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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE SETE LAGOAS-UNIFEMM Unidade de Ciências Gerenciais-UEGE Engenharia Química – Fenômenos de Transporte Adriana F.R. Teixeira - 035445 Eliane Coelho Ferreira - 034853 Lucimara Batista Oliveira - 035467 Sayonara S. V. de Carvalho - 034793 DETERMINAÇÃO DE VISCOSIDADE DE FLUIDOS Sete Lagoas 2020 1. INTRODUÇÃO O conceito de viscosidade refere-se ao atrito das moléculas dos fluidos entre si e isso ocorre devido às interações intermoleculares. Em outras palavras, ela descreve a resistência interna do material em fluir. Os fluidos podem ser classificados como Newtonianos ou Não Newtonianos, sendo que os Newtonianos comportam-se segundo a Lei de Newton e os Não Newtonianos não a seguem. Os fluidos Não Newtonianos apresentam um comportamento mais complexo do que os que seguem a Lei de Newton e seu comportamento não é linear. Cada fluido possui um coeficiente de viscosidade. A viscosidade varia com a temperatura e está relacionada às interações intermoleculares. Quanto mais fortes forem estas interações, maior será a dificuldade do fluido de fluir. A relação entre a viscosidade e a temperatura é inversamente proporcional, ou seja, ao aumentar a temperatura, a viscosidade diminui. Alguns métodos podem ser usados para determinar a viscosidade, como a determinação da velocidade de escoamento do líquido através de um tubo capilar (Lei de Poiseuille) ou com base na velocidade de queda de um corpo esférico conhecido através do líquido (Lei de Stokes). Ambos os métodos podem ser aplicados a líquidos de escoamento laminar. Para calcular matematicamente a viscosidade, de acordo com a Lei de Newton, utiliza-se a equação (Eq.1) descrita abaixo. (Eq.1) Onde: τ: é a viscosidade µ: é o coeficiente de viscosidade (viscosidade dinâmica); : é o gradiente de velocidade 1.1. Lei de Stokes O deslocamento de um corpo através de um fluido viscoso sofre influência de uma Força Viscosa (Força de Arraste), proporcional à velocidade, segundo a Lei de Stokes. Pode-se calcular a viscosidade, matematicamente, de acordo com o método de Stokes, através da equação (Eq.2) descrita abaixo. (Eq.2) Onde: m: é a massa da esfera (corpo que irá se deslocar através do fluido) g: é a gravidade : é o peso específico do fluido Ve: é o Volume da esfera R: é o raio da esfera v: é a velocidade de deslocamento da esfera Com base nas informações introduzidas acima, foi realizada uma atividade prática de determinação da viscosidade de três fluidos, diferentes entre si, utilizando o método de Stokes. 2. OBJETIVOS A realização da atividade prática de determinação da viscosidade de fluidos objetivou a compreensão na prática do conteúdo visto em sala de aula. Além disso, também teve como objetivo visualizar a diferença da viscosidade de três fluidos diferentes e como isto interfere no deslocamento da esfera. 3. MATERIAIS Para realização da prática, foram necessários os materiais descritos a seguir. Viscosímetro de Stokes – é um equipamento utilizado para estudar a Figura 1: Forças atuantes sobre a esfera no meio viscoso e representação do Viscosímetro de Stokes. Fonte: <https://www1.univap.br/spilling/FQ>E2/FQE2_EXP9_Stokes.pdf Figura 2: Paquímetro. Fonte: < https://www.lojadomecanico.com.br/produto/89968/3/204/paquimetro-universal- 005mm-6-pol-tramontina-pro-44540001> queda de um corpo esférico em um meio viscoso, lei de Stokes, forças atuantes no corpo durante a queda, força de empuxo, força de arrasto, número de Reynolds, viscosidade absoluta (dinâmica), viscosidade cinemática e a velocidade terminal do corpo no líquido. O viscosímetro está representado na figura a seguir (FIGURA 1), assim como as forças atuantes sobre o corpo esférico. Paquímetro – instrumento de medição, de alta precisão, dotado de uma escala e um cursor móvel. É utilizado para medições lineares por contato. A figura abaixo (FIGURA 2) mostra um exemplo de paquímetro. Balança de precisão – equipamento de alta precisão aplicado ao cálculo das massas de sólidos e líquidos não voláteis. A imagem abaixo é uma representação da balança utilizada no experimento. https://www1.univap.br/spilling/FQ%3eE2/FQE2_EXP9_Stokes.pdf https://www.lojadomecanico.com.br/produto/89968/3/204/paquimetro-universal-005mm-6-pol-tramontina-pro-44540001 https://www.lojadomecanico.com.br/produto/89968/3/204/paquimetro-universal-005mm-6-pol-tramontina-pro-44540001 Esferas de Aço – Na prática foram utilizadas esferas de aproximadamente 5 mm de diâmetro e de massas aproximadamente 0,45g, semelhantes às representadas na figura a seguir (FIGURA 4); Cronômetro – instrumento de precisão usado em medições de tempo precisas e pode medir até mesmo frações de segundo. Durante a prática foi utilizado o cronômetro do celular. Trena – é uma régua flexível, também conhecida como fita métrica, utilizada para medir distâncias, comprimentos. 4. PROCEDIMENTOS Inicialmente registrou-se a temperatura ambiente do laboratório. Depois foram escolhidas nove esferas de aço e, utilizando uma balança analítica, mediu- Figura 3 – Balança de precisão. Fonte: < https://www.genesiscientifica.com.br/balanca-analitica-de- precisao-0,01-shimadzu-bl-3200h-capacidade-3200g-p39> Figura 4 – Esferas de Aço. Fonte: < https://produto.mercadolivre.com.br/MLB-865272980-esfera-aco- inox-304-5-mm-alta-qualidade-100-pecas-_JM?quantity=1> https://www.genesiscientifica.com.br/balanca-analitica-de-precisao-0,01-shimadzu-bl-3200h-capacidade-3200g-p39 https://www.genesiscientifica.com.br/balanca-analitica-de-precisao-0,01-shimadzu-bl-3200h-capacidade-3200g-p39 https://produto.mercadolivre.com.br/MLB-865272980-esfera-aco-inox-304-5-mm-alta-qualidade-100-pecas-_JM?quantity=1 https://produto.mercadolivre.com.br/MLB-865272980-esfera-aco-inox-304-5-mm-alta-qualidade-100-pecas-_JM?quantity=1 se a massa delas. O resultado lido na balança foi dividido por nove (a quantidade total de esferas), e assim obteve-se a massa média de cada uma. Posteriormente mediu-se o diâmetro de cada esfera, com o auxílio de um paquímetro, e foi feita a média dos valores. Em seguida mediu-se a altura da proveta de vidro, distância esta que foi a percorrida pela esfera na descida. Agora com todas as medidas necessárias conhecidas iniciou-se a segunda parte do experimento para determinar a viscosidade dos fluidos. Soltou-se no centro de cada proveta uma esfera de cada vez e cronometrou-se o tempo de queda que cada uma levou para se deslocar entre o início e o fim da marcação (FIGURA 5). O procedimento foi feito em triplicata. Sendo três esferas para serem imersas na glicerina, três para o óleo de mamona e três para o óleo SAE 30W. Figura 5: Solturas das esferas nas provetas. Fonte: Arquivo pessoal. 5. RESULTADOS Tendo registrados todos os dados, pudemos calcular a viscosidade dos fluidos por meio algébrico (FIGURAS 7, 9,11). Sendo esses valores dispostos nas tabelas apresentadas abaixo (FIGURAS 6, 8,10): Figura 6: Tabela com os valores calculados para a glicerina. Fonte: Disponibilizada pelo professor e arquivo pessoal. Figura 7: Cálculos algébricos para a glicerina. Fonte: Arquivo pessoal. Figura 8: Tabela com os valores calculados para o óleo de mamona. Fonte: Disponibilizada pelo professor e arquivo pessoal. Figura 9: Cálculos algébricos para o óleo de mamona. Fonte: Arquivo pessoal. Figura 10: Tabela com os valores calculados para o óleo SAE 30W. Fonte: Disponibilizada pelo professor e arquivo pessoal. Figura 11: Cálculosalgébricos para o óleo SAE 30W. Fonte: Arquivo pessoal. 6. DISCUSSÃO Os valores encontrados na literatura para as massas específicas dos fluidos 1 (glicerina), 2 (óleo de mamona) e 3 (óleo SAE 30W) foram, em média: Fluido 1: 1260 Kg/m 3 (a 20°C e 1 atm). Fluido 2: 950 Kg/m 3 (a 20°C e 1 atm). Fluido 3: 891 Kg/m 3 (a 20°C e 1 atm). E os valores tabelados da viscosidade absoluta/dinâmica são, também em média: Fluido 1: 1,49 Pa.s (a 20°C e 1 atm). Fluido 2: 0,986 Pa.s (a 20°C e 1 atm). Fluido 3: 0,20 Pa.s (a 20°C e 1 atm). Podemos observar que a viscosidade calculada para o fluido1 ficou cerca de 2,5x menor que o valor tabelado. Já para o fluido 2 esse valor foi de aproximadamente 5,5x menor. E o fluido 3 foi o que teve menor variação: próximo de 0,65x maior. Podemos assumir essa diferença entre os valores como sendo resultado de diversos fatores, nomeadamente: O tempo em que a esfera demorou a percorrer a proveta pode não ter sido devidamente cronometrado, devido ao baixo grau de reflexos humanos. Presença de impurezas tanto nos equipamentos como nos fluidos, pois as mesmas alterariam a ação da viscosidade dos fluidos sobre as esferas. O fato do coeficiente de viscosidade tabelado ter sido obtido a uma temperatura de 20°C, enquanto a temperatura real do laboratório estava em torno de 25°C. Segundo Fox (2011) e Brunetti (2008), a viscosidade de um fluido é inversamente proporcional à temperatura, apresentando também muita sensibilidade à mesma. Sendo assim, os resultados obtidos (com exceção do fluido 3), demostram um comportamento coerente com a literatura, no qual temperaturas maiores implicam menores valores de viscosidade, já que o aumento da temperatura é o aumento da energia cinética das partículas, o que faz com que as forças intermoleculares sejam menos efetivas e, portanto, a viscosidade seja menor. Uma possível inexatidão das medidas dos raios das esferas, assim como suas massas, já que se utilizou a média entre elas e não os reais valores. 7. CONCLUSÃO Os objetivos propostos foram alcançados satisfatoriamente, visto que foi possível determinar a viscosidade de uma substância a partir da Lei de Stokes. Os experimentos realizados também puderam confirmar vários itens teóricos no estudo da viscosidade dos fluidos. No entanto alguns fatores como a pureza do fluido utilizado, a cronometragem, a temperatura ambiente, falhas de medidas associadas à massa e raio das esferas, ocasionaram erros percentuais consideráveis comparados com os das viscosidades encontradas na literatura, conforme apresentados nos resultados e discussões. 8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BRUNETTI, Franco. Mecânica dos fluidos. 2008. FOX, Robert W.; MCDONALD, Alan T.. Introdução à Mecânica dos Fluidos. 2011. BERTULANI, C., DOLCI, D., PAULA, D.T. Hidorstática: Tabela de propriedades de fluidos. Universidade Federal do Rio de Janeiro. Disponível em: <https://www.if.ufrj.br/~bertu/fis2/hidrostatica/tab> <https://www.prolab.com.br/blog/curiosidades/o-que-e-viscosidade-de-um-fluido/> <https://www.iq.unesp.br/Home/Departamentos/FisicoQuimica/gustavotroiano/pratica- 12.pdf> <http://professor.ufop.br/sites/default/files/melissadequi/files/viscosidade.pdf> < https://files.cercomp.ufg.br/weby/up/56/o/FQExpServ_P4_viscosimetria.pdf> <https://www.cidepe.com.br/index.php/br/produtos-interna/viscosimetro-de-stokes- https://www.prolab.com.br/blog/curiosidades/o-que-e-viscosidade-de-um-fluido/ https://www.iq.unesp.br/Home/Departamentos/FisicoQuimica/gustavotroiano/pratica-12.pdf https://www.iq.unesp.br/Home/Departamentos/FisicoQuimica/gustavotroiano/pratica-12.pdf http://professor.ufop.br/sites/default/files/melissadequi/files/viscosidade.pdf https://files.cercomp.ufg.br/weby/up/56/o/FQExpServ_P4_viscosimetria.pdf https://www.cidepe.com.br/index.php/br/produtos-interna/viscosimetro-de-stokes-multicronometro-5-sensores-2-tubos-15670 multicronometro-5-sensores-2-tubos-15670> <http://www.sucrana.com.br/tabelas/peso-especifico-materiais.pdf> https://www.cepsa.com/stfls/CepsaPt/O%20Que%20Oferecemos/Lubrificantes/Ficheros _Lubrificantes/Ursa%20HD%20Monograde%20EU-PT-4-P1- 260712%20[Scanlube%20&%20Valencia].pdf https://www.cidepe.com.br/index.php/br/produtos-interna/viscosimetro-de-stokes-multicronometro-5-sensores-2-tubos-15670 http://www.sucrana.com.br/tabelas/peso-especifico-materiais.pdf https://www.cepsa.com/stfls/CepsaPt/O%20Que%20Oferecemos/Lubrificantes/Ficheros_Lubrificantes/Ursa%20HD%20Monograde%20EU-PT-4-P1-260712%20%5bScanlube%20&%20Valencia%5d.pdf https://www.cepsa.com/stfls/CepsaPt/O%20Que%20Oferecemos/Lubrificantes/Ficheros_Lubrificantes/Ursa%20HD%20Monograde%20EU-PT-4-P1-260712%20%5bScanlube%20&%20Valencia%5d.pdf https://www.cepsa.com/stfls/CepsaPt/O%20Que%20Oferecemos/Lubrificantes/Ficheros_Lubrificantes/Ursa%20HD%20Monograde%20EU-PT-4-P1-260712%20%5bScanlube%20&%20Valencia%5d.pdf
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