Buscar

PARECER JURÍDICO AÇÃO REVISIONAL DE ALUGUEL

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

PARECER JURÍDICO 0002 
Requerente: Mévio 
Ementa: AÇÃO REVISIONAL JUDICIAL DE ALUGUEL/ AÇÃO 
CONSIGNATÓRIA O PAGAMENTO DO ALUGUEL EM JUÍZO 
Relatório: O Requerente necessita de orientações a respeito de reajuste 
de aluguel sob sua responsabilidade, alegando, defasagem do valor de mercado. 
Assim narrou: 
O Requerente, no caso, é locatário de um imóvel residencial localizado 
no centro da cidade de Itapeva/SP, de propriedade de Tício, ora, locador. 
Mévio nos relata que firmou contrato iniciado em 10 de janeiro de 2018, 
por um período de 36 meses, ou seja, com vencimento final em 09 de janeiro de 
2021, com valor mensal de R$ 1.000,00 ( hum mil reais). 
Nesta data em que o requerente nos procura, passados pouco mais de 
2 anos, considerando os reajustes regulares obedecendo os índices legais dos 
valores de aluguéis, o valor atual se encontra em R$ 1.400,00 ( hum mil e 
quatrocentos reais). 
Entretanto, Mévio relata o locador Tício, o informou que, após consultar 
Imobiliárias da cidade, obteve a conclusão que o valor atual pago por Mévio esta 
muito abaixo dos valores normais de mercado, considerando a qualidade do imóvel 
e a sua localização, ou seja, o valor correto deveria ser de R$ 2.500,00 (dois mil e 
quinhentos reais). 
Ocorre que, no dia 26 de fevereiro de 2020, Mévio recebeu notificação 
de Ticio, para que efetue o pagamento de março, a vencer no dia 25 de março de 
2020, no valor de R$ 2.500,00, ou seja, cobrando-lhe, o respectivo reajuste 
mencionado. Ainda, se assim não o fizesse estaria sujeito ao processo de despejo. 
Diante de tal fato, o requerente, busca nossa orientação através do 
presente parecer, se de fato é cabível esse reajuste, e, em não sendo, quais as 
medidas legais poderiam ser tomadas para proteger seus direitos. 
Fundamentação: Como é cediço, o mercado imobiliário é variável e pode 
sofrer oscilações nos valores cobrados de aluguéis. Demais disso, a inflação pode 
contribuir para variações, positivas ou negativas, no seu valor. Após determinado 
período, não é incomum que o valor pactuado originalmente esteja defasado ou 
acima do praticado no mercado, para imóveis com as mesmas características. 
Assim preconiza a lei do inquilinato, Lei 8245/91 
Art. 18. É lícito às partes fixar, de comum acordo, novo valor para o aluguel, 
bem como inserir ou modificar cláusula de reajuste. Porém, nada impede que o 
locador e o locatário, em qualquer momento, em concordando, alterar o valor do 
aluguel. 
Art. 19. Não havendo acordo, o locador ou o locatário, após três anos de 
vigência do contrato ou do acordo anteriormente realizado, poderá pedir revisão 
judicial do aluguel, a fim de ajustá-lo ao preço de mercado. Portanto, cabe tanto 
para o locador quanto o locatário a ação para pleitear a revisão do aluguel. 
Assim decidiu o STJ, referente ao que informa o art. 19 da Lei n. 8.245/91, 
ao regular a revisão judicial do aluguel, consagrou a adoção da teoria da imprevisão 
no âmbito das locações urbanas, disponibilizando aos contratantes um instrumento 
jurídico para a manutenção do equilíbrio econômico do contrato. Jurisprudência em 
Teses – Edição nº 53 
Cabe frisar, entretanto, que esse direito só surge após o decurso de três 
anos de vigência do contrato ou do acordo anteriormente celebrado. Ou seja, o 
único requisito para adquirir o direito à revisional é a inalterabilidade do ajuste 
locatício pelo prazo de três anos. 
Em assim sendo, no caso analisado, ainda não preencheu o lapso temporal 
permitindo direito ao Locador, propor ação revisional de aluguel. 
Com relação à ameaça de despejo por parte do locador, além da denúncia 
vazia, o locador poderá solicitar judicialmente o imóvel, no caso de contratos 
negociados por período inferior a 30 meses e que estejam no prazo indeterminado 
(após o término de vigência), para uso próprio, do cônjuge, dos pais ou dos filhos 
(desde que não disponham de imóvel residencial próprio); para demolição e 
edificações aprovadas; ou para obras que aumentem a área construída em, pelo 
menos, 20%. Quando o inquilino deixa de efetuar o pagamento do aluguel ou dos 
encargos da locação (condomínio, água, luz etc.), o locador poderá entrar com 
uma ação de despejo. 
Entre outros motivos, , a locação poderá ser desfeita nos termos do art. 9º 
da Lei de Locações: por mútuo acordo; em decorrência da prática de infração legal 
ou contratual; em decorrência da falta de pagamento do aluguel e demais encargos; 
para a realização de reparações urgentes determinadas pelo Poder Público, que 
não possam ser normalmente executadas com a permanência do locatário no 
imóvel ou, podendo, ele se recuse permiti-las. 
Concluindo, o locador infringe leis ao notificar o valor em questão, mais 
ainda em ameaçar o locatário em despejo. Caberá ao locatário Mévio, contra 
notificar Tício, comunicando-lhe do seu direito garantido e promover que o locador 
aceite o pagamento conforme cláusulas contratuais vigentes, sob pena da 
propositura de Ação Consignatória para pagamento do aluguel em juízo. 
 
É o parecer. 
 
Itapeva, data, 
Advogado 
OAB

Continue navegando