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Aula 11: Da jornada de Trabalho A Constituição Federal estabelece em seu art. 7º, Inciso XVI Na CLT, artigo 58-62ªCLT Súmula nº 291 do TST HORAS EXTRAS. HABITUALIDADE. SUPRESSÃO. INDENIZAÇÃO. SÚMULA Nº 366 - CARTÃO DE PONTO. REGISTRO. HORAS EXTRAS. MINUTOS QUE ANTECEDEM E SUCEDEM A JORNADA DE TRABALHO Da limitação O caput do art. 4º da CLT, que não sofreu alteração pela Reforma Trabalhista, prevê que se considera como tempo de serviço efetivo “o período em que o empregado esteja à disposição do empregador, aguardando ou executando ordens, salvo disposição especial expressamente consignada” O legislador ao limitar a duração da jornada de trabalho visou proteger a integridade do empregado e evitar que alguns empregadores cometessem excessos, exigindo que seus empregados laborem em jornadas extensas, sem respeitar os limites previsto em lei. A batalha por tempos de expediente menos estafantes no Brasil surge junto ao processo de industrialização, implementado entre o final do século XIX e início do século XX. O começo da indústria nacional é marcado por jornadas extensas, de 10 a 12 horas, a exemplo do que ocorreu na Europa. As horas extraordinárias, remuneradas ou não, também eram comuns, e sua frequência obedecia às determinações dos patrões. A Constituição Federal de 1988, adotada atualmente, modificou a orientação até então seguida pelas constituições anteriores, estabelecendo em seu: art. 7º, inciso XIII: “duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho”. Ou seja, manteve a jornada de 8 (oito) horas diárias, porém reduziu o número de horas semanais de 48 (quarenta e oito) para 44 (quarenta e quatro) horas. Porém esta conquista só foi alcançada, após uma greve de 54 dias, realizada pelos metalúrgicos do ABC Paulista, que estimou uma participação de aproximadamente 290 mil trabalhadores, no ano de 1985, pois um ano após a reivindicação, foi discutida e aprovada na Constituição Federal de 1988. CLT jornada de trabalho Jornada de trabalho e profilaxia A jornada de trabalho é o período estabelecido no contrato da empresa que deve ser cumprido pelo empregado. A CLT prevê a quantidade máxima de 8 horas diárias, um total de 44 horas semanais, desde que não seja definido outro horário específico. ... Ele anotará o seu horário de saída e término, além dos intervalos. Intervalos na jornada de trabalho: intrajornada e interjornada Um ponto importante a se observar na carga horária dos colaboradores da empresa são os intervalos. Eles podem ser de dois tipos: intervalos intrajornada: são aqueles que ocorrem no meio da jornada de trabalho do funcionário. Geralmente esse intervalo é usado para o almoço, mas pode funcionar como um momento para lanchar, descansar, estudar e até fumar. Esse tempo não é computado nas horas trabalhadas; intervalos interjornada: são os intervalos que acontecem entre um dia de trabalho e outro. É o período destinado ao descanso, lazer, estudo e demais afazeres pessoais do funcionário. Também não conta na remuneração. Em relação ao intervalo intrajornada, a Reforma Trabalhista alterou para 30 minutos o tempo mínimo, se a jornada for mais de 6 horas diárias e for acordado em convenção coletiva. Antes, o horário mínimo era de uma hora e, no máximo duas. https://www.pontotel.com.br/intervalo-intrajornada/ Se a jornada for entre 4 e 6 horas, o descanso mínimo previsto é de 15 minutos. Em ambos os casos, se aprovado por convenção coletiva, o trabalhador pode fracionar o intervalo e pode realizá-los a qualquer hora, desde que não seja nem na primeira e nem na última hora trabalhada. Além disso, se o colaborador não retirar esse intervalo, o empregador deverá pagar as horas trabalhadas com no mínimo 50% de acréscimo ao valor normal da hora trabalhada. Os intervalos interjornadas são mais simples de entender. O funcionário tem direito a no mínimo 11 horas de descanso entre dias trabalhados. Exemplificando: Se um designer da sua agência terminar o dia às 19h, ele só pode voltar ao trabalho às 6h da manhã do dia seguinte. Caso ele volte antes disso, o período trabalhado antes das 6h deverá receber um acréscimo de 50% do valor-hora normal. Horas extras e banco de horas As horas extras não devem ultrapassar 2 horas diárias de forma alguma. Elas podem ser computadas se o trabalhador não usar todo o intervalo intrajornada, se ele chegar mais cedo ou se for embora mais tarde do trabalho. Você pode optar por implantar um sistema de banco de horas para dar mais flexibilidade aos seus colaboradores e para evitar ter que pagar essas horas extras. Desde a Reforma não é preciso realizar um acordo com o sindicato, bastando o funcionário estar de acordo. Horas in itinere Essas eram as horas que o trabalhador gastava para se deslocar para o trabalho e para casa. Em determinados casos, elas eram computadas como horas de trabalho. Mas desde a Reforma Trabalhista de 2017, elas deixaram de existir. Carga horária em jornadas noturnas Também não é algo que participa da realidade das agências de comunicação, mas informação nunca é demais. Aqui funciona uma coisa https://www.pontotel.com.br/como-calcular-hora-extra/ interessante. As horas noturnas não são contabilizadas em 60 minutos, mas 52 minutos e 30 segundos. Ou seja, 7 horas trabalhadas à noite equivalem a 8. Isso além do adicional noturno! Horas de descanso (Repouso Semanal Remunerado) O Repouso Semanal Remunerado (RSR) é obrigatório e deve ser retirado toda semana, de preferência aos domingos. São obrigatórias 24 horas seguidas de descanso, não podendo ser intercalado. A jornada de trabalho semanal deve prever esse descanso e precisa ser retirado de 7 em 7 dias. Feriados também contam como dias de descanso (o valor recebido por trabalho nesse dia deve vir em dobro). A coisa complica para empresas que trabalham com escalas, como o comércio, área da saúde e petrolíferas. Mas realmente não é o caso comum de agências de comunicação. De qualquer forma, apresentaremos os tipos de escala mais abaixo. Período de aviso prévio Durante esse período, é benefício do trabalhador optar por trabalhar duas horas a menos por dia. Isso auxilia o funcionário a procurar outro emprego enquanto mantém a mesma renda. Faltas e atrasos Faltas e atrasos não justificados são descontados na folha de pagamento do colaborador. Mesmo que a agência não precise pagar ao funcionário esse dia ou horas faltosas, é trabalho do gestor evitar que isso aconteça para que os processos não fiquem prejudicados e que entregas fiquem atrasadas. É interessante imprimir o espelho da folha de ponto para seus colaboradores para que eles consigam controlar melhor os seus horários. Quais são os tipos de escala de jornada de trabalho? Não é comum empresas lidarem com escalas de trabalho diferentes da comum de 8 horas diárias e 44 horas semanais. Mas, caso seja necessário, a empresa pode acordar com sindicato e trabalhadores algumas das escalas de trabalho abaixo: https://www.pontotel.com.br/folha-ponto-funcionarios/ escala 12×36: aqui o funcionário trabalha 12 horas seguidas e folga 36 horas, também seguidas. É um regime totalmente determinado por acordos e convenções coletivas, não tendo respaldo na legislação; escala 24×48: o colaborador trabalha 24 horas seguidas e folga 48 horas. Geralmente usado em pedágios e na polícia; escala 5×1: a cada cinco dias trabalhados o funcionário folga um. Assim, o colaborador tem um domingo de folga por mês. Nesse caso, o dia de trabalho deve ser de 7 horas e 20 minutos; escala 4×2: dois dias de folga a cada quatro dias trabalhados com jornada diária de 11 horas. A jornada de trabalho mensal soma 220 horas, ou seja, o funcionáriodeve receber por 30 horas extras; escala 6×1: seis dias trabalhados e um de folga. Nesse caso, a empresa é obrigada a dar um domingo de folga a cada sete semanas, no máximo. 60 da CLT, Aceitando a prorrogação de jornada em ambientes insalubres, sem licença prévia das autoridades competentes do Ministério do Trabalho, conforme dicção do item XIII, do art. ... XIII- prorrogação de jornada em ambientes insalubres, sem licença prévia das autoridades competentes do Ministério do Trabalho;[... REFORMA TRABALHISTA: NEGOCIAÇÃO COLETIVA E SOBREJORNADA EM AMBIENTES INSALUBRES A Lei n. 13.467/2017 retoma o antigo entendimento do TST (nos idos de 1996) ao permitir que a negociação coletiva prevaleça sobre o caput do art.60 da CLT, aceitando a prorrogação de jornada em ambientes insalubres, sem licença prévia das autoridades competentes do Ministério do Trabalho, conforme dicção do item XIII, do art. 611-A da CLT: Art. 61. [reforma trabalhista 2017] Ocorrendo necessidade imperiosa, poderá a duração do trabalho exceder do limite legal ou convencionado, seja para fazer face a motivo de força maior, seja para atender à realização ou conclusão de serviços inadiáveis ou cuja inexecução possa acarretar prejuízo manifesto. § 1º O excesso, nos casos deste artigo, pode ser exigido independentemente de convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017) § 2º - Nos casos de excesso de horário por motivo de força maior, a remuneração da hora excedente não será inferior à da hora normal. Nos demais casos de excesso previstos neste artigo, a remuneração será, pelo menos, 25% (vinte e cinco por cento) superior à da hora normal, e o trabalho não poderá exceder de 12 (doze) horas, desde que a lei não fixe expressamente outro limite. § 3º - Sempre que ocorrer interrupção do trabalho, resultante de causas acidentais, ou de força maior, que determinem a impossibilidade de sua realização, a duração do trabalho poderá ser prorrogada pelo tempo necessário até o máximo de 2 (duas) horas, durante o número de dias indispensáveis à recuperação do tempo perdido, desde que não exceda de 10 (dez) horas diárias, em período não superior a 45 (quarenta e cinco) dias por ano, sujeita essa recuperação à prévia autorização da autoridade competente.
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