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Material Específico – Educação Física (uso no 1º sem/2020) – CQA/UNIP 
 
1 
Questões 9 e 10 
Questão 9.1 
O desenvolvimento motor harmonioso da criança depende de uma série de fatores, dentre 
os quais se destacam as oportunidades para a prática, o encorajamento e o ensino em 
ambiente propício ao aprendizado. Embora relacionadas à idade, há numerosas variações 
entre as crianças e entre os padrões de movimento no desempenho de tarefas 
fundamentais. 
Considerando o texto apresentado, avalie as asserções a seguir e a relação proposta entre 
elas. 
I. A sequência de progressão no desenvolvimento motor ao longo dos estágios inicial, 
elementar e maduro é a mesma para a maioria das crianças, embora o ritmo varie, 
dependendo de fatores ambientais e hereditários. 
PORQUE 
II. Crianças na mesma faixa etária podem estar no estágio inicial em algumas tarefas 
motoras e, em outras, no estágio elementar ou no estágio maduro. 
A respeito dessas asserções, assinale a opção correta. 
A. As asserções I e II são proposições verdadeiras e a II é uma justificativa correta da I. 
B. As asserções I e II são proposições verdadeiras e a II não é uma justificativa correta da 
I. 
C. A asserção I é uma proposição verdadeira e a II é uma proposição falsa. 
D. A asserção I é uma proposição falsa e a II uma proposição verdadeira. 
E. As asserções I e II são proposições falsas. 
 
Questão 10.2 
O desenvolvimento humano tem sido objeto de grande interesse para estudiosos e educadores há 
muitos anos. O conhecimento dos processos de desenvolvimento situa-se no âmago da educação, 
seja na sala de aula, no ginásio ou no campo de esportes. Salienta-se que, sem um profundo 
conhecimento dos aspectos do desenvolvimento do comportamento humano, os educadores 
somente podem supor as técnicas educacionais apropriadas e os procedimentos de interferência. Os 
educadores que, em seu ensino, se baseiam no modo desenvolvimentista, incorporam experiências 
de aprendizagem que são apropriadas não somente às idades cronológicas, mas, também, de 
maneira mais importante, aos níveis de desenvolvimento dos indivíduos que estão sendo ensinados. 
GALLAHUE, D.; OZMUN, J. Compreendendo o desenvolvimento motor. São Paulo: Phorte, 2003 (com adaptações). 
 
 
 
 
1Questão 27 – Enade 2014. 
2Questão discursiva 3 – Enade 2014. 
Material Específico – Educação Física (uso no 1º sem/2020) – CQA/UNIP 
 
2 
Considerando o texto apresentado, faça o que se pede nos itens a seguir. 
a) Relacione duas características do desenvolvimento humano de crianças de 3 a 7 anos 
com o processo de aprendizagem. 
b) Cite as respectivas interações necessárias para que o desenvolvimento motor seja 
contínuo ao longo do ciclo da vida. 
 
1. Introdução teórica 
 
1.1. Desenvolvimento motor 
 
O desenvolvimento motor é a mudança contínua do comportamento motor ao longo 
da vida e é o resultado da interação entre as exigências da tarefa motora, a biologia do 
indivíduo e as condições do ambiente. 
O processo de desenvolvimento motor ocorre por meio de mudanças no 
comportamento dos movimentos ao longo do tempo. Bebês, crianças, adolescentes e 
adultos estão envolvidos no processo de aprender como movimentar-se em resposta às 
mudanças do ambiente. 
Desse modo, o movimento pode ser agrupado em categorias: as tarefas de 
movimento de estabilidade, de locomoção e de manipulação ou a combinação dessas três 
tarefas. 
O movimento de estabilidade exige certo grau de equilíbrio ou postura e abrange 
movimentos como torcer, virar, puxar e empurrar. 
Locomoção é o movimento que envolve mudança na localização do corpo em relação 
a um ponto fixo e como se movimenta do ponto A ao B (caminhando, correndo, pulando ou 
saltitando). 
A categoria de manipulação refere-se à manipulação motora ampla e fina. A 
manipulação motora ampla envolve lançar, pegar, chutar e rebater um objeto. A 
manipulação motora fina inclui costurar, cortar com tesouras e digitar. 
Há um grande número de movimentos que envolvem a combinação de categorias, 
como pular corda (pular: locomoção; rodar a corda: manipulação; manter o equilíbrio: 
estabilidade) e jogar futebol (correr e pular: locomoção; driblar, passar, chutar e cabecear: 
manipulação; esquivar, alcançar, virar, girar: estabilidade). 
Material Específico – Educação Física (uso no 1º sem/2020) – CQA/UNIP 
 
3 
Um dos modos de estudar o processo do desenvolvimento motor é observar a 
progressão sequencial das habilidades ao longo da vida. Gallahue et al. (2013) propõem o 
modelo da ampulheta triangulada do desenvolvimento motor, conforme figura 1. 
 
Figura 1. Fases e estágios do desenvolvimento motor. 
GALLAHUE et al., 2013. 
 
Segundo a ampulheta triangulada de Gallahue (2013), na fase do movimento reflexo, 
os movimentos são involuntários e formam a base das fases do desenvolvimento motor. As 
reações do bebê ao toque, à luz, ao som e à mudança de pressão disparam a atividade do 
movimento involuntário e, por meio da atividade reflexa, o bebê consegue obter 
informações sobre o ambiente. 
Na fase do movimento rudimentar, os movimentos são as primeiras formas de 
movimento voluntário. Envolvem movimentos de estabilidade (adquirir controle sobre a 
cabeça e o pescoço), manipulação (alcançar, pegar e soltar) e locomoção (arrastar-se, 
engatinhar e caminhar). São determinados pela maturação e caracterizados por uma 
sequência de surgimento previsível. Porém o surgimento dessas capacidades depende de 
fatores ambientais, biológicos e de tarefa. 
Material Específico – Educação Física (uso no 1º sem/2020) – CQA/UNIP 
 
4 
Na fase do movimento fundamental, as habilidades desse movimento são frutos da 
fase de movimento rudimentar, em que a criança explora e experimenta o potencial de 
movimentos de estabilidade, locomoção e manipulação. As crianças aprendem como 
responder com controle motor e com competência de movimento a uma variedade de 
estímulos. 
Na infância, a criança deve desenvolver uma mecânica corporal eficiente em vários 
movimentos. Os padrões do movimento fundamental são padrões de comportamento 
básicos observáveis. São exemplos de movimentos fundamentais as atividades locomotoras 
(correr e pular), manipulativas (arremessar e pegar) e estabilizadoras (caminhar sobre uma 
barra e equilibrar-se em um pé), que podem ser desenvolvidas nos primeiros anos da 
infância. Essas habilidades são influenciadas pela maturação e pela demanda de tarefa e 
fatores ambientais (oportunidades de prática, incentivo, instrução e contexto). 
Os movimentos fundamentais são subdivididos em estágio inicial, estágio elementar e 
estágio maduro. No estágio inicial, em geral, estão os movimentos de locomoção, 
manipulação e estabilidade de crianças dos 2 aos 3 anos. Os movimentos no estágio inicial 
são caracterizados pela ausência de determinadas partes ou pela sequência inapropriada de 
movimento, pelo uso restrito ou exagerado do corpo, pela má coordenação e pelo fluxo 
rítmico. A integração espacial e temporal do movimento é insatisfatória. 
No estágio elementar, os movimentos envolvem a aquisição de maior controle motor 
e coordenação rítmica. Há melhora na sincronização dos elementos temporais e espaciais do 
movimento, porém os padrões de movimentos ainda são restritos ou exagerados. Crianças 
de 3 a 5 anos apresentam habilidades de movimento fundamental em vários estágios 
elementares. Tanto adultos quanto crianças não conseguem avançar além desses estágios 
elementares em uma ou mais habilidades de movimento fundamental. 
No estágio maduro ou proficiente, os movimentos caracterizam-se por performances 
mecanicamente eficientes, coordenadas e controladas. Com oportunidades contínuas de 
prática, estímulo e instrução, é possível melhorar os componentes de distância, rapidez, 
quantidade e precisão. As crianças podem e devem estar no estágio proficiente aos 5 ou 6 
anos na maioria das habilidades fundamentais. Esse estágio pode ser alcançado pormeio de 
oportunidades de prática, incentivo e instrução em um ambiente que promova o 
aprendizado. Quando as oportunidades de prática não são oferecidas, torna-se 
extremamente difícil para o indivíduo alcançar a proficiência nas habilidades de movimento 
fundamental e seu desenvolvimento posterior (fase do movimento especializado). 
Material Específico – Educação Física (uso no 1º sem/2020) – CQA/UNIP 
 
5 
Na fase do movimento especializado, o progresso das habilidades depende do 
desenvolvimento dos movimentos fundamentais. As habilidades de estabilidade, locomoção 
e manipulação são refinadas, combinadas e reelaboradas para usos em diversas situações. 
Os movimentos fundamentais de pular e saltar podem ser aplicados em atividades de pular 
corda e de realizar danças folclóricas. O desenvolvimento das habilidades na fase do 
movimento especializado depende da tarefa, do indivíduo e do ambiente. Alguns fatores 
condicionantes são o tempo de reação e a velocidade do movimento, a coordenação, o tipo 
de corpo, a altura e o peso, os costumes, a cultura e a constituição emocional. 
Os limites etários de cada fase do desenvolvimento motor são orientações gerais que 
ilustram o conceito de adequação da idade. Porém, com frequência, o desenvolvimento dos 
indivíduos nas diferentes fases depende das experiências e da constituição genética de cada 
um. 
Por exemplo, para um menino de 10 anos, as atividades de estabilidade em 
movimentos de ginástica podem estar na fase do movimento especializado; já as habilidades 
de manipulação e locomoção, como arremessar, pegar ou correr, podem estar no estágio 
elementar da fase de movimento fundamental. 
 
Indicação bibliográfica 
 
• GALLAHUE, D. L.; OZMUN, J.; GOODWAY, J. D. Compreendendo o desenvolvimento 
motor: bebês, crianças, adolescentes e adultos. 7. ed. Porto Alegre: AMGH, 2013. 
 
Questão 11.3 
Esporte, após a sua revolução conceitual, a partir do pressuposto de direito de todos à prática 
esportiva, passou a ser compreendido por meio das três manifestações esportivas, que na verdade 
são as formas de exercício deste direito e constituem-se nas efetivas dimensões do esporte: a) o 
esporte-educação; b) o esporte-participação ou esporte popular; c) esporte-performance ou de 
rendimento. É evidente que estas dimensões sociais do esporte, explicadas pelo argumento do seu 
conceito, por sua vez, compreendem uma série de situações sociais específicas, que fazem os seus 
contornos. O aprofundamento de qualquer destas dimensões será o resultado da abordagem nas 
suas situações sociais intrínsecas. 
TUBINO, M.J. Dimensões sociais do esporte. São Paulo: Cortez, 1992 (com adaptações). 
 
Considerando o texto e o conteúdo correlato, avalie as afirmações a seguir. 
I. Quando o esporte é analisado fora das suas dimensões sociais, incorre-se no erro do 
reducionismo quanto à sua visão e às perspectivas como fenômeno social. 
 
3Questão 14 – Enade 2014. 
Material Específico – Educação Física (uso no 1º sem/2020) – CQA/UNIP 
 
6 
II. O principal equívoco histórico do entendimento do esporte-educação é a sua percepção 
como um ramo do esporte-performance ou do rendimento. 
III. O esporte-participação é a dimensão social do esporte referenciado como o princípio do 
prazer lúdico, que tem como finalidade o bem-estar social dos seus participantes. 
IV. O esporte-performance ou de rendimento é, também, a dimensão social que propicia os 
espetáculos esportivos, em que uma série de possibilidades sociais positivas e negativas 
podem acontecer. 
É correto o que se afirma em 
A. II, apenas. 
B. I e III, apenas. 
C. I e IV, apenas. 
D. II, III e IV, apenas. 
E. I, II, III e IV. 
 
1. Introdução teórica 
 
Dimensões sociais do esporte 
 
Atualmente, o esporte é visto como um fenômeno sociocultural. Além do rendimento, 
os aspectos educativos e de bem-estar social do esporte passaram a ser levados em conta. 
O esporte apresenta relevância social, pois é um meio de socialização, favorece o 
desenvolvimento de consciência comunitária, é uma atividade prazerosa e exerce função de 
coesão social. 
O esporte está vinculado à área da educação. Ele estimula a participação de pessoas 
comuns e é visto como um direito de todos. 
De acordo com Tubino (2001), as dimensões sociais do esporte são: 
• esporte-educação; 
• esporte-participação ou esporte popular; 
• esporte-performance ou esporte de rendimento. 
Essas dimensões são descritas a seguir. 
 
1.1. Esporte-educação 
 
Material Específico – Educação Física (uso no 1º sem/2020) – CQA/UNIP 
 
7 
O esporte-educação deve apresentar um conteúdo fundamentalmente educativo, 
vinculado a três áreas de atuação pedagógica: 
• integração social; 
• desenvolvimento psicomotor; 
• atividades físicas educativas. 
A área de integração social deve assegurar a participação autêntica e oferecer aos 
alunos oportunidades de decidir a organização das atividades e de intervir nas atividades 
esportivas extraescolares. 
Na área de desenvolvimento psicomotor, devem ser oferecidas atividades que 
atendam às necessidades de movimento e que permitam a análise crítica e a autoavaliação. 
A área de atividades físicas educativas deve proporcionar o desenvolvimento das 
aptidões e capacidades. O esporte-educação também é importante na formação para a 
cidadania. 
 
1.2. Esporte-participação 
 
O esporte-participação apresenta a finalidade do bem-estar social e do prazer lúdico 
dos participantes e está relacionado ao lazer e ao tempo livre. Seu propósito é a 
descontração, a diversão, o desenvolvimento pessoal e o aprimoramento das relações entre 
as pessoas. 
 
1.3. Esporte-performance 
 
O esporte-performance caracteriza-se como uma atividade competitiva e apresenta 
regras pré-estabelecidas por organismos internacionais (como, por exemplo, a Federação 
Internacional de Futebol). 
A dimensão social propicia os espetáculos esportivos e várias possibilidades sociais 
positivas e negativas. O esporte, como efeito negativo, pode ser utilizado como meio de 
exclusão, de reprodução de violência presente no cenário esportivo e de incentivo ao 
consumo exacerbado de produtos esportivos e à violência entre torcidas. 
Em relação aos efeitos positivos, vemos que o esporte de competição é reconhecido 
como atividade cultural que pode: 
• ser um meio de progresso nacional e de intercâmbio internacional; 
• promover envolvimento de vários profissionais qualificados (especialistas esportivos); 
Material Específico – Educação Física (uso no 1º sem/2020) – CQA/UNIP 
 
8 
• favorecer o crescimento de mão de obra especializada; 
• gerar turismo; 
• exercer influência no esporte popular pelo efeito de imitação. 
 
Indicação bibliográfica 
 
• TUBINO, M. J. G. Dimensões sociais do esporte. 2. ed. São Paulo: Cortez, 2001. 
 
Questão 12.4 
Considere que um estudante de educação física realiza seu estágio obrigatório com a 
supervisão de dois professores e percebe que a organização das aulas de cada um era 
fundamentada em determinadas abordagens pedagógicas. 
Durante as aulas aplicadas pelo Professor X, os estudantes de 1º e 2º anos do ensino 
fundamental executaram tarefas motoras diversificadas, cuja finalidade era exercitar a 
combinação de habilidades motoras básicas. Esse professor desenvolvia atividades que 
possibilitassem grande tempo de atividade motora e acompanhava atentamente a execução 
dos estudantes, identificando erros cometidos e fornecendo informações para seu 
aperfeiçoamento. 
O Professor Y, por sua vez, organiza suas aulas de outro modo. Seu objetivo é preparar os 
alunos de 8º e 9º anos para compreender, avaliar criticamente e transformar sua realidade 
social. Durante as aulas, os estudantes vivenciaram algumas formas de lutas, como o 
Karatê, o Judô e o Muay Thai. Participaram também de práticas esportivas não tradicionais, 
como o futebol americano e o beisebol. O planejamento do semestre foi construído com a 
participaçãodos próprios estudantes, que também foram responsáveis pela preparação de 
algumas atividades realizadas. A partir da vivência, esse professor discutiu a origem e as 
características básicas de cada prática cultural, além de analisar com os estudantes as 
implicações motoras, sociais e afetivas decorrentes delas. 
Considerando as descrições apresentadas, avalie as afirmações a seguir. 
I. As aulas do Professor X apresentam características da abordagem desenvolvimentista, 
por priorizarem a aprendizagem de habilidades motoras e a consequente contribuição 
para o processo e o desenvolvimento motor da criança. 
 
4Questão 9 – Enade 2014. 
Material Específico – Educação Física (uso no 1º sem/2020) – CQA/UNIP 
 
9 
II. As aulas do Professor Y apresentam características da abordagem psicomotora, pois 
estimulam o comportamento crítico e autônomo dos estudantes, que participam 
ativamente da organização das aulas. 
III. As influências da abordagem crítico-emancipatória podem ser percebidas nas aulas do 
Professor X, quando ele seleciona temas da cultura do movimento. 
IV. Os pressupostos da abordagem construtivista-interacionista podem ser percebidos na 
intervenção pedagógica de ambos os professores, ao procurarem respeitar as 
características motoras, físicas e afetivo-sociais dos estudantes. 
 
É correto apenas o que se afirma em 
A. I. 
B. III. 
C. I e IV. 
D. II e III. 
E. II e IV. 
 
1. Introdução teórica 
 
Abordagens pedagógicas 
 
As abordagens pedagógicas em educação física visam à renovação teórico-prática de 
campos de conhecimento específicos dessa área. Algumas abordagens são descritas a 
seguir. 
 
1.1. Abordagem construtivista-interacionista 
 
As propostas construtivistas para a educação física são baseadas nas ideias de Piaget. 
Para esse pensador, a aprendizagem acontece a partir das sucessivas elaborações que 
favorecem a espontaneidade da criança. 
No Brasil, o livro Educação de corpo inteiro, do professor João Batista Freire, lançado 
em 1989, foi fundamental para divulgar as ideias construtivistas relativas à educação física 
(DARIDO, 2004). 
O objetivo da abordagem construtivista-interacionista é construir o conhecimento por 
meio da interação do aluno com o mundo, pois a aquisição do conhecimento é um processo 
Material Específico – Educação Física (uso no 1º sem/2020) – CQA/UNIP 
 
10 
edificado pelo indivíduo durante sua vida. Deve-se respeitar o universo cultural dos alunos e 
considerar o conhecimento que a criança já apresenta (RONCHI, 2010). 
As atividades lúdicas podem ser realizadas das mais simples até as mais complexas. 
Essa proposta valoriza as experiências e a cultura dos alunos e propõe alternativas aos 
métodos já consolidados na educação física (RONCHI, 2010). 
O jogo é a atividade lúdica mais aplicada no ensino de educação física. Ele é um 
instrumento pedagógico e uma das principais maneiras de ensinar, pois a criança aprende 
enquanto joga. 
Desse modo, deve existir o resgate da cultura de jogos e brincadeiras (brincadeiras 
de rua, jogos com regras, rodas cantadas que compõem o universo cultural dos alunos) 
envolvidos no processo de ensino aprendizagem (DARIDO, 2004). 
 
1.2. Abordagem desenvolvimentista 
 
A proposta da abordagem desenvolvimentista é caracterizar a progressão do 
crescimento físico e o desenvolvimento fisiológico, motor, cognitivo e afetivo na 
aprendizagem motora (DARIDO, 2004). Os principais teóricos dessa abordagem no Brasil 
são Go Tani e Edson de Jesus Manoel. 
Para os desenvolvimentistas, o objetivo principal da educação física é o movimento. 
Essa abordagem prioriza a aprendizagem do movimento ao proporcionar ao aluno condições 
para desenvolver seu comportamento motor por meio da diversidade e da complexidade dos 
movimentos. As atividades devem estar de acordo com o estágio de crescimento dos alunos 
para que as habilidades motoras sejam desenvolvidas adequadamente (RONCHI, 2010). 
O modelo conceitual dessa abordagem relaciona-se com o conceito de 
desenvolvimento motor, que abarca as habilidades que mudam ao longo da vida do 
indivíduo, e de aprendizagem motora (BRASIL, 1998). 
 
1.3. Abordagem psicomotora 
 
A abordagem psicomotora busca valorizar o processo de aprendizagem do aluno, 
porque ela abandona a utilização dos pressupostos do esporte na educação física escolar 
(execução de gestos técnicos). O ensino de educação física está relacionado à formação 
integral da criança, por meio do desenvolvimento dos processos cognitivos, afetivos e 
psicomotores (DARIDO, 2012). 
Material Específico – Educação Física (uso no 1º sem/2020) – CQA/UNIP 
 
11 
Seu principal pesquisador é Jean Le Boulch. Para o autor, a atividade motora está 
relacionada aos aspectos psicológicos (emocionais e cognitivos) do indivíduo. A educação 
psicomotora deve assegurar o desenvolvimento funcional da criança (DARIDO, 2012). 
A abordagem psicomotora utiliza atividades lúdicas para estimular o processo de 
aprendizagem, que deve ser significativo, espontâneo e exploratório. Além disso, busca 
analisar e interpretar o jogo infantil e os seus significados (RONCHI, 2010). 
 
 
1.4. Abordagem crítico-emancipatória 
 
A abordagem crítico-emancipatória é baseada na pedagogia de Paulo Freire e seu 
principal teórico é o professor Elenor Kunz (RONCHI, 2010). 
Essa abordagem preconiza a transformação didático-pedagógica do esporte, com o 
objetivo de transformar o ensino escolar ao priorizar situações didáticas que beneficiem a 
construção da autonomia e que proporcionem aos alunos oportunidades para refletir sobre 
seus reais interesses. 
O conceito crítico, do termo “crítico-emancipatória”, é a capacidade de questionar e 
analisar as condições e a complexidade de diferentes realidades. A capacidade do professor 
de questionar e de analisar permite a constante autoavaliação do envolvimento objetivo e 
subjetivo do aluno. A emancipação é um processo contínuo de libertação do aluno das 
condições limitantes de suas capacidades críticas e o seu modo de agir no contexto 
sociocultural e esportivo. 
Para que a transformação didático-pedagógica do esporte ocorra, é necessário 
compreender o esporte, a fim de que se possa agir com liberdade e autonomia. Essa 
transformação também requer a interação social e comunicativa voltada ao estudo do 
esporte. 
A reflexão crítica do esporte não deve afastar os alunos, mas transformar esse 
contato e permitir a preservação do significado e a vivência de sucesso nas atividades 
esportivas. 
Somente a experiência prática das atividades não promove a compreensão do sentido 
do esporte: é necessário oportunizar reflexões e diálogos sobre essas práticas. O professor 
de educação física pode auxiliar o aluno a compreender o fenômeno esportivo, além de 
avaliar e entender as mudanças históricas (RONCHI, 2010). 
 
Material Específico – Educação Física (uso no 1º sem/2020) – CQA/UNIP 
 
12 
1.5. Resumo das abordagens 
 
O quadro 1 apresenta um resumo das abordagens pedagógicas. 
 
Quadro 1. Principais características das abordagens pedagógicas. 
 Psicomotora Desenvolvimentista Construtivista Crítico-emancipatória 
Principais 
autores 
Bouch, J. Tani, G. 
Manoel, E.J. 
Freire, J. B. Kunz, E. 
Livros de 
referência 
Educação pelo 
movimento 
Educação física 
escolar: uma 
abordagem 
desenvolvimentista 
Educação de 
corpo inteiro 
Transformações didático-
pedagógicas do esporte 
Áreas de 
base 
Psicologia Psicologia Psicologia Filosofia, sociologia e 
política 
Autores de 
base 
Wallon, H. 
Piaget, J. 
Gallahue, D. 
Connoly, J. 
Piaget, J. Habermas, J. 
Finalidades Reeducação 
psicomotora 
Adaptação Construção do 
conhecimento 
Reflexão crítica e 
emancipatória dos 
alunos 
Temáticas 
principais 
Consciência 
corporal. 
Lateralidade e 
coordenação. 
Exercícios. 
Habilidades. 
Aprendizagem e 
desenvolvimento 
motor. 
A cultura 
popular, o jogo 
e o lúdico. 
Transcendência de 
limites.Conhecimento. 
Conteúdos Atividades de 
autotestagem. 
Habilidades básicas. 
Habilidades 
específicas. Jogo, 
esporte e dança. 
Brincadeiras 
populares. Jogo 
simbólico. Jogo 
de regras. 
Esportes. 
Metodologias Várias. Variabilidade e 
solução de problemas. 
Resgate do 
conhecimento 
do aluno. 
Solução de 
problemas. 
Reflexão sobre a prática 
esportiva. 
Darido, 2004. 
 
Indicações bibliográficas 
 
• BRANDL-NETO, I. Propostas para o ensino da educação física. Cadernos de educação 
física e esporte, Unioeste, v. 2, n. 1, 2000. 
• BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais: educação física. Secretaria de educação 
fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1998. 
• DARIDO, S. C. Dimensões pedagógicas do esporte. Comissão de especialistas de 
educação física, Ministério do esporte. Brasília: Universidade de Brasília/CEAD, 2004. 
Material Específico – Educação Física (uso no 1º sem/2020) – CQA/UNIP 
 
13 
• DARIDO, S. C. Educação física na escola: conteúdos, suas dimensões e significados. In: 
Caderno de formação: formação de professores. Bloco 2 - didática dos conteúdos. Org. 
DARIDO, S. C. Universidade Estadual Paulista, São Paulo: Cultura acadêmica, 2012. 
• KUNZ, E. Transformação didático-pedagógica do esporte. 6. ed. Ijuí: Unijuí, 2004. 
• MANOEL, E. J. Desenvolvimento motor: implicações para a Educação física escolar I. 
Revista Paulista de Educação Física, São Paulo, n. 8, v. 1, 1994. 
• RONCHI, A. M. A transformação didático-pedagógica do esporte na Educação física 
escolar. Especialização em educação física escolar. Universidade do extremo sul 
catarinense (UNESC). Criciúma, 2010. 
• TANI, G. et al. Educação física escolar: fundamentos de uma abordagem 
desenvolvimentista. São Paulo: EPU/EDUSP, 1988. 
Questões 13, 14 e 15 
Questão 13.5 
Para valorizar a prática pedagógica em educação física, não basta apenas apontar as falhas 
ocorridas, é interessante que se proponham soluções. 
Dentro dessa perspectiva, Freire (2002) sugere algumas atividades, como o jogo Boca de 
Forno, descrito a seguir. 
 
“- Boca de forno – forno – darei um bolo – bolo – fareis de tudo o que o rei mandar? – faremos. 
- Então corram até [...]” (e aí vai uma ordem para o cumprimento da tarefa) 
Em algumas regiões se utiliza as falas: “abacaxi – xi – maracujá – já – fareis tudo o que o rei 
mandar?”. 
De forma geral, nesse jogo, uma criança comanda e as demais cumprem as tarefas e/ou o professor 
comanda a atividade e solicita que tragam objetos de uma certa cor, de um certo peso, tamanho e 
assim sucessivamente. 
FREIRE, J.B. Educação de corpo inteiro: teorias e práticas da Educação física. 4. ed. São Paulo: Scipione, 2002 
(com adaptações). 
 
Considerando o enunciado e o jogo descrito, avalie as afirmativas a seguir. 
I. O jogo proposto é uma atividade interdisciplinar, pois, além de promover a cultura do 
jogo tradicional, também estimula o conhecimento lógico que se forma a partir da 
classificação e seriação. 
II. O jogo proposto desenvolve a atenção, o raciocínio e as habilidades motoras básicas, 
sendo esses alguns dos objetivos específicos da educação física escolar. 
III. O jogo proposto tem embasamento na abordagem pedagógica desenvolvimentista, pois 
propõe uma taxionomia para o desenvolvimento motor, ou seja, uma classificação 
hierárquica dos movimentos dos seres humanos. 
 
5Questão 17 – Enade 2014. 
Material Específico – Educação Física (uso no 1º sem/2020) – CQA/UNIP 
 
14 
É correto o que se afirma em 
A. I, apenas. 
B. III, apenas. 
C. I e II, apenas. 
D. II e III, apenas. 
E. I, II e III. 
 
Questão 14.6 
O jogo, o esporte, a dança, a ginástica e a luta, enquanto componentes culturais da 
Educação física, têm como características comuns a ludicidade e a função educativa, nas 
quais cada manifestação corporal vivida no interior da escola possibilita a formação e o 
desenvolvimento humano em sua totalidade. Assim, a Educação física contempla 
conhecimentos produzidos e usufruídos pela sociedade a respeito do corpo e do movimento, 
com finalidade de lazer, manutenção da saúde, expressão da afetividade e da cidadania. 
Com base no texto, e considerando o papel do professor ao planejar, participar e avaliar 
projetos pedagógicos, educacionais e da gestão escolar, avalie as afirmações a seguir. 
I. Deve-se valorizar a rotina da aula e a improvisação, o que estimulará a renovação do 
conhecimento, que deve ser diariamente produzido pelo professor e por seus alunos. 
II. É recomendável que o aluno desenvolva sua bagagem cultural através de jogos e 
brincadeiras, considerando sua criatividade e seu poder de imaginação. 
III. É preciso considerar o espaço físico onde as brincadeiras devem ser realizadas, pois este 
deve transmitir a sensação de conforto, de segurança e de confiança. 
IV. É importante promover a formação integral dos alunos, visando às finalidades 
educacionais, com a intenção de proporcionar o bem-estar e o desenvolvimento corporal 
em suas diferentes dimensões. 
É correto apenas o que se afirma em 
A. I e II. 
B. I e III. 
C. III e IV. 
D. I, II e IV. 
E. II, III e IV. 
 
Questão 15.7 
 
6Questão 18 – Enade 2014. 
Material Específico – Educação Física (uso no 1º sem/2020) – CQA/UNIP 
 
15 
A meta 2 do Plano Nacional de Educação (PNE) de 2000-2010 foi de ampliar a escolarização 
no ensino fundamental de oito para nove anos, com a inclusão de crianças de seis anos de 
idade no primeiro ano desse nível. A meta 5 do ensino fundamental do PNE de 2014-2024 
determina a alfabetização até a idade de oito anos das crianças do ciclo composto pelo 
primeiro, segundo e terceiro anos escolares. 
A inclusão das crianças de seis anos nesse universo demanda a necessidade de respeitar 
suas características peculiares da idade e valorizar a condição da infância e o brincar, para 
que essas metas de qualificação do ensino sejam efetivamente alcançadas. A educação física 
como componente curricular, tal qual as outras componentes, tem que ajustar a prática 
pedagógica às características dessas crianças, a fim de contribuir para as finalidades 
educacionais previstas para esse nível de ensino. 
Sobre a prática de ensino com crianças de seis anos, avalie as afirmações a seguir. 
I. Deve-se favorecer o brincar como recurso pedagógico para estimular o aprender a 
conhecer o mundo, bem como a aquisição e a estabilização dos movimentos, 
estimulando o faz de conta, a imaginação e a curiosidade que distinguem essas crianças 
das demais nesse nível de ensino. 
II. Deve-se privilegiar o brincar como recurso lúdico, de forma livre e espontânea, o que é 
possibilitado nas aulas, nas horas do recreio e no “dia do brinquedo” adotado pelas 
escolas no ensino fundamental e na pré-escola. 
III. Deve-se propiciar o brincar coletivo, entendendo que a escola é um dos lugares e 
espaços de sociabilização importante para melhorar a noção egocentrada da criança. 
É correto o que se afirma em 
A. I, apenas. 
B. II, apenas. 
C. I e III, apenas. 
D. II e III, apenas. 
E. I, II e III. 
 
1. Introdução teórica 
 
1.1. Educação de corpo inteiro 
 
 
7Questão 29 – Enade 2014. 
Material Específico – Educação Física (uso no 1º sem/2020) – CQA/UNIP 
 
16 
Como disciplina curricular, a educação física deve propiciar ao aluno o exercício da 
cidadania e buscar a formação do aluno autônomo, por meio do conhecimento do 
movimento. A prática pedagógica corporal é importante, principalmente para as turmas das 
séries iniciais (base para a estruturação corporal posterior), por incluir os aspectos sociais e 
afetivos (CRUZ, 2015). 
O principal representante da abordagem construtivista-interacionista é o professor 
João Batista Freire, que defende que a escola não deve considerar apenas as capacidades 
cognitivas da criança, mas, também, o corpo como um todo. 
Sua proposta, Educação de corpo inteiro, busca construir o conhecimento, respeitar o 
universo cultural dos alunos, explorar as possibilidades educativas deatividades lúdicas 
espontâneas e valorizar as experiências e a cultura dos alunos (CRUZ, 2015). 
Para o autor, a educação física deve estimular o desenvolvimento das habilidades 
motoras por meio de jogos e de brincadeiras, em que o lúdico é o meio principal da 
construção de saberes (DARIDO, 2012). 
O conhecimento do mundo da criança depende das relações que ela estabelece com 
os outros e com o objeto. Porém a aprendizagem deve ser significativa para a criança, não o 
que os adultos pensam que deve ser. Assim, quando situações fora da realidade da criança 
são propostas, essas situações não apresentam significado. Desse modo, as brincadeiras 
que existem no mundo da criança devem ser aproveitadas e trazidas para a aula de 
educação física (BRANDL-NETO, 2000). 
 
1.2. O jogo e a educação 
 
Um dos objetivos da educação é promover o crescimento humano do grupo social ao 
qual a criança pertence. Segundo Kishimoto (1997), os grupos sociais auxiliam seus 
membros a assimilarem a experiência culturalmente organizada e a converterem-se em 
membros ativos e em agentes de criação cultural. 
Na escola, o projeto pedagógico aponta as concepções sobre homem, sociedade e 
educação. A construção do projeto pedagógico para a educação infantil inclui a escolha de 
brinquedos e a organização de espaços para estimular brincadeiras. 
O espaço físico da escola deve facilitar a livre circulação, a visibilidade e a privacidade 
de acordo com os interesses da criança. Um salão amplo, destinado às brincadeiras de 
construção, com blocos maiores, escadas, colchonetes, cordas, pernas de pau, instrumentos 
musicais, equipamento de som e televisores, deve ser garantido. 
Material Específico – Educação Física (uso no 1º sem/2020) – CQA/UNIP 
 
17 
Por meio das brincadeiras, a criança socializa, aprende a explorar, integra-se a grupos 
sociais diferentes, desenvolve novas formas de linguagem e mantém a saúde mental e 
física. Uma proposta de educação que valorize a ação da criança necessita de planejamento 
dos espaços, de seleção de materiais e conteúdo. 
 
1.3. O brincar e o brinquedo 
 
Brincar é a ação intencional e motivada que surge quando a criança expressa suas 
necessidades e busca concretizar intenções, por influência do ambiente físico e cultural. O 
brincar é aprendido por meio do processo de comunicação entre seres humanos e 
subsidiado pelas ações motoras, pela imitação e pelo simbolismo infantil. Um ambiente rico 
de interações favorece o desenvolvimento infantil e fundamenta o desenvolvimento das 
relações humanas. 
O brincar é importante, pois a criança aprende a simbolizar, ao assumir papéis e ao 
utilizar objetos com outras finalidades para expressar significações. Quando brinca de fazer 
compras no supermercado, por exemplo, a criança desenvolve a linguagem verbal e o 
processo de simbolização. 
O brincar deve ocorrer de forma que amplie a experiência infantil: contos, festas 
populares, brincadeiras folclóricas, histórias, livros infantis e interações cotidianas são 
elementos sociais e culturais que constituem o imaginário infantil. 
O brinquedo é o suporte do brincar. Qualquer objeto industrializado, sucata e a 
própria imaginação da criança podem ser transformados em brinquedo no imaginário 
infantil. 
A brincadeira é resultado de ações conduzidas por princípios e características do 
lúdico, tais como apresentar regras, envolver a imaginação e dispor de flexibilidade de 
conduta. 
 
1.3.1. Brincadeiras 
 
Deve-se priorizar a brincadeira livre, com a oferta de múltiplos materiais para uso 
individual ou coletivo e adequados à faixa etária das crianças. A resistência corporal e o 
desenvolvimento de habilidades físicas, como a velocidade e a agilidade, são adquiridos nas 
brincadeiras. 
Material Específico – Educação Física (uso no 1º sem/2020) – CQA/UNIP 
 
18 
A brincadeira desenvolve a moralidade da criança. Por meio dos jogos, a criança 
aprende os valores assumidos pelo grupo e aprende a respeitar o outro. Ganhar e perder 
são dimensões importantes, porque aprender a superar a frustração ocorre a partir da 
interação com o outro, tendo a consciência da necessidade de melhorar seu desempenho. A 
justiça, o respeito às etnias e à dignidade do ser humano e a perseverança são princípios 
para a formação moral da criança. 
A criança pode exercitar a linguagem ao brincar coletivamente com o professor e com 
os companheiros. Contar histórias e lendas, cantar, dançar, aprender brincadeiras e produzir 
objetos enriquecem o repertório das linguagens verbal, corporal, auditiva, visual e gráfica. 
Ao selecionar os brinquedos, é necessário: 
• pensar no contexto em que a criança vive, sem fazer distinções de gênero, classe social 
ou etnia; 
• analisar que tipo de experiência a criança pode adquirir a partir da interação entre ela e 
o objeto; 
• oferecer opções de brincadeiras coletivas e individuais que representem a diversidade da 
cultura do país. 
 
1.3.2. Faixas etárias 
 
Aos 3 anos, a criança assume papéis sociais, pois consegue discriminar o seu próprio 
eu dos outros e estruturar brincadeiras de faz-de-conta. 
Crianças de 5 anos têm mais experiência e mais domínio da linguagem, portanto são 
mais aptas para desempenhar papéis complexos, em parceria. Atividades que estimulem a 
criança a buscar soluções, observar diferenças e semelhanças e proporcionar o crescimento 
da função simbólica são recomendadas. 
Na faixa dos 6 anos, crianças começam a entrar no mundo da realidade. As 
brincadeiras não contemplam o imaginário, mas sim as características do ambiente. Assim, 
estimular a observação do ambiente, iniciar processos de classificação de coleções (pedras, 
insetos e plantas) e pesquisar as diferentes formas de vida, de composição étnica da 
população e de identidade social podem ser recursos interessantes para a interação entre a 
criança e o ambiente. 
 
 
 
Material Específico – Educação Física (uso no 1º sem/2020) – CQA/UNIP 
 
19 
Indicações bibliográficas 
 
• BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais: educação física. Secretaria de Educação 
fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1998. 
• BRANDL-NETO, I. Propostas para o ensino da educação física. Cadernos de educação 
física e esporte, Unioeste, v. 2, n. 1, 2000. 
• CRUZ, R. W. S. “Educação de corpo inteiro” nas aulas de educação física: uma 
experiência pedagógica. Coleção pesquisa em educação física, v. 14, n. 4, 2015. 
• DARIDO, S. C. Educação física na escola: conteúdos, suas dimensões e significados. In: 
Caderno de formação: formação de professores. Bloco 2 - didática dos conteúdos. Org. 
DARIDO, S. C. Universidade Estadual Paulista, São Paulo: Cultura acadêmica, 2012. 
• KISHIMOTO, T. M. Construir brinquedos e organizar espaços de brincadeiras como parte 
integrante do projeto pedagógico. São Paulo, LABRIMP/FEUSP/FUND.ORSA, 1997. 
Disponível em <http://www.labrimp.fe.usp.br/Arquivos/Galeria/Arquivos/4/7.pdf>. 
Acesso em 29 mar. 2017. 
 
Questões 16 e 17 
Questão 16.8 
Considere que uma cidade com cerca de 1 milhão de habitantes foi escolhida para sediar os 
Jogos Regionais de seu estado. Diante disso, um professor de educação física que lecionava 
em turmas do 9º ano do ensino fundamental solicitou aos estudantes que trouxessem, para 
as aulas, reportagens de jornais da cidade a respeito do evento. 
Uma das reportagens mencionava que a prefeitura da cidade havia identificado a 
necessidade de construir um ginásio poliesportivo. Assim, uma equipe de engenheiros foi 
contratada e selecionou uma área para a construção do ginásio. Todavia, a área selecionada 
possuía um fragmento florestal, onde havia muitas árvores e vegetação que deveriam ser 
derrubadas. 
Considerando o contexto apresentado e a recomendação presente na literatura sobre como 
aproximar materiais midiáticos dos conteúdos da Educação física escolar, na perspectiva 
didático-pedagógica, o professor de educação física deve 
A. criticaros aspectos técnicos que os engenheiros da prefeitura levaram em conta para 
selecionar o local para a construção do ginásio. 
 
8Questão 12 – Enade 2014. 
Material Específico – Educação Física (uso no 1º sem/2020) – CQA/UNIP 
 
20 
B. questionar os aspectos políticos utilizados para selecionar a cidade com sede dos Jogos 
e que levaram à necessidade de construir o ginásio. 
C. solicitar aos professores de outras disciplinas que debatam questões ambientais com os 
estudantes, relacionando as práticas corporais com a qualidade de vida das pessoas 
afetadas pela construção do ginásio. 
D. organizar e coordenar o debate da reportagem entre os estudantes, relacionando as 
práticas corporais com aspectos ambientais e com a qualidade de vida das pessoas 
afetadas pela construção do ginásio. 
E. discutir as modalidades esportivas a serem disputadas no ginásio que será construído, 
incumbindo os professores de outras disciplinas de debater com os estudantes os 
aspectos econômicos e ambientais relacionados com a situação. 
 
Questão 17.9 
É preciso considerar que as mídias privilegiam a forma do espetáculo e do entretenimento, quase 
sempre distante das preocupações educativas-escolares. O que as mídias proporcionam é um grande 
mosaico sem estrutura lógica aparente, composto de informações desconexas, em geral 
descontextualizadas e recebidas individualmente, sem instaurar, portanto, um verdadeiro processo 
de comunicação. 
BETTI, M. Educação física e mídia: novos olhares, outras práticas. São Paulo: Hucitec, 2003 (com adaptações). 
 
Em uma escola, o projeto político-pedagógico (PPP) prevê a discussão da questão étnico-
racial em todas as disciplinas curriculares. Para atender a esse PPP, o professor de educação 
física escolar pediu que os alunos prestassem atenção ao que os comentaristas de jogos de 
futebol falam sobre os jogadores, com atenção a possíveis comentários que diferenciem 
jogadores brancos, negros ou de origem asiática. 
Avalie as afirmações a seguir, que descrevem as atividades que podem ser desenvolvidas 
em sala de aula com base nos relatos da pesquisa realizada pelos estudantes. 
I. Mediação entre o discurso televisivo e os discursos presentes em outros tipos de mídia, 
demonstrando como informações tendenciosas e preconceitos étnicos-raciais estão 
enraizados na sociedade e podem ocorrer em situações de jogo nas aulas de Educação 
física. 
II. Mediação entre o discurso midiático e os objetivos da Educação física escolar, discutindo 
situações em que se evidenciaram informações tendenciosas e preconceitos em relação 
às diferentes identidades. 
 
9Questão 15 – Enade 2014. 
Material Específico – Educação Física (uso no 1º sem/2020) – CQA/UNIP 
 
21 
III. Discussão e reflexão sobre questões étnico-raciais, frequentemente presentes em redes 
sociais, apesar de não estarem previstas nas diretrizes curriculares nacionais da 
Educação Básica. 
É correto o que se afirma em 
A. I, apenas. 
B. III, apenas. 
C. I e II, apenas. 
D. II e III, apenas. 
E. I, II e III. 
 
 Introdução teórica 
 
1.1. Mídia e cultura corporal 
 
A mídia transmite informações, cria um imaginário e constrói um entendimento de 
mundo, mas, ao mesmo tempo, propicia informações descontextualizadas. 
Na mídia, o esporte pode estar presente em noticiários, em transmissão de eventos 
ao vivo, em novelas, filmes, seriados, desenhos animados e em programas especificamente 
esportivos. 
Em relação à cultura corporal de movimento, cresce a atuação da mídia na 
elaboração de novas modalidades de entretenimento e consumo. O esporte, a ginástica, a 
dança e as artes marciais tornaram-se produtos de consumo amplamente divulgados ao 
público. A cultura corporal de movimento é socialmente partilhada, por meio da prática ativa 
ou pela simples informação. 
Os jornais, as revistas, os jogos de videogames, o rádio, a televisão e a internet 
difundem informações sobre a cultura corporal de movimento. Os indivíduos são, em sua 
maioria, consumidores potenciais do esporte-espetáculo como torcedores presenciais ou 
como espectadores de televisão. 
A televisão ilude o espectador ao proporcionar a falsa sensação de contato direto com 
a realidade. Há uma distância entre a prática real do esporte e o que é visto na televisão, 
pois há um processo de seleção e edição de fatos e imagens, devido à própria especificidade 
da linguagem televisiva e, também, devido aos interesses econômicos envolvidos. Desse 
modo, há fragmentação e descontextualização do fenômeno esportivo, que pode afastar o 
espectador de praticar as modalidades esportivas ativamente. 
Material Específico – Educação Física (uso no 1º sem/2020) – CQA/UNIP 
 
22 
 
1.2. Educação física escolar e mídia 
 
Na área educativa, a educação física deve preparar o aluno para ser um praticante 
ativo que incorpore o esporte, o jogo, a dança e a ginástica em sua vida. É necessário 
preparar o aluno para ser um consumidor do esporte-espetáculo, com uma visão crítica do 
sistema esportivo, e apresentar elementos conceituais e perceptivos para apreciar a estética 
e a técnica do esporte. 
 
 
Para Betti (1997), a principal tarefa da educação física escolar é 
 
introduzir e integrar o aluno na cultura corporal de movimento, formando-o 
para usufruir do jogo, do esporte, da dança e das ginásticas em benefício de 
sua qualidade de vida. 
 
A escola deve educar para a reflexão crítica. O aluno deve compreender o sentido 
explícito e o sentido implícito das informações e estabelecer relações coerentes entre o que 
aparece na tela e a realidade do mundo. 
Assim, os estudantes devem desenvolver a capacidade de associar e analisar as 
informações desconexas. Por isso, o professor deve exercer um papel de mediador entre as 
mídias e os alunos e deve recusar o que é superficial ou manipulador, sem abrir mão da 
qualidade da aula. 
Desse modo, a educação física deve realizar um diálogo crítico com a mídia e deve 
ser uma fonte relacionada à cultura corporal de movimento. 
 
1.3. Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica 
 
O documento referente às Diretrizes Curriculares Nacionais para a educação das 
relações étnico-raciais, incluído nas Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica 
(2013), procura combater o racismo e a discriminação. Assim, ele propõe divulgar e produzir 
conhecimentos e gerar o sentimento de satisfação de acordo com suas características 
étnico-raciais (descendentes de africanos, europeus, asiáticos e indígenas). 
Segundo esse documento, 
 
a escola tem papel preponderante para a eliminação das discriminações e 
para a emancipação dos grupos discriminados, ao proporcionar acesso aos 
Material Específico – Educação Física (uso no 1º sem/2020) – CQA/UNIP 
 
23 
conhecimentos científicos, aos registros culturais diferenciados, à conquista 
de racionalidade que rege as relações sociais e raciais, (...) indispensáveis 
para a consolidação das nações como espaços democráticos e igualitários 
(BRASIL, 2013). 
 
Indicações bibliográficas 
 
• BETTI, M. A janela de vidro: esporte, televisão e educação física. Tese de doutorado. 
Universidade Estadual de Campinas. Campinas, SP, 1997. 
• BETTI, M. Mídias: aliadas ou inimigas da educação física escolar? Motriz, v. 7, n. 2, 2001. 
Disponível em <http://www.rc.unesp.br/ib/efisica/motriz/07n2/Betti.pdf>. Acesso em 15 
fev. 2017. 
• BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de educação básica. Diretrizes curriculares 
nacionais gerais da educação básica. Brasília: MEC, SEB, 2013. 
• BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais: educação física. Secretaria de Educação 
Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1998.