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Atualmente, além das Regras do Ar (ICA 100-12) e da classe de cada espaço aéreo, há poucas regras para chegar e sair de um circuito de tráfego em ambiente não controlado no SISCEAB - com excessão dos aeródromos que possuem procedimento específico publicado. Determinado a melhor orientar os pilotos que operam nesses lugares e elevar o nível da segurança de voo, o DECEA preparou a circular AIC 02/20 para divulgar os novos procedimentos de circuito de tráfego em aeródromo não controlado. É esperado que as novas regras atinjam cerca de 500 aeródromos e entrem em vigor em dezembro de 2020. Circuito de Tráfego Hoje: Para todos os casos em que não há publicado um procedimento específico, o parágrafo 6.24.3 da ICA 100-37 cita que o circuito deve ser realizado pela esquerda e a uma altura de: 1.000 pés para aeronave a hélice; e 1.500 pés para aeronave a jato e também turboélice de esteira de turbulência média e pesada. Aeródromos sem serviço de tráfego aéreo Uma aeronave que deseja ingressar em circuito de tráfego de aeródromo sem ATS deve, respeitando a classe do espaço aéreo, manter escuta da FCA (ou 123,45 MHz) dentro de um raio de 10 Nm e reportar sua posição e intenção até o pouso (e, se houver, arremetida). Caso esteja partindo, a aeronave deve transmitir sua posição antes de ingressar sobre a pista em uso e, após, deve manter escuta até 10 Nm do aeródromo. Aeródromos com serviço de tráfego aéreo AFIS Operando em aeródromo com AFIS, o parágrafo 3.18 da ICA 100-37 traz que aeronaves devem manter escuta da frequência da Rádio para coordenação. Ainda, se tratando de aeródromos sem aproximação visual específica publicada, o parágrafo 8.5.9 proíbe pouso direto (ingresso pela final), circuito não-padrão e curva à direita após a decolagem. https://publicacoes.decea.gov.br/?i=publicacao&id=5081&refresh=F08E73B5-DB5D-42D6-B6D3DBA6E70F7666 Circuito de Tráfego a partir de dezembro de 2020: Salvos os casos em que o circuito deve ser realizado a outra altura qualquer publicada, as alturas do parágrafo 6.24.3 mencionado anteriormente aqui continuarão as mesmas. Do ingresso no circuito, fica estipulado que deve ocorrer preferencialmente pelo setor da perna contra o vento. Ou seja, as aeronaves deverão aproximar pelo setor oposto do setor da perna do vento, cruzar a vertical do aeródromo e curvar à esquerda para se estabilizarem na perna do vento. O referido cruzamento deve ser feito já na altitude do circuito de tráfego local, e não em descida, a fim de evitar descer sobre outra aeronave que esteja ingressando da mesma forma no mesmo instante. Em aeródromos sem AFIS, nos casos em que o piloto possa garantir que não haverá conflito, este pode ingressar na perna do vento pelo alinhamento/início dela, já na altitude de circuito de tráfego. As aeronaves que precisarem cruzar a vertical do aeródromo para o setor da perna contra o vento deverão fazê-lo a, no mínimo, 500 pés acima da altitude do circuito de tráfego, a fim de evitar conflito com outras aeronaves já no circuito. Da saída do circuito, as aeronaves deverão manter o rumo de decolagem até a altitude do circuito de tráfego. Somente após atingir esta altitude as aeronaves podem, então, curvar para os rumos de suas rotas. Da mesma forma, aeronaves realizando toques e arremetidas deverão, também, manter o rumo de decolagem até atingir a altitude do circuito de tráfego antes de reingressar na perna do vento. Aeródromos com serviço de tráfego aéreo AFIS Para voos em AFIZ, o piloto terá a opção de, ao verificar com o prestador de AFIS que não haverá conflito, ingressar no circuito de 4 outras formas, além daquela em que se aproxima pelo setor da perna contra o vento. São estas: • ingresso pelo alinhamento/início da perna do vento; • ingresso pelo ponto médio da perna do vento, a 45°; • ingresso pelo alinhamento da perna base; e • ingresso direto na final, caso a tripulação já conheça o aeródromo (e verificou com a Rádio que não haverá conflito). Vale salientar que as regras acima entram em vigor apenas quando publicadas na ICA 100-37 no ano que vem. Contudo, é de suma importância que os aviadores que operem em aeródromos não controlados se familiarizem antecipadamente com os novos procedimentos a serem implantados pelo DECEA no SISCEAB, bem como atualizem, então, seus manuais de procedimentos-padrão (Standard Operating Procedures - SOP). A leitura desse artigo não substitui a leitura do documento original, AIC-N 02/20 "OPERAÇÕES DE VOO EM AERÓDROMO NÃO CONTROLADO", pelo usuário. Em caso de conflito de interpretação entre o original e esse artigo, vale o que está disposto em legislação do Departamento de Controle do Espaço Aéreo - DECEA. Referências DECEA. AIC-N 02/20: Operações de Voo em Aeródromo Não Controlado. Brasil, 2019. Disponível em: https://publicacoes.decea.gov.br/?i=publicacao&id=5081&refresh=F08E73B5-DB5D-42D6-B6D3DBA6E70F7666 https://publicacoes.decea.gov.br/?i=publicacao&id=5081&refresh=F08E73B5-DB5D-42D6-B6D3DBA6E70F7666 https://publicacoes.decea.gov.br/?i=publicacao&id=5081&refresh=F08E73B5-DB5D-42D6- B6D3DBA6E70F7666. DECEA. ICA 100-37: Serviços de Tráfego Aéreo. Brasil, 2018. Disponível em: https://publicacoes.decea.gov.br/?i=publicacao&id=4993. DECEA. MCA 100-16: Fraseologia de Tráfego Aéreo. Brasil, 2018. Disponível em: https://publicacoes.decea.gov.br/?i=publicacao&id=4916. Direitos: João Cavallet https://publicacoes.decea.gov.br/?i=publicacao&id=5081&refresh=F08E73B5-DB5D-42D6-B6D3DBA6E70F7666 https://publicacoes.decea.gov.br/?i=publicacao&id=5081&refresh=F08E73B5-DB5D-42D6-B6D3DBA6E70F7666 https://publicacoes.decea.gov.br/?i=publicacao&id=4993 https://publicacoes.decea.gov.br/?i=publicacao&id=4916 https://www.linkedin.com/in/cavallet/ https://www.linkedin.com/in/cavallet/
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