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ESTADO DE SANTA CATARINA TRIBUNAL DE JUSTIÇA Gabinete Desembargadora Haidée Denise Grin Habeas Corpus (criminal) n. 4006216-02.2019.8.24.0000 de São Carlos Impetrante : Alexandre Santos Correia de Amorim Paciente : Fabiano Carlos Alves da Silva Advogado : Alexandre Santos Correia de Amorim (OAB: 11253/SC) Relatora (plantão) : Desembargadora Haidée Denise Grin DECISÃO MONOCRÁTICA TERMINATIVA Trata-se de Habeas Corpus com pedido de liminar impetrado pelo advogado Alexandre Santos Correia de Amorim (OAB/SC 11.253) em favor de Fabiano Carlos Alves da Silva, narrando, em síntese, que o paciente foi preso em flagrante na noite de 3-3-19, pelo possível cometimento do crime previsto nos artigos 14 e 15 da Lei 10.826/03 e, na mesma data, foi realizada audiência de custódia, tendo o Togado Singular convertido em prisão preventiva. Sustentou que os fundamentos da decisão que converteu a prisão em flagrante em preventiva não são aptos a ensejá-la, restando, caracterizado constrangimento ilegal em face do paciente que deverá ser posto em liberdade. Aduziu ainda que o paciente não possui antecedentes criminais, tem residência fixa, emprego lícito e família constituída. Por fim, postulou pela revogação da prisão, deferindo-se a liberdade provisória. É o necessário relatório. O presente pleito não comporta apreciação em regime de plantão. Isso, porque, em que pese a defesa do paciente afirme ter pleiteado na origem a revogação da prisão ou, subsidiariamente, a aplicação das medidas cautelares previstas no art. 319 do Código de Processo Penal, compulsando-se ESTADO DE SANTA CATARINA TRIBUNAL DE JUSTIÇA Gabinete Desembargadora Haidée Denise Grin os autos no primeiro grau de jurisdição, verifica-se que o pedido foi formulado na audiência de custódia, antes de ser proferida decisão pelo Juiz Singular, convertendo a prisão em flagrante em preventiva, não havendo qualquer pleito posterior. Ocorre que ausente o pedido, assim como a negativa do pedido em primeiro grau, não há falar em ato coator passível de conhecimento neste writ, sob pena de supressão de instâncias. Sobre o assunto já decidiu este Tribunal de Justiça: I - A prestação jurisdicional de segundo grau cinge-se apenas aos comandos decisórios que tenham sido expressamente examinados, de sorte que a matéria não discutida em primeira instância não pode ser analisada, sob pena de configurar a supressão de instância. II - O habeas corpus não se presta para a análise de questões que envolvam um exame aprofundado da matéria fático-probatória, de modo que o reconhecimento de eventual ilegalidade somente poderá se dar quando esta for de plano verificada, razão pela qual se torna inviável conhecer do writ no particular (TJSC, Habeas Corpus Criminal n. 4030438-68.2018.8.24.0000, rel. Des. Luiz Antônio Zanini Fornerolli, Quarta Câmara Criminal, j. 29/11/2018). E ainda: HABEAS CORPUS. MATÉRIA NÃO ANALISADA EM PRIMEIRO GRAU. SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA. É vedado ao Tribunal analisar pedido não direcionado ao Juízo de Primeiro Grau, por configurar supressão de instância. WRIT NÃO CONHECIDO. (TJSC, Habeas Corpus (Criminal) n. 4002103-05.2019.8.24.0000, de Canoinhas, rel. Des. Sérgio Rizelo, Segunda Câmara Criminal, j. 05-02-2019). Desta forma, com fulcro no art. 3º do Código de Processo Penal e art. 932, III, do Código de Processo Civil, nego seguimento ao presente habeas corpus. Publique-se e intime-se. Florianópolis, 4 de março de 2019, em regime de plantão, às 20:40 horas. ESTADO DE SANTA CATARINA TRIBUNAL DE JUSTIÇA Gabinete Desembargadora Haidée Denise Grin Desembargadora Haidée Denise Grin Relatora 2019-03-04T20:46:47+0000 Not specified