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23/05/2019 1 VINIFICAÇÃO Ano lectivo 2018/2019 Aulas Práticas Sofia Catarino Mestrado em Engenharia de Viticultura e Enologia Mestrado em Engenharia de Viticultura e Enologia Aula PROGRAMA 21/fev 28/fev 07/mar14/mar21/mar 04/abr 04/abr 11/abr 18/abr 25/abr 02/mai 09/mai 16/mai 23/mai 30/mai 1 Análise de bagos Χ 2 Determinações densimétricas e refractométricas em mostos Χ 3 Determinações acidimétricas em mostos Χ 4 Determinação do azoto assimilável em mostos Χ 5 Determinação do teor alcoólico Χ 6 Determinação da massa volúmica e do extracto seco Χ 7 Determinações acidimétricas Χ 8 Determinação do dióxido de enxofre Χ 9 Pesquisa da fermentação maloláctica Χ 10 Determinação das substâncias redutoras e glucose + frutose Χ 11 Determinação da intensidade e tonalidade da cor Χ 12 Determinações dos cloretos e dos sulfatos Χ 13 Discussão de Boletins de Análise. Discussão dos Relatórios das Aulas Práticas Χ 23/05/2019 2 Mestrado em Viticultura e Enologia Determinação dos cloretos e dos sulfatos de um vinho Mestrado em Engenharia de Viticultura e Enologia A ocorrência de sulfatos no vinho O vinho contém, naturalmente, uma pequena quantidade de sulfatos provenientes da uva. Este teor está geralmente compreendido entre 0,1 e 0,4 g/l, expressos em K2SO4 O seu teor pode aumentar durante a conservação do vinho: Arejamento: oxidação do ácido sulfuroso (H2SO3) Correcções sulfurosas Adição de gesso (CaSO4) Adição de ácido sulfúrico (H2SO4): fraude Adição de sulfato de amónio [[[[(NH4)2SO4]]]] Adição de outros sais como fraude Adição de CuSO4 Vinhos fortemente sulfitados e arejados… 23/05/2019 3 Mestrado em Engenharia de Viticultura e Enologia Níveis de ocorrência: 0,15 a 0,70 g/l (K2SO4) Origem endógena: 0,1 a 0,4 g/l (K2SO4) 2 g/l (Portaria 334/94) Limites máximos admissíveis (OIV): 1 g/l (K2SO4) Casos particulares: • Vinhos com estágio em madeira ≥≥≥≥ 2 anos • Vinhos “adoçados” com mosto concentrado • Vinhos obtidos por adição de álcool ao mosto/vinho • Vinhos produzidos com mosto concentrado • vinhos doces naturais • vinhos envelhecidos em ambiente fortemente oxidativo: 2,5 g/l 1,5 g/l 2,0 g/l Mestrado em Engenharia de Viticultura e Enologia Determinação analítica do teor de sulfatos Método OIV-MA.AS321-05A (Tipo II, método referência) Princípio do método: Precipitação dos sulfatos, na forma de sulfato de bário, e determinação gravimétrica, após secagem e calcinação. O fosfato de bário precipitado em simultâneo é eliminado por lavagem com ácido clorídrico. Vinhos com elevados teores de sulfuroso devem ser previamente dessulfitados (ebulição ao abrigo do ar). 23/05/2019 4 10 ml vinho + 3,5 ml BaCl2 + 5,0 ml BaCl2 + 10,0 ml BaCl2 1ª etapa: Agitar e levar à ebulição. 1-2 h repouso 2ª etapa: O líquido de cada tubo é decantado, filtrado e dividido por outros 2 tubos: + H2SO4 + BaCl2 Método OIV-MA.AS321-05B (retirado) - Método rápido de Marty Princípio do método: Classificação dos vinhos em várias categorias por um método dito de limites, baseado na precipitação dos sulfatos, sob a forma de sulfato de bário, por uma solução titulada de cloreto de bário. Método rápido, semi-quantitativo. K2SO4 (aq) + BaCl2 (aq) →→→→ BaSO4 (sol) ↓↓↓↓ + 2KCl (aq) (1 ml da sol. BaCl2 precipita 2 mg de K2SO4) Solução de BaCl2: 2,804 g (BaCl2.2H2O) + 10 ml HCl conc. + H2O (balão 1 l) Ensaio Após filtração, adição de: Conclusão H2SO4 (I) BaCl2 (II) 1º ensaio (+ 3,5 ml sol. BaCl2) turvo límpido < 0,7 g K2SO4/l límpido turvo > 0,7 g K2SO4/l 2º ensaio (+ 5,0 ml sol. BaCl2) turvo límpido < 1,0 g K2SO4/l límpido turvo > 1,0 g K2SO4/l 3º ensaio (+ 10,0 ml sol. BaCl2) turvo límpido < 2,0 g K2SO4/l límpido turvo > 2,0 g K2SO4/l • Adição de H2SO4: testa a presença de Ba (adicionado, em excesso), não precipitado com os sulfatos naturalmente presentes no vinho. Formação de BaSO4 (turvação); • Adição de BaCl2: testa a eventual presença de sulfatos (remanescente) K2SO4 (aq) + BaCl2 (aq)→→→→ BaSO4 (sol) ↓↓↓↓ + 2KCl (aq) 23/05/2019 5 Mestrado em Engenharia de Viticultura e Enologia A ocorrência de cloretos no vinho O teor de cloretos nas uvas e nos vinhos é muito variável: • Pode ultrapassar 1g/l (NaCl) em vinhos provenientes de uvas produzidas na proximidade do mar/solos salgados. • Normalmente < 50 mg/l Causas de enriquecimento: • Colagens com clara de ovo ou gelatinas líquidas (por adição de NaCl); • Adição de sais (para aumento do extracto seco) contendo cloretos; • Resíduos de produtos de limpeza; • Podridão nobre (cloro orgânico em mostos de uvas contaminadas por Botrytis cinerea) • Adição de AgCl para eliminação de “off-flavours” Mestrado em Engenharia de Viticultura e Enologia Interesse da determinação analítica: • Limite máximo admissível: ≤≤≤≤ 1 g/l (expressos em NaCl) • Tipicidade Métodos de análise • Método rápido (semi-quantitativo) • Doseamento por titulação potenciométrica • Doseamento por titulação condutivimétrica 23/05/2019 6 Método rápido Princípio do método: Os cloretos existentes no vinho são precipitados por uma sol. de AgNO3 sob a forma de AgCl: NaCl (aq) + AgNO3 (aq) →→→→AgCl (s) ↓↓↓↓ + NaNO3 (aq) 10 ml vinho + 10,0 ml AgNO3 1ª etapa: Levar à ebulição 2ª etapa: + HNO3 Após arrefecimento, filtrar + solução de cloreto (algumas gotas) Se turvar: < 1 g/l (NaCl) • Adição de solução de cloreto: testa a presença de Ag (adicionada, em excesso), não precipitada com os cloretos naturalmente presentes no vinho. Formação de AgCl (turvação) Para verificar se existem menos de 0,1 – 0,2 – 0,3 g/l (NaCl) realizar ensaio semelhante adicionando aos 10 ml de vinho, 1-2-3 ml da solução de AgNO3, respectivamente 1 ml da sol. AgNO3 precipita 1 mg de cloretos Solução de AgNO3: 2,906 g AgNO3 + 40 ml HNO3 conc. + H2O (balão 1 l)