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Conflito de Leis Penais no Tempo e Conflito Aparente de Normas

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BRUNA GUEDES RIBEIRO
CONFLITO DE LEIS PENAIS NO TEMPO
CONFLITO APARENTE DE NORMAS
PROFESSOR: FÁBIO BRUNO
LUZIÂNIA
OUTUBRO 2017
BRUNA GUEDES RIBEIRO
CONFLITO DE LEIS PENAIS NO TEMPO
CONFLITO APARENTE DE NORMAS
Atividade avaliativa apresentada à
disciplina de Direito Penal I,
ministrada pelo professor Fábio Bruno
para obtenção de nota do 2° semestre de Direito.
LUZIÂNIA
OUTUBRO 2017
RESUMO
O presente trabalho trata acerca do conflito de leis penais no tempo, que consiste no melhor entendimento do princípio da irretroatividade da lei penal, em regra, porém entende-se que a lei que for mais benéfica poderá, então, retroagir, para que possa tornar a situação do réu menos gravosa. Trata-se também do conflito aparente de norma, que ocorre quando mais de uma norma penal pode ser aplicada para um mesmo fato, causando esse conflito e sendo necessária a utilização de princípios para sua resolução.
Palavras-chave: Conflitos; Leis; Penal; Norma;
ABSTRACT
	The present work deals with the conflict of criminal laws in time, which consists of a better understanding of the principle of non-retroactivity of criminal law, as a rule, but it is understood that the law that is most beneficial may then be retroacted, the situation of the less serious defendant. It is also the apparent conflict of norm, which occurs when more than one penal norm can be applied to the same fact, causing this conflict and being necessary the use of principles for its resolution.
Keywords: Conflicts; Laws; Criminal Standard;
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO.......................................................................................................01
1. CONFLITO DE LEIS PENAIS NO TEMPO......................................................02
 1.1 Hipóteses de conflitos de Leis Penais no Tempo..........................................02
 1.1.1Abolitio Criminis...........................................................................................02
 1.1.2 Novatio Legis Incriminadora........................................................................02
 1.1.3 Novatio Legis in pejus..................................................................................02
 1.1.4 Novatio Legis in mellius...............................................................................03
2. CONFLITO APARENTE DE NORMAS............................................................03
 2.1 Princípio da Especialidade..............................................................................03
 2.2 Princípio da Subsidiariedade...........................................................................03
 2.3 Princípio da Consunção...................................................................................03
 2.4 Princípio da Alternatividade............................................................................04
CONSIDERAÇÕES FINAIS..................................................................................05
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................................06
INTRODUÇÃO
	O conflito de leis penais no tempo, segundo Capez, 2007, p.54, O fenômeno jurídico pelo qual a lei regula todas as situações ocorridas durante seu período de vida, isto é, de vigência, denomina-se atividade. A atividade da lei é a regra. Quando a lei regula situações fora de seu período de vigência, ocorre a chamada extra-atividade, que é a exceção, ou seja, após o período de vigência não se pode ter a atividade dessa lei. Entende-se no conflito de leis penais que a exceção dessa regra é para fornecer algum tipo de benefício ao réu.
	Com relação ao conflito aparente de normas, entende-se que quando um fato pode ser abrangido em mais de uma nota, é necessário resolver este conflito de alguma forma. Tem-se quatro formas conhecidas pela doutrina para solucionar estes conflitos. O princípio da especialidade, subsidiariedade, consunção e alternabilidade. Estes princípios são de extrema importância para que se saiba como solucionar esse tipo de conflito.
1. CONFLITO DE LEIS PENAIS NO TEMPO
Também conhecido como Tempus regit actum, torna expresso o fato de que a regência da lei é utilizada para fatos ocorridos durante sua vigência, não podendo a lei ser aplicada para fatos anteriores à vigência, ou seja, caso alguém cometa um fato e no dia seguinte este fato é caracterizado como crime, este alguém não poderá ser punido por ter cometido este antes de haver uma lei expressando que é crime e, além disso, não se pode punir alguém se a lei for revogada, porém, ainda assim é expressa a possibilidade de retroatividade e ultratividade dessa lei, ou seja, em se tratando da retroatividade, esta determina que se há efeitos favoráveis e benéficos ao réu a lei retroage para os fatos anteriores à sua vigência. No que se diz respeito à ultratividade, este é um dispositivo que permite a aplicação de uma lei mesmo após sua revogação, ou seja, se alguém cometer um fato antes que a lei seja revogada, este será tratado conforme determinação da lei vigente nessa época, não levando em consideração a lei atual.
1.1 Hipóteses de Conflitos de Leis Penais no Tempo
Existem quatro hipóteses mais conhecidas para a ocorrência dos conflitos de leis penais no tempo:
1.1.1 Abolitio Criminis: Pode-se afirmar acerca dessa hipótese que esta é caracterizada pela transformação de um fato típico em um fato atípico, ou seja, conduta anterior tipificada como crime, não é mais tipificada pelo fato de existir agora uma lei nova que determina o fato como atípico. Em razão dessa hipótese, não acontecerão mais os efeitos penais da sentença, visto que a conduta não é mais considerada criminosa.
1.1.2 Novatio legis incriminadora: Essa hipótese se trata de tornar um fato que antes não era incriminado, como fato típico. Esta não poderá ser aplicada pois ela é irretroativa, ou seja, incrimina uma conduta que anteriormente não era considerada crime.
1.1.3 Novatio legis in pejus: Esta hipótese é utilizada para agravar a situação do réu perante o fato já cometido por ele, ou seja, surge uma lei nova, porém esta continua considerando o fato anterior crime, o que diferencia, porém, torna a situação mais gravosa para o réu, sendo assim, essa hipótese pode aumentar a pena, não tendo aplicação na esfera penal brasileira.
1.1.4 Novatio legis in mellius: Surge uma lei mais branda, modificando a anterior, revogando parcialmente ou totalmente a lei que existia anteriormente. Trás uma pena mais benéfica para o réu, que será aplicada, via de regra, retroagindo também para os que já estão cumprindo pena, readequando à nova legislação vigente.
2. CONFLITO APARENTE DE NORMAS
O conflito aparente de normas acontece devido à semelhança em determinadas normas, ou seja, aparentemente estas podem ser aplicadas ao mesmo fato. Para que em nosso ordenamento jurídico ocorra a situação supracitada, é necessário que ambas as normas pertençam ao mesmo direito positivo, sendo estas válidas e vigentes. 
	Para resolução destes conflitos, a doutrina oferece quatro princípios importantes para ter-se em vista nesse tipo de situação. São estes a especialidade, subsidiariedade, consunção e alternatividade.
2.1 Princípio da Especialidade: Ocorre quando mesmo um fato, cabendo duas normas, causando conflito, uma é mais específica do que a outra. Um exemplo desse fato é o crime de assassinato de uma mãe contra seu próprio filho recém-nascido. De modo geral seria considerado homicídio, visto que no Art. 121 do Código Penal, considera-se homicídio o ato de tirar a vida de outrem. Porém, no caso supramencionado, existe uma lei mais específica para aplicar a este, o Art 123 do Código Penal, o Infanticídio. Mesmo sendo um homicídio, o fato de uma mãe praticar o fato contra seu próprio filho recém-nascido, torna o fato um homicídio especial, que pode ser tratado não pelo Art. 121, e sim pelo Art 123.
2.2 Princípio da Subsidiariedade: O presente princípio diz respeito ao fato de o Código Penal ser o último recurso parase envolver em determinado fato. Caso nenhum dos outros ramos do Direito tenha a capacidade de resolver determinado conflito, partindo disto, o Direito Penal é procurado para julgar o fato, ou seja, caso o fato ocorrido seja facilmente resolvido pela esfera civil, não é necessário acionar a esfera penal.
2.3 Princípio da Consunção: Este princípio se trata de um crime de maior amplitude absorvendo um crime de menor amplitude. Podemos exemplificar esse conceito tendo em vista um crime de homicídio executado por meio de uso de arma de fogo, arma esta que fora adquirida por meio ilegal somente como um meio para chegar na finalidade do homicídio. O crime de homicídio, por possuir maior amplitude, absorve o crime de porte ilegal de arma de fogo. Caso o sujeito tenha adquirido à arma de fogo meses antes do fato, com qualquer outra finalidade e surgiu o dolo eventualmente após, sem ter então, ligação da compra da arma de fogo com o homicídio, não se utiliza o princípio da consunção, neste caso o indivíduo responderá pelos dois delitos.
2.4 Princípio da Alternatividade: Este princípio, por si só não é uma resolução para o conflito aparente de normas. Este se trata de quando se integra diversas condutas para um determinado fato, ou seja, quando o sujeito realiza vários fatos dentro de um mesmo contexto fático, responderá apenas por um crime.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
	Conclui-se, a partir de todas as informações que foram mencionadas no presente trabalho, que no conflito de leis penais no tempo diz respeito ao princípio da irretroatividade da lei penal no tempo, que pode acontecer de ocorrer exceções, também citadas no presente trabalho para que essa retroatividade venha a acontecer mesmo que em regra, não seja este o procedimento.
	Com relação ao conflito aparente de normas, pode-se concluir que há modos de tornar estes conflitos solucionáveis, fazendo com que a melhor norma para o caso seja aplicada devidamente com a ajuda de quatro princípios. Estes princípios tornam o Direito Penal categórico e organizado, fazendo com que se torne simples, de certa forma, a resolução dos conflitos aparente de normas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CAPEZ, Fernando. Da lei penal no tempo, p. 54, 2007.
Disponível em: http://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/8062/Da-lei-penal-no-tempo
LEITE, Ravênia. Princípios do Direito Penal extinguem conflitos, 2009. 
Disponível em: https://www.conjur.com.br/2009-ago-01/principios-direito-penal-extinguem-conflito-aparente-entre-normas
SANTOS, Leonela, Conflito de leis penais no tempo – a polêmica. 2009. 
Disponível em: http://repositorio.uniceub.br/bitstream/123456789/13/3/20453651.pdf
FORTES, Victor. Conflito aparente de normas penais. 2014. 
Disponível em: https://victorfortes.jusbrasil.com.br/artigos/152844865/conflito-aparente-de-normas-penais.
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