Buscar

Trauma Vascular

Prévia do material em texto

P á g i n a | 1 
 
Trauma Vascular 
Introdução 
Pode se apresentar como: 
 Oclusão arterial aguda 
 Lesão arterial 
 Aneurismas mais crônico 
 Gangrena 
Primeira conduta no trauma vascular 
1. A: Vias Aéreas (Airways) 
2. B: Ventilação (Breath) 
3. C: Circulação (Circulation) 
4. D: Neurológica (Disability) 
5. E: Exposição (Exposure) 
 
Circulação e choque 
Presença de perfusão e oxigenação tecidual 
inadequadas em decorrência de redução 
severa de volume intravascular que leva a 
queda no DC: 
 Causa: 
o Hemorrágico (mais frequente); 
o Cardiogênico; 
o Pneumotórax hipertensivo; 
o Neurogênico; 
o Séptico; 
 Classificação da Hemorragia 
Tratamento inicial da perda sanguínea 
Classe Perda sanguínea 
I Até 15% 
II 15-30% 
III 30-40% 
IV >40% 
Isabela Terra Raupp 
Acesso venoso calibroso 
(2 abocath nº14,
preferencialmente
periféricos);
Repor perdas de volume 
(2 litros cristalóide,
inicialmente);
Interromper a fonte do 
sangramento 
(compressão);
Choque 
hipovolêmico
Taquicardia
Vasoconstrição 
cutânea
(↓ Temperatura e 
palidez) 
Queda no 
débito 
úrinario
↓ 
Consciência
P á g i n a | 2 
 
A reposição é feita 1:1 (cristaloide: sangue) 
Lesões vasculares de extremidade 
Etiopatogenia 
o Trauma aberto (90% casos) 
 Ferimento por arma de fogo (FAF); 
 Ferimento por arma branca (FAB); 
o Trauma fechado (10% casos) 
 Fraturas; 
 Contusão → acidente automobilístico 
(alta mortalidade) 
 Desaceleração; 
 Esmagamento; 
Epidemiologia e Localização 
o Maioria homens. 
o Faixa etária 20-40 anos; 
o 60-90% nas extremidades; 
 Membros inferiores mais 
atingidos por FAF; 
 Mais frequentes lesões 
de coxa ou joelho (AFS 
e AP) 
 Membros superiores mais 
atingidos por FAB; 
 
 
Tipos de lesão 
1. Espasmo → trauma por esmagamento ou 
vasoespasmo no pós-operatório. 
2. Hematoma de parede; 
3. Lesão de íntima; 
4. Dissecção → exames invasivos, 
desaceleração principalmente no cajado da 
aorta. 
5. Trombose (oclusão) → pode estar 
relacionado a dissecção arterial, 
principalmente mais distal porque tem fluxo 
mais baixo; 
6. Laceração; 
7. Ruptura parcial → contração da artéria 
causa vasoespasmo completo e 
sangramento persistente, o que causa 
sangramento maior; 
8. Ruptura total → menos sangramento pelo 
fato de ter contração arterial completa 
9. Pseudoaneurisma → cath, acessos, punção 
de artéria femoral, principalmente em 
pacientes que usam anticoagulante ou 
antiagregante plaquetário. Outra causa é 
ruptura parcial de A. tibial anterior (por 
exemplo) que leva a pseudoaneurisma 
10. Fístula artério-venosa → geralmente por 
trauma iatrogênico – cateterismo, mas pode 
acontecer por facada ou tiro também. 
P á g i n a | 3 
 
Avaliação Inicial 
 Sinais maiores de hemorragia: 
o Hematoma rápida expansão/pulsátil; 
o Frêmito palpável/sopro audível; 
o Sangramento pulsátil; 
 Sinais maiores de isquemia: 
o Perda ou diminuição pulsos; 
o Diminuição índice tornozelo/braço 
(TA sistólica); 
o Palidez/diminuição de temperatura; 
o Lesão no trajeto de grandes vasos; 
 Sinais tardios de isquemia: 
o Perda de função neurológica 
(anestesia e paralisia); 
o Necrose tecidual (muscular, 
subcutâneo e pele); 
o Principalmente em pacientes que 
ficam muito tempo internados no 
hospital 
o Acontecem quando há um longo 
período entre o trauma e a chegada 
ao centro médico. 
 Exame físico: 
o Sangramento (ativo ou história de); 
o Exame dos tipos e locais das lesões e 
suas dinâmicas; 
o Sopros (ausculta), frêmitos (palpação); 
o Tumefações, edemas e massas 
(pulsáteis ou não); 
o Alterações de pulso; 
o Resfriamento; 
o Palidez e Cianose → diminuição 
enchimento capilar; 
o Parestesia, hipoestesia; 
o Anormalidade da função motora; 
o Dor desproporcional lesão; 
 
Sinais de oclusão arterial aguda. 
Exames complementares 
o ARTERIOGRAFIA: 
 Útil nos casos duvidosos e com poucos sinais 
clínicos (espasmos, hematomas parietais, 
lesões íntima, dissecções, FAV e 
pseudoaneurismas); flebografia – veias. 
 Alta S e E. 
 Riscos (2-3%): IRA, reação alérgica e lesão 
arterial/oclusão. 
o ECODOPPLER VASCULAR 
COLORIDO: 
 Útil nos casos duvidosos e com poucos sinais 
clínicos (espasmos, hematomas parietais, 
lesões íntima, dissecções, FAV e 
pseudoaneurismas); 
 Alta S e E. 
 Praticamente isento de riscos. 
o ANGIO-TOMOGRAFIA: Arterial 
 Tecnicamente de difícil execução no 
trauma; 
 Riscos IRA/reação alérgica; 
 Boa S e E. 
o ANGIO-RESSONÂNCIA: 
 Tecnicamente de difícil execução no 
trauma; 
 Praticamente isento de riscos; 
 Baixa resolução para lesões discretas 
 
Tratamento 
6PPain (Dor 
desproporcional)
Parestesia
Perda de 
temperatura
Pulso
Paralisia
Palidez
P á g i n a | 4 
 
 Compressão da hemorragia – vasos 
perifericos; 
 Em casos de síndrome compartimental ou 
uso prévio de anticoagulantes ou maiores 
chances de sangrar, deve ser levado para 
o bloco. 
 Reposição perdas; 
 Proteção térmica do membro (algodão 
laminado); 
 Realinhamento e imobilização de fraturas; 
 Tratamento da dor; 
 NUNCA anticoagular ou dar 
vasodilatadores; 
 Sempre fazer embolectomia após o trauma 
estancar o sangramento. – evitar 
sangramento em excesso 
 Na evidência de sinais maiores de 
hemorragia ou isquemia: 
 
Tipos de cirurgia 
 Tipos de Cirurgia Convencional Arterial: 
o Sutura simples; 
o Sutura com remendo (“patch”); 
o Anastomose término-terminal; 
o Interposição de enxerto (veia); 
o Bypass (ponte) com veia; 
o Embolectomia associada SEMPRE 
→ evita progressão para isquemia 
distal; 
 Tipos de Cirurgia Convencional Venosa: 
o Ligadura (sutura simples); 
o Reconstrução; 
 Tipos de Cirurgia Endosvacular: 
o Angioplastia com “stent” 
recobertos; 
o Embolizações com “coils” ou 
molas; - pseudoaneurisma na 
perna 
Complicações 
o Amputação: 
 1,0 - 4,0% dos pacientes; 
o Síndrome compartimental: 
 dor desproporcional, edema 
importante, não precise ter lesão 
na veia ou artéria, pode ser por 
uma fratura. Avaliar se tem 
parestesias com edema (inicial) – 
sind compartimental 
 extravasamento de fluidos para 
dentro do compartimento, 
causando edema e elevando 
ainda mais a pressão 
intracompartimental, o que 
aumentará a isquemia muscular 
e nervosa, e também a formação 
de edema, estabelecendo um 
ciclo vicioso. 
 Fasciotoma 
o Trombose venosa profunda: 
 Pelo trauma venoso direto ou 
pela imobilização; 
 Aumento do risco de 
tromboembolismo pulmonar; 
 Imopssibilidade de anticoagular 
em politrauma – candidato a 
colocar filtro de veia cava. 
o Limitação funcional: 
 Paralisia total/parcial permanente; 
 Parestesias/distesias permanentes; 
 Síndromes venosas pós-
trombóticas; - ulceras e dermatite 
– insuf venosa cronica, lesão 
nervosa associada, varizes… 
 
CHAMAR OU ENCAMINHAR AO 
ESPECIALISTA 
(não esperar os sinais tardios – tempo é 
importante) 
P á g i n a | 5 
 
 Lesões vasculares específicas 
Ruptura traumática de aorta 
 cinto – morre no local maioria 
 Aorta torácica pode fazer isquemia 
medular 
 Rompe por desaceleração – pode 
precisar de prótese que é difícil de 
conseguir e ai tem que fazer 
toracotomia ou derivação carotídea 
subclávia ou desmembramento para 
evitar sangramento cerebral ou de 
mmss. 
Fratura de Pelve – 
 sangramento importante do paciente. 
Choque hipovolêmico – não examinar 
demasiadamente, fixação da fratura, 
não passar sonda. 
 
Caso clínico: 
Homem, 23 anos, motoboy, resgatado pelo 
SAMU em via pública após acidente moto x 
caminhão e trazido ao PA em Maca Rígida + 
Colar Cervical, 2 acessos venosos calibrosos, 
com pressão arterial de 90 x 50 mmHg, FC 125 
bpm, ECG 7. 
Na emergência 
(A) Checar vias aéreas (é necessário garantir 
via aérea? IOT vs 
Cricotireoidostomia/Traqueostomia) e garantir 
estabilização da coluna cervical. 
(B) Respiraçãoe oferta de oxigênio estão 
garantidas? Monitorizar (Sat O2, ECG), 
examinar (ausculta pulmonar, percursão 
torácica, observar respiração). Há sinais de 
pneumotórax hipertensivo/pneumotórax 
aberto/tórax instável? 
(C) Avaliação hemodinâmica e garantir 
acessos periféricos. Necessidade de 
reposição volêmica? Choque!! Cristaloide e 
sangue – sangramento importante 
(D) Avaliar dano neurológico, escala de coma 
de glasgow 
(E) Expor o paciente e identificar lesões 
 
Exame físico secundário: 
 Reavaliar 
 Re examinar 
 Solicitar exames 
 Solicitar avaliações: vascular, 
traumatologista, cirurgião geral, 
torácico...

Continue navegando