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CONTEÚDO 3 – FRATURAS POR STRESS A fratura por stress é um problema que anteriormente era restrito aos atletas de alta performance (alto impato) e militares (marcha por longa distância), mas hoje pode envolver qualquer pessoa que pratica ou lida com atividade física. Com o aumento do número de praticantes de esportes e a sobrecarga extra, que às vezes chegam a ultrapassar a resistência fisio-histológica do osso (principalmente corrida), além da intensidade dos treinos, as fraturas por stress podem acontecer por causa do esgotamento muscular (esforço excessivo) e a falta de absorção de impactos acumulativos. Invariavelmente, os músculos fadigados transferem a sobrecarga do stress para o osso ocorrendo a fratura por stress. Tecnicamente é definida como uma solução de continuidade do tecido ósseo ou uma reação osteoblástica localizada sem aparente ruptura da cortical. As fraturas por stress são fissuras microscópicas dos ossos, causadas por uma soma de quantidade de impacto. Esse esforço físico repetitivo aumenta as solicitações ósseas, que quando ultrapassam a resistência normal, ocorre a substituição da deformação elástica pela deformação plástica, isto é, não há retorno à situação anterior e, caso as exigências continuem, instalam-se microfraturas, prevalecendo então a reabsorção óssea. Nesta fase da evolução, tem-se uma alteração fisiológica, a fratura, no entanto sem aparente comprometimento anatômico (deformidade). Pode se originar de um aumento muito rápido da intensidade, volume ou mesmo de uma mudança no tipo de treino (troca de calçado, tipo de piso, programa de saltos, etc.). A fadiga muscular pode também ter papel importante na ocorrência de fraturas por stress. Para cada milha que um corredor percorre, mais de 110 toneladas da força devem ser absorvidas pelos pés. Os ossos não são feitos para absorver muita energia e os músculos agem como absorventes de choque adicionais. Mas, quando os músculos se tornam cansados e param de absorver a maioria da energia, as quantidades mais altas de choque vão para os ossos. O osso envolvido é submetido a uma carga excessiva sem o devido respeito aos princípios de progressão e repouso, e inicia-se uma fratura da parte mais interna do osso (trabéculas ósseas), que pode, se não tratado, progredir para uma fratura completa (incluindo a cortical). Estudos têm mostrado resultados que indicam que as mulheres têm mais fraturas por stress do que os homens. Este fato é atribuído a uma condição conhecida como “a tríade da atleta feminina”: - desordem alimentar (bulimia ou anorexia); - amenorréia (ciclo menstrual ausente); - osteoporose (quando a massa óssea da mulher diminui, aumentam as chances de ocorrer uma fratura por stress). As fraturas por stress ocorrem menos freqüentemente nos africanos se comparados aos caucasianos. Isso acontece devido a um BMD mais elevado (densidade mineral do osso). A incidência aumenta provavelmente também com a idade devido às reduções da BMD. Os ossos dos membros inferiores são os mais acometidos, principalmente os ossos do pé, tíbia, fíbula e fêmur, cuja origem é a sobrecarga de forma intensa, mal realizada ou sem o devido intervalo de recuperação. Além de ossos da pelve e vértebras na coluna. Dentre os ossos do pé, os quais estão envolvidos em cerca de 35% dos casos de fraturas por stress, os metatarsos e o navicular são os mais acometidos, especialmente na prática do atletismo. As tíbias são acometidas principalmente em saltadores (1/3 médio) e corredores (1/3 proximal ou distal). O colo e a diáfise do fêmur são mais acometidos em corredores. As vértebras (coluna) são afetados em mecanismos exagerados de torção (arremesos) e de hiperextensão (salto em altura). A fratura por stress tem geralmente uma lista reduzida de sintomas. - uma área generalizada de dor no membro acometido, - enfraquecimento - dor à carga - edema e equimose são raros. Há uma discrepância entre a clínica referida pelo paciente e os achados radiológicos, pois o raio X em geral é normal. A não ser em fases mais tardias, em torno de 15 dias, onde pode aparecer uma formação de um calo ósseo discreto no local da fratura. Nas fases iniciais, em torno de 80% das fraturas de estresse não são evidentes nas radiografias. São necessários para confirmação diagnóstica os métodos como ressonância magnética (RM) ou cintilografia óssea, que apresentam uma boa sensibilidade. A cintilografia óssea detecta a fase inicial da patologia, cerca de 95% dos casos em menos de 24h da lesão. Tratamento O tratamento é conservador, com repouso relativo, isto é, afastado de toda e qualquer atividade de impacto podendo o atleta realizar atividades na água e exercícios de fortalecimento e alongamento para manter sua condição muscular e cardio-respiratória. 1- Repouso: indivíduos precisam repousar da atividade que causou a fratura por stress, e realizar atividades sem dor e sem impacto durante seis a oito semanas para que ocorra a cura da fratura. Se a atividade que causou a fratura por stress é retomada muito rapidamente, podem se desenvolver fraturas maiores e mais difíceis de curar. Uma recidiva também pode levar a problemas crônicos. 2- Calçado adequado: com bom amortecimento e o descanso apropriado podem evitar este tipo de lesão. 3- Substituição: trocar a corrida por outra atividade aeróbia sem impacto como a natação ou o ciclismo e quando voltar a correr, iniciar em terreno macio ou grama. 4- Após o período de recuperação, outras duas semanas da atividade suave sem nenhuma dor podem ser recomendadas antes que o osso possa com segurança ser considerado apto e a atividade puder gradualmente aumentar. 5- A reabilitação consiste geralmente no treinamento da força de músculo para ajudar dissipar as forças excessivas transmitidas aos ossos. Em alguns casos, um estimulador eletrônico pode ser usado. Energia eletromagnética estimula o osso fazendo com que o osso coloque para fora mais energia, fortalecendo-o. Deve-se trabalhar com carga progressiva e retorno gradativo ao esporte. 6- Nas fraturas severas por stress, a cirurgia pode ser necessária para adequada readaptação e redução anatômica apropriada. O procedimento pode envolver fixação do local da fratura, e a reabilitação feita numa média de seis meses. Prevenção O aumento da intensidade e duração deve ser lenta e gradual em qualquer atividade esportiva nova. - Intensidade e aumento do treino: recomenda-se um acréscimo de até 10% semanal. Isto permite que os ossos se adaptem ao stress adicionado assim podendo suportar no futuro quantidades maiores de stress; - Aumentar a ingesta de cálcio e da vitamina D, dependendo do indivíduo; - Também é importante monitorar a alimentação, porque a nutrição tem papel vital no desenvolvimento do osso. Determinados indivíduos têm maior risco de osteoporose; - Deve-se utilizar equipamentos adequados. Tênis novos, macios e com amortecedores de impacto, adequados à modalidade praticada; - Se houver dor ou edema, a interrupção da atividade deve ser imediata. Exercício 1: As fraturas que ocorrem quando não há trauma, mas há quebra de osso por submetê-lo a uma atividade que ele não está acostumado que normalmente envolve algum tipo de sobrecarga, mais comuns nos membros inferiores, são as: A) fraturas articulares B) fraturas luxação C) fraturas de stress D) fraturas nas distorções E) fraturas abertas Comentários: Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários Exercício 2: Com relação à causa ou origem das fraturas por stress, assinale a alternativa abaixo que melhor explica esta característica: A) trauma direto ocorrido exatamente no local da fratura B) trauma indireto ocorrido em local diferente do ponto ósseo fraturado C) aumento muito rápido da intensidade, volume ou uma mudança no tipo de treino D) doença prévia no osso fraturado que causou fragilidade do mesmo E) sobrecarga única e de grande magnitude que ultrapassa o limite de resistência do tecido ósseo Comentários: Essa disciplinanão é ED ou você não o fez comentários Exercício 3: A origem das fraturas por stress é a sobrecarga de forma intensa, mal realizada ou sem o devido intervalo de recuperação. Este aspecto justifica a incidência de localização dessas fraturas. Portanto, os ossos mais acometidos são: A) ossos do membro superior tais como ossos da mão, rádio, ulna e úmero B) ossos do membro inferior tais como ossos do pé, tíbia, fíbula e fêmur C) ossos do quadril tais como pelve e fêmur proximal D) ossos do tronco tais como vértebras e costelas E) ossos do tronco e quadril tais como pelve, vértebras e costelas Comentários: Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários Exercício 4: Com relação ao diagnóstico por imagem nas fraturas por stress, existem exames de imagem que apresentam boa sensibilidade para o diagnóstico e exames os quais normalmente não evidenciam a ocorrência dessas fraturas. Entre as afirmativas abaixo, assinale a que apresenta a afirmação correta com relação a este assunto: A) a radiografia em geral não é normal mostrando sempre a presença de alterações, a não ser em fases mais tardias onde nada é visualizado. B) nas fases iniciais, em torno de 80% das fraturas de estresse são evidentes nas radiografias. C) a densitometria óssea pode mostrar uma formação de um calo ósseo discreto no local da fratura, geralmente cerca de 15 dias após. D) os métodos como ressonância magnética (RM) ou cintilografia óssea não apresentam uma boa sensibilidade para este diagnóstico. E) a cintilografia óssea detecta a fase inicial da patologia, cerca de 95% dos casos em menos de 24h da lesão. Comentários: Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários Exercício 5: A fratura por stress tem geralmente uma lista reduzida de sintomas. Nas alternativas abaixo, estão listadas características clínicas normalmente presentes nas fraturas por stress, EXCETO: A) uma área generalizada de dor no membro acometido B) enfraquecimento C) dor à carga D) edema e equimose são raros E) limitação de amplitude de movimento Comentários: Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários Exercício 6: “São lesões caracterizadas por fissuras microscópicas dos ossos, causadas por uma soma de quantidade de impacto. Esse esforço físico repetitivo aumenta as solicitações ósseas, que quando ultrapassam a resistência normal, ocorre a substituição da deformação elástica pela deformação plástica, isto é, não há retorno à situação anterior e, caso as exigências continuem, instalam-se microfraturas, prevalecendo então a reabsorção óssea. Nesta fase da evolução, tem-se uma alteração fisiológica, a fratura, no entanto sem aparente comprometimento anatômico (deformidade).” O texto acima se refere a: A) Fratura traumática causada por trauma direto. B) Fratura traumática causada por trauma indireto. C) Fratura por fadiga ou por stress. D) Fratura patológica. E) Fratura exposta. Comentários: Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários Exercício 7: Estudos têm mostrado resultados que indicam que as mulheres têm mais fraturas por stress do que os homens. Muitos ortopedistas atribuem este fato a uma condição conhecida como “a tríade da atleta feminina”, que é caracterizada por: A) Tipo de calçado, tipo de terreno e intensidade do treinamento. B) Altura, peso corporal e composição corporal. C) Tabagismo, etilismo e sedentarismo. D) Deficiência alimentar, amenorréia e osteoporose. E) Baixo peso, menarca e massa óssea. Comentários: Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários
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