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Prática Juridica Simulada - Cumprimento de sentença

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NOÇÕES GERAIS: CUMPRIMENTO DE SENTENÇA
O cumprimento de sentença de obrigação pecuniária será feito segundo as regras dos artigos 513 a 527 do CPC/15, observando-se, no que couber e conforme a natureza da obrigação, o disposto no livro relativo ao processo de execução (Livro II da Parte Especial). 
Pode ser provisório ou definitivo e sempre mediante requerimento do exequente. O devedor é intimado para cumprir a sentença através do Diário da Justiça na pessoa do advogado, por carta com aviso de recebimento, por meio eletrônico ou por edital, dependendo de cada caso. Se o requerimento de cumprimento da sentença pelo exequente ocorrer após um ano do trânsito em julgado da sentença, a intimação será feita na pessoa do devedor, por meio de carta com aviso de recebimento no endereço constante dos autos. Portanto, como se observa há a necessidade de se intimar o devedor para o cumprimento da sentença, de modo que o prazo para pagamento tem início de sua intimação. 
Pode ser requerido o cumprimento provisório quando a sentença for impugnada por recurso desprovido de efeito suspensivo e será realizado da mesma forma que o cumprimento definitivo, observando-se o seguinte: (i) O cumprimento provisório da sentença corre por iniciativa e responsabilidade do exequente, que se obriga a reparar eventuais danos sofridos pelo executado no caso da sentença ser reformada. (ii) Fica sem efeito o cumprimento provisório da sentença se sobrevier decisão que a modifique ou anule, restituindo-se as partes ao estado anterior com a liquidação de eventuais prejuízos nos mesmos autos. (iii) No caso de modificação ou anulação da sentença apenas em parte, nesta parte ficará sem efeito a execução. (iv) O levantamento de depósito em dinheiro e a prática de atos que importem transferência de posse ou alienação de propriedade ou de outro direito real, ou dos quais possa resultar grave dano ao executado, dependem de caução suficiente e idônea, arbitrada pelo juiz e prestada nos próprios autos. Essa caução poderá ser dispensada quando o crédito for de natureza alimentar, o credor demonstrar situação de necessidade, pender o agravo fundado nos incisos II e III do art. 1042 (perante o STF ou STJ) ou se a sentença provisoriamente cumprida estiver em consonância com súmula da jurisprudência do STF ou STJ ou em conformidade com acórdão proferido no julgamento de casos repetitivos. 
Não ocorrendo o pagamento voluntário pelo executado no prazo de 15 dias após a sua intimação, o débito será acrescido de multa de 10% e de honorários advocatícios também de 10%, uma novidade do CPC de 2015. O depósito do valor tempestivamente pelo executado, com a finalidade de isentar-se da multa, não será tido como incompatível com o recurso interposto. O cumprimento definitivo da sentença encontra previsão nos artigos 523 a 527 do CPC/15 e ocorrerá mediante requerimento do exequente, instruído com demonstrativo discriminado e atualizado do crédito, no caso de condenação em quantia certa, ou já fixada em liquidação, bem como no caso de decisão sobre parcela incontroversa.
Art. 524. O requerimento previsto no art. 523 será instruído com demonstrativo discriminado e atualizado do crédito, devendo a petição conter: 
A petição do exequente com o requerimento para cumprimento definitivo da sentença, além do demonstrativo discriminado e atualizado do crédito, deverá conter: 
(i) o nome completo das partes e o número do CPF/CNPJ; 
(ii) o índice de correção monetária adotado; 
(iii) os juros aplicados e as respectivas taxas;
(iv) o termo inicial e o termo final dos juros e da correção monetária utilizados; 
(v) a periodicidade da capitalização dos juros, se for o caso; 
(vi) especificação dos eventuais descontos obrigatórios realizados;
(vii) indicação dos bens passíveis de penhora, sempre que possível. 
O executado terá o prazo de 15 dias para pagamento do débito, acrescido de custas (se houver), sob pena do débito ser acrescido de multa de 10% e honorários advocatícios também de 10%. 
A multa e os honorários incidirão sobre qualquer parcela não paga, ou seja, havendo o pagamento parcial pelo executado, os 10% incidirão sobre o valor faltante. Além disso, não efetuado o pagamento voluntário tempestivamente, será expedido mandado de penhora e avalição, seguindo-se aos atos de expropriação. 
O réu, antes de ser intimado para o cumprimento da sentença, poderá comparecer em juízo e oferecer em pagamento o valor que entender devido, apresentando memória discriminada do cálculo. 
O autor então será ouvido no prazo de 5 (cinco) dias, podendo impugnar o valor depositado, sem prejuízo do levantamento do depósito a título de parcela incontroversa. 
Concluindo o juiz pela insuficiência do depósito, sobre a diferença incidirão multa de dez por cento e honorários advocatícios, também fixados em dez por cento, seguindo-se a execução com penhora e atos subsequentes. Se o autor não se opuser, o juiz declarará satisfeita a obrigação e extinguirá o processo. 
Tanto no cumprimento provisório da sentença quanto no definitivo, em sua defesa, o executado poderá apresentar impugnação, independentemente de penhora ou nova intimação. 
Transcorrido o prazo de 15 dias sem o pagamento voluntário, inicia-se o prazo de 15 dias para apresentação dessa IMPUGNAÇÃO, onde o executado poderá alegar: (i) falta ou nulidade da citação se, na fase de conhecimento, o processo correu à revelia; 
(ii) ilegitimidade de parte; 
(iii) inexequibilidade do título ou inexigibilidade da obrigação; 
(iv) penhora incorreta ou avaliação errônea;
(v) excesso de execução ou cumulação indevida de execuções; 
(vi) incompetência absoluta ou relativa do juízo da execução; 
(vii)qualquer causa modificativa ou extintiva da obrigação, como pagamento, novação, compensação, transação ou prescrição, desde que supervenientes à sentença. 
Se o executado alegar excesso de execução, deverá então declarar de imediato o valor que entende correto, apresentando demonstrativo discriminado e atualizado de seu cálculo, sob pena de rejeição liminar da impugnação se este for seu único fundamento.
REQUISITOS:
CPC- O caput do art. 524, Novo CPC, apresenta, então, os REQUISITOS do demonstrativo que deverá instruir o requerimento do cumprimento definitivo de sentença, nos moldes do art. 523, Novo CPC.
Art. 524. O requerimento previsto no art. 523 será instruído com demonstrativo discriminado e atualizado do crédito, devendo a petição conter: 
o nome completo, o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica do exequente e do executado, observado o disposto no art. 319, §§ 1º a 3º;
o índice de correção monetária adotado;
os juros aplicados e as respectivas taxas;
o termo inicial e o termo final dos juros e da correção monetária utilizados;
a periodicidade da capitalização dos juros, se for o caso;
especificação dos eventuais descontos obrigatórios realizados;
indicação dos bens passíveis de penhora, sempre que possível.
§1º Quando o valor apontado no demonstrativo aparentemente exceder os limites da condenação, a execução será iniciada pelo valor pretendido, mas a penhora terá por base a importância que o juiz entender adequada.
§2º Para a verificação dos cálculos, o juiz poderá valer-se de contabilista do juízo, que terá o prazo máximo de 30 (trinta) dias para efetuá-la, exceto se outro lhe for determinado.
§3º Quando a elaboração do demonstrativo depender de dados em poder de terceiros ou do executado, o juiz poderá requisitá-los, sob cominação do crime de desobediência.
§4º Quando a complementação do demonstrativo depender de dados adicionais em poder do executado, o juiz poderá, a requerimento do exequente, requisitá-los, fixando prazo de até 30 (trinta) dias para o cumprimento da diligência.
§5º Se os dados adicionais a que se refere o § 4º não forem apresentados pelo executado, sem justificativa, no prazo designado, reputar-se-ão corretos os cálculos apresentados pelo exequente apenas com base nos dados de que dispõe.
Queridos alunos do 7º Período de Prática Jurídica Simulada I,
Nacerteza de que em breve retornaremos com nossas atividades normais e presenciais, envio a vocês os arquivos referentes as seguintes aulas:
18/03/2020 CUMPRIMENTO DE SENTENÇA. Aulas teóricas explicativas e aulas práticas. Noções gerais( vídeo aula) e Modelo prático.
25/03/2020 PROCESSO DE EXECUÇÃO: Aulas teóricas explicativas e aulas práticas. Noções gerais e Modelo prático.
01/04/2020 APS - Atividades Práticas Supervisionadas (APS).
 
1)Prezados alunos, é com a certeza de que tudo isso vai passar em breve que envio a vocês os conteúdos, bem como algumas informações para que os senhores e senhoras 
utilizem os nossos horários de aula para a finalidade de estudos, dúvidas e realização de trabalhos.
 
Após a retirada de dúvidas será enviado o problema hipotético para que seja feito o Cumprimento de Sentença.
 
Nossa prova está prevista para o dia 15 de abril, porém, caso haja alguma mudança nas datas os senhores e as senhoras serão avisados.
 
Qualquer dúvida estou a disposição de vocês via WhatsApp: 69-9 8463-3715​.
 
Atenciosamente,
 
Profª. Cynthia Patricia Chagas Muniz Dias
 Advogada
OAB/RO 1147
69-9 8463-3715

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