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BROMATOLOGIA: CHO DETERMINAÇÃO DE CARBOIDRATOS EM ALIMENTOS CONCEITO = carboidrato deriva da terminologia “hidratos de carbono. Compostos polihidrolixados com grupamentos aldeídicos ou cetônicos em seus derivados simples, sendo considerado o principal constituinte da dieta (50-70%). Os carboidratos são as moléculas orgânicas mais abundantes e amplamente distribuídas na natureza, constituídas de carbono, hidrogênio e oxigênio. Os carboidratos são sintetizados na natureza pelas plantas, através do processo de fotossíntese, a partir do dióxido de carbono e água. Com ajuda da energia solar, os vegetais verdes tomam o anidro carbônico da atmosfera e a água do solo, produzindo carboidratos Função da clorofila = unir-se ao carbono e catalisar a reação. Carboidratos = classificados = tamanho da sua molécula química = monossacarídeos, dissacarídeos/oligossacarídeos, polissacarídeos. Fibras alimentares = polissacarídeos vegetais da dieta, como celulose, hemiceluloses, pectinas, gomas, mucilagens e a lignina (não polissacarídeo) que não são hidrolisados pelo trato gastrointestinal humano. Podem ser classificadas em fibras solúveis, fibras insolúveis e fibras dietéticas. As FIBRAS SOLÚVEIS constituem a fração de fibra dietética que é solúvel em água. Essas fibras são fermentadas por bactérias no cólon, produzindo metano, hidrogênio, CO2. Fibras prebióticas: ácidos graxos de cadeia curta. Seus efeitos fisiológicos estão relacionados à redução do colesterol e da glicemia. Ex.: fibras solúveis: ❑ Pectina; ❑ Gomas; ❑ Mucilagens (massa plástica ou viscosa, efeito laxativo); ❑ Polissacarídeos de reserva, como inulina e frutooligossacarídeos; ❑ Hemiceluloses solúveis. Ex.: Abóbora, abobrinha, acelga, agrião, brócolis, Caju, chicória, palmito, vagem, tomate, quiabo espinafre, dentre outros. A análise de fibra: • Importância para a determinação do estágio de maturação de frutas, identificação de fraudes, etc. Análises físico-químicas: • Métodos detergentes (fibras insolúveis em detergente). • Métodos enzimáticos (somente fibra insolúvel ou fibra solúvel +fibra insolúvel). • FIBRAS: determinação muito complicada → método oficial é o de fibra bruta →pode não caracterizar a qualidade nutricional da fibra presente. Métodos enzimáticos: somente fibra insolúvel ou fibra solúvel + fibra insolúvel. Padrão ouro:→ desvantagem o alto custo das enzimas. MONOSSACARÍDEOS são as menores unidades de carboidrato, não podendo ser hidrolisados a outros menores. Ex.:glicose, frutose e galactose. Não podem ser hidrolisados a moléculas menores (de menor peso molecular). MONOSSACARÍDEOS: NA NATUREZA • Aldo-hexoses (glucose, galactose), • Aldo-pentoses (arabinose, xilose) • Cetoses, a mais difundida é a frutose (cetohexose). FRUTOSE: • Açúcar das frutas, encontra-se em pequenas quantidades no reino animal. GALACTOSE: • Resultante do desdobramento da lactose, • Não se encontra livre na natureza, embora faça parte do cérebro, como glucídio estrutural e daí sua importância. Oligossacarídeos/Dissacarídeos são os carboidratos formados pela união de 2 a 10 moléculas monossacarídeos. ➢ Ex.: sacarose (frutose + glicose), maltose (glicose + glicose) e lactose (glicose + galactose). DISSACARÍDEOS: Classificam-se em redutores e não redutores. Redutores são aqueles que possuem apenas um grupo hidroxílico envolvido na ligação de monossacarídeos e reduzem soluções alcalinas (Ph > 7) como a de Fehling. Não-redutores possuem os dois grupos hidroxílicos envolvidos na ligação glicosídica de monossacarídeos não reduzindo a solução de Fehling. EX.: sacarose é um açúcar não redutor enquanto a lactose e a maltose são redutores. Reagente de Benedict: CHO que formam um precipitado vermelho de cobre = Teste positivo para um aldeído = açúcar Redutor. SACAROSE • É o açúcar resultante da união da glicose com a frutose. ex.: açúcar da cana-de-açúcar e da beterraba. • É o dissacarídeo mais importante, tanto pela frequência como pela importância na alimentação humana. • Também se encontra em todas as plantas que fotos sintetizam. Polissacarídeos são formados pela união de mais 10 moléculas de monossacarídeos. • Função de reserva de energia - Ex.: o amido e o glicogênio OU • Função estrutural – Ex.: a celulose e a quitina. FUNÇÕES NUTRICIONAIS • Fornecendo glicose como fonte de energia para o organismo; • São adoçantes naturais, sendo que o poder edulcorante varia de acordo com o tipo de carboidrato; • Matéria-prima para produtos fermentados, em que as bactérias e leveduras utilizam esse nutriente para crescer e produzir os metabólitos; • Geralmente sólidos cristalinos, incolores e tem sabor doce. • São facilmente solúveis em água. • Principal ingrediente dos cereais; apresenta propriedades reológicas interessantes, característica essa relacionada com os polissacarídeos; • Responsável pelas reações de escurecimento não enzimático, tanto a caramelização quanto a reação de Maillard. • Essenciais para a completa oxidação das gorduras do corpo. Se ausentes há acúmulo de ácidos (acidose). • São economizadores de proteínas (se os CHO estão disponíveis, o corpo não utiliza as proteínas como fonte de energia). • São utilizadas como alimentos (fibra) da microbioma intestinal. Amido e glicogênio são homopolissacarídeos formados apenas por moléculas de glicose e passam por um processo de quebra enzimática (ligações a-glucanas).Já a celulose e a quitina não são digeridas pelo organismo, sendo também conhecidos como fibras (ligações b-glucanas). MÉTODOS DE ANALISES DE CHO: quantitativos e qualitativos Métodos quantitativos e qualitativos de carboidratos em alimentos: Métodos de análises: Cromatografia Método de separação no qual a amostra sofre um processo de partição entre duas fases: uma permanece imóvel (estacionária) e a outra flui através dela(móvel). AÇÚCARES Açúcar comum: produto obtido pela prensagem da cana de açúcar (Sacharum officinarum) e submetido a processos tecnológicos adequados. Quimicamente é um misto de grande teor de sacarose e mínimo de glicose e frutose. PIQ: fixado pela Resolução RDC nº 271/2005 ANVISA - Fixar a identidade e as características mínimas de qualidade a que devem obedecer aos Açúcares e Produtos para Adoçar (não inclui adoçantes). Rótulo sob diferentes formas→ quimicamente diferem em monossacarídeos e dissacarídeos→ nutricionalmente estão relacionados com a liberação de glicose na corrente sanguínea. ↓ Consumo excessivo relacionado a diabetes e à obesidade. Análises bromatológicas em açúcares →determinar a identidade e qualidade→ possíveis fraudes. Tipos de análises: • Características sensoriais (observar e anotar aspecto, cor, aroma e sabor; acidez, etc.); • Resíduo mineral fixo (RMF); • Presença de amido; • Glicídeos redutores em glicose e não redutores em sacarose; • Presença de edulcorantes; • Presença de metais tóxicos (chumbo, cobre. etc.); • Presença de corantes; • Umidade; • Presença de branqueadores ópticos (luz ultravioleta, que fornecem uma fluorescência azulada). RAPADURA: • Produto sólido obtido pela concentração do caldo de cana-de- açúcar. • PIQ: estabelecido pela RDC nº 271 / 2005 ANVISA. • As análises físico-químicas: em alguns casos, as mesmas do mel. MEL: • Produto alimentício produzido pelas abelhas melíferas, a partir do néctar das flores. • Abelhas recolhem, transformam, combinam com substâncias específicas próprias, armazenam e deixam madurar nos favos da colmeia. • Solução concentrada de açúcares com predominância de glicose e frutose. • Mistura complexa: hidratos de carbono, enzimas, aminoácidos, ácidos orgânicos, minerais, substâncias aromáticas, pigmentos e grãos de pólen. • Pode conter cera de abelhas procedente do processo de extração. • NÃO pode ser adicionado de nenhum tipo de açúcar.• Regulamento Técnico do Mercosul de PIQ DO MEL (Mercosul/GMC/RES no 89/99); MAPA = Regulamento de Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal (RIISPOA) e Instrução Normativa 11/2000. Classificado de acordo com a sua tonalidade/qualidade. BPFS→ ESSENCIAS →mel não pode ser submetido a nenhum tratamento térmico, pois a temperatura descaracteriza quimicamente o produto. MEL: Análises físico-químicas: • Reação de Lund, • Reação de Fiehe, • Reação de Lugol, • Umidade por refratometria, • Fermentos diastásicos • Acidez em ácido fórmico. MEL: VITAMINAS B1, B2, B6, niacina, C e ácido pantotênico. • O mel apresenta uma atividade antimicrobiana→ S. aureus e E. coli • IMPRÓPRIOAO CONSUMO: • Quando apresenta resíduos estranhos (indica falta de cuidados na extração e na embalagem). • Sinais de alteração ou fermentação. • Formação de espuma superficial. • Odor e sabor alterados (indica uma possível presença de MO patogênicos ou flora microbiana elevada). • Acidez elevada (contaminação por MO, o açúcar é fermentado pelas bactérias produzindo ácido, acidificando o mel). • MEL FRAUDADO: apresenta na sua formulação edulcorantes naturais ou artificiais, substâncias aromatizantes, espessantes (amido, gelatina), conservantes, corantes de qualquer natureza, substâncias para a correção da acidez e indícios de aquecimento excessivo. Fraude muito comum: a mistura de xarope de glicose ao mel, para aumentar o rendimento →produto com um valor comercial bem menor. FARINÁCEOS Farinhas: produtos obtidos de partes comestíveis de uma ou mais espécies de cereais, leguminosas, frutos, sementes, tubérculos e rizomas por moagem e ou outros processos tecnológicos considerados seguros para produção de alimentos. farinha mais consumida no Brasil →trigo. PIQ MAPA: Instrução Normativa 8/2005, Regulamento técnico de identidade e qualidade da farinha de trigo. ANVISA: Portaria no 354/1996, Norma Técnica da Farinha de Trigo. RDC no 263/2005, Regulamento técnico para produtos de cereais, amidos, farinhas e farelos. RDC no 344/2002, Regulamento Técnico para a Fortificação das Farinhas de Trigo e das Farinhas de Milho com Ferro e Ácido Fólico. RDC no 175/2003, Regulamento Técnico de Avaliação de Matérias Macroscópicas e Microscópicas Prejudiciais à Saúde Humana em Alimentos Embalados. Única especificação em relação à rotulagem: após lista de ingredientes a frase “CONTÉM GLÚTEN” ou “NÃO CONTÉM GLÚTEN”. PRODUÇÃO: trituração ou moagem e outras tecnologias ou processos. Pode ser comercializada como farinha de trigo branca ou integral. MAPA - Classifica a farinha de trigo em tipo 1, tipo 2 e integral. ANVISA - Classifica de acordo com o seu uso: doméstico (integral, especial e comum) e industrial (integral e comum). Anvisa define as características sensoriais para farinha de trigo: a cor branca, (aceitando cor com tons leves de amarelo, marrom oucinza), conforme o trigo de origem, com cheiro e sabor próprios. Para as características físico-químicas determina que: • A umidade não deve ultrapassar 15%m/m • Teor de proteína não deve ser inferior a 7% • A acidez graxa deve ser de 50 mg de KOH/100 g de farinha de trigo comum ou especial e de 100 mg de KOH/100 g de farinha integral. ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS: • As análises são as de composição centesimal, • Glúten, • Presença de antioxidantes e umidade. • Açúcares Redutores e Não-Redutores • Métodos quantitativos ou qualitativos de identificação e/ou quantificação. Amidos: Produtos amiláceos extraídos de partes comestíveis de cereais, tubérculos, raízes ou rizoma. • diferença entre amido e fécula: local do vegetal de onde é retirada esta porção amilácea. • O amido é o produto amiláceo extraído das partes aéreas • comestíveis dos vegetais. • Fécula é o produto amiláceo extraído das partes subterrâneas comestíveis dos vegetais.