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NEONATOLOGIA • A TERMO – 37 a 41 SEMANAS IG (TEMPO CERTO) • PRÉ TERMO: < 37 SEMANAS IG (PRÉ MATURO, ANTES DO TEMPO) • PÓS TERMO: > 41 SEMANAS IG (NASCIMENTO TARDIO, DEPOIS DO PRAZO) • Idade cronológica (idade do bebê): 8M • Idade motora: 2M • IDADE CORRIGIDA: • 40 semanas IG = idade “ideal” – data da ultima menstruação. • Contar quantas semanas faltam para fechar 40 sem IG. • Após, subtrair da idade cronológica o numero de semanas que faltam para fechar 40 sem IG = IDADE CORRIGIDA. • Lembrar que em bebês que nasceram prematuros, devemos utilizar a IDADE CORRIGIDA até os 2 anos. Atraso DE 6 MESES no desenvolvimento neuropsicomotor (ADNPM) por exemplo: um bebê nascido com 35 semanas e com 2 meses de vida - sua idade cronológica é 2 meses, mas sua idade corrigida é de 3 semanas (2 meses = 8 semanas; faltavam 5 semanas para completar 40, restaram 3 semanas). 35+8=43 semanas (tempo gestação + idade cronológica) 43-40= 3 semanas (idade corrigida) PREMATURIDADE • é quando se tem a gestação interrompida antes das 37 semanas de idade gestacional, o bebe nasce antes do tempo. O RN prematuro é hipotônico, tem uma cabeça relativamente grande, os pescoços e os membros são curtos em relação ao tronco, os olhos são proeminentes e a língua protrusa, o tórax é relativamente pequeno em relação ao abdômen. E os ossos e músculos da caixa torácica são debilitados, o que aumenta a dificuldade respiratória. A pele é enrugada, fina, translucida. Há pouco tecido adiposo subcutâneo. E quanto mais prematura a criança, maior a quantidade de lanugem que recobre o seu corpo. • As unhas dos pés e das mãos são frágeis e não ultrapassam a extremidade digital. Ocorre a ausência do relevo e a flacidez do pavilhão auricular, assim como ocorre a ausência de estriação plantar. • Quanto mais prematuro for o recém-nascido, mais reduzida estará a sua tonicidade muscular, adotando uma postura proporcionalmente largada. Onde os reflexos de sucção e de deglutição encontram-se enfraquecidos, e a regurgitação e o refluxo são frequentes, aumentando assim os riscos de aspiração do leite materno. Nos prematuros do sexo masculino, os testículos ainda não estão na bolsa escrotal, enquanto que nas meninas os grandes lábios não recobrem as ninfas. PARALISIA CEREBRAL • Não é doença, é uma categoria de deficiência que incluem: distúrbios crônicos não progressivos do movimento e da postura com início precoce. • É uma encefalopatia crônica não progressiva da infância. Caracteriza-se por alterações dos movimentos e da postura, de causa não genética, adquiridas antes, durante ou após o nascimento, até os 7 anos de idade. Em geral acompanha-se de déficits sensoriais e mental, bem como de crises convulsivas • É um grupo de desordens motoras não progressivas, porém sujeitas a mudanças, resultante de lesão no encéfalo nos primeiros estágios de seu desenvolvimento (2 anos). CAUSAS: • PRÉ-NATAIS (gestação): 60% dos casos • Doença cerebrovascular; • Agentes físicos e agentes químicos; • Infecções; • Fatores maternos: anemia, genética. • PERI-NATAIS (parto): 30% dos casos • Anóxia peri-natal; • Hemorragias intra-cranianas; • Alterações metabólicas; • Infecções; • Ictericia precoce; • Trauma. • PÓS-NATAIS (pós parto): 10% dos casos • Traumatismos cranioencefálicos (TCE); • Infecções: meningite • Tumores • AVE’s, alterações vasculares. CLASSIFICAÇÕES: - Baseada no tipo de distúrbio do movimento: Espasticidade; Movimentos involuntários; Rigidez; Ataxia; Hipotonia e Mista. - Baseada na distribuição topográfica: • Monoplegia: acometimento de um membro; • Hemiplegia: afeta um lado do corpo (se a lesão for no lado direito, o acometimento será no esquerdo); • Diplegia: acometimento nos MMII. *É considerada uma quadriplegia onde tem uma alteração maior em MMII. • Quadriplegia: acometimento nos quatros membros. • Danos no SNC resultam em disfunções no processamento sensorial e em geral estão associadas com PC: Cerebelo • – Centro de processamento sensorial • – Ataxia Circuito córtex-gânglios da base-Tálamo • Circuitos de respostas sensoriais e motoras • Atetose Córtex cerebral e tratos piramidais • Regulação da informação sensorial • Espasticidade • PC espástica: • Comprometimento cortical-sistema piramidal; • A criança apresenta hipertonia muscular elástica, músculo fraco (parestesia), pradrão flexor= flexão do antebraço e punho, adutores e rotares internos ativos, tríplice sural ativado (plantiflexão); deformidades ortopédicas em razão do padrão flexor; hipertonia em membros e hipotonia no centro do corpo (tronco e cabeça); • Hipertonia é caracterizada como uma resistência ao movimento passivo que varia de acordo com a velocidade do movimento realizado. A ESPASTICIDADE pode ser vista como uma desordem de movimento, com hiperreflexia, fraqueza muscular e perda da destreza. Quando tem hipertonia, há anormalidade nos componentes neurais e não neurais. • A espasticidade frequentemente não é evidente até os 4 meses de idade, ocasião onde iniciam mais os movimentos e controle conta a gravidade.Os padrões de hipertonia podem se modificar associados a algumas sequencias de movimentos (ex. engatinhar x arrastar) e a demandas posturais diferentes ( ex. postura sentada x ficar em pé). • Ao exame clinico, a espasticidade pode: • mudar em grau e está relacionada a qualidade de movimento, interferindo na habilidade funcional; • se expressa em padrões diferentes (flexão ou extensão); esses padrões podem ser modificados de acordo com a criança se movimenta e como ela é posicionada. • FATORES QUE AUMENTAM A ESPASTICIDADE: • Uso da espasticidade para movimentar-se; • Reações associadas- aumento de tônus no membro contrario quando um membro realiza um movimento. • Falta de movimentação. • Repetição de movimentos dentro do padrão de espasticidade. • CLASSIFICAÇÃO Espástica: • Hemiplegia – Somente um lado do corpo é afetado • Quadriplegia – Todo o corpo é afetado • Diplegia – Todo corpo é afetado, mas os MMII são mais afetados. – Boa função manual x Má função manual • Espasticidade leve – as reações associadas estão presentes apenas enquanto a criança realiza uma tarefa ou enquanto está reagindo a estimulação que as provocou. • Espasticidade moderada – as reações persistem além da duração do estímulo, e a criança precisa de ajuda para retornar ao estado original. • Ocorre contratura devido a maior ADM disponível; luxações ocorrem mais facilmente do que na espasticidade severa, onde é mais comum ocorrer subluxações. • Reações associadas podem ser fortes e vista como um movimento. Se persistentes, podem resultar em espasticidade, aumentando o grau de hipertonia de moderado a severo. Essas reações também podem aumentar a formação de contraturas. • Tratamento • Facilitar uma atividade que tenha uma meta funcional – desempenhar uma função. • Passar pelas fases de desenvolvimento mais essenciais (conforme padrão apresentado pela criança). • Facilitar as reações que compõem o Balance para capacitar um ajuste postural mais confiável. • Transferências e suporte de peso em movimento para permitir uma grande variedade de sequencias de movimentos. • Prevenir e minimizar as reações associadas. • Trabalhar contra as contraturas e deformidade Espasticidade severa • Co-contração exagerada: agonista e antagonista estão hipertônicos, mais evidente na região proximal. • Hipertonia não se modifica em nenhum grau quando em repouso, só alterado quando é movimentado passivamente ou quando tenta mover-se ativamente. • Mudanças relativas ao grau de espasticidade ocorrem de acordo com a posição da cabeça no espaço ou em relação ao tronco. Tratamento: Usar padrões de atividade que levem a uma função. Prevenir ou minimizar as contraturas e subluxações. Facilitar o Balance para ajudar a reduzir o medo: Realizar movimentos de pequenas para grandes amplitudes, não trabalhando de forma estática.Usar rotação para modificar os padrões anormais (baixar o tônus). Utilizar pontos-chave essenciais – proximais. Mobilizar favorecendo dissociação do tronco/membros. • PC ATAXICO - Lesão no cerebelo • Comprometimento cerebelar; Alterações do equilíbrio; Incoordenação; Hipotonia; Fala escandida; Marcha “ebriosa”. • As informações sensoriais vão mais para o cerebelo do que para o córtex cerebal. • Tônus postural é baixo, mas não excessivamente. Há muitos movimentos e um certo grau de controle postural contra a gravidade. • Falta de co-contração proximal, que resulta em incapacidade de manter posturas fixas e inabilidade em dar estabilidade a uma parte móvel. • Coordenação dos movimentos: falta de seletividade (padrões globais e imaturos) e movimentos finos são difíceis para coordenar. • Distúrbio de inervação reciproca: tremores de intenção, oscilação de tronco, titubeação da cabeça, dismetria, nistagmo, movimentos aos arrancos, disartria. • Reações de balanço: são frequentemente atrasadas, insuficientes coordenadas, com amplitude excessiva e pobremente direcionada. • A espasticidade está presente, em grau leve ou moderado, só acontecendo ao movimento • Problemas associados: • Motrocidade fina; Nistagmo; Disartria = falta de coordenação na fala; Incoordenação da deglutição; Dismetria= controle olho-mão. • TRATAMENTO: • Aumentar e estabilizar o tônus postural: Controle postural continuo contra a gravidade; Graduação do movimento. • Facilitar a adaptação ativa ao ser movido; • Qualidade de movimento: graduação e modulação de força, ritmo, direção. • Ajustar as reações de balance. PC MISTO: • 20% dos casos; • Sintomas associados de mais de 1 tipo clinico. DISTURBIOS RELACIONADOS Convulsões; Deficit auditivo; Deficiencia visual – estrabismo, esotopia, hemianopsia, nistagmo; Disturbios proprioceptivos e visio-motores; Deficiencia tátil – estereognosia; Problemas orais e dentários; Constipação; Retardo mental; Disfunções urinarias; Alteração da expressão verbal; Desordens do sono; Deformidades ortopédicas – luxação do quadril, pé equino, escoliose. MANIFESTAÇÕES: Atraso no DNPM; Presença de reflexos primitivos; Alterações do tônus; Comprometimento cognitivo; Crise convulsivas; Alterações sensoriais; Comprometimento funções corticais; Problemas digestivos e respiratórios. AVALIAÇÃO: Anamnese; exame físico geral; exame neurológio; avaliação de reflexos primitivos; DNPM. PROGNOSTICO: Multi-fatorial; Aspectos intrínsecos; Aspectos socio-economico-culturais. • PC EXTRAPIRAMIDAL/ATETOSE • Comprometimento dos núcleos da base; • movimentos involuntários; tônus flutuante; marcha em “marionete”; coréia, atetose, disonia. • TIPOS DIFERENTES DE ATETÓIDES: • Baseados nos tipos de movimentos invlountarios. • Discinéticos- tem muita movimentação involuntária e não consegue controlar seus movimentos voluntários. • Distonicos- mudanças repentinas de tônus e em altos graus. Quatro grupos: • Atetose pura; Coreoatetose; Atetose com espasmos tônicos intermitentes – espasmos distonicos; Atetose com espasticidade. • Discineticos: Reações de equilíbrio e retificação (balance) estão presentes, porém mal coordenadas. Podem estar atrasadas, exageradas, por isso não são consiáveis. • Na coreatetose, os fortes movimentos levam a perda do Balance. • Deformidades geralmente não tem devido aos movimentos. • Os cuidados devem ser tomados contra subluxações, pela hipermobilidade, principalmente dos ombro, dedos, quadril e mandibula. • TRATAMENTO: • Estabilização do tônus postural; • Conseguir co-contração proximal; • Visar o controle do movimento de médio alcance; • Conseguir controle estático, para depois incluir o movimento voluntario; • Trabalhar atividades que proporcionam simetria e alinhamento articular; • Ajustar as reações de Balance; • Prevenir subluxações e luxações. • Distonicos: • Os espasmos distônicos afetam principalmente as parte proximais, as partes distais podem apresentar movimentos de torção. Estes espasmos são passageiros, mas fixam a criança em uma única postura. • Reações de equilíbrio e retificação: os espasmos acabam retirando a criança do Balance sem aviso. Estas reações estão presentes, porém não são confiáveis. • As deformidades podem ocorrer devido a forte assimetria. Ex:luxações de quadril, escoliose, contratura dos flexores de quadril e joelhos. • GMFSC (CLASSIFICA): É uma escala que caracteriza em cinco níveis em ordem decrescente, o nível de independência e funcionalidade das crianças com PC. É feita de acordo com a idade da criança. As distinções são baseadas em limitações funcionais, necessidade de dispositivos manuais para mobilidade (tais como andadores, muletas ou bengalas) ou mobilidade sobre rodas qualidade do movimento. • Nível I indica que ela consegue locomover- se sem restrições; • Nível II esta criança apresenta limitação na marcha em ambiente externo; • Nível III é atribuído àquelas que necessitam de apoio para locomoção; • Nível IV há necessidade de equipamentos de tecnologia assistiva para mobilidade; • Nível V a criança apresenta restrição grave de movimentação, mesmo com tecnologias mais avançadas. • GMFM (AVALIA FUNCIONALIDADE): É um instrumento de avaliação quantitativo desenvolvido para avaliar alterações na função motora grossa de crianças com PC e é inicialmente formado por 88 itens, divididos em cinco dimensões (Deitar e rolar; sentar; engatinhar e ajoelhar; em pé; andar, correr e pular). A cada item é atribuída pontuação de zero a 3: 0 - não inicia o movimento; 1 - inicia o movimento; 2 - completa parcialmente o movimento; 3 - completa o movimento. Ao final da avaliação somam-se os pontos obtidos pela criança em cada dimensão, convertendo-se em porcentagem em relação ao escore máximo na dimensão. Por exemplo, na dimensão A (deitar e rolar), com 17 itens, a pontuação máxima é 51; se a criança tiver obtido 34 pontos, seu escore percentual nessa dimensão será 66,7%.
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