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O Princípio da demanda efetiva

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O Princípio da Demanda Efetiva
Macroeconomia I 
Profª Vanessa Val
Referências: Keynes (1936) – caps. 2 e 3
Os mercados atuando de forma livre poderiam coordenar as decisões dos agentes econômicos de forma a produzir uma alocação de recursos que fosse eficiente do ponto de vista econômico.
Se os preços relativos puderem flutuar livremente de forma a equalizar demanda e oferta em todos os mercados, então uma situação de excesso persistente de mão de obra e/ou de mercadorias não vendidas simplesmente não pode ocorrer.
A economia tende a operar com pleno emprego da força de trabalho e a demanda agregada não é obstáculo ao aumento da produção.
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A “Teoria Clássica”
Postulados clássicos:
I - O salário é igual ao produto marginal do trabalho.
o salário de uma pessoa empregada é igual ao valor que se perderia se o emprego fosse reduzido em 1 unidade.
II - A utilidade do salário, quando se emprega determinado volume de trabalho, é igual à desutilidade marginal desse mesmo volume de emprego.
o salário real de uma pessoa empregada é exatamente suficiente para ocasionar o volume de mão-de-obra efetivamente ocupado.
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A “Teoria Clássica”
Postulados Clássicos:
W/P = PMgL(ND)
UMg(W/P) = DesutilidadeMgL(NS)
Keynes negou o segundo postulado clássico porque acredita que o salário real é não e igual à desutilidade marginal do trabalho.
Os trabalhadores não podem determinar o salário real, tendo influência somente sobre a determinação do salário nominal (os preços dos salários são determinados pelos empresários);
Relação inversa entre salários nominais e salários reais.
Os trabalhadores não abandonam seus empregos quando há queda do salário real.
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A “Teoria Clássica”
Postulados Clássicos:
Desemprego Friccional: oriundo de uma desproporção temporária dos recursos especializados ou da proporção de recursos não empregados entre um e outro trabalho (quando se está mudando de trabalho). Seguno Keynes, está presente no 2º postulado clássico.
Desemprego Voluntário: proposto pelos clássicos também, significa a recusa ou a incapacidade de determinada unidade de mão-de-obra em aceitar uma remuneração equivalente à sua produtividade marginal.
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A “Teoria Clássica”
A lógica do capitalismo está, portanto, centrada na racionalidade do comportamento do empresário.
O nível de emprego é definido no mercado de produto e não no mercado de trabalho. Isso também vale para o mercado de crédito: o poupador não induz o capitalista a investir.
O nível de pleno emprego pode não ser lucrativo, do ponto de vista da expectativa do empresário.
Não aceitação da tendência automática ao pleno emprego da força de trabalho.
Dependência do nível de atividade e do nível de emprego com relação a demanda efetiva;
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Revolução Keynesiana
Possibilidade de haver desemprego involuntário.
Desemprego involuntário: “Existem desempregados involuntários quando, no caso de uma ligeira elevação dos preços dos bens de consumo de assalariados relativamente aos salários nominais, tanto a oferta agregada de mão-de-obra disposta a trabalhar pelo salário nominal corrente quanto a procura agregada da mesma ao dito salário são maiores que o volume de emprego existente”.
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Revolução Keynesiana
Proposição de uma teoria do emprego.
Revolução Keynesiana: mostrar que o pleno emprego é apenas uma das n posições possíveis de equilíbrio do sistema econômico.
A teoria clássica torna‐ se assim um caso particular da teoria keynesiana, válida apenas no caso fortuito em que o nível de emprego corresponde a plena utilização dos fatores de produção. 
PDEdetermina o nível de produto e emprego da economia. 
Princípio da Demanda Efetiva
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Keynes inicia o capítulo 3 tratando os gastos impostos ao empresário quando ele emprega mão de obra:
Custo de fatores: montantes pagos aos fatores de produção;
Custo de uso: montante pago aos outros empresários pelo o que lhes compra.
Gastos = custo de fatores + custo de uso
Renda do empresário (lucro) = produção – gastos 
Renda total = renda dos fatores de produção + lucro do empresário
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Princípio da Demanda Efetiva
O volume do emprego depende do nível de receita que os empresários esperam receber da correspondente produção.
Os empresários esforçam-se por fixar o volume de emprego ao nível em que esperam maximizar a diferença entre a receita e o custo dos fatores. 
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Princípio da Demanda Efetiva
O nível de produção e o nível de emprego são determinados pela interseção de duas funções do nível de emprego (N), quais sejam: a oferta agregada, Z(N), e as estimativas de demanda agregada, De(N). 
Seja Z o preço da OA da produção resultante de N homens; e seja D o produto que os empresários esperam receber do emprego de N homens. Temos, então:
Função da OA: Z =  (N)
Função da demanda agregada: D = ƒ ( N )
Princípio da Demanda Efetiva
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A função de OA é aquela que relaciona o nível de emprego com a receita que é exatamente suficiente para induzir os empresários a oferecer o dito nível de emprego. Em outras palavras, em cada ponto da função de oferta agregada, as firmas estarão maximizando os seus lucros. 
A função de DA pode ser definida como aquela que relaciona a receita que as firmas, no seu conjunto, esperam obter pela venda de cada volume possível de produção no mercado com o nível de emprego correspondente a esse volume produzido. 
Princípio da Demanda Efetiva
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Keynes supõe também que os rendimentos marginais do trabalho são decrescentes. Isso não decorre da “lei das proporções variáveis”, mas do fato de que os fatores de produção não são homogêneos e a racionalidade econômica impõe que os empresários utilizem primeiro os trabalhadores e o equipamento de capital mais eficiente.
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Princípio da Demanda Efetiva
Princípio da Demanda Efetiva
$
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E
O volume de emprego é determinado pelo ponto de interseção da função da demanda agregada e da função da oferta agregada, pois é neste ponto que as expectativas de lucro dos empresários serão maximizadas. O ponto de demanda efetiva é, assim, o valor de D no ponto de interseção da função de demanda agregada com o da oferta agregada. (KEYNES, 1936).
Enquanto isso, para a teoria clássica, o preço da demanda agregada (ou produto) sempre se ajusta ao preço da oferta agregada, de tal modo que, seja qual for o valor de N, o produto D adquire um valor igual ao do preço da oferta agregada Z que corresponde a N.
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Princípio da Demanda Efetiva
A curva D é uma curva dos rendimentos esperados da venda da produção resultante de diversas quantidades de emprego. À medida que se emprega mais trabalhadores obtém-se maior volume de produção e os rendimentos totais são maiores. 
A curva Z representa as quantidades mínimas de rendimentos requeridas para induzir as diversas quantidades de emprego. À medida que aumenta a quantidade dos rendimentos maior será a quantidade de emprego oferecida aos operários pelos patrões.
E: quantidade determinada de emprego para o qual os rendimentos esperados sejam exatamente iguais aos necessários para tornar lucrativo o emprego aos empresários.
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Princípio da Demanda Efetiva
A esquerda de N*, as empresas esperam obter uma receita pela venda da produção resultante de N por elas oferecido maior do que a receita mínima que elas exigem para oferecer esse nível de N  as empresas podem aumentar o seu lucro se aumentarem o nível de emprego até N*.
 
A direita de N*, a receita que as empresas esperam obter é menor do que a receita mínima que elas exigem para oferecer esse nível de emprego  as empresas podem aumentar o seu lucro se reduzirem o nível de emprego até N*.
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Princípio da Demanda Efetiva
O ponto de demanda efetiva é uma “expectativa de demanda” que leva os empresários a ofertarem um determinado nível de emprego, N*.
Para entender o ponto de demanda efetiva, convém distinguir os resultados esperados pelas firmas – o ponto de demanda efetiva – e os resultados efetivamente observados – a demanda realizada.
Trata-se da demanda ex-ante e não ex-post.
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Princípio da Demanda Efetiva
A receita efetivamente obtida pela venda da produção acabada no mercado pode ser maior ou menor que a receita esperada pelos empresários. 
Se as expectativas forem incorretas os empresários iniciarão um processo de revisão das expectativas  capítulo 5 da TG.
A produção e o movimento da economia depende da ação do empresário, frente às suas expectativas.
O que quer se mostrar, portanto, com o PDE é que no ponto de demanda efetiva todas as expectativas das empresas em relação aos planos de produção no nível agregado são satisfeitas, não importa se o nível de emprego é pleno ou não.
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Princípio da Demanda Efetiva
A receita efetivamente obtida pela venda da produção das firmas no mercado é igual a demanda por bens finais, ou seja, bens de consumo e bens de investimento.
Assim, a quantidade de mão de obra que os empresários esperam empregar depende de D: D1= montante gasto em consumo; D2 = montante gasto em novos investimentos.
Como o gasto em consumo aumenta menos que o rendimento quando este se eleva, não pode haver aumento no emprego, a menos que haja um aumento no investimento.
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Princípio da Demanda Efetiva
Quando o emprego aumenta, a renda real agregada também aumenta. A renda depende do volume de emprego, N.
Quando a renda aumenta, o consumo aumenta, mas em proporção menor. Prop.C: o consumo depende do montante da renda agregada e, portanto, do volume de emprego.
N depende de D (demanda efetiva), sendo D = montante gasto em consumo + montante gasto em investimento.
Para justificar o volume de emprego deve haver investimento para que o excesso da produção seja absorvido. A oferta agregada menos o gasto em consumo é igual ao montante que de investimentos. 
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Sumário da teoria do emprego de Keynes
Se não houver investimento, as receitas dos empresários serão menores que as necessárias para induzi-los a oferecer tal volume de emprego. O nível de emprego de equilíbrio depende (i) da função da OA, (ii) da Prop.C e (iii) do montante do investimento, D2.
A cada volume de N corresponde certa produtividade marginal da mão-de-obra nas industria de bens de consumo dos assalariados, e é isto que determina o salário real.
Segundo a teoria clássica, apenas no ponto onde N é máximo pode haver um equilíbrio estável.
O sistema econômico pode encontrar um equilíbrio estável com N abaixo do pleno emprego, onde DA = OA (Z = D).
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Sumário da teoria do emprego de Keynes
N e Y dependem da demanda efetiva (D).
A propensão a consumir e o nível do novo investimento é que determinam, conjuntamente, o nível de emprego. Para Keynes, é este (N) que determina o nível de salários reais, e não o inverso.
O emprego não pode aumentar, a não ser que aumente o investimento.
O desemprego é, assim, resultado de uma carência de procura agregada.
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Sumário da teoria do emprego de Keynes
Desemprego involuntário: Mesmo que os trabalhadores estejam dispostos a aceitar uma redução em seus salários nominais em troca de um volume maior de emprego, as empresas só estarão dispostas a oferecer esse emprego adicional se estiverem confiantes que haverá um aumento suficiente das vendas e das receitas que torne lucrativo essa expansão do emprego. Do contrário, as firmas continuarão oferecendo o mesmo nível de emprego, e o único efeito de uma redução dos salários nominais será uma queda exatamente proporcional do nível de preços, deixando inalterado o nível de salário real.
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Princípio da Demanda Efetiva
Chick (1984, p.70):
“A mera existência de desemprego não constitui por si mesma uma razão para as empresas expandirem ainda mais o volume e seu produto. Se a demanda estimada não for adequada para compensar os custos adicionais existentes na produção de um nível maior de produto que N horas-trabalho podem produzir com o equipamento de capital e de emprego existentes, este será o fim da questão.” 
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Princípio da Demanda Efetiva
O nível de emprego de equilíbrio depende da função da oferta agregada, da propensão a consumir e do montante de investimento.
Definir o volume de emprego é uma atribuição dos empresários, com base em quanto eles esperam vender, e não do mercado de trabalho, como no modelo clássico.
A precedência e autonomia do gasto sobre a renda é um alicerce do PDE.
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Conclusão
Três pontos importantes da contribuição de Keynes:
a volatilidade das expectativas;
a existência de equilíbrios múltiplos;
não convergência automática ao pleno emprego.
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Conclusão

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