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trauma intracraniano

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MARCELLA GARRIDO 1 
 
 Emergências e cuidados intensivos 26-05-2020 
Emergências neurológicas: 
 Traumas cranianos são os mais comuns, (lesão em região craniana ou apenas edema) 
possui histórico de trauma 
Conceitos: 
✓ Injuria primária: lesão que a pancada provoca na hora, que pode ser fatal ou não 
✓ Injuria secundaria: ocorre momentos (horas) depois do trauma inicial 
o edema citotóxico (intracelular) ocorre após 2 horas +- 
o edema vasogênico ocorre após 8h +- 
1. Ocorre primeiro o edema intracerebral (intracelular) , com hematomas (hemorragia) = 
menor fluxo sanguíneo cerebral (diminui O2 e glicose), célula tem menos ATP, bomba 
de sódio e potássio não funciona, ocorre anaerobiose, aumenta lactato e sódio dentro 
da célula, células cheias de agua e lactato -> morte celular -> não faz uso de manitol 
 
➢ Deve fornecer O2 
Há liberação também de glutamato com a pancada, que coloca cálcio dentro da célula que 
desencadeia vários mecanismos como a cascata do ac. Araquidônico, xantinas oxidases 
formando radicais livres e ativando a cascata da inflamação que com ativação do sistema 
imunológico gera morte neuronal 
2. Depois ocorre o edema cerebral (local - vasogenico) com hematomas 
(pequenas/grandes hemorragias) = menor fluxo cerebral (menos o2 e maior CO2) 
Ocorre vasodilatação para tentar chegar mais sangue no cérebro e O2: aumentando volume 
sanguíneo e pressão hidrostática, que gera um edema importante vasogenico (aumento da 
pressão intracraniana) -> uso de manitol 
Quanto maior o edema vasogenico, menor a perfusão cerebral (PPC), pois aumenta a PIC 
✓ PPC: pressão de perfusão cerebral: 
Diferença entre pressão arterial media (PAM) e pressão intracraniana (PIC) 
 
PPC = PAM – PIC 
 
Paciente traumatizado com PA baixa e PIC alta = cérebro não está oxigenando bem, 
deve então primeira elevar a PA e depois diminuir a PIC 
1. O2 
2. Acesso venoso 
3. Estabilizar PA: Ringer lactato 3 testes de carga ou solução hipertônica, existe 
possibilidade de utilizar coloides ou hemocomponentes 
 Sem hemorragia 120mmHg – Com hemorragia 90mmHg 
4. Monitorar glicemia: se tiver hiperglicêmico fornecer insulina 
5. Temperatura: normal ou um pouco mais baixo que o normal (37 a 38ºC) 
6. Mensurar PIC: normal 5 – 10 mmHg 
Com aumento de até 20 mmHg você consegue tratar o paciente só com melhora da PA, 
quando passa de 2º geralmente é necessário condutas agressivas para baixar PIC. 
 
MARCELLA GARRIDO 2 
 
Como perceber o aumento da PIC? Ideal é medir, mas no Brasil não é uma realidade 
ainda, deve-se monitorar outras variáveis principalmente FC e PA, ocorrerá uma serie 
de eventos como hipóxia, hipotensão, aumento de PIC, -> cérebro isquêmico = 
aumento de CO2, ativa centro vasomotor e SN simpático, aumentando a PA sai de hipo 
e vira hipertensão. 
Se a queda na perfusão cerebral ficar baixa por muito tempo desencadeia um 
mecanismo chamado síndrome cérebro-coração, que é caracterizado pelo aumento de 
catecolamina e pico de PA (animal hipertenso), estimula os barorreceptores, que causa 
bradicardia = reflexo de cushings 
 
Como suspeitar que um paciente que sofreu um trauma craniano e está com aumento 
de PIC e deve ser tratado? 
 Monitorando os reflexos de cushings, se for positivo deve utilizar manitol. 
 
Positivo + para reflexo de Cushing’s: 
 Alteração do nível de consciência (dificuldade para se manter em 
pé/sonolência) 
 Hipertensão 
 Bradicardia 
 
7. Diminuir PIC pois está ocorrendo edema vasogenico importante -> manitol 
Dose: 1 grama / kg em 15 – 20 minutos IV (solução hipertônica) 
Pico de ação em 30 – 60 minutos e duração de 6 a 8 horas, diminui a viscosidade do sangue 
facilitando o fluxo cerebral, diminui a produção de radical livre 
 
8. Se não melhorar, utilizar solução hipertônica 
 
dose de 2 a 4 ml / kg em 5 minutos IV 
 
Deve inclinar a cabeça do animal 15/30º no máximo, melhora o retorno venoso, acima de 30 
diminui o fluxo arterial, manter o pescoço reto e coleta de sangue da jugular 
 
9. Ventilação mecânica 
 Hiperventilação (auto-regulação química) 
Alcalose respiratória (diminui CO2) -> diminui calibre dos vasos sanguíneos, 
diminuindo volume cerebral, aliviando o fluxo de sangue 
Cuidado para não abaixarPCO2 <30 mmHg, gera hipóxia cerebral 
 
 
 
 
Escala de Gasglow – avaliação neurologia – prognostico (chance de sobreviver) 
 
Avalia se a lesão é focal ou generalizada no cérebro, através de 3 avaliações: 
 
 
 
 
MARCELLA GARRIDO 3 
 
➢ Avaliar estado mental – córtex e tronco encefálico 
 
 
➢ Avaliar reflexo pupilar a luz (faz miose) e reflexo oculocefalico (virar a cabeça do 
animal e o olho olha para sentido contrário) – diencéfalo, tronco encefálico e trajeto 
do sistema nervoso autônomo 
 
 
 
➢ Avaliar postura e atividade voluntaria – córtex, cerebelo e tronco encefálico – colocar 
animal de pé e avaliar se consegue andar ou não. 
 
 
MARCELLA GARRIDO 4 
 
Avaliação: 
 
Prognostico bom 15 a 18 (mínima chance de morte dentro 24h) 
Prognostico reservado 9 a 14 
Prognostico ruim 03 a 08 (provável morte em 24h) 
 
Resumindo – trauma craniano: 
 
1. Oxigenioterapia 
2. Acesso venoso + medir PA, se tiver hipotenso: 
▪ Controlar a PA 120 mmHg (sistólica) sem hemorragia 
▪ Se houver hemorragia PA 90 mmHg 
3. Controlar glicemia 
4. Controlar temperatura 
5. Avaliar reflexo de chushing’s: 
▪ + utiliza manitol / hipertônica / inclinar (max 30º) - controle da PIC 
▪ Se não responder deve hiperventilar 
6. Escala de gasglow – prognóstico 
 Obs: 
 Manitol ou solução salina hipertônica disponível 
 Elevar a cabeça até 30º 
 Hiperventilar se for o caso 
 Bloqueador de canal de Ca? NÃO AJUDA (gabapentina) 
 NÃO fazer corticoide nas primeiras 24h (aumenta atividade convulsiva, hiperglicemiante, 
ulceras gástricas, imunossupressão) aumenta mortalidade.

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