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FACULDADE MULTIVIX PEDAGOGIA DIANE SOUZA MENDES FUNDAMENTOS TEÓRICOS E METODÓLOGICOS DA MATEMÁTICA TRABALHO AVALIATIVO FINAL DOMINGOS MARTINS/ES 2020 DIANE SOUZA MENDES FUNDAMENTOS TEÓRICOS E METODÓLOGICOS DA MATEMÁTICA TRABALHO AVALIATIVO FINAL Trabalho acadêmico apresentado ao curso de pedagogia, como requisito para aprovação na disciplina Fundamentos Teóricos e Metodológicos da Matemática. Orientador: Matheus Silva . DOMINGOS MARTINS/ES 2020 FICHAMENTO Tipo: artigo Assunto: Avaliação da aprendizagem no ensino da matemática: tendências e perspectivas Referência Bibliográfica: AMARAL,W.A; COSTA, R.R. Avaliação da aprendizagem no ensino da matemática: tendências e perspectivas. Disponível em: < https://educere.bruc.com.br/arquivo/pdf2017/26060_12377.pdf> Resumo: A avaliação da aprendizagem é um tema que se discute em vários âmbitos, seja, na escola no coletivo dos professores, nos sistemas oficiais de ensino responsáveis por elaborar e distribuir as orientações curriculares acerca das disciplinas nos diferentes níveis escolares, no meio acadêmico por meio das pesquisas realizadas sobre a avaliação da aprendizagem a avaliação é concebida, atualmente, da forma mais adequada possível. A avaliação deve ir além das práticas existentes, na maioria das escolas, indo além da mensuração vislumbrando a possibilidade de o professor refletir sobre sua ação docente. Entende-se a avaliação para além das provas e notas que são atribuídas aos alunos, concebe-se como importante instrumento que possa subsidiar a prática pedagógica do professor, ela também deve fazer parte de todo o processo educacional, assumindo o importante papel de orientar o planejamento do professor e também de reorganizá-lo quando for necessário. Atualmente o ensino está pautado nos resultados de provas e exames, isto é, todo o processo educativo fica reduzido à uma nota obtida, e essa nota é o que concede ao aluno sua promoção ou reprovação. Dessa forma, configura-se a avaliação classificatória que impede o processo de crescimento do aluno, impedindo seu avanço na constituição da autonomia e de competências. Segundo Libâneo (2013), o processo de avaliação é um elemento necessário e permanente de toda a atividade pedagógica realizada. Para tanto, é um processo de que deve seguir todas as ações que serão desenvolvidas ao longo do processo educacional que se deseja realizar, pois, são os resultados que indicarão a necessidade de rever e de tomar decisões diante da aprendizagem dos alunos Outra concepção atual sobre avaliação é a de que além de averiguar a aprendizagem do https://educere.bruc.com.br/arquivo/pdf2017/26060_12377.pdf aluno, ela deve indicar o alcance dos objetivos propostos pelo professor para que possa constatar o progresso, as dificuldades e a reorganização do trabalho executado. Nesse sentido, conforme Libâneo 2013, a avaliação não se resume numa simples aferição do que o aluno aprendeu ou deixou de aprender mediante a aplicação de uma prova. Contextualização histórica a partir das tendências pedagógicas e a forma pela qual a avaliação da aprendizagem foi concebida e desenvolvida ao longo da história da educação: Segundo Mizukami (1986) o processo educativo é concebido a partir da síntese de diversas dimensões, dentre elas, o mundo, a sociedade e cultura, o conhecimento, a educação, o ensino aprendizagem, a escola, o professor, o aluno, a metodologia e a avaliação. Partindo deste referencial, as concepções acerca do fenômeno avaliativo nas abordagens que influenciaram e ainda influenciam o processo educativo são apresentadas em: Tendência tradicional quando avaliação é realizada com o propósito de verificar a capacidade de o aluno reter informações e repetir quando solicitado Avaliação na abordagem comportamentalista, diferentemente da tradicional, ocorre durante todo o processo de ensino, mas, com o intuito de verificar se os objetivos propostos inicialmente foram alcançados. Nesse sentido, ela garante a formação de comportamento esperados ao final do processo. Para Behrens (2000), essa concepção se refere ao paradigma tecnicista que visa o produto em detrimento do processo, ou seja, a avaliação realizada no final para verificar o estabelecimento dos objetivos instrucionais ou operacionais. Abordagem humanista o foco de todo processo educativo centra-se no aluno, da mesma forma, a avaliação volta-se para o aluno e é entendida como processo de busca de metas pessoais e realizada pelo próprio aluno que deverá controlar seu progresso (BEHRENS, 2000, MIZUKAMI 1986). Abordagem sócio-histórica concebe a avaliação como um processo mútuo, ou seja, tanto aluno como professor são passíveis de avaliação. Diante disso, fica evidente a necessidade de ampliar o sentido atribuído ao processo avaliativo que vai além de provas, testes e notas devem contemplar instrumentos que aponte aos “alunos e professores [...] quais suas dificuldades, quais seus progressos” (MIZUKAMI, 1986, p. 102). Conceito de avaliação Tratar do conceito de avaliação e no que ele deve expressar atualmente é reforçar a ideia de que o processo avaliação subsidie todo o processo educativo, ou seja, “a avaliação escolar é uma parte integrante do processo de ensino e aprendizagem e não uma etapa isolada” (LIBÂNEO, 2013, p. 222). A avaliação foi instituída no Brasil a partir da década de 60 com a LDB 4024/61. Era denominada exames escolares, foi tida como obrigatória para verificação dos conhecimentos e desempenho dos alunos, servia apenas para classificar. No início da década de 70 a Lei 5692/71 redefiniu o termo passando para aferição do aproveitamento escolar e, somente com a LDB 9394/96 é que o termo avaliação da aprendizagem passou a ser usado. Atualmente há a necessidade de redimensionar e explicitar o real sentido de avaliação, pois segundo Haidt (2003, p. 286) por vezes a ela é atribuído “expressões como: fazer prova, fazer exames, atribuir notas, repetir ou passar de ano”. Contribuindo para esse debate Luckesi (2005) enfatiza que a avaliação não deverá ser usada somente como instrumento de aprovação ou reprovação, mas sim como instrumento que possa medir o estágio de aprendizagem em que se encontra o aluno A avaliação formativa tem como intuito fornecer dados e informações quanto ao desenvolvimento do processo de ensino e aprendizagem, ou seja, é um elemento que dará subsídios para realimentar e reorganizar o processo de ensino quando for necessário. Ao realizar este tipo de avaliação o professor poderá observar os sucessos e os fracassos dos alunos e com isso terá condições de corrigir suas ações e dessa forma tranquilizar o aluno quanto à sua aprendizagem, parte do princípio de que o diálogo seja o elemento mediador desse processo. Nesse sentido, a avaliação amplia seu significado e resulta em processos interligados entre si. Decorrente disto tem-se a avaliação entendida como diagnóstica, formativa e somativa. A avaliação diagnóstica é uma tarefa complexa que não se resume a realização de provas e atribuição de notas, mas um ato de construções de melhores resultados possíveis que devem ser submetidos a uma apreciação qualitativa. A avaliação formativa tem como intuito fornecer dados e informações quanto ao desenvolvimento do processo de ensino e aprendizagem. Já a avaliação somativa se caracteriza por ser pontual, dessa forma, é realizada num determinado momento do processo educativo e objetiva verificar o grau de domínio dos alunos em relação aos objetivos estabelecidos. Deve ser cumulativa, proporcionado a reunião de diversos instrumentos realizados ao longo do processo educativo. Sua função principal é dar certificado, titular” (RABELO, 1998, p. 72). Avaliaçãono ensino de matemática Segundo as Diretrizes Curriculares Estaduais de Matemática o professor deve fazer uso de práticas metodológicas que incluam situações problemas que ao serem desenvolvidas poderão fortalecer o trabalho em equipe tornando a aula mais dinâmica, respeitando os diferentes modos de pensar matematicamente, uma vez que não há um único método, para se chegar à solução exata das situações propostas. O professor deverá criar oportunidades diversificadas em sala de aula, para que haja uma melhor compreensão por parte do aluno, mas para isso, a avaliação deve ocorrer em todos os momentos possibilitando ao professor a refletir sobre seu trabalho e, por outro lado compreender a lógica do aluno (PARANÁ, 2008). O ensino da matemática, ao longo da sua presença no cenário educacional brasileiro, sofreu influências das diversas tendências pedagógicas que se sucederam. Fiorentini (1995), estabeleceu uma descrição de seis tendências que influenciaram o modo de conceber e entender o ensino da matemática. Essas tendências são: Tendência formalista clássica: a avaliação do aluno se pautava na sua capacidade de reproduzir nas provas o conhecimento da mesma forma que recebeu Tendência empírico-ativista: concebe a aprendizagem do aluno a partir de situações que surgiam a partir do seu interesse, da mesma forma, a avaliação se dava pela observância do aluno resolver problemas práticos do seu cotidiano Tendência formalista moderna: ocorria partir da verificação do uso correto da linguagem matemática que, segundo essa concepção, refletiria o domínio do raciocínio lógico estrutural e das estruturas científicas da ciência matemática nas escolas. Tendência tecnicista: tomava como referencial a verificação do domínio de algoritmos, de técnicas e regras pelo aluno como forma de evidenciar o “desenvolvimento de habilidades e atitudes e na fixação de conceitos e princípios” (FIORENTINI, 1995, p. 17). Tendência construtivista: a avaliação objetivava observa a capacidade de o aluno estabelecer relações e reflexões sobre um determinado objeto. Tendência sócioetnocultural: parte do princípio de que não há uma única ciência matemática, mas, diversas expressões matemáticas oriundas dos mais variados grupos sociais. A pesquisa exploratória sobre avaliação da aprendizagem matemática Mesmo considerando que a quantidade de trabalhos relacionados com a avaliação da aprendizagem em matemática contidos no eixo Pesquisa em Educação Matemática, apresentado no Encontro Nacional de Educação Matemática em 2013, seja pouco significativa, acredita-se que seja importante conhecer o que vem sendo produzido no âmbito da educação matemática sobre o processo de avaliação da aprendizagem da disciplina escolar de matemática. Petronzelli (2013) no resumo do trabalho já deixa claro que a intenção do seu texto é apresentar uma descrição das políticas de avaliação externas, mais especificamente em relação ao PISA. Inicialmente, a autora já aponta elementos de crítica quanto ao caráter hegemônico contido nos princípios que orientam este tipo de avaliação nitidamente neoliberal. Em relação à matemática, ela expõe argumentos sobre os objetivos do PISA, que segundo ela, tem o objetivo de observar a capacidade de o aluno identificar símbolos matemáticos e estruturas, ter o domínio das operações matemáticas, de comunicar as ideias matemáticas e, principalmente identificar o papel da matemática na realidade, a isso se dá a denominação de literácia. A autora finaliza seu trabalho ressaltando a necessidade de refletirmos de forma crítica sobre as intervenções externas sobre os processos educacionais e, ao mesmo tempo, esclarecer as reais intenções dos mecanismos externos de avaliação para não reduzirmos o ensino da matemática à observância dos objetivos pretendidos para a manutenção da dominação. O trabalho de Ortigão, Aguiar e Souza (2013), tem como escopo os resultados na disciplina de matemática obtidos a partir das avaliações no âmbito do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (SAEB) e também da Prova Brasil. Os autores inicialmente apresentam uma contextualização histórica de cada um deles além, do que ressaltam a importância dos dados gerados e seu reflexo para o processo educacional. Nesse sentido, apresentam os objetivos das avaliações em larga escala, a descrição do processo de avaliação, os instrumentos utilizados, fazem uma distinção entre a Teoria Clássica dos Testes (TCT) e a Teoria de Resposta ao Item (TRI) e com isso justifica a substituição da primeira pela segunda, como forma de possibilitar o uso dos dados das avaliações realizadas e por fim, apresentam a escala de proficiência em matemática que expressam os conteúdos e habilidades inerentes aos alunos do 5º e 9º anos do Ensino Fundamental. Albuquerque e Gontijo (2013) e Teixeira (2013) falam sobre as concepções e as representações de professores e alunos sobre a avaliação da aprendizagem em matemática. O estudo traz uma análise das concepções dos professores de matemática do Ensino Fundamental a partir de um processo colaborativo de pesquisa. Os autores, inicialmente, enfatizam a implicação do professor sobre o processo educacional e afirmar que além do conhecimento necessário, as concepções e as crenças que estes possuem sobre os elementos constituintes do processo de ensino e de aprendizagem irão refletir, de forma significativa, sobre a forma empreendida por esses professores ao ensinar matemática. Numa outra extremidade do processo avaliativo, o trabalho de Teixeira (2013) apresenta uma investigação realizada acerca das representações que alunos do 9º ano do Ensino Fundamental detinham sobre a avaliação da aprendizagem matemática. Nesse sentido, a autora, utiliza da teoria das Representações Sociais para constituir os significados e sentidos que os 11478 alunos atribuem à avaliação na disciplina de matemática e, destaca a forte influência que as representações dos alunos têm sobre o seu desempenho na disciplina de matemática. Maia (2013) apresenta elementos teóricos sobre a capacidade argumentativa dos alunos diante das situações e exercícios que envolvem o raciocínio. Segundo o autor essa forma de expressão do aluno, o discurso argumentativo, possibilita também diagnosticar algumas dificuldades que este possa apresentar em relação à aprendizagem matemática. Nessa mesma direção, a pesquisa relatada por Aguilar Júnior e Nasser (2013) destaca também a importância da argumentação no processo de avaliação na disciplina de matemática, tendo como instrumento mais específico a prova matemática. Nesse estudo os autores descrevem o processo de pesquisa realizado com um grupo de professores, atuantes na educação básica e que participaram da análise de prova de matemática de alunos do 8º e 9º anos do Ensino Fundamental, convidados a analisar as respostas dadas e eleger aquelas que eles considerassem mais correta. Segundo o estudo, mesmo havendo uma variação entre as respostas consideradas corretas, os autores puderam perceber que a maioria dos professores considerava corretas as respostas que apresentavam habilidade técnica, principalmente, quando havia, juntamente com o argumento do aluno, a representação algébrica. A partir dos trabalhos selecionados pode-se perceber a relação entre eles e com isso estabelecer três dimensões para a análise: 1- Avaliação externa da aprendizagem matemática em larga escala; 2- O uso da argumentação e do erro na avaliação; 3- Concepções e percepções sobre avaliação da aprendizagem matemática. Citações: “Valere” que significa ato de averiguar ou verificar determinado objeto para lhe conferir determinado valor. Página: 11469 “A avaliação é uma tarefa complexa que não se resume à realização de provas e atribuição de notas”. Libâneo (2013, p. 216) / Página: 11470 “A avaliação escolar é uma parte integrante do processo de ensinoe aprendizagem e não uma etapa isolada” (LIBÂNEO, 2013, p. 222). / Pagina: 11471 “A avaliação só faz sentido na medida em que serve para diagnóstico da execução e dos resultados que estão sendo buscados e obtidos. Ela é um instrumento auxiliar da melhoria dos resultados” (LUCKESI, 2005, p. 150)/ Página:11472
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