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P á g i n a | 1 Tromboembolismo Venoso Há uma grande relação entre trombose venosa profunda (TVP) e tromboembolismo pulmonar (TEP). Geralmente o TEP é consequência da TVP. Principal causa de morte súbita em pacientes hospitalizados. Maior responsável pela mortalidade de mulheres durante a gestação e puerpério. Epidemiologia Incidência real desconhecida (170mil/ano para TEV ~ 55% TVP e 45% TEP). Gasto mensal R$ 2.700.000 (SUS 2012). 90% nos MMII. Associado a complicações como TEP, IVC (síndrome pós trombótica). Mortalidade em regressão desde a adoção de medidas profiláticas. Fisiopatologia Maioria inicia na panturrilha 30% se dissolve 20% migra para veia polplítea – risco real de embolização Fatores de Risco Tríade de Virchow Qualquer fator que altere a tríade é risco para o desenvolvimento: Trauma Cirurgia Idade Imobilidade Neoplasias Obesidade Gestação Insuficiência cardíaca Doença venosa crônica Viagens de longa duração História prévia de TEV Hipercoaguabilidade Lesão endotelial Estase venosa Isabela Terra Raupp P á g i n a | 2 • Risco baixo - < 40 anos. • Moderado – 40 e 60 anos ou<40 que vão para grandes cirurgias. • Alto > 40 e cirurgia grande. • Muito alto risco >40 anos em grande cirurgia com fatores de risco associado. Prevalência em pacientes hospitalizados e risco Cirurgia Cirurgias abdominais: 20-30%. Cirurgias urológicas: 10-35%. Cirurgias ginecológicas: 5-35%. Cirurgias ortopédicas são de alto risco para TVP (40-80% se profilaxia AUSENTE). Idade Aumenta com a idade (> 60 anos). História Prévia de TEV/TVP Endotélio lesado cria condições que favorecem TVP. Principal fator de risco. Sempre pedir na anamnese e pensar em clínicas condizentes com TVP. Reabsorção parcial – sintomas leves estertor na perna, edema vespertino, na ecografia há alterações na parede da veia, mas ela está aberta. Esse paciente tem maior chances de ter novos quadros de TVP. Imobilidade > 3 dias / > 60 anos. TVP 3x> no membro plégico de pctes com AVE. Câncer Fatores intrínsecos (hipercoagubilidade, drogas citotóxicas). Fatores extrínsecos (compressão tumoral, cateteres). Viagem de longa duração 56 passageiros entre 135M apresentaram TVP (fonte: Aeroporto Charles de Gaulle) Gestação Fatores intrínsecos (def de proteína C e S, fator V de Leiden, etc) Quadro clínico Dor intensa e súbita Edema mais grosseiro e pronunciado, de maior intensidade Aumento da temperatura súbito e importante Empastamento da panturrilha - Deixar paciente em decúbito dorsal e deixar o pé apoiado e observar panturrilhas e ver qual está mais leve (fazer diagnóstico diferencial com DAP, mas na DAP tem menor e vai ter perna fria e cianótica). Eritema ou cianose do membro por congestão venosa - Eritema é comum e cianose representa risco. Aumento da circulação venosa periférica - Veias mais turgidas, não diminui as varizes com a perna para cima. Dor a dorsiflexão do pé (Sinal de Homans). Critérios de Wells P á g i n a | 3 Baixo risco: < 0 ponto = 5% Risco intermediário: 1-2 pontos = 33% Alto risco: ≥ 3 pontos = 85% Os critérios são importantes para fazer diagnóstico diferencial. Justifica investigação de TVP se risco intermediário, mas não para começar a tratar com anticoagulantes. Se alto risco, pode começar a anticoagular antes da investigação. Complicações Embolização pulmonar – mais temida e o motivo para anticoagular os pacientes, para evitar. Síndrome pós trombótica Edema crônico Úlceras Dor crônica pode ter complicações futuras de inchaço e redução na qualidade de vida, tem que explicar para o paciente e receitar meias elásticas e/ou flebotômicos. TVP complicada Phlegmasia alba dolens Phlegmasia cerulea dolens TVP complicada – geralmente vai dar dor e edema e melhora com anticoagulação. Trombose iliacofemoral em pacientes com neoplasia faz congestão venosa importante a ponto de causar congestão arterial –faz flegmasia pelo edema – é uma síndrome compartimental. Precisa de trombectomia ou fasciectomia. Faz isquemia de membro pelo edema. Diagnóstico Eco com doppler é o que se indica para o diagnóstico, mas se não tiver posso iniciar a anticoagulação se risco alto (Wells > 3 ou muitos fatores de risco). Lembrar que antes de iniciar o tratamento, devemos verificar se o paciente não tem muito risco de sangramento, como história de hemorragia intracraniana, hemoptise... Se ecografia negativa ou duvidosa e pelo quadro clínico é trombose (não tem nada pra pensar em celulite, não teve lesão), pode ser trombose tibial ou veias musculares que não são identificadas na ecografia, então a recomendação é repetir em 2 dias e se vem negativo de novo repete em 7 dias. Se tem dúvida pode fazer flebografia e se tiver negativo pode dar alta. Algumas vezes o trombo causa grande sintoma no paciente, mas ele é pequeno e não vemos. Profilaxia Baixo risco: mobilização precoce – caminhar o quanto antes, o melhor seria até 1,5km por dia. Risco moderado: HNF/HBPM em baixas doses, meias elásticas (compressão pneumática transoperatória). Alto risco: HNF/HBPM em altas doses, meias elásticas (ou compressão pneumática intermitente). Altíssimo risco: HNF/HBPM em altas doses, meias elásticas (ou compressão pneumática), anticoagulantes orais (RNI 2- 3). Trombose prévia, cirurgia grande pode operar ele anticoagulado. Tratamento Objetivos Aliviar os sintomas agudos da doença P á g i n a | 4 Evitar recorrência Evitar embolia pulmonar Eliminar ou diminuir os riscos de síndrome pós trombótica Medidas gerais Repouso inicial em Trendelenburg – em casos de phlegmasia Deambulação precoce Uso de meia elástica prococe Atividade física AINES Normalmente o tratamento é dado por: Anticoagulação Heparina não fracionada vantagem porque tem meia vida de 2 horas (curta) e é facilmente revertida. Usada no pós operatório ou pacientes com necessidade de anticoagulação mais rigorosa. A desvantagem é que tem que acompanhar de 6 em 6 horas (KTTP) e tem que ter bomba de infusão, é de baixo custo Dose inicial 80-100 UI/kg. Dose de manutenção de 18UI/kg/dia. Controle de KTTP (alvo 1,5 a 2,5 tempo basal). Heparina de baixo peso molecular aplicado 1 vez ao dia na dose de 1,5mg/kg por via subcutânea. Não tem agente reversor. Dose 1mg/kg/dia de 12/12 horas ou 1,5mg/kg/dia de 24/24 horas. Varfarina (Antagonista da Vit K) Iniciar logo depois de ter começado anticoagulação parenteral ou iniciar junto. É trombogênico usado no início do tratamento e que pode causar necrose em pontos isolados pela ação trombogênica em microtrombos. Dose inicial 10mg (2cp) por 2 dias e após 5mg/dia. Dose de manutenção → número de comprimidos para atingir RNI 2-3 ÷ 7 = número de comprimidos/dia. Controle de TP/RNI (alvo entre 2-3). Novos anticoagulantes (Rivaroxaban, Dabigatran) São mais facilitados no tratamento. Reduzem a chance de ter embolização. São mais seguros na questão de sangramento. São caros e tem que investigar trombose igual, tem que ter justificativa do local do trombo. Se não tiver, tem que pensar em tumor, discrasia sanguínea.... Rivaroxaban (início com 15mg de 12/12 h por 3 semanas e após 20mg/dia). Dabigatran (150 mg de 12/12 h). Trombectomia Principalmente em pacientes com flegmasia com cianose do membro e parestesia, com achados sugestivos de isquemia do membro. Reduziria complicações da TVP Melhoraria do edema Menor porcentagem deúlceras venosas (em pacientes com TVP ilíaco-femoral) Indicações o Phlegmasia cerulea (tratamento primário) o Tempo de evolução da TVP < 7 dias Anticoagulante + anti-inflamatório + deambulação precoce + meia elástica de média compressão P á g i n a | 5 Fibrinólise Estreptoquinase e naldeclase – mostra melhora para dor e síndrome pós- trombótica, mas quando comparada a anticoagulação normal, não mostra ser melhor e tem os riscos, como sangramento. É bom em pacientes jovens, mulheres com síndrome de May-turner com TVP de veia ilíacofemoral ou pacientes com repetitivas TVPs, pode ser associado a angioplastia. Reduziria risco de SPT Melhora mais rápida dos sintomas Reduz tempo de internação hospitalar Aumenta o risco de sangramentos e complicações Alto custo Boa indicação em casos selecionados (Phlegmasias, jovens com sd de May Turner, p.e.) Angioplastia + Fibrinólise Filtro de veia cava Prevenção das complicações de TVP – para evitar embolia pulmonar. Não tira coágulo, não traz melhora clínica, é para pacientes que não podem ser anticoagulados, evita que tenha morte súbita por embolia pulmonar. Tem os mesmos riscos de ter úlcera ou síndrome pós-trombótica. Indicado em: o pacientes na qual a anticoagulação não pode ser realizada. o Sangramento ativo ou alto risco de sangramento. o Complicações relacionadas a anticoagulação prévia o TEV recorrente em vigência de anticoagulação Não remove trombos Finalidade = evitar TEP
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