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Terapia Nutricional Enteral Parte 2 Profa. Karina Pfrimer UNIVERSIDADE DE RIBEIRÃO PRETO CONCURSO PARA DOCENTE DO CURSO DE NUTRIÇÃO DISCIPLINA DIETOTERAPIA II Tipos de Dieta Classificação: Naturais Industrializadas Poliméricas Oligoméricas Monoméricas Dieta Enteral Industrial Ilustração: Bento APL et al Manual do paciente em Terapia Nutricional Enteral domiciliar Tipos de Dieta Classificação: Naturais Industrializadas Poliméricas Oligoméricas Monoméricas Fórmulas Enterais DIETAS DE FÓRMULA DEFINIDAS QUIMICAMENTE ANALISADAS INDUSTRIALIZADAS NUTRICIONALMENTE COMPLETAS SUPLEMENTOS MÓDULOS Poliméricas Oligoméricas Monoméricas/Elementares QUIMICAMENTE ESTIMADAS ARTESANAIS PRODUTOS IN NATURA É uma dieta pronta que é vendida comercialmente nas versões líquida e em pó, sendo que esta última que deve ser diluída em água,e líquida,pronta para uso. A dieta industrializada fornece todos os nutrientes necessários para atender os requerimentos nutricionais e para manutenção da saúde. Há produtos para os pacientes com situação metabólica específica. Dieta Industrializada Dieta líquida (bolsa e garrafa) Dieta em pó (lata) Dieta em pó (sachê) Nutrição Enteral em Sistema Aberto: nutrição enteral que requer manipulação prévia à sua administração, para uso imediato ou atendendo à orientação do fabricante. Replena 237 ml Replena é uma fórmula para paciente renal, em tratamento conservador, sem diálise, normocalórica, hipoproteica, em sistema aberto, para uso oral ou sonda. Isenta de lactose e glúten. Contém sacarose. Densidade Calórica 2,0 kcal/ml. Industrializadas Nutrição Enteral em Sistema Fechado: nutrição enteral industrializada, estéril, acondicionada em recipiente hermeticamente fechado e apropriado para conexão ao equipo de administração. Isosource Standard - Sistema Fechado 1000 ml Fórmula criada especialmente para atender às necessidades nutricionais na manutenção ou recuperação do estado nutricional. É nutricionalmente completa, normocalórica, normoprotéica, de baixa osmolalidade,isenta de lactose, sacarose, glúten. Sabor baunilha, apropriado tanto para nutrição oral quanto enteral. Industrializadas Dieta Enteral Polimérica • Fonte de proteínas integrais, lipídeos, carboidratos diversos, vitaminas e minerais • Exige desempenho funcional do TGI • Formato: Pó ou Líquido • Densidade calórica: 1 ml/kcal ou 1,5 ml/kcal • Baixa osmolaridade (referência 300-350 mOsm/kg de água) Hassan-Ghomi M. et al., Med J Islam Repub Iran. 2017 Dieta Enteral Oligomérica • Parcialmente hidrolisada • Peptídeos de cadeia curta + aminoácidos livres • Mono e oligossacarídeos de baixo peso molecular • Lipídeos • Vitaminas e minerais Schröder O, Hoepffner N, Stein J. Z Gastroenterol. 2004 Dieta Enteral Monomérica / Elementar • Nutrientes nas formas elementares – Aminoácidos livres – TCM + ácidos graxos essenciais – Carboidratos na forma elementar • Praticamente não produz resíduos • Recomendada aos pacientes com déficit da função digestiva • Desvantagem: padrão hiperosmolar Schröder O, Hoepffner N, Stein J. Z Gastroenterol. 2004 - Presença ou Não de Lactose - Especificidade da Fórmula: Padrão: Fornece os nutrientes em quantidades adequadas, visando manutenção ou recuperação do EN Modificada/Especializadas: Modificada/acrescida (retirada) de algum nutriente específico (ex.: diabéticos) Classificação das Fórmulas Industrializadas Módulos: proteínas intactas (caseinatos, isolados proteicos de soja) ou hidrolisados, em peptídeos ou aminoácidos livres – indicados para suplementar fórmulas (geralmente em pó para a diluição) É utilizado quando, após cálculo das necessidades individuais, o paciente necessita que esse nutriente seja complementado na dieta enteral % PTN % LIP 45% - 75% % CHO 10% - 20% 15% - 35% Distribuição Macronutrientes Fontes dos Nutrientes das Fórmulas Enterais Rever Tabela Aula de Suplementos (CHO, LIP, PTN) Ambos refletem a quantidade de partículas osmoticamente ativas na solução. Osmolaridade e Osmolalidade Osmolaridade reflete o número de milliosmoles por litro de solução e a Osmolalidade reflete o número de milliosmoles por quilo de água. Estômago: tolera dietas com osmolaridade mais elevadas x porções mais distais do TGI. ü Os nutrientes que mais afetam a osmolalidade de uma solução são: § Carboidratos simples (mono e dissacarídeos)/Nutrientes hidrolisados § Minerais e eletrólitos (sódio, cloreto e potássio) Características Físicas das Fórmulas PTN: Componentes mais hidrolisados, como aminoácidos, tem maior efeito osmótico do que moléculas com peso molecular maior como PTNs integras. CHO: Componentes mais hidrolisados, como a glicose, tem maior efeito osmótico do que moléculas com peso molecular maior como o amido. Fórmulas com grande quantidade de nutrientes hidrolisados tem proporcionalmente maior osmolaridade. HIDROLISADA OSMOLARIDADE Oligoméricas Monoméricas SACAROSE Quanto maior a osmolaridade maior o efeito do alimento no intestino podendo resultar em trânsito acelerado. As soluções hiperosmolares provocam rápido afluxo de água para a luz intestinal, podendo ocasionar desconforto abdominal, cólicas, diarréia e sintomas semelhantes à síndrome de dumping. Hipotônica : <300 mOsmol/L Isotônica: 300 – 350 mOsmol/L Levemente Hiperônica: 350-550 mOsmol/L Hipertônica: 550 – 750 mOsmol/L Acentuadamente Hipertônica > 750 mOsmol/L A tolerância é melhor quando se administram dietas com osmolaridade próxima à do plasma (290 mOsm/l). Padrão/Standart: é uma dieta polimérica (onde todos os nutrientes estão intactos, necessitando que haja digestão total destes nutrientes). Paciente sem problemas para digerir e absorver – não consegue deglutir. Normocalórica; ISOTÔNICA (300mOsm) Ex.: Dieta Hiperproteica Osmolaridade: 315 Osmolaridade: 455 Peptamen ARG é o novo nome da dieta Peptamen UTI. Nutrição enteral hipercalórica e hiperproteica à base de peptídeos, combinação adequada de lipídeos - TCM + TCL, presença de glutamina, adicionada de arginina e ômega- 3. ISENTO DE LACTOSE. NÃO CONTÉM GLÚTEN. Indicação: Terapia nutricional para pacientes com dificuldade na absorção de proteína intacta e pacientes críticos com necessidade calórico-proteica elevada, pacientes imunodeprimidos e pacientes em desmame de nutrição parenteral. Densidade calórica: 1,5 kcal/mL Distribuição energética: Proteínas 25% Carboidratos 37% Gorduras 38% Fonte de macronutrientes: Fonte de proteínas: 82% ptn hidrolisada obtida do soro do leite e 18% L-arginina Fonte de carboidratos: 86% maltodextrina e 14% amido de milho. Fonte de lipídeos: 50% TCM; 25% óleo de peixe; 19% óleo de soja e 6% lecitina de soja. Osmolalidade: 510 mOsmol/L Formas de apresentação: Sistema Fechado UltraPak 1 L Sabor: Sem sabor Isento de lactose Não contém glúten. Tipo de Fórmulas Relacionadas com o quadro clínico e a tolerância digestiva da nutrição enteral DIETA HIPERPROTEICA 1250 kcal/Litro 100 ml = 56 kcal CHO 1000 ml = 560 kcal CHO 100 ml = 44,1 kcal LIP 1000 ml = 441 kcal LIP Passo 1: calcular Kcal total de CHO e LIP da dieta: 1.001 KCAL 100 ml = 6,25 g PTN 1000 ml = 62,5 g PTN Passo 2: Dividir o total de ptn da dieta por 6,25 (para obtenção do teor de N) 6,25 g PTN ------- 1 g de N 62,5 g PTN --------- X = 10 gramas de N Passo 3: Dividir as calorias não proteicas pelo total de N da dieta 1001/10 = 100: 1 CALCULAR KCAL/gN Mudança do Padrão habitual da oferta de nutrientes Mecanismos fisiológicos de defesa alterados Infusão dos nutrientes diretamente no TGI Limitações da TNE Quais são os mecanismos fisiológicos alterados na TNE? – ⬇ação an(microbiana – ⬇secreção de imunoglobulinas – ⬇produção de muco – ⬇sensibilidade orofaríngea – Depressão do reflexo da deglu(ção § Composição da fórmula § Volume de dieta administrado § Técnica de infusão § Via de acesso ao TGI Complicações da TNE § Doença de base § Efeitos da terapia § Estado metabólico dopaciente • De acordo com tipo e frequência da dieta: • Manifestações podem ser secundárias a: Complicações da TNE Gastrintestinais MetabólicasMecânicas Complicações da TNE • Gastrintestinais: – Náuseas – Vômitos – Distensão abdominal – Diarreia – Constipação Boullata et al ASPEN. JPEN, 2016; Hoepffner N et al. Z Gastroenterol 2004 Etiologia da Complicação Náuseas e vômitos Intolerância à lactose Excesso de gordura Infusão rápida Solução hiperosmolar (> 350 mosm) Sabor desagradável Estase gástrica (resíduo gástrico > 50% do volume da dieta após 2h da infusão) Refluxo Gastroesofágico Boullata et al ASPEN. JPEN, 2016; Hoepffner N et al. Z Gastroenterol 2004 Complicações da TNE • Gastrintestinais: – Náuseas – Vômitos – Distensão abdominal – Diarreia – Constipação Boullata et al ASPEN. JPEN, 2016; Scott R, Bowling TE. J R Coll Physicians Edinb. 2015 Etiologia da Diarreia Diarreia Infusão rápida Dieta muito fria Contaminação bacteriana Sonda duodenal ou jejunal Dieta sem fibra Solução hiperosmolar Medicamentos (antibióticos) Jack L et al., Intensive Crit Care Nurs. 2010; Boullata et al ASPEN. JPEN, 2016 Complicações da TNE • Metabólicas – Hiperidratação/desidratação – Hiperglicemia/hipoglicemia – Anormalidades de eletrólitos – Alterações da função hepática Scott R, Bowling TE. J R Coll Physicians Edinb. 2015; Blumenstein I, Shastri YM, Stein J. World J Gastroenterol. 2014 Etiologia da Hiper/desidratação Hiper- hidratação / Desidratação Desnutrição grave Insuficiência cardíaca, renal ou hepática Diarreia Baixa oferta de água Hoepffner N et al. Z Gastroenterol 2004 Complicações da TNE • Mecânicas – Erosão nasal e necrose – Sinusite aguda, rouquidão, otite – Faringite, esofagite, ulceração esofágica, estenose – Fístula traqueoesofágica – Ruptura de varizes esofágicas – Obstrução da sonda – Saída ou migração acidental da sonda Malhi H, Thompson R. PEG tubes: dealing with complications. Nurs Times. 2014, Boullata et al ASPEN. JPEN, 2016 Erosões nasais, necrose e abscesso septonasal, sinutise aguda, rouquidão Posicionamento incorreto Sondas de pouca flexibilidade incorreta correta Migração acidental da sonda • Posição inadequada da sonda duodeno esôfago esôfago correto Migração da sonda Fatores de risco para broncoaspiração • ¯ nível de consciência • Posição supina • Presença de sonda gástrica • Mau posicionamento da sonda • Modo de infusão da dieta Escott-Stump S. Nutrição Relacionada ao Diagnóstico e Tratamento, 2007 • Oferta nutricional e balanço hídrico • Estado nutricional • Velocidade de gotejamento da dieta • Presença de resíduo gástrico • Posição da sonda após crise de tosse ou vômito Monitoração da TNE Escott-Stump S. Nutrição Relacionada ao Diagnóstico e Tratamento, 2007 Aplicação Prática Paciente do sexo feminino, do lar, internou no hospital para investigar anemia e perda de peso importante. Médica espera discutir o caso para indicar Terapia Nutricional Enteral com a Nutrição da UNAERP-RP. Como deve ser a Prescrição Nutricional? • Paciente de 45 anos, perda de peso de 15% em 1 ano, com IMC de 17 kg/m2 Objetivos da Aprendizagem • Compreender a Terapia Nutricional Enteral (TNE) • Analisar a melhor indicação para a TNE • Compreender a prescrição da TNE • Identificar as complicações da TNE • Monitorar a TNE • Conhecer a Terapia Nutricional Enteral para determinar o melhor tratamento dietoterápico • A Terapia Nutricional tem um papel central no estado nutricional do paciente • Prescrição Dietética e monitoramento da TNE e de possíveis complicações são fundamentais para recuperação do paciente Sumário da Aula “Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina” Cora Coralina Exercício Paciente, sexo feminino, 72 anos, deu entrada no pronto-socorro com o seguinte quadro: descorada, PA elevada; Temperatura: 38 graus; hemiparesia à esquerda; cefaleia intensa; confusão mental; disartria e disfagia grave. Laudo médico da tomografia computadorizada (TC) de crânio confirmou Acidente Encefálico Hemorrágico e a referida paciente foi encaminhada à UTI. Prescrição Médica: Terapia Nutricional Enteral: Administração: Nasogástrica – 1 L/dia Velocidade de Infusão: 40 mL/hora (20 horas) Informação Nutricional Indicação Risco Nutricional ou Desnutrição Leve, anorexia, convalescência. Densidade Calórica(Kcal/ml) 1,0 Proteína (%/g/l) 15% / 38 g / l Carboidrato ( % / g / l) 55% / 138 g / l Lipídio ( % / g/ l) 30% / 34 g / l Fonte de Proteína Caseinato (50%) Proteína Isolada de Soja (50%) Fonte de Carboidrato Maltodextrina (100%) Fonte de Lipídio Óleo de Peixe (3%) Óleo de Canola (73%) Óleo de Girassol de alto teor oleico (24%) Fibras (g / l / fonte / Sol: Insol) Isento Sódio ( mg/l) 1125 Osmolaridade (mOsm/ l) 250 Apresentação EasyBag 500 e 1000 ml % PTN % LIP 45% - 75% % CHO 10% - 20% 15% - 35% Distribuição Macronutrientes Hipotônica : <300 mOsmol/L Isotônica: 300 – 350 mOsmol/L Levemente Hipertônica: 350-550 mOsmol/L Hipertônica: 550 – 750 mOsmol/L Acentuadamente Hipertônica > 750 mOsmol/L Osmolaridade Classificar a Fórmula Enteral quanto: - Complexidade dos Nutrientes (ex.: polimérica) - Proporção de macronutrientes e densidade energética - Osmolaridade - Sistema Aberto ou Fechado - Relação calorias não proteicas/g de Nitrogênio IMPACT® Alimento para situações metabólicas especiais para nutrição enteral ou oral, formulado com arginina e ácidos graxos w-3. Densidade calórica: 1,0 kcal/mL Distribuição energética: • Proteínas: 23% (77% caseinato de cálcio e de sódio, 23% arginina) • Carboidratos: 52% (100% maltodextrina) • Lipídeos: 25% (68% óleo de peixe, 20% TCM, 12% óleo de milho) Fibras: Não Possui Osmolaridade: 350 mOsm/L de água ISENTO DE SACAROSE E LACTOSE. Exercício Prático Classificar a Fórmula Enteral quanto: - Complexidade dos Nutrientes (ex.: polimérica) - Proporção de macronutrientes e densidade energética - Osmolaridade - Sistema Aberto ou Fechado - Relação calorias não proteicas/g de Nitrogênio - Se é acrescida de nutrientes - Sugerir a indicação de uso
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