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802Q - Estética do Projeto - Módulo 1

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28/05/2020 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
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 Para iniciar o programa da nossa disciplina, é importante abordar alguns conceitos bem
como retomar alguns aspectos que servirão como fundamento para desenvolver os temas
pertinentes. Assim, a proposta passa necessariamente por uma breve perspectiva histórica, a
partir da qual pretendemos situar as questões relativas à estética e a arte.
O termo estética vem da expressão grega aisthésis, significando percepção,
sensação, podendo ser apontada na filosofia clássica. Em Platão encontramos os
fundamentos para uma teoria da beleza. Em pelo menos duas de suas obras (O
Banquete e Fedro) ele demonstra que a alma é sempre atraída para a beleza, e
esta funciona como uma ponte para o mundo das idéias, onde habita a Beleza
Absoluta, e também a Verdade e o Bem. O belo é uma característica da verdade,
sendo por isso boa. 
Mas pra compreender de fato esta posição cabe lembrar que Platão concebia um
universo formado por dois mundos distintos: 
- o mundo das essências, que seria o mundo do autêntico, das idéias puras,
essências do eterno e imutável que existe e sempre existirá, onde a verdade, a
beleza e o bem servem de modelo para todas as coisas que existem no mundo
sensível;
 - o mundo das aparências, que é aquele que temos diante de nossos olhos, que
nos é dado perceber, o mundo sensível onde as transformações e mudanças são
constantes e inevitáveis, onde as coisas nascem e morrem e são apenas um modo
imperfeito do homem vislumbrar o mundo autêntico (o mundo das essências). 
Mas, partindo dessa concepção, Platão rejeitava a arte como caminho para o
conhecimento, uma vez que ela é apenas uma representação humana da natureza
(mímesis), que por sua vez já é somente uma sombra do mundo das idéias.
Assim, a arte não passaria de uma imitação de “terceira mão” do mundo real, o
mundo das idéias. 
 
Por sua vez, Aristóteles não tem dificuldade em dar valor cognitivo às artes,
mesmo que elas sejam principalmente objeto do mundo sensível. Ele considera
que o prazer que os sentidos nos dão esta diretamente ligado ao seu papel
cognitivo: 
“Todos os homens por natureza desejam conhecer. Uma indicação disto é o
prazer que 
os sentidos nos dão; pois mesmo sem considerar a sua utilidade, amamos os
sentidos 
por si mesmos”. (Metafísica, livro I). Aristóteles concebe o belo como ordem,
simetria e o resultado das relações que se estabelecem entre essas propriedades
no objeto.
 
A partir do século XVIII, as noções de arte e belo passam a ser cada vez mais
vinculadas como parte uma mesma área de investigação, consequência da
atenção dada ao conceito de gosto, entendido como faculdade de discernir o belo,
28/05/2020 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
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seja dentro ou fora da arte. Coube a Alexander G. Baumgarten, por volta de 1750,
a publicação de uma obra definitiva sobre a questão: Aesthetica. Antes dele, a
estética aparecia abordagens da filosofia, subordinada à teoria do conhecimento e
à ética. A obra de Baumgarten trata a estética tem como objeto do conhecimento
sensorial, contrapondo-se à lógica cujo foco é o saber cognitivo. 
Seguindo essa mesma proposta, Kant afirma que a beleza não é propriedade do
objeto mas resultado de uma construção do sujeito em relação ao objeto. Ao
contrario dos juizos de conhecimento, que emitem conceitos evidentes e
indiscutiveis (“a rosa é branca”), os juizos estéticos são resultado da apreensão
pessoal de quem contempla o objeto, sem relação com as propriedades que o
compõe (“a rosa é bela”). Assim, a beleza é produzida subjetivamente a partir de
uma sensação de prazer, que pode ser universal, na medida em que os homens
compartilhem de um mesmo juizo de gosto. 
 
É possível afirmar que as questões fundamentais no campo da Estética se
desdobram em três tendências principais:
 
1- A relação entre a arte e a natureza
 A partir de sua definição mais antiga na filosofia ocidental, a arte aparece como
imitação da natureza, posição reafirmada pelo movimento realista. Uma segunda
postura enfoca a arte como criação, sem referência direta à natureza, mas como
originalidade, postura característica do movimento romântico. A terceira posição,
predominante na estética contemporânea, faz referência a arte como construção
na qual a atividade estética não se limita apenas a recepção ou criação, mas a um
produto complexo em que a obra do homem acrescenta à natureza sem destruí-
la.
 
2. A relação entre a arte e o homem
Uma primeira concepção aponta a arte como conhecimento, a partir de
Aristóteles, que também é a referência para uma segunda posição que indica arte
como atividade, technê. 
O conceito de technê se refere ao domínio das técnicas do fazer, sendo muito
próximo ao que hoje chamamos de artesanato. Para distinguir essa modalidade
daquilo que hoje entendemos por arte, Aristóteles fala das “artes
miméticas”. Mimesis designa a ação de imitar, cópiar, reproduzir ou representar a
natureza, e constitui, na filosofia aristotélica, o fundamento de toda a arte. Assim,
o artista é aquele que se destaca pela forma como consegue imitar ou representar
a realidade. A tese da arte como sensibilidade ganha destaque a partir do sec.
XVIII, sob a concepão de arte como perfeição da sensibilidade, uma negação da
postura de Platão de diminuir a importância da atividade artística.
 
3. A função da arte
Este problema é abordado por duas diferentes posturas. A primeira aponta para a
função educativa, podendo ser encontrada a partir de Aristóteles cuja afirmação
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sobre a música pode ser estendida aos demais domínios artísticos: “… a musica
não deve ser praticada só por um tipo de benefício que dela possa derivar, mas
por seus usos multiplos, servindo à educação, à catarse, ao repouso, ao
soerguimento da alma e à suspensão dos afazeres…” (Politica, VIII). A segunda
postura diz respeito a arte como expressão, a forma final das vivências, atividades
e atitudes humanas, transportando para um outro plano o mundo comum da vida,
emoções, necessidades, idéias e conceitos que dão sentido à própria existência
humana. 
 
Agora temos os conceitos básicos para iniciar a discussão de como o problema da
estética se apresenta na arquitetura e no processo de projeto.
 
Exercício 1:
Uma das perspectivas da estética contemporânea enfatiza a arte como criação,
sem a necessidade de referência direta à natureza, mas principalmente como
originalidade. Assim, pode-se afirmar que
A)
Toda arte acadêmica contraria tal afirmação
B)
Toda a história da arte ocidental reafirma essa perspectiva
C)
Não existe registro na história da arte capaz de contradizer tal perspectiva
D)
Essa perspectiva é corroborada pelo movimento romântico
E)
A arte clássica é uma evidência dessa postura
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(D)
Comentários:
D) 
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Exercício 2:
É possível afirmar que a arte aparece como imitação da natureza com mais ênfase
em alguns gêneros de pintura, tal como
A)
o abstracionismo
B)
a arte conceitual
C)
a body art
D)
o academicismo
E)
todos os movimentos artísticos do século XX
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(D)
Comentários:
D)

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