50 % deles caem novamente. · Queda em domicilio mais comum é: quarto, cozinha e sala. · É a quinta causa de morte da população idosa. · Aumenta a incidência após os 65 anos. Chegando a 51% de chance de queda em pacientes com mais de 85 anos. EFEITO SENTINELA: A queda tem um efeito sentinela, por ser: · Um marcador do inicio do declínio funcional. · Um sinal de surgimento de agravamento de outra doença. FRATURAS MAIS COMUNS: · Vértebra - principalmente · Quadril · Radio distal · Costelas · Úmero proximal REPERCUSSÕES DAS QUEDAS: · Temor de novas quedas, levando a imobilidade. · Risco de óbito de 15 a 50% no ano seguinte a queda. FATORES DE RISCO PARA QUEDA: GERAIS: · Quedas anteriores · Comprometimento do equilíbrio · Idade > 80 anos · Comprometimento cognitivo · Sexo feminino · Tontura · Depressão · Baixo índice de massa corporal · Incontinência urinária · Artrite · Diabetes AMBIENTAIS: · Iluminação inadequada · Tapetes soltos ou com dobras · Obstáculos no caminho · Presença de degraus altos ou estreitos · Ausência de corrimão · Piso irregular NEUROLÓGICOS: · Hematoma subdural · Demência · Parkinson · Delírio · Neuropatia periférica · AVE OUTRAS: hipo/hiperglicemia, hipo/hipertireoidismo, distúrbio eletrolítico, deformidades dos pés, infecção, hipotermia, alcoolismo, incontinência, maus tratos, anemia. FATORES DE RISCO PARA QUEDA ASSOCIADOS AO ENVELHECIMENTO CARDIOVASCULAR: · ICC · DAC · HAS · Arritmia: Bloqueio átrio ventricular(principalmente) e fibrilação atrial. · Insuficiência vertebro basilar · Hipotensão ortostática MEDICAMENTOS ASSOCIADOS A QUEDA: · Antipsicotico (risperidona, quetiapina) · Sedativos (benzodiazepínicos) · Antidepressivo · Ansiolíticos · Antiarrítmicos · Anticonvulsivante · Antiepilépticos · Diuréticos OBS: O idoso pode utilizar esses medicamentos, desde que com o devido cuidado com as doses para não aumentarem o risco de queda. AVALIAÇÃO DE UM PACIENTE QUE SOFREU QUEDA: O médico deve avaliar: · Orientação (data e hora) · Sinais vitais (PA de pé e deitado) · Sinais de localização neurológica · Hidratação, anemia, estado nutricional · Exame físico tradicional incluindo pesquisa de trauma oculto (cabeça, coluna, costela, pelve e quadril). · Exame dos pés. TESTE DE GET UP GO (TUG): Paciente está sentado na cadeira, ele levanta, anda 3 metros, volta e senta, sem apoiar. Qual o tempo que esse paciente faz esse teste? Independente: realiza o testes em < de 10 segundos. Paciente com risco de queda: realiza o teste em > de 15 segundos. OBS.: É o melhor teste para avaliar o equilíbrio no idoso. AVALIAÇÃO LABORATORIAL DO PACIENTE QUE SOFREU A QUEDA: · Exames essenciais: Hemograma, Glicemia, Eletrólitos, Função renal, TSH, Vitamina B12, Vitamina D (72% de deficiência em clínica de queda). · Exames especiais: Níveis terapêuticos de drogas, INR em caso de anticoagulação, EAS/ECG/HOLTER 24H, RX de tórax / Ecocardiograma, Sensibilidade do seio carótideo. · Paciente apresenta queda e achados neurológicos recentes: TC ou uma RNM. · Paciente com anormalidade significativa de marcha: radiográfica vertebral e RNM(para excluir espondilite cervical e estenose lombar). SÍNDROME PÓS QUEDA: É a diminuição da capacidade de o paciente deambular, a decadência, o fracasso, a vulnerabilidade, por conta disso, causa uma humilhação por ter sofrido a queda. Ele apresenta depressão por conta da queda. Paciente tem medo de andar de novo, ele recusa a reabilitação (fisioterapia). E acaba levando a imobilidade. MEDIDAS PREVENTIVAS CONTRA QUEDA: · Tratamento da osteoporose(reduz risco de fratura) · Controle das doses dos medicamentos (principalmente psicotrópicos) · Tratar alcoolismo · Controle ambiental · Tratar doenças dos pés · Fazer exame oftalmológico regular · Exercícios físicos: · Aeróbicos (aumentando de expectativa de vida, independência funcional, diminui o risco de cardiopatia, de osteoporose, de fraturas e depressão). · Musculação · De equilíbrio: · Alongamento(aumenta a flexibilidade) · Tai shi shuan (o melhor) · Pilates OBS.: Curiosidade: Hoje em dia estão tentando fabricar um “short prótese” para proteger o quadril em casos de queda. Porem, esses não demonstraram eficácia e funcionalidade, ou seja, não funcionaram. CONSIDERAÇÕES: É consenso que a queda é um evento de multifatorial de alta complexidade terapêutica e de difícil prevenção, exigindo dessa forma uma abordagem multidisciplinar. O objetivo é manter a capacidade funcional da pessoa, entendendo esse novo conceito de saúde particularmente relevante para os idosos como a manutenção plena das habilidades físicas e mentais prosseguindo com uma vida independente e autônoma. CASO CLÍNICO: JL, 79 anos, sexo masculino. Razão da internação: · Fratura de colo de fêmur esquerdo secundário a queda da própria altura · Infecção urinária e pulmonar Problemas médicos prévios: · HAS sem tratamento, com lesões em órgãos alvos · AVE isquêmico com sequelas, sem prevenção secundária · Déficit cognitivo leve com transtorno do comportamento · Disartria · Disfagia · Hemiparesia direita: instabilidade postural com quedas frequentes no ultimo ano · Dependência parcial – ABVD · Incontinência urinária de urgência · Hipoacuidade visual: degeneração macular progressiva · Tabagista (130 maços/ano) · Hiperblasia prostática benigna · Depressão maior sem tratamento · Suporte social insuficiente – mora sozinho Exame físico: · Cardiovascular: RCR 2T PA: 160/80 mmHg · Respiratório: MV difusamente reduzido, roncos difusos, FR: 30 irpm. · Digestivo: sem alterações. · Neurológico: hemiparesia direita, minimental: 21/30 (déficit de cognição leve) Exames complementares: · Hb: 10,6 g/dL · Leucócitos: 15.000 · Creatinina: 1,6 · Urinocultura: E. coli · R-X: massa em lobo superior esquerdo, infiltrado em base esquerda. Conduta: · Iniciar ATB. · Iniciar medidas preventivas Tratamento proposto: · Tratamento ortopédico conservador com controle rigoroso da dor. · Fisioterapia respiratória · Avaliação pela urologia · Avaliação pela oncologia (doença avançada sem possibilidade de tratamento)
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