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Metodologia do Ensino da Matemática U N O PA R C IÊN C IA S EX ATA S Metodologia do Ensino da Matemática Debora Cristiane Barbosa Kirnev Renata Karoline Fernandes © 2015 por Editora e Distribuidora Educacional S.A Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e transmissão de informação, sem prévia autorização, por escrito, da Editora e Distribuidora Educacional S.A. Presidente: Rodrigo Galindo Vice-Presidente Acadêmico de Graduação: Rui Fava Diretor de Produção e Disponibilização de Material Didático: Mario Jungbeck Gerente de Produção: Emanuel Santana Gerente de Revisão: Cristiane Lisandra Danna Gerente de Disponibilização: Everson Matias de Morais Editoração e Diagramação: eGTB Editora Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Kirnev, Debora Cristiane Barbosa K59m Metodologia do ensino da matemática / Debora Cristiane Barbosa Kirnev, Renata Karoline Fernandes. – Londrina: Editora e Distribuidora Educacional S. A., 2015. 192 p. ISBN 978-85-8482-103-7 1. Educação Básica. 2. Diretrizes. 3. Didática. I. Fernandes, Renata Karoline. II. Título. CDD 510 Sumário Unidade 2 | Documentos norteadores do ensino da matemática Seção 1 - Documentos norteadores nacionais Seção 2 - Documentos norteadores regionais Unidade 3 | Tendências em educação matemática e análise do livro didático de matemática Seção 1 - Teorias de aprendizagem 1.1 | Behaviorismo e a teoria da aprendizagem de skinner 1.2 | A teoria de aprendizagem de Bruner 1.3 | A teoria de aprendizagem de Piaget 1.4 | Vygotsky: transformação do biológico no sócio-histórico 1.5 | Outras teorias de aprendizagem Seção 2 - A relação entre o livro didático e as aulas de matemática 2.1 | A utilização de livros didáticos e as aulas de matemática Seção 3 - Apresentação de conceitos em livros didáticos 3.1 | Os conteúdos matemáticos e os livros didáticos Unidade 4 | Elaboração de propostas didáticas Seção 1 - Propostas didáticas para a aula de matemática 1.1 | A chamada “aula tradicional” 1.2 | Metodologia de resolução de problemas 1.3 | Investigação matemática 1.4 | Metodologia de projetos 1.5 | Modelagem matemática 7 11 29 51 93 97 97 104 114 120 122 125 125 131 131 143 147 147 149 154 157 162 55 77 Unidade 1 | O planejamento para o ensino de matemática na educação básica Seção 1 - O ensino da matemática na educação básica Seção 2 - Sobre a avaliação no ensino da matemática na educação básica Seção 2 - A educação matemática realística 2.1 | A educação matemática realística Seção 3 - A trajetória hipotética de aprendizagem 3.1 | A teoria da trajetória hipotética de aprendizagem 3.2 um exemplo de trajetória hipotética de aprendizagem a tha: noções de equação do 1º grau 165 173 173 175 165 Apresentação Este material impresso apresenta informações de grande importância para profissionais da educação em formação, para o(a) futuro(a) professor(a) de Matemática, pois abordaremos assuntos e conceitos de grande relevância para o processo de ensino e de aprendizagem. No decorrer deste aprenderemos a respeito da organização do ensino da Matemática em sala de aula, a importância de planejar aula por aula, tendo em mente que cada turma tem suas especificidades e por isso, uma aula que funciona muito bem em uma turma pode não funcionar tão bem assim em outras. Aprenderemos também a respeito de documentos de grande importância para a educação como um todo e a respeito das teorias de aprendizagem, além da relação existente entre os livros didáticos e a condução de aulas de Matemática. Este material impresso está dividido em quatro unidades que contemplam os conceitos da Ementa da disciplina, ou seja, o planejamento para o Ensino de Matemática na Educação Básica; Documentos Norteadores do Ensino da Matemática; Tendências em Educação Matemática; Análise do livro didático de Matemática e Elaboração de Propostas Didáticas. Na Unidade 1 abordaremos o planejamento para o Ensino de Matemática na Educação Básica, como organizar o ensino nessa etapa, a elaboração do plano de aula, os tipos de avaliações, a avaliação do PISA e também a reflexão que devemos realizar para elaborar ou escolher questões para uma avaliação, visto que as questões de uma avaliação devem ser coerentes com o objetivo que temos com ela. A Unidade 2 é destinada para que você aprenda a respeito dos Documentos Norteadores do Ensino da Matemática, entre eles, os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) do Ensino Fundamental e também do Ensino Médio (PCN+); Documentos nacionais e regionais norteadores do Ensino da Matemática e suas relações. A unidade 3 é voltada para o estudo de tendências em Educação. Aprenderemos a respeito de Teorias de Aprendizagem e os pesquisadores que as desenvolveram. Refletiremos também a respeito dos livros didáticos e sua importância nas aulas de Matemática. Na última unidade desse livro, na Unidade 4, aprenderemos a respeito de propostas didáticas de grande importância, como a investigação matemática, a metodologia de resolução de problemas, a educação Matemática Realística, metodologia de projetos e também teremos contato com a teoria da Trajetória Hipotética de Aprendizagem. A disciplina de Metodologia não tem por intenção oferecer receitas prontas de como devem acontecer as aulas de Matemática, principalmente porque não existe uma receita infalível para uma boa aula, mas tem como intenção proporcionar momentos de reflexão a respeito da prática, oferecer ideias e também teorias, teorias essas que servem como base para o desenvolvimento de um trabalho satisfatório. O material impresso utiliza-se de uma linguagem dialógica para auxiliar na construção do conhecimento. Para melhor aproveitar este material, faça as atividades e leituras sugeridas, organize seu tempo. Além dessa organização, é necessário que nos momentos de estudo, sua atenção esteja voltada apenas para eles. Bons estudos! Profª Renata Karoline Fernandes O PLANEJAMENTO PARA O ENSINO DE MATEMÁTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA Na primeira seção abordamos sobre o ensino da matemática. Vamos primeiramente tecer considerações que contribuem para a prática do professor em sala de aula. Posteriormente apresentaremos orientações sobre planejamentos, planos de ensino e estratégias metodológicas para aplicações em planos de aula. Seção 1 | O Ensino da Matemática na Educação Básica Objetivos de aprendizagem: Há um estigma de que aprender matemática não é uma tarefa fácil, mas precisamos mudar isso e inovar o ensino. Um modo é demonstrar a importância dessa área do conhecimento em aplicações cotidianas. Outra forma é a mediação do professor promovendo reflexões e atribuições de significados para que não haja apenas uma aprendizagem mecânica e sim uma reflexão sobre o que se está aprendendo. O desenvolvimento do raciocínio matemático deve ocorrer de modo seguro e dinâmico estimulando o aluno a aprender e construir evolutivamente o seu aprendizado, superando assim as dificuldades ocorridas durante a aprendizagem. Temos como objetivo nesta unidade compreender algumas práticas que favorecem a aprendizagem matemática e que estratégias adotar nos planos e planejamento de ensino para beneficiar a aprendizagem dos alunos, além de abordar sobre o processo avaliativo no processo de ensino e aprendizagem. Debora Cristiane Barbosa Kirnev Unidade 1 O planejamento para o ensino de matemática na educação básica U1 10 Na segunda seção abordaremos sobre avaliação inserida no processo de ensino e aprendizagem diferenciando as avaliações diagnósticas, formativas e as avaliações somativas. Também abordaremos os tipos de avaliações e o que considerar na escolha de questões para avaliações somativas. Seção 2 | Sobre a Avaliação no Ensinoda Matemática na Educação Básica O planejamento para o ensino de matemática na educação básica U1 11 Introdução à unidade No processo de ensino da Matemática nos deparamos com dificuldades relacionadas aos alunos e professores no desenvolvimento de atividades matemáticas. Em muitos casos, o aluno não compreende o que lhe é ensinado na matemática. Há casos em que isso implica reprovação na disciplina, ou ainda, mesmo que seja aprovado, acumula defasagens de conteúdos que prejudicarão a etapa seguinte. Nessas circunstâncias cabe ao professor esgotar todas as possibilidades de intervenção para favorecer a aprendizagem dos alunos e para isso precisa de estratégias e procedimentos para a sua prática de sala de aula. Para mediar a aprendizagem se faz necessário planejar e traçar estratégias metodológicas e utilizar-se de planejamentos e avaliações continuadas é uma forma de buscar os melhores resultados no desenvolvimento de atividades matemáticas. O planejamento para o ensino de matemática na educação básica U1 12 O planejamento para o ensino de matemática na educação básica U1 13 Seção 1 O Ensino da Matemática na Educação Básica A Educação Básica, a partir da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (BRASIL, 1996) foi estruturada em partes, a saber: a Educação Infantil, o Ensino Fundamental obrigatório de nove anos e o Ensino Médio. A Educação Infantil é fornecida por creches e pré-escolas, ou ainda, por instituições. Essas entidades são responsáveis pelo cuidado de crianças de 0 a 5 anos em período integral ou parcial. O Ensino fundamental atualmente é subdividido em Fundamental I do 1º ao 5º ano, com crianças de 6 a 10 anos, e o Fundamental II do 6º ao 9º ano com pré-adolescentes de 11 a 14 anos. O Ensino Médio contempla da 1ª a 3ª série, com jovens de faixa etária de 15 a 17 anos. Existem casos específicos de crianças que ingressam antecipadamente à idade escolar recomendada desde que se integrem à turma e acompanhem o desenvolvimento do conteúdo, ou ainda, em casos de alunos com altas habilidades pode ser ofertada a aceleração para o ano escolar seguinte. Existem mudanças a serem adequadas a partir de metas estabelecidas pelo Plano Nacional de Educação que prevê mudanças na educação para essa década. Considerações sobre o ensino da matemática Nas muitas escolas brasileiras é aplicado o ensino tradicional para o ensino da matemática. Neste modelo há prioritariamente a exposição do conhecimento pelo professor que geralmente escreve no quadro negro aquilo que acredita ser importante em sua área de conhecimento. Cabe ao aluno copiar o que está no quadro em seu caderno e realizar os exercícios aplicando um modelo de solução que foi apresentado pelo professor. Mesmo com a utilização de outros recursos, neste modelo de ensino há a transferência de informação, considerando que o papel fundamental da educação escolar é garantir a propagação do saber. Neste sentido, no ensino tradicional, se o professor possuir domínio dos conteúdos é suficiente para ensinar bem, e ainda, as falhas do processo de ensino e aprendizagem, em muitos casos, são justificadas pela pouca atenção, capacidade ou interesse do aluno. Segundo D’Ambrósio (1989), pesquisas em educação matemática discutiram essas práticas e apontaram alguns aspectos: O planejamento para o ensino de matemática na educação básica U1 14 I) Nota-se que os alunos passam a acreditar que a aprendizagem da matemática se dá por meio de um acúmulo de fórmulas e algoritmos. II) Considerar a matemática algo que não se pode duvidar ou questionar, assim, os alunos passam a supervalorizar o potencial da matemática formal, desvinculando o conhecimento matemático de situações reais. Geralmente há uma grande preocupação em relação à quantidade de conteúdos a serem trabalhados. Nesta concepção, o aluno só aprende se resolver uma grande quantidade de exercícios. Neste sentido, a quantidade de conteúdo trabalhado é a prioridade de sua ação pedagógica, ao invés da aprendizagem dos alunos. Em busca de outras concepções para o ensino da matemática, autores como Ubiratan D’Ambrósio (1986), J. M. Matos (1989), M. O. de Moura (1992) e Dário Fiorentini (1994) em discussões sobre concepções da educação matemática apontam que o ensino de matemática necessita de contribuições de outras áreas do conhecimento, como a psicologia e a antropologia, para promover uma discussão sobre o processo educativo e refletir sobre novas propostas de ensino que consideremos inúmeros elementos presentes na ação pedagógica do professor. No ensino de matemática já existem muitas possibilidades de trabalhar os conceitos desta disciplina, não utilizando o ensino tradicional, mas levando em consideração outras propostas metodológicas. Nesta seção destacaremos elementos que favorecem o ensino da matemática. Estratégias para o ensino da matemática Popularmente, muitos consideram que aprender matemática é um conhecimento possível somente pelas mentes privilegiadas. Frequentemente estudantes influenciados por essa ideia chegam aos bancos escolares com aversão à matemática que mal conhecem. Cabe aos professores modificarem esta ideia. Temos que trabalhar com objetivo de proporcionar ao aluno um interesse maior pelo que ele está aprendendo, promovendo a construção de um aluno reflexivo em tudo que ele aprender no seu período escolar, e motivá-lo de modo que as dificuldades que encontrar se tornem desafiadoras. O planejamento para o ensino de matemática na educação básica U1 15 As situações de conflito podem encorajar a criança a colocar as coisas em relação ao conteúdo aplicado sendo ele de forma lúdica. O que proporcionara ao aluno uma facilidade de aprendizagem na qual não irá mais se esquecer do que foi aplicado, assimilando o que será usado na vida cotidiana. As crianças que são encorajadas a tomar decisões, são encorajadas a pensar, contudo do ponto de vista do desenvolvimento à autonomia da criança faz uma enorme diferença se ela for encorajada a decisões por si mesma. Essa autonomia tem que ser indissociavelmente social, moral e intelectual, os conceitos de matemáticos tradicionais como primeiro, segundo, antes e depois e a correspondência um a um são partes das relações que a crianças criam na vida cotidiana quando são encorajadas. (KAMII, 2007, p.46). O ensino da matemática pode ocorrer de forma clara, lúdica e adaptada aos contextos escolares, proporcionando às crianças e jovens, compreensão sobre o conteúdo a ser ensinado. Segundo Kamii (2007), utilizar-se de investigações matemáticas a serem observadas a todo o momento e na vida cotidiana, proporciona o desenvolvimento do julgamento moral e o pensamento lógico quando as crianças são encorajadas a discutir. O ensino da matemática deve ser fundamentado em uma teoria lógica e construtivista, para que o aluno adquira uma aprendizagem ao longo de um processo e ensino e se aprimore no decorrer da vida escolar. No ensino direcionado a crianças e pré-adolescentes utilizar-se de recursos lúdicos para estimular a aprendizagem do aluno torna-se relevante uma vez que, segundo a teoria piagetiana, temos o: Estágio das operações concretas, aproximadamente dos 7 aos 11 anos: a criança já possui uma organização mental integrada, os sistemas de ação reúnem-se em todos integrados. Piaget fala em operações de pensamento ao invés de ações. É capaz de O planejamento para o ensino de matemática na educação básica U1 16 Utilizar o lúdico como ferramenta de ensino pode favorecer a aprendizagem e assimilação de conteúdos por parte dos alunos. Um exemplo de atividade prática é utilizar pizzas ou bolos para representar frações na introdução deste conteúdo ao 6º ano. A aula se tornará mais interessantes para que os alunos se envolvam no processo de ensino e aprendizagem. Para tanto se faz necessário um plano de aula adequado para inserção desta atividade e do professor estabelecer regras de condutaspara a viabilidade da atividade. Atividades dessa natureza permitem que os alunos aprendam de forma natural, desenvolvendo o cognitivo e o afetivo, contribuindo para formação do sujeito. Torna-se uma prática prazerosa para ambas as partes, professores e alunos. Cabe ao professor propor atividades desafiadoras que provoquem a reflexão, a descoberta, a criatividade, o desenvolvimento do raciocínio, de modo que os alunos construam ou reformulem esquemas da mente, a fim de desenvolver estratégias que aprimorem conhecimentos. No desenvolvimento de atividades matemáticas o que seria um problema a se resolver? Espera-se que o estudante ao se familiarizar com as relações matemáticas diante de um problema a resolver, realize as seguintes etapas: a primeira, ver a totalidade de diferentes ângulos. Conclui e consolida as conservações do número, da substância e do peso. Apesar de ainda trabalhar com objetos, agora representados, sua flexibilidade de pensamento permite um sem número de aprendizagens. (BIAGGIO, 1976 apud PRÄSS, 2012, p. 17). [...] é uma fase de análise consciente e deliberada do problema. A segunda é uma fase de trabalho inconsciente. Parece um abandono provisório da tarefa. No entanto, o que se passa O planejamento para o ensino de matemática na educação básica U1 17 Estes autores explicitam como se desenvolve o raciocínio matemático diante de um problema a resolver. Esse tipo de raciocínio requer que o aluno confronte inúmeras situações de aprendizagem a fim de estabelecer relações entre as elas, ainda exige que o aluno desenvolva competências e habilidades acerca de conteúdos a serem trabalhados. No processo de ensino da matemática, precisamos proporcionar aos estudantes reflexões para que tirem suas próprias conclusões sobre os resultados de atividades propostas, promover estímulos para que autoavaliem sua aprendizagem, e deste modo, sejam inseridos no processo avaliativo. Devemos mostrar que o erro faz parte desse processo de aprendizagem, e que devem aprender a julgar por si só promovendo a autocorreção, formando, deste modo, mentes criativas e críticas. é que o eu inconsciente ou subliminar, explora, sistematicamente, todos os elementos que lhe foram fornecidos pela primeira etapa do trabalho. Após certo tempo, num momento qualquer em que o espírito se afasta do problema a resolver, algumas combinações desses elementos, provenientes do trabalho do inconsciente, aparecem na mente na forma de uma inspiração súbita. Numa terceira etapa, há uma análise consciente e rigorosa dessas ideias que poderão ser aceitas, modificadas ou rejeitadas. Neste último caso, o inconsciente recomeçará de novo o seu trabalho na procura de uma nova solução. (PONTE et al., 1997, p. 20). O homem, desde os primórdios, encontrou- se envolvido com Matemática procurando atender às necessidades das suas condições de vida iniciais, ele contava, media e calculava mesmo sem possuir ainda uma formalização de conceitos matemáticos. Tais atividades longe ainda estavam de reflexões científicas ou operações abstratas, em sua origem a matemática constitui-se a partir de uma coleção de regras isoladas, decorrentes da experiência e diretamente conectadas coma a vida diária, não se tratava, portanto de um sistema logicamente unificado, no entanto, agindo e operando sobre O planejamento para o ensino de matemática na educação básica U1 18 No ensino da matemática compreender estabelecendo relações entre alunos, professores e saberes, por meio de situações a serem experimentadas e analisadas cientificamente promove a racionalidade do indivíduo. Por racionalidade entendemos que: “[...] densa em toda a vida do ser humano, seja em um indivíduo ou em um nível coletivo. Por ‘racionalidade’ entendemos o sistema dos critérios ou regras mobilizados quando se tem que fazer escolhas, tomar decisões, ou para realizar julgamentos. [...] Essas regras e critérios poderiam originar-se de opinião, crença ou saber, mas em todos os casos, eles são organizados em uma estrutura, que permite a tomada de decisão.” (BALACHEFF, 2004, p. 1). Quanto aos conteúdos que compõem o currículo de matemática no Ensino Básico, devemos promover um processo de ensino e aprendizagem pela descoberta para matemática e para aplicação na vida em sociedade, mostrando a necessidade de acrescentar a esses conteúdos a sua vivência. Desde a antiguidade os pensadores gregos contribuíram para o avanço nas descobertas matemáticas e buscaram uma maneira para ter certeza da validade das leis elaboradas: o meio em que vivia, o homem obteve seus primeiros conhecimentos a respeito de formas e grandezas e a partir deles passou a estabelecer diversas relações dentro da realidade que o cercava, à medida que isso acontecia se fazia sua própria matemática. (MENDES, 2002, p. 68). Um dos passos dados pelos gregos, para poder raciocinar sobre conceitos matemáticos abstratos, foi estabelecer axiomas, verdades de uma tal autoevidência que ninguém poderia negar. Esses axiomas diziam respeito ao espaço e aos números inteiros. O segundo passo foi garantir a correção das conclusões obtidas a O planejamento para o ensino de matemática na educação básica U1 19 A aprendizagem pela descoberta promove a compreensão dos conteúdos tratados e permite que o aluno compreenda o processo matemático. Consequentemente esses alunos devem ter bons resultados nas provas e na realização de exercícios propostos pelos professores em sala de aula. “Além de ser um objeto sociocultural em que a matemática se encontra presente, o jogo é uma atividade natural no desenvolvimento dos processos psicológicos básicos, supõe um fazer sem obrigação externa e imposta, embora demande exigências, normas e controles. No jogo mediante a articulação entre o conhecido e o imaginado, desenvolve- se o autoconhecimento até onde se pode chegar e o conhecimento dos outros os que se podem esperar e em circunstâncias, para as crianças pequenas os jogos são as ações que eles repetem sistematicamente, mas que possuem um sentido funcional isto são fontes de significados e, portanto possibilitam compreensão geram satisfação, formam hábitos que se estruturam num sistema, essa repetição funcional também deve estar presente na atividade escolar, pois é importante no sentindo de ajudar a criança a perceber regularidades.” (MENDES, 2002, p.95). partir dos axiomas. Para tal, usaram raciocínio dedutivo, que consideravam como o único que garantia a correlação das conclusões. Assim, uma vez que se partia de axiomas, verdades sobre o espaço e os números inteiros considerados autoevidentes, este raciocínio poderia ser um veículo para encontrar as verdades eternas sobre a Natureza que eles ansiavam descobrir. (PONTE et al., 1997, p. 9). Neste sentido, Sadovsky (apud BENCINI, 2014) defende o ensino com participação ativa direta e objetiva do aluno na produção de conhecimento, julga que é preciso aumentar a participação dos alunos no processo de ensino e aprendizagem, pois já não suportam mais regras e técnicas que não fazem sentido. A autora defende que estudar só faz sentido se o estudo promover uma profunda compreensão das relações matemáticas, para que o aluno seja capaz de entender uma situação problema e utilizar as ferramentas adquiridas para resolver O planejamento para o ensino de matemática na educação básica U1 20 [...] de linguagens criadoras de convenções capacitando-se para se submeterem às regras e a dar explicações, além disso, passam a compreender e a utilizar convenções e regras que serão empregadas no processo de ensino e aprendizagem. Essa compreensão favorece um mundo social bastante complexo e proporciona as primeiras aproximações com futuras teorizações. No estágio mais avançado as crianças aprendem a lidar com situações mais complexas e passam a compreender que regras podem ser combinações que os jogos definem, percebem também que só podem jogar dependendo da jogada do outro.A participação em jogos de grupo também representa uma conquista cognitiva, emocional, moral e social para a criança e um estímulo para o desenvolvimento do seu raciocínio lógico. (MENDES, 2002, p.95). Apresentaremos um exemplo de jogo que pode ser aplicado em práticas de sala de aula, trata-se do jogo torre de Hanói: uma questão. Aqueles alunos que não dominam um conhecimento acabam dependentes do que o professor espera que eles respondam. O processo de aprendizagem deve ocorrer articulado dentro e fora de sala de aula. Devemos promover, enquanto professores, propostas de atividades relacionadas com a realidade vivida e experimentada. Neste sentido, jogos, por sua vez, possuem um valor fundamental, devendo ser explorados em sala de aula como um ponto de partida para estabelecer relações entre o mundo real e o conhecimento que podem adquirir com o aprendizado. Quando utilizamos jogos em conteúdos trabalhados, promovendo uma ação significativa para o aluno, estes auxiliam efetivamente na aprendizagem. A utilização de jogos favorece a resolução de situações problemas, como realizar comparações e analogias, atribuir significados, estimular a criatividade e a imaginação, lidar com diferentes situações. O ensino por meio de jogos contribui ainda para a produção: O planejamento para o ensino de matemática na educação básica U1 21 Figura 1.1 | Torre de Hanói O material é composto por uma base, onde estão afixados três pequenos bastões em posição vertical, e cinco ou mais discos de diâmetros decrescentes, perfurados ao centro, que se encaixam nos bastões. Ao invés de discos, também se podem também utilizar argolas ou outros materiais. A torre é formada, então, pelos discos empilhados no bastão de uma das extremidades, que será chamada de casa A. O objetivo do jogo é transportar a torre para a casa C, usando a intermediária B. As regras são: • Movimentar uma só peça (disco) de cada vez. • Uma peça maior não pode ficar acima de uma menor. • Não é permitido movimentar uma peça que esteja abaixo de outra. Inicialmente utilize apenas quatro peças. • Questão 1 – Qual é o número mínimo de movimentos? (Não desperdiçar movimentos). • Questão 2 – Quais são as peças que mais se movimentam? E as que menos se movimentam? Fonte: Piaget (1997). Segundo Cabral (2006), no nono ano do Ensino Fundamental, em que é estudado o conceito de função, este jogo pode ser utilizado como uma ferramenta motivadora para o ensino deste conceito matemático. O autor elaborou uma tabela para descrever a lei da função: O planejamento para o ensino de matemática na educação básica U1 22 Tabela 1.1 | Exemplo de função com a torre de Hanói Número de peças Número mínimo de movimentos Número mínimo de movimentos +1 1 1 2 2 3 4 3 7 8 4 15 16 5 31 32 6 63 64 7 127 128 8 255 256 9 511 512 10 1023 1024 N 2 n – 1 2 n Fonte: Cabral (2006, p. 35) O autor afirma que, se imediatamente depois de apresentar a torre, o professor se apressar em apresentar as regras que garantem o pleno êxito, sem se preocupar em fazê-las resultar de um processo de construção, o jogo se torna trivial, e com isto não despertará maior interesse nos alunos. O ideal é que depois de “brincar” com a torre e descobrir a técnica de transferência que resulta de uma boa movimentação, podemos organizar e analisar os dados da tabela anterior. Observemos que: (o número de jogadas +1) é um número do tipo 2 x , podemos então concluir que o número de jogadas é igual a: 2 n -1. Carreta (2014) utiliza como estratégia metodológica a inserção de jogos e mídias, uma tendência no ensino atualmente. No desenvolvimento do trabalho buscou minimizar dificuldades dos alunos em lidarem com a linguagem matemática, a autora defende que: [...] a ideia de que jogos são estratégias imprescindíveis para a construção de conceitos matemáticos, pois trazem impregnados a alegria, a interatividade e, se bem orientados durante as jogadas e os registros, proporcionam a aquisição de habilidades de cálculo mental, de raciocínio, de interpretação, dentre outras. (CARRETA, 2014, p. 418). O planejamento para o ensino de matemática na educação básica U1 23 Acesse o link a seguir e estude o plano de ensino, aplicando jogos matemáticos: <http://www.pucrs .br/edipucrs/erematsul/comunicacoes/ 5angelasusana.pdf>. Para saber mais: na página a seguir há links para diversos artigos sobre o ensino da matemática, acesse: Disponível em: <http://www. somatematica.com.br/artigos.php>. Após abordarmos sobre o uso de jogos como estratégias de ensino, outro ponto relevante é a participação da família na vida escolar do aluno. Segundo Fraga (1988 p. 103) a “apologia à articulação do trivial e familiar, para o aluno, ao modelo formal matemático, não descarta, nem pretende substituir a necessidade que se impõe do oferecimento de problemas”. A participação da família é fundamental para que o aluno seja dedicado a aprender e a resolver problemas. Em casa, o aluno pode auxiliar e posteriormente realizar as compras de supermercado, dividir e organizar as despesas do orçamento doméstico e realizar as demais práticas que favoreçam o desenvolvimento do raciocínio matemático. Construa conhecimentos matemáticos práticos e reelabore suas experiências adquiridas na vivência escolar. Cabe ao professor valorizar tudo aquilo que o aluno traz de bagagem, acerca dos conhecimentos prévios. Segundo Dante (2000, p. 13) a “oportunidade de usar os conceitos matemáticos no seu dia a dia favorece o desenvolvimento de uma atitude positiva do aluno em relação à matemática”. Outra estratégia que favorece a aprendizagem dos alunos são projetos interdisciplinares. Sadovsky (apud BENCINI, 2014) aborda que na maioria das vezes os conhecimentos matemáticos abordados em uma tarefa interdisciplinar, já são dominados pelos alunos. Ao planejar um projeto, este deve visar à aprendizagem de um novo saber ou conteúdos matemáticos. Não basta ser interdisciplinar para ser interessante, nem fazer parte do cotidiano para ser pertinente. Fundamental é ter um compromisso com a matemática neste momento, verificar os prós e contras, em se tratando de ensinar é fundamental. O planejamento para o ensino de matemática na educação básica U1 24 Outros aspectos a serem tratados, nesta seção, são os fatores que favorecem o ensino da matemática. A seguir elencamos elementos relacionados à elaboração de planos de aulas. Algumas considerações sobre planejamentos Cabe aos professores o preparo de planos gerais das disciplinas, planos de ensino e o preparo das aulas, o que é o mais fundamental. Planejar é mais do que preencher formulários para a secretaria escolar. Planejar é definir os objetivos gerais e específicos, sejam anuais, trimestrais, bimestrais ou mensais, e ainda realizar o planejamento pontual de cada aula que denominamos de plano de aula. Este processo de reflexão precisa permear a prática docente devendo ser vivenciado de modo articulado, crítico e rigoroso. Qual é a diferença entre planejamento de ensino e plano de ensino? Neste sentido, temos dois aspectos a serem tratados: o “planejamento de ensino” e “plano de ensino”, também denominado de “plano de aula”. O planejamento do ensino é o “processo que envolve "a atuação concreta dos educadores no cotidiano do seu trabalho pedagógico, envolvendo todas as suas ações e situações, o tempo todo, envolvendo a permanente interação entre os educadores e entre os próprios educandos". (VACCAS, 2012, p. 23). Enquanto o plano de ensino é um momento de documentação do processo educacional escolar como um todo, elaborado pelos docentes para explicitar as etapas a serem trabalhadas na prática pedagógica, ou seja, um documento Segundo Saviani (1987, p. 23), "a palavra reflexão vem do verbo latino 'reflectire' que significa 'voltar atrás'. É, pois um (re)pensar, ou seja, um pensamento em segundo grau. [...] Refletir é o ato de retomar, reconsiderar os dados disponíveis, revisar, vasculharnuma busca constante de significado. É examinar detidamente, prestar atenção, analisar com cuidado. E é isto o filosofar”. Deste modo, o planejamento do ensino abrange a elaboração, execução e avaliação de planos de ensino, a partir de uma atitude crítica do educador diante de seu trabalho docente. O planejamento para o ensino de matemática na educação básica U1 25 orientador da prática em sala de aula, o plano de ensino é direcionado a uma prática mais pontual. Adotamos a definição: procedimentos e tomadas de decisões que estimulam o processo da aprendizagem; a fim de controlar a ordem na qual a sequência de operações deve ser realizada. A ação docente deve levar em conta o processo de reflexão realizado no planejamento, transformar em realidade a proposta do plano de ensino considerando as necessidades específicas da prática de sala de aula. Vimos que planejamento e plano de ensino se complementam na prática docente, porém há necessidade da ação docente para viabilizar a aplicação de ambos. Um plano de ensino pode ter eventuais limites, deste modo, cabe ao profissional preparar-se para eventualidades. Por outro lado, sem planejar o ensino, associado às dificuldades enfrentadas pelos docentes no exercício do seu trabalho, leva a uma contínua improvisação pedagógica nas aulas. Ou seja, o que deveria ser eventualidade torna-se uma "regra", prejudicando a aprendizagem dos alunos e o próprio trabalho escolar como um todo. Torna-se evidente a discussão da questão da "forma" e do "conteúdo" no processo de planejamento e elaboração de planos de ensino, precisamos de alternativas para superar dicotomias entre “fazer e pensar”, “teoria e prática”, presentes no cotidiano do trabalho dos nossos professores. Preparar as aulas consiste em uma importante atividade no exercício do trabalho profissional. Cada encontro com os alunos deve ser realizado de modo articulado a fim de fazer sentido, precisa de conexões para que a aprendizagem acorra. Ao preparar aulas deve-se considerar: quem é seu aluno, quais são os objetivos com o conteúdo, qual será a rotina das aulas, como será a sistematização do conteúdo, quais atividades são propostas, que tarefas serão indicadas. O aluno precisa construir sua aprendizagem no decorrer das aulas, compreendendo o processo de ensino e aprendizagem em que está inserido, para que avance, como diz Saviani (1987), do "senso comum" à "consciência filosófica". Cabe ao professor mediar a aprendizagem, de modo que os alunos compreendam os conteúdos de forma competente e crítica. Neste sentido, a ação docente deve propiciar o desenvolvimento aos alunos: da percepção crítica da realidade e de seus problemas; de atitudes de tomada de posição diante dos problemas; de ações que propiciam a superação dos problemas. Quanto ao livro didático, é um dos meios de comunicação no processo de ensinar e aprender. Faz parte do método e da metodologia de trabalho do professor, para atingir determinados objetivos educacionais. Porém é apenas um instrumento que auxilia a prática docente, a capacidade do professor deve ser mais abrangente, não se limitando ao livro didático. O planejamento para o ensino de matemática na educação básica U1 26 A necessidade de encontrar outras formas de lidar com o planejamento do ensino e com seus desdobramentos em planos e projetos, adequados à prática de sala de aula e não apenas o preenchimento de planejamentos e planos que são arquivados e não vivenciados em sala de aula. Neste sentido, ao repensar o processo de ensino, busca-se um significado transformador para os elementos curriculares básicos contidos em um plano de ensino: • Objetivos: estes se desdobram em imediatos e ao longo do tempo, comportamentais e instrucionais. O imediato é o que é aprendido ao fim da execução do plano de ensino, que repercutirá no desenvolvimento de outros planos desenvolvidos ao longo do tempo. O comportamental reflete na mudança de atitude diante de uma tarefa a se resolver, e os instrucionais são o tipo de prática que o aluno precisa fazer ou realizar para mostrar que o objetivo foi atingido. • Conteúdos: constituem no conjunto de conhecimentos acumulados e que devem ser aprendidos pelos alunos, se desdobram em conteúdos estruturantes e conteúdos específicos. • Metodologia: constitui no planejamento de procedimentos e das situações de aprendizagem em que os alunos serão submetidos. Deve ser considerada cada etapa, por exemplo: como será a abordagem do conteúdo, que atividades serão propostas, qual é o tempo adequado para execução das etapas da aula, entre outros. Devem ser propostos momentos de orientações, de atividades práticas e de avaliação do processo. • Avaliação: Na fase de avaliação analisa-se se os objetivos propostos foram atingidos, que estratégias foram adequadas e quais são as mudanças necessárias para o próximo plano de ensino, isso é possível se os objetivos e metodologia forem bem definidos. Na aplicação do plano de ensino, para desenvolver o conteúdo, as estratégias de ensino serão selecionadas, ou ainda, referênciadas com o termo procedimentos de ensino. Destacamos que essas estratégias são organizadas em três momentos: a introdução, o desenvolvimento e o fechamento da aula, caracterizadas a seguir: • Introdução da aula: ao iniciar a aula cabe ao professor esclarecer os objetivos e as atividades a serem desenvolvidas na aula, observando que podem ser neces- sárias adequações no desenvolvimento das mesmas. Após apresentar o tema ou conteúdo, situá-lo dentro dos assuntos já abordados anteriormente, ou que serão abordados posteriormente, formando assim uma sequência lógica para o conteúdo a ser ministrado. É válido também informar quais são os procedimen- tos adotados, ou os recursos didáticos disponíveis a serem utilizados durante a O planejamento para o ensino de matemática na educação básica U1 27 aula. As estratégias metodológicas de ensino necessitam induzir o aluno a refletir, e ser agente participante da aula, deste modo temos que buscar alternativas para estimular os alunos a aprender, desenvolvendo a autonomia da aprendizagem. Uti- lizar-se de diálogos para os alunos expressarem suas experiências anteriores, ou ainda, retomar o conteúdo por meio de uma revisão de conteúdo, sendo essas estratégias utilizadas para realizar avaliações diagnósticas e adequar o plano de ensino. Outro modo é abordar uma situação problema dentro do contexto dos alunos para motivar a participação na aula, podendo ser um desafio, uma pergunta. • Desenvolvimento: existem diferentes formas de formular perguntas e propor atividades. Por exemplo, podemos propor questões fechadas, que exigem uma única resposta, ou questões abertas, que exigem a exploração e a investigação podendo surgir possibilidades de respostas diferentes. Recomenda-se oportuni- zar ambas as formas de perguntas, sempre estimulando a reflexão do estudante, estipulando o tempo adequado para cada resolução, posteriormente realizar a discussão e sistematição do conteúdo abordado. Durante a aula o professor deve ministrar as explicaões de forma clara e objeti- va, utilizando a linguagem matemática correta e introduzindo a linguagem simbóli- ca gradativamente de modo que o aluno compreenda as notações e compreenda seu uso. A entonação de voz também é uma estratégia para destacar os aspectos relevantes a serem abordados, juntamentamente com o uso de gestos corporais adequados à prática de sala de aula. A utilização da tecnologia pode auxiliar a atin- gir os objetvos estabelecidos. • Fechamento: nesta etapa o professor sistematiza o conteúdo trabalhado, retoma conteúdos anteriores e provoca a reflexão dos alunos acerca das atividades de- senvolvidadas. Utiliza esse momento para estabelecer relações entre diferentes contextos. Precisa relacionar o tema inicial com o desenvolvimento das ativida- des e os resultados obtidos e indicar que tarefas e atividades complementares são adequadas. Sobre a alegria no desenvolvimentode práticas escolares ressaltamos que: [...] encontrar a alegria na escola no que ela oferece de particular, de insubstituível é um tipo de alegria que a escola é a única ou pelo menos a mais bem situada para propor: que seria uma escola que tivesse a audácia de apostar tudo na satisfação da cultura elaborada, das exigências culturais mais elaboradas, de uma extrema ambição cultural (SNYDERS, 1988, p. 13). O planejamento para o ensino de matemática na educação básica U1 28 Neste sentido, entendemos que propor atividades ou tarefas que provoquem e desafiem os alunos levando-os à satisfação e à alegria de realizá-las, fará com que a aprendizagem seja mais prazerosa e que se atribua significados para as práticas escolares. Ou seja, os alunos participam ativamente no processo de aprendizagem. Diagnosticar quais problemas permeiam a prática escolar é essencial para a tomada de decisão sobre qual o melhor modo de superá-lo. Portanto, diante de manifestações de problemas escolares como evasão, retenção, indisciplina, desinteresse, faltas, atrasos e tantos outros, os educadores necessitam identificar suas causas, tendo em vista a sua superação. Analisar o contexto em que os problemas se manifestam é uma estratégia para identificar suas causas. Devemos pensar em propostas para superar situações problemas pautadas em suas origens. Neste sentido, podemos buscar problemas relacionados às práticas diárias dos alunos para promovermos propostas de atividades inseridas nos planos de ensino para que os alunos sintam-se instigados a resolvê-los. Para que a prática em sala de aula promova o processo de ensino e aprendizagem além do professor estar preparado quanto ao conteúdo, vimos que há necessidade da inserção de práticas que favoreçam este processo, e o planejamento junto com os planos de aulas são meios para que isso ocorra. Na página a seguir você terá a disponibilização de planos de aulas postados no site da Nova Escola: <http://www.gentequeeduca.org.br/planos-de-aula>. 1) O que considerar na elaboração de planejamentos para o ensino da Matemática? 2)Quais são as etapas para a elaboração de planos de ensino? O planejamento para o ensino de matemática na educação básica U1 29 01. A sociedade brasileira, marcada por profundas diferenças sociais, gera sujeitos diferentes. O papel da escola é: (A) ignorar as diferenças e realizar o trabalho pedagógico. (B) superar a concepção de que a diferença é deficiência e saber trabalhar com a diferença. (C) reconhecer que diferença intelectual gera déficit intelectual. (D) negar as diferenças e buscar a equidade. (E) reconhecer as diferenças e formar turmas homogêneas. 02. A escola brasileira contemporânea enfrenta um grande desafio, qual seja, o de garantir a aprendizagem a todos os seus alunos. Só se consegue atingir esse objetivo, quando a escola assume que as dificuldades de alguns alunos não são apenas deles, mas resultam em grande parte do modo como o ensino é ministrado, como a aprendizagem é concebida e avaliada. A escola precisa se tornar apta para responder às necessidades de cada um de seus alunos, de acordo com suas especificidades. Neste sentido, um dos temas mais relevantes a serem considerados na atuação docente é: (A) A autonomia da escola. (B) A questão da inclusão e da diversidade. (C) A questão democrática. (D) O conselho escolar. (E) A direção participativa. O planejamento para o ensino de matemática na educação básica U1 30 O planejamento para o ensino de matemática na educação básica U1 31 Seção 2 Sobre a Avaliação no Ensino da Matemática na Educação Básica Faz parte da vivência do ser humano o processo de avaliação. Em muitos casos, avaliamos o processo em que uma atividade foi realizada a fim de superar os erros enfrentados, outras vezes nos submetemos a avaliações sistematizadas que visam medir e quantificar um saber. A avaliação através do ato de planejar e de executar; por isso, contribui em todo percurso da ação planificada. A avaliação se faz presente não só na identificação da perspectiva político-social, como também na seleção de meios alternativos e na execução do projeto, tendo em vista a sua construção. [...] A avaliação é uma ferramenta da qual o ser humano não se livra. Ela faz parte de seu modo de agir e, por isso, é necessário que seja usada da melhor forma possível. (LUCKESI, 2002, p.118). Neste sentido, temos o processo de avaliação não intencional ou natural, e o processo de avaliação institucional em que destacaremos as: • Avaliações diagnósticas: são aquelas realizadas no início de um processo de ensino, a fim de verificar os conhecimentos prévios dos alunos sobre um tema a ser estudado. • Avaliações formativas: são realizadas no decorrer do processo, espera-se que haja a integração de professores e alunos nessa etapa, para que os alunos desenvolvam a autorregulação da aprendizagem, neste sentido cabe ao professor O planejamento para o ensino de matemática na educação básica U1 32 mediá-los e ensinar o aluno a aprender a aprender. • Avaliações somativas: são realizadas ao final de um estudo, de uma unidade ou conteúdo, ou por um determinado período de tempo, de modo a quantificar os resultados alcançados no desenvolvimento desse estudo. Existem diferentes concepções que predominam na escola, a literatura sobre o assunto aborda sobre: a concepção de avaliação concebida pelos exames; a concepção de avaliação como instrumento para classificação e regulação do desempenho do educando, estas dentro da Pedagogia Tradicional; a concepção que adota avaliação como medida dentro da Pedagogia Tecnicista e, por fim, a concepção qualitativa da avaliação que surgiu em oposição aos modelos e práticas avaliativas adotados nas concepções tecnicista e quantitativa, baseados nas Pedagogias Críticas. Avaliações no processo de ensino e aprendizagem Na prática escolar, avaliar, segundo Chueiri (2008), constitui-se em prática intencional e organizada e se realiza a partir de objetivos pedagógicos claros, que são o reflexo de valores, códigos e convenções sociais. Ao avaliar retomamos todo o processo pedagógico, de modo a estabelecer critérios desde as etapas iniciais até as finais, ou seja, deve ser realizada de modo planejado e orientado dentro do processo de ensino. Porém, a avaliação ainda é utilizada apenas como mecanismos de classificação dos alunos por meio de provas e notas, sendo utilizada para legitimar o fracasso e o sucesso e alunos. Este contexto social escolar, (...) não se restringe aos educadores em geral. É idêntica à visão dos alunos a respeito desse tema, das famílias e da sociedade. O significado da avaliação na escola alcança um significado próprio e universal, muito diferente do sentido que se atribui a essa palavra no nosso dia a dia. Percebe-se o aluno sendo observado apenas em situações programadas (HOFFMANN, 2009, p. 24). O planejamento para o ensino de matemática na educação básica U1 33 Nesta forma de avaliar paraclassificar ou para regular temos como característica a concepção tradicional de avaliar em que os alunos são comparados a um padrão estipulado pelo professor, que quer se certificar que o aluno adquiriu conhecimento sobre algum conteúdo. O foco desta avaliação está no resultado final e não no processo desenvolvido pelo aluno, ou seja, há uma análise quantitativa dos resultados medidos pela nota do aluno. Deste modo, obtêm-se apenas algumas informações a respeito dos conhecimentos adquiridos pelo aluno, documentadas pelas provas que servem como parâmetro para determinar se o aluno está em condições para avançar de ano ou série. Utilizam-se nessa perspectiva testes padronizados de rendimento que por muitas vezes não expressam conclusões reais sobre a compreensão do aluno sobre o conteúdo trabalhado. Ao professor, nesta perspectiva, é proporcionada certa segurança, pois há um programa definido, previsto com encaminhamentos metodológicos pré- estabelecidos, sendosua tarefa cumprir o cronograma estabelecido e após a avaliação quantificar os resultados. Considerando que o sistema e ensino exigem a nota, e não permitem que os resultados sejam expressos de outra forma, há apenas a preocupação em transformar os resultados apresentados em números. Saul realiza uma crítica a esse modelo de avaliação: Uma nova sistemática de avaliação poderá gerar tensões por vezes difíceis de suportar, e os professores poderão sentir-se privados das satisfações que o sistema tradicional lhes proporcionava. Associa-se ao prazer gerado por aquela segurança a satisfação gerada pelo poder da avaliação. Será preciso, ao tratar da nova perspectiva de avaliação, trabalhar estes aspectos pessoais e coletivos no contexto da escola (2014, s/p). Em oposição a essa prática avaliativa, emerge a avaliação baseada no processo em que o aluno está inserido, ou seja, há a avaliação qualitativa em que o professor se empenha em ensinar o aluno a aprender e o insere no processo avaliativo por meio de autoavaliações em que no final do processo é aplicada a prova para validar os conhecimentos adquiridos. Nesta perspectiva, o foco da avaliação está no desenvolvimento das aulas, e só será avaliado na prova escrita aquilo que foi desenvolvido durante o processo. O planejamento para o ensino de matemática na educação básica U1 34 Neste sentido, entendemos que os mecanismos de avaliação são elementos essenciais na prática pedagógica, porém o processo de ensino e aprendizagem não pode se reter a apenas essa etapa de avaliação, não se resume em apenas atribuir notas e analisar quantitativamente o aluno, e sim avaliar o processo avaliativo de modo qualitativo em que a prova escrita é parte integrante desse processo. Como relacionar os objetivos definidos no planejamento com o processo avaliativo? A partir dos estudos de Chaves (1998) adaptamos alguns procedimentos relevantes para a avaliação, a saber: - atentar para os processos e não só para os resultados; - dar possibilidades aos protagonistas de se expressarem e de se avaliarem; - utilizar procedimentos e instrumentos variados para avaliar a aprendizagem; - intervir, com base nas informações obtidas via avaliação, em favor da superação das dificuldades detectadas; - intervir, com base nas informações obtidas via avaliação, em favor da superação das dificuldades detectadas; - configurar a avaliação a serviço da aprendizagem, como estímulo aos avaliados e não como ameaça; - contextualizar e integrar a avaliação ao processo ensino–aprendizagem; - definir as regras do jogo avaliativo desde o início do processo; - difundir as informações e trabalhar os resultados, visando retroalimentar o processo; - realizar meta-avaliação, paralela aos processos de avaliação propriamente ditos; - considerar e respeitar as diferenças e as dificuldades manifestadas em sala de aula. O planejamento para o ensino de matemática na educação básica U1 35 Faz parte desse processo a escola adequada das questões que irão compreender as avaliações escritas. Segundo Luckesi (2011), as questões elaboradas devem: a) Contemplar os conteúdos essenciais que foram trabalhados dentro do planejamento. b) Apresentar o mesmo grau de dificuldade dos conteúdos trabalhados, bem como a mesma linguagem e notação. c) Apresentar níveis de complexidade diferenciados para um mesmo assunto para atingir diferentes níveis de dificuldades, de acordo com o nível de complexidade trabalhado em sala. d) Adotar a mesma perspectiva metodológica trabalhada em sala de aula. e) Utilizar uma linguagem clara e compreensível. f) Ser preciso nas questões elaboradas. g) Auxiliar o aluno a aprofundar seu conhecimento. As provas escritas podem contemplar questões dissertativas, normalmente com nível de complexidade mais elevado em que se avalia o processo de resolução das questões, ou questões objetivas, em que se avalia um conceito específico, ou ambos. As questões objetivas podem ser testes, completes, análises de sentenças, entre outros. Existe diferença entre provas objetivas e testes? Se existem, quais são tais diferenças? Provas que contemplam apenas testes têm finalidades específicas, ou seja: classificatório, celetista e estatístico. Será realizada apenas uma avaliação quantitativa das respostas obtidas. O recomendado é que em uma avaliação de O planejamento para o ensino de matemática na educação básica U1 36 um processo de ensino e aprendizagem contemple uma variedade de questões dissertativas e objetivas, incluindo os testes, para que seja realizada uma avaliação quantitativa e qualitativa do processo. Neste processo cabe ao professor o papel de avaliador. Para tanto, é necessário atribuir critérios avaliativos. Muitos destes emergem na prática de acordo com suas experiências e conhecimentos. Há a necessidade de ser coerente com o método de trabalho e com os objetivos estabelecidos. Segundo Sordi (apud CHUEIRI, 2008, p. 52): “uma avaliação espelha um juízo de valor, uma dada concepção de mundo e de educação, e por isso vem impregnada de um olhar absolutamente intencional que revela quem é o educador quando interpreta os eventos da cena pedagógica”. Recomenda-se, ao término de cada etapa do planejamento, realizar a autoavaliação do processo desenvolvido também denominado de meta-avaliação, dentro dessa etapa o aluno deve estar inserido e ser crítico sobre os pontos favoráveis ou não ao seu processo de ensino e aprendizagem. Além disso, Saul (apud CHUEIRI, 2008, p. 59), afirma que a avaliação qualitativa tem outra característica que é o “delineamento flexível que permite um enfoque progressivo, isto é, a avaliação centrada em processos é em si mesma um processo que evolui em virtude de descobertas sucessivas e de transformações do contexto” Entendemos que nesta abordagem o professor atua como mediador da aprendizagem e regulador desse processo, e cabe ao aluno o papel ativo e responsável sobre a sua aprendizagem que será construída dentro desse processo. Sobre isso Demo (2004, p. 156) afirma: A avaliação qualitativa pretende ultrapassar a avaliação quantitativa, sem dispensar esta. Entende que no espaço educativo os processos são mais relevantes que os produtos, não fazendo jus à realidade, ser reduzida apenas às manifestações empiricamente mensuráveis.[…] A avaliação qualitativa gostaria de chegar até a face qualitativa da realidade, ou pelo menos de se aproximar dela. A abordagem qualitativa da avaliação requer a integração de professores, alunos equipe pedagógica e familiares, todos envolvidos no processo educacional, em uma ação conjunta para que haja um processo democrático de aprendizagem O planejamento para o ensino de matemática na educação básica U1 37 com o foco na aprendizagem do aluno. Conforme sustenta Loch será preciso compreender [...] que avaliar não é dar notas, fazer médias, reprovar ou aprovar os alunos. Avaliar, numa nova ética, é sim avaliar participativamente no sentido da construção, da conscientização, busca da autocrítica, autoconhecimento de todos os envolvidos no ato educativo, investindo na autonomia, envolvimento, compromisso e emancipação dos sujeitos (2000, p.31). Segundo o autor, é preciso romper com práticas que não contribuam com o processo avaliativo para que sejam implementadas novas práticas pedagógicas que deem sentido à avaliação escolar, sendo esta integrante do processo de ensino e aprendizagem, e não como um propósito em si mesmo na quantificação das notas. Se considerarmos o desempenho dos alunos nas provas escritas, aqueles que apresentam um rendimento abaixo ou na média são aqueles que mais precisam de intervenções e de estratégias metodológicas que favoreçam a sua aprendizagem, neste contexto emerge a necessidade das recuperações de conteúdos. Caracterização das modalidades de avaliação Neste texto propormos em diversos momentos reflexões sobre as práticas metodológicas e processos avaliativos, porém o professor podese deparar com a dificuldade de aplicar propostas muitas vezes não vivenciadas na sua trajetória na Educação Básica, devido a uma vivência escolar baseada nos modelos tradicionais em que prevalecia a conservação, a transmissão e a avaliação classificatória em momentos pontuais. Reflita sobre as modalidades da avaliação da aprendizagem. O planejamento para o ensino de matemática na educação básica U1 38 Apresentaremos, neste texto, as características das seguintes modalidades da avaliação da aprendizagem, a saber: avaliação diagnóstica, avaliação formativa e avaliação somativa, além da meta-avaliação. A avaliação diagnóstica não tem como característica a atribuição de nota, e sim diagnosticar conhecimentos prévios dos alunos, além de verificar defasagens de conteúdos, a fim de propor estratégias para minimizarem as dificuldades de aprendizagem, para propor novas ações que possam levar o aluno a se apropriar da proposta curricular. Devemos recorrer a essa avaliação sempre que um novo processo de ensino e aprendizagem é inserido na prática de sala de aula, para direcionar e otimizar a prática pedagógica. Essa modalidade avaliativa [...] identifica certas características do aprendiz e faz um balanço, certamente mais ou menos aprofundado, de seus pontos fortes e fracos. A avaliação [...] tem a função de permitir um ajuste recíproco aprendiz/programa de estudos (seja pela modificação do programa, que será adaptado aos aprendizes, seja pela orientação dos aprendizes para subsistemas de formação mais adaptados a seus conhecimentos e competências atuais). (HADJI, 2001, p. 19). Quanto à avaliação formativa, esta é processual e contínua, tem o objetivo de verificar aspectos qualitativos e não quantitativos, indicando ao professor a oportunidade de promover adequações na proposta de trabalho a curto, médio e longo prazo. Com seus resultados é possível definir objetivos de ensino para elaborar diferentes estratégias de ação para o processo de ensino e aprendizagem. Ao professor é possibilitado avaliar seu próprio trabalho e a partir dos resultados direcionar os caminhos a serem percorridos, permitindo ao aluno acompanhar seu processo de construção do conhecimento, possibilitando ajustes. Neste sentido, temos que esta é considerada uma avaliação reguladora, à medida que possibilita mudanças no processo. O planejamento para o ensino de matemática na educação básica U1 39 [...] o professor, que será informado dos efeitos reais de seu trabalho pedagógico poderá regular sua ação a partir disso. O aluno, que não somente saberá onde anda, mas poderá tomar consciência das dificuldades que encontra e tornar-se-á capaz, na melhor das hipóteses, de reconhecer e corrigir ele próprio os seus erros. (HADJI, 2001, p. 20). [...] se relaciona mais ao produto demonstrado pelo aluno em situações previamente estipuladas e definidas pelo professor, e se materializa na nota, objeto de desejo e sofrimento dos alunos, de suas famílias e até do próprio professor. Predomina nessa lógica o viés burocrático que empobrece a aprendizagem, estimulando ações didáticas voltadas para o controle das atividades exercidas pelo aluno, mas não necessariamente geradoras de conhecimento (1999, p. 173). Porém, a avaliação somativa possui uma abordagem diferente das anteriores. É considerada classificatória, ou seja, atende aos princípios quantitativos, sendo praticada ao final de um determinado tempo, de um curso, de um semestre. É de responsabilidade do professor atribuir nota ao aluno segundo critérios pré- estabelecidos. É realizada em momentos pontuais, não tem como finalidade interferir no planejamento e sim avaliar se os objetivos propostos foram atingidos de maneira satisfatória, ou seja, não permite mudanças, pois finaliza o processo. Os alunos são classificados a partir de critérios, mas podemos utilizar os resultados em um processo formativo, quando elaborarmos planejamentos de conteúdos relacionados aos avaliados. Partindo do princípio que a avaliação somativa, em geral, é uma prática de forma excludente, Perrenoud relata que ela: O planejamento para o ensino de matemática na educação básica U1 40 Quadro 1.1 | Três modalidades Avaliação Diagnóstica Formativa Somativa Objetivos Identifica problemas de aprendizagem, buscando solucioná- los. Aperfeiçoa o processo ensino e aprendizagem. Classificar os resultados de aprendizagem de acordo com os níveis de aproveitamento estabelecidos. Período de realização Início de um curso, ou unidade de ensino. Contínua e processual. No término da unidade de ensino ou final de período. Nível de conhecimento esperado Competências e habilidades necessárias para a aprendizagem. Habilidades ou pré- requisitos detalhados para cada objetivo amplo. Detém-se mais na capacidade geral de construir e interpretar. Encaminhamento dos resultados Possibilita aos professores identificar os conhecimentos prévios dos alunos. Domínio de determinada tarefa de aprendizagem. Desenvolvimento de competências. Verifica o alcance dos objetivos de ensino. Atribuição de notas Não atribui notas. Não atribui notas. Atribui notas que são divulgadas Fonte: Adaptado de (BLOOM; HASTINGS; MADAUS, 1983) Considerando alguns conceitos que permeiam a prática da avaliação da aprendizagem, como por exemplo, testar, medir e avaliar, é importante diferenciá- los para compreender melhor sua dimensão conceitual. Haidt (1999, p. 289) buscou caracterizar cada termo e ao definir a testagem salientou que ela permite: [...] verificar um desempenho através de situações previamente organizadas, chamadas testes. A medida se utiliza do teste para coletar dados e utiliza um sistema de unidades convencionais, atribuindo a nota. Medir é descrever um fenômeno do ponto de vista quantitativo; e avaliar é interpretar dados quantitativos e qualitativos para obter um parecer ou julgamento de valor, tendo por base padrões ou critérios. O planejamento para o ensino de matemática na educação básica U1 41 Ao longo do tempo a avaliação foi considerada prática de medir. Considerando que a avaliação fornece subsídios à prática pedagógica, podemos caracterizá-la como um ato pedagógico que subsidia o desenvolvimento do aluno, por meio de um processo construtivo, propiciando ao aluno a compreensão da sua realidade e tomada de decisões, a partir da averiguação de seus resultados. Para avaliar temos procedimentos de coleta, análise e síntese dos dados que configuram o objeto da avaliação, além de complementar uma atribuição de valor ou qualidade, a partir da comparação da configuração do objeto avaliado com um determinado padrão de qualidade previamente estabelecido para aquele tipo de objeto. Segundo Luckesi (1998), a valoração ou qualidade atribuída ao objeto conduzem a uma tomada de posição favorável ou contra ele. E, o posicionamento a favor ou contra o objeto, ato ou curso de ação, a partir do valor ou qualidade atribuído, conduz a uma decisão nova, a uma ação nova: manter o objeto como está ou atuar sobre ele. No processo avaliativo, cabe ao professor utilizar uma variedade de técnicas e instrumentos avaliativos como, por exemplo: portfólios, relatórios, seminários. Neste sentido podemos organizar: [...] uma pasta individual, onde são colecionados os trabalhos realizados pelo aluno, no decorrer dos seus estudos de uma disciplina, de um curso, ou mesmo durante alguns anos, [...] registro de suas reflexões e impressões sobre a disciplina ou curso, opiniões, dúvidas, dificuldades, reações aos conteúdos e aos textos indicados, às técnicas de ensino, sentimentos, situações vividas nas relações interpessoais e outros aspectos. (VILLAS BOAS, 2004, p. 89). Também temos que as provas escritas que comtemplem questões objetivas e dissertativas. De acordo com Masetto (2001, p. 101) “a prova discursiva pode ajudar o aluno a aprender a fazer síntese, ser lógico, escolher argumentos, adquirir clareza de redação”.Corroborando com essa idéia temos que esse tipo de instrumento: O planejamento para o ensino de matemática na educação básica U1 42 Quadro 1.2 | Caracterizaçãodos instrumentos de avaliação TÉCNICAS INSTRUMENTOS OBJETIVOS BÁSICOS Observação Registro da observação: • Fichas. • Caderno. Verificar o desenvolvimento: cognitivo, afetivo e psicossocial do educando, em decorrência das experiências vivenciadas. Autoavaliação Registro da autoavaliação. Determinar o aproveitamento cognitivo do aluno, em decorrência da aprendizagem. Aplicação de provas: • Arguição. • Dissertação. • Testagem. Prova oral. Prova escrita: • Dissertativa. • Objetiva. Fonte: Haidt (1994, p. 296) Segundo Luckesi (2005), o professor pode utilizar os instrumentos que conheça, ou pesquisar e criar novos, desde que estejam adequados às suas finalidades. A co- leta de dados precisa ser planejada após o levantamento dos conteúdos que serão avaliados e o instrumento selecionado com antecedência. Cabe lembrar que o nível de dificuldade do instrumento deve estar adequado ao nível de complexidade do trabalhado desenvolvido em sala. Uma boa sugestão é organizar as questões por blocos de conteúdos, para que o instrumento não esteja fragmentado. Permite verificar certas habilidades intelectuais que constituem processos mentais superiores, como a capacidade reflexiva – capacidade de analisar, sintetizar, aplicar o conhecimento, relacionar fatos e ideais, interpretar dados e princípios, realizar inferências e julgar, emitindo juízos de valor. Possibilita saber se o aluno é capaz de organizar suas ideais e opiniões e expressá- las por escrito de forma clara e concreta. Pode ser facilmente elaborada e organizada. Pode ser copiada da lousa. Reduz a probabilidade de acerto casual, isto é, de acerto por adivinhação ou casualidade, pois o aluno deve organizar a resposta e usar sua linguagem para exprimi-la. (HAIDT, 1994, p. 303). O planejamento para o ensino de matemática na educação básica U1 43 Os instrumentos de avaliação da aprendizagem necessitam de planejamento e precisam estar adequados aos objetivos e, assim, possibilitar a coleta qualitativa de seus resultados. Em geral, o ato de avaliar a aprendizagem do aluno se restringe em tirar uma medida do que o aluno aprendeu dentro do que o professor programou para ensinar. Porém não deve ser realizada de maneira isolada e sim integrante de um processo de ensino e aprendizagem. Vale ressaltar que a autoavaliação do aluno e do professor faz parte do processo avaliativo e esta modalidade de avaliação é denominada meta-avaliação. Avaliações externas em larga escala Em outras perspectivas sobre avaliação, denominadas de avaliações de larga escala, aplicadas, por exemplo, em nível nacional, são analisados, por exemplo, índices de referências. Essas avaliações têm objetivos e procedimentos diferenciados das avaliações realizadas pelos professores nas salas de aula. Dentre tais objetivos podemos destacar a certificação, o credenciamento, o diagnóstico e a rendição de contas. Em geral, são organizadas a partir de um sistema de avaliação cognitiva dos alunos e são aplicadas de forma padronizada para um grande número de pessoas, e não somente a alunos, mas também professores, diretores, coordenadores. Destacaremos a avaliação do Programme for International Student Assessment (Pisa) – Programa Internacional de Avaliação de Estudantes – que, segundo o INEP, é uma iniciativa internacional de avaliação comparada, aplicada a estudantes na faixa dos quinze anos, idade em que se pressupõe o término da escolaridade básica obrigatória na maioria dos países. Tem como meta medir o conhecimento e a habilidade em leitura, matemática e ciências de estudantes com quinze anos de idade tanto de países membros da OCDE como de países parceiros. Entre os países membros da OCDE Alemanha, Grécia, Chile, Coreia do Sul, México, Holanda e Polônia. Países como Argentina, Brasil, China, Peru, Catar e Sérvia aparecem como parceiros e também fazem parte da avaliação. Este programa levanta questões do tipo: Os estudantes estão preparados para os desafios do futuro? Eles conseguem refletir, argumentar e se comunicar efetivamente? Eles têm capacidade de continuar aprendendo por toda a vida? O principal objetivo do Pisa é apresentar indicadores que contribuam para a discussão da qualidade da educação nos países participantes, para subsidiar políticas de melhoria do ensino básico. A avaliação procura verificar até que ponto as escolas de cada país participante estão preparando seus jovens para exercer o O planejamento para o ensino de matemática na educação básica U1 44 1) Como diferenciar avaliações qualitativas e quantitativas? 2) O que são avaliações externas e em larga escala, aplicadas na Educação Básica brasileira? papel de cidadãos na sociedade contemporânea. Segundo o INEP, as avaliações do Pisa acontecem a cada três anos e contemplam três áreas do conhecimento – Leitura, Matemática e Ciências – havendo, a cada edição do programa, maior ênfase em cada uma dessas áreas. Em 2000, o foco foi em Leitura; em 2003, Matemática; e em 2006, Ciências. O Pisa 2009 iniciou um novo ciclo do programa, com o foco novamente recaindo sobre o domínio de Leitura; em 2012, é novamente Matemática; e em 2015, Ciências. Além de observar as competências dos estudantes em Leitura, Matemática e Ciências, o Pisa coleta informações para a elaboração de indicadores contextuais, os quais possibilitam relacionar o desempenho dos alunos a variáveis demográficas, socioeconômicas e educacionais. Essas informações são coletadas por meio da aplicação de questionários específicos para os alunos e para as escolas. Uma das aplicações dos resultados desse estudo pelos governos dos países envolvidos é como instrumento de trabalho na definição e refinamento de políticas educativas, procurando tornar mais efetiva a formação dos jovens para a vida futura e para a participação ativa na sociedade. 01. O ato de avaliar, segundo Rios não é algo estático, que ocorre em determinado momento, mas deve estar continuamente presente no trabalho do educador. Para a autora, entre outras ações, avaliar pressupõe: (A) Selecionar os conteúdos que apresentam maiores dificuldades para os alunos. (B) Escolher instrumentos objetivos a serem utilizados na avaliação. O planejamento para o ensino de matemática na educação básica U1 45 (C) Delimitar os conteúdos, de acordo com o momento da avaliação. (D) Definir princípios em função dos objetivos que se deseja alcançar. (E) Informar os alunos sobre os critérios adotados, após a avaliação. 02. Segundo Romão, algumas vezes os docentes usam o termômetro para medir a velocidade. Ao fazer essa afirmação ele está fazendo uma analogia com o fato de que, às vezes, os docentes: (A) Acreditam que medir o conhecimento é o mesmo que avaliar aaprendizagem. (B) Podem utilizar qualquer tipo de instrumento de avaliação para avaliar a aprendizagem. (C) Sabem que os instrumentos de avaliação podem ser usados apenas para aprendizagem que são observáveis. (D) Utilizam instrumentos de medida inadequados para avaliar a aprendizagem. (E) Escolhem os instrumentos com os quais estão mais familiarizados para avaliar a aprendizagem. Nesta unidade, você aprendeu sobre: • Estratégias metodológicas para compor o planejamento de aulas. • Características de planejamentos de ensinos e planos de ensino. • Quais são os elementos norteadores para a prática de sala de aula. • A avaliação como parte integrante dos processos de ensino e aprendizagem. • O que considerar nas elaborações de avaliações somativas. • Avaliações em larga escala como indicadores da educação. O planejamento para o ensino de matemática na educação básica U1 46 Neste capítulo, na primeira seção, destacamos o uso de jogos nas práticas de sala de aula, apresentamos propostas demonstrando que é possível a sua aplicação em sala de aula em diferentes aspectos,uma vez que os jogos estimulam a criatividade, autonomia, interesse, interação e capacidade de generalização. Além disso, inserir outras práticas que estimulem ao aluno aprender. Cabe ao professor mediar o processo de aprendizagem, ensinando aos alunos a lidarem com seus erros e superá-los e se esforçarem para obterem resultados satisfatórios. Na prática docente, elaborar, executar e avaliar planos de ensino exige que o professor tenha clareza dos objetivos gerais da educação escolar e se comprometa com a formação do aluno; que considere os conteúdos como meios para a formação do cidadão consciente, competente e crítico promovendo as articulações entre conteúdos, métodos, técnicas e meios de comunicação e envolvendo o aluno no processo da avaliação no ensino-aprendizagem. Neste sentido, a elaboração dos planos de ensino depende da visão de mundo que temos e do mundo que queremos. Na segunda seção abordamos sobre avaliação diferenciando aspectos metodológicos dos processos avaliativos. Destacamos algumas concepções sobre a avaliação e diferenciamos sobre avaliações quantitativas e qualitativas, além das modalidades avaliativas e suas respectivas caracterizações. Também abordamos sobre avaliações em larga escala. Apresentamos alguns referenciais teóricos que auxiliam na compreensão do processo avaliativo, evidenciando a carência que temos na educação de professores que utilizem a avaliação como instrumento de aprendizagem para os alunos. O planejamento para o ensino de matemática na educação básica U1 47 01. O artigo 23 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei nº 9.394/96)diz que: "a educação básica poderá organizar-se em séries anuais, períodos semestrais, ciclos, alternância regular de períodos de estudos, grupos não seriados, com base da idade, na competência e outros critérios, ou por forma diversa de organização, sempre que o interesse do processo de aprendizagem assim recomendar". De acordo com esse artigo: (A) A idade é o único critério possível para a organização da escolaridade inicial. (B) Apenas o ensino fundamental pode ser organizado a partir de critérios flexíveis, tendo em vista o processo de aprendizagem. (C) A educação básica deve ser organizada tendo em vista o desenvolvimento biológico dos alunos, pois esse desenvolvimento é pressuposto para a aprendizagem. (D) Não há possibilidade de flexibilizar a organização e tempos escolares. (E) A Educação Básica pode ser organizada a partir de critérios pedagógicos e não apenas etários, assim como não precisa ser organizada em uma periodicidade bimestral o semestral. 2. (Adaptação Vunesp/2010) – A formação dos profissionais da educação, visando complementar os objetivos da cada nível e modalidade de ensino e as peculiaridades dos educandos, deve ter como fundamentos: (A) Aquisição de domínio de sua área de ensino e habilidade para controle de grupos. (B) Aproveitamento de experiências anteriores e fundamentação de conhecimento teórico. (C) Aquisição de capacidade de transmissão de teorias e seleção de práticas de ensino eficazes. (D) Aproveitamento de experiências anteriores e domínio da prática docente. (E) Associação entre teorias e práticas anteriores e aproveitamento da formação e experiências anteriores. O planejamento para o ensino de matemática na educação básica U1 48 03. “A avaliação não deveria ser fonte de decisão sobre o castigo, mas de decisão sobre os caminhos do crescimento sadio e feliz.” (LUCKESI). Acerca desse tema, a escola pode contribuir para o sucesso da aprendizagem do aluno, assegurando sua permanência quando: (A) Considera o erro como fonte de punição e não como possibilidade de nova conduta. (B) Despreocupa com a individualidade do aluno. (C) Utiliza medidas punitivas para adequar a criança à escola. (D) Possibilita um ambiente de liberdade e de atenção à singularidade do aluno. (E) Exige dos alunos capacidade de compreensão além da capacidade do grupo. 04. O planejamento define os resultados e os meios a serem atingidos; a execução constrói os resultados; e a avaliação serve de instrumento de verificação dos resultados planejados que estão sendo obtidos, assim como fundamenta decisões que devem ser tomadas para que os resultados sejam construídos. Nessa perspectiva, conforme Luckesi, a avaliação da aprendizagem é um(a): (A) Mecanismo subsidiário do planejamento e da execução. (B) Atividade subsidiária e totalmente desarticulada da execução. (C) Atividade que existe e subsiste por si mesma. (D) Instrumento que não subsidia o processo do planejamento. (E) Ação independente da proposta pedagógica. 05. Concordando com o princípio do atendimento à diversidade, Silva (2003, p. 11) chama atenção para o fato de que a avaliação, numa perspectiva formativa reguladora, deve reconhecer as diferentes trajetórias de vida dos estudantes e, para isso, é preciso: (A) Flexibilizar os objetivos, os conteúdos, as formas de ensinar e avaliar, ou seja, contextualizar e recriar o currículo. (B) Dominar todos os conteúdos independentes de sua relevância social e cognitiva do ensinado. (C) Desconsiderar os pressupostos da avaliação que se limita a produzir notas e conceitos para fins de aprovação e reprovação. (D) Que os professores acompanhem de forma assistemática e individualizada, os progressos dos estudantes com quem trabalham a cada ano. (E) Promover situações em que os professores sejam cada vez mais autônomos nas suas práticas avaliativas. O planejamento para o ensino de matemática na educação básica U1 49 Referências BALACHEFF, N. 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