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Petição NPJ Cumprimento de Sentença - AVA Constitucional

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EXCELENTÍSSINO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DA FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA DE SÃO CAETANO-PE 
A advocacia não é profissão de covardes
- Sobral Pinto
Processo nº:
LUIZ AUGUSTO, nacionalidade, estado civil, exercendo a profissão de comerciante, devidamente inscrito no CPF/MF nº, CIRG nº, portador do Título de Eleitor nº 123456, residente e domiciliado à Rua, nº, bairro, na cidade de São Caetano-PR, CEP, vêm respeitosamente à presença de Vossa Excelência, por intermédio de seus advogados que esta subscreve, com fulcro nos arts. 519, § 1º
 e art. 523
, do Código de Processo Civil, promover o presente pedido de:
CUMPRIMENTO DE SENTENÇA
Em face do MUNICÍPIO DE SÃO CAETANO-PE, Pessoa Jurídica de Direito Público, pelos atos ilegais e lesivos ao patrimônio público e à moralidade administrativa praticados pelo Sr. Prefeito Jacinto Jacaré, com sede à Rua, nº bairro, cidade, estado, CEP; e, ACSC-PE, com sede à Rua, nº, bairro, cidade de São Caetano-PE, CEP, representado pelo Presidente Sr. Sombra. 
I- DOS FATOS
O autor está devidamente regular com a Justiça Eleitoral, conforme documentos em anexo, foi beneficiado com o Trânsito em Julgado de Acórdão Cível, que julgou procedente o pedido do Autor para que todo o dinheiro recebido durante o período em que a parte Ré prestou serviço de cobrança de estacionamento, denominado “Zona Azul”.
Contudo, transitou em julgado a ação, conforme certidão ora juntada, a parte Ré, não realizou a devolução de forma voluntária da quantia devida, motivo pelo qual se faz necessária a instauração da fase de cumprimento de sentença.
O valor atualizado da quantia a ser devolvida, acrescido de juros e mora perfaz a quantia de R$113.000,00 (cento e treze mil reais), conforme memória de cálculo em anexo, devendo a parte demandada ser intimada para realizar a devolução do valor no prazo de quinze dias, sob pena de incidência da multa de 10% e honorários advocatícios em igual porcentagem sobre o valor do débito, conforme disposto no artigo 523, §1º, do Código de Processo Civil. 
II- DOS DIREITOS
Em primeiro lugar, há que se destacar a importância da devolução do montante arrecadado, mormente no tocante à decretos que são anulados pelo Poder Judiciário.
A Lei 4.717/65, que trata acerca da Ação Popular, dispõe em seu artigo 11, que a decisão que acolher os pedidos acostados na demanda deverá condenar os sucumbentes ao pagamento de perdas e danos, como forma de ressarcir o que foi retirado dos cofres públicos, senão, vejamos: 
Art. 11. “A sentença que, julgando procedente a ação popular, decretar a invalidade do ato impugnado, condenará ao pagamento de perdas e danos os responsáveis pela sua prática e os beneficiários dele, ressalvada a ação regressiva contra os funcionários causadores de dano, quando incorrerem em culpa.”
Não é outro o entendimento do Egrégio Tribunal da Cidadania, como disposto no seguinte julgado:
ADMINISTRATIVO
E PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO POPULAR. IRREGULARIDADES FORMAIS AVERIGUADAS NO PROCEDIMENTO LICITATÓRIO, QUE NÃO ENSEJARAM, CONTUDO, DANO AO ERÁRIO, CONFORME RECONHECIDO EM PERÍCIA JUDICIAL E PELO TCE DE MINAS GERAIS. IMPOSSIBILIDADE DE CONDENAÇÃO DOS RECORRENTES NO RESSARCIMENTO DOS COFRES PÚBLICOS, COM ESTEIO EM LESÃO PRESUMIDA À MUNICIPALIDADE, SOB PENA DE ENRIQUECIMENTO SEM CAUSA DO ENTE ESTATAL.
1.
À luz da Súmula 418/STJ, é inadmissível o Recurso Especial interposto antes da publicação do acórdão dos Embargos de Declaração, sem posterior ratificação, como ocorreu em relação ao Nobre Apelo de fls. 6.492/6.514, haja vista a peça recursal ter sido protocolizada em 24.02.2011, sendo que o Acórdão que julgou os últimos Embargos interpostos foi disponibilizado no Dje em 30.09.2011. O Recurso Especial, dest'arte, não transpõe a barreira da admissibilidade, porquanto interposto antes do julgamento dos Embargos de Declaração, ou seja, antes do exaurimento das instâncias ordinárias, em desconformidade com o disposto no referido art. 105, III da Constituição Federal 2. A preliminar de nulidade do acórdão vergastado, por suposta violação ao art. 535, II do CPC, somente tem guarida quando o julgado se omite na apreciação de questões de fato e de direito relevantes para a causa - alegadas pelas partes ou apreciáveis de ofício - o que não ocorreu nos presentes autos. 3.
Mostra-se deficiente a fundamentação dos recursos que se limitaram a elencar os dispositivos de lei federal (arts. 964 do CC/1916 e 131, 165, 436 e 458, II do Estatuto Processual Civil) sem, contudo, relacioná-los de forma específica com o eventual vício de fundamentação alegadamente existente no acórdão guerreado, incidindo, portanto, a Súmula 284 do Supremo Tribunal Federal. 4.
A Ação Popular consiste em um relevante instrumento processual de participação política do cidadão, destinado eminentemente à defesa do patrimônio público, bem como da moralidade administrativa, do meio-ambiente e do patrimônio histórico e cultural; referido instrumento possui pedido imediato de natureza desconstitutiva-condenatória, pois colima, precipuamente, a insubsistência do ato ilegal e lesivo a qualquer um dos bens ou valores enumerados no inciso LXXIII do art. 5o. da CF/88 e, consequentemente, a condenação dos responsáveis e dos beneficiários diretos ao ressarcimento ou às perdas e danos correspondentes. 5.
Tem-se, dessa forma, como imprescindível a comprovação do binômio ilegalidade-lesividade, como pressuposto elementar para a a procedência da Ação Popular e consequente condenação dos requeridos no ressarcimento ao erário em face dos prejuízos comprovadamente atestados ou nas perdas e danos correspondentes. 6.
Eventual violação à boa-fé e aos valores éticos esperados nas práticas administrativas não configura, por si só, elemento suficiente para ensejar a presunção de lesão ao patrimônio público, conforme sustenta o Tribunal a quo; e assim é porque a responsabilidade dos agentes em face de conduta praticada em detrimento do patrimônio público exige a comprovação e a quantificação do dano, nos termos do art. 14 da Lei 4.717/65; assevera-se, nestes termos, que entendimento contrário implicaria evidente enriquecimento sem causa do Município, que usufruiu dos serviços de publicidade prestados pela empresa de propaganda durante o período de vigência do contrato. 7.
Não se conhece do Recurso Especial da Empresa de Propaganda e Marketing, em face de sua manifesta intempestividade, e do Recurso Especial interposto pelo ex-Prefeito. Recursos Especiais dos demais recorrentes providos, para afastar a condenação dos mesmos a restituir aos cofres públicos o valor fixado no Acórdão do Tribunal de origem. Com fulcro no art. 509 do CPC, atribui-se efeito expansivo subjetivo à presente Decisão, para excluir a condenação ressarcitória dos demais litisconsortes necessários. 
(REsp 1447237/MG, Rel. Ministro NAPOLEÃO
NUNES MAIA
FILHO,
PRIMEIRA TURMA,
julgado
em
16/12/2014,
DJe09/03/2015-destacamos)
De maneira similar, há que se destacar que a presente ação é a medida cabível ao caso concreto, uma vez que visa compelir o sucumbente a cumprir com o disposto no Acórdão, que constitui-se como Título Executivo Judicial, conforme está disposto no artigo 515, inciso I, do Código de Processo Civil:
 Art. 515. “São títulos executivos judiciais, cujo cumprimento dar-se-á de acordo com os artigos previstos neste Título:
I - as decisões proferidas no processo civil que reconheçam a exigibilidade de obrigação de pagar quantia, de fazer, de não fazer ou de entregar coisa;”
III - DOS PEDIDOS
Ante o exposto requer:
· A intervenção do Ministério Público para intervir como custus legis na presente demanda;
· A citação dos Réus para que procedam a devolução do montante de R$ 113.000,00 (cento e treze mil reais); 
· A citação intimação em separado do Município, através da Procuradoria, conforme disposição legal;
Dá-se à causa o valor de R$113.000,00
Termos em que,
Pede deferimento.
Campo Grande, 26 de maio de 2020.
Pablo Neves Chaves
OAB/MS
� Art. 513. O cumprimento da sentença será feito segundo as regras deste Título, observando-se,no que couber e conforme a natureza da obrigação, o disposto no Livro II da Parte Especial deste Código.
§ 1º O cumprimento da sentença que reconhece o dever de pagar quantia, provisório ou definitivo, far-se-á a requerimento do exequente.
� Art. 523. No caso de condenação em quantia certa, ou já fixada em liquidação, e no caso de decisão sobre parcela incontroversa, o cumprimento definitivo da sentença far-se-á a requerimento do exequente, sendo o executado intimado para pagar o débito, no prazo de 15 (quinze) dias, acrescido de custas, se houver.