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23 GOVERNANÇA DE TI Re vi sã o: n om e - Di ag ra m aç ão : N om e - da ta Unidade II 5 10 15 20 2 ESTRATÉGIA E GOVERNANÇA EM TI As corporações tendo TI como algo importante, iniciam os modelos estratégicos com uma nova perspectiva, integração com as ferramentas tecnológicas, por isso a governança torna-se um dos pilares para o alcance do objetivo e das metas planejadas periodicamente pela direção das empresas. Os planos de ações empresariais procuram ter sempre critérios baseados em valores a serem alcançados, métricas de produtividade, produção e vendas, inteligência de mercado e controle de informações. Todos os resultados e necessidades dependem da rapidez e das consistências de informações providas pelas tecnologias. Com isso, faz-se fundamental o conhecimento básico de algumas ferramentas estratégicas que geralmente são vinculadas com os projetos de TI. 2.1 Estratégia empresarial A origem da palavra “estratégia” vem do grego strategus, e significa “o general superior”, “ou generalíssimo”. Strategia significa a arte deste general (Ferreira, 2002). Na obra A arte da guerra, de Sun Tzu (1988, p.149), explica-se que as manobras estratégicas significam a escolha dos caminhos mais vantajosos. 2.1.1 Conceito de estratégia A estratégia empresarial tem sido abordada abundantemente nas literaturas acadêmicas e no mundo empresarial, e suas 24 Unidade II Re vi sã o: n om e - Di ag ra m aç ão : N om e - da ta definições são tão numerosas quanto a abordagem realizada por diversos autores, embora exista um consenso sobre a base conceitual e os processos de formação de estratégia. Os trabalhos acadêmicos sobre estratégia começaram na década de 1930, por meio de publicações que ditavam ações empresariais e questionavam as razões da existência das empresas. Nas décadas de 1940 e 1950, as publicações citavam a ideia de fixação de preços contemplada na macroeconomia ortodoxa (Collis; Pisano; Rivkin, 2000). O pensamento gerencial iniciou-se na década de 1960 e estava orientado para funções individuais, como marketing, produção e finanças. Os pesquisadores enxergaram que era preciso pensar a empresa de uma forma mais ampla, e articularam a estratégia como um meio de um sistema unificado que interligava as áreas funcionais de uma empresa e relacionava suas atividades com o ambiente externo (Montgomery; Porter, 1998). Em 1973, na universidade de Harvard, realizou-se uma conferência que difundiu um novo modelo analítico: o SWOT (Strenghs, Weaknesses, Opportunities and Threats), que combinava forças e fraquezas de uma empresa com as oportunidades e ameaças advindas do mercado; porém, esta definição não acabou com os problemas de definição de competências em ambientes mutáveis e adversos. Estrategistas necessitavam de uma percepção de longo prazo, e também era preciso considerar as competências essenciais da firma para formar uma competência distinta e com um melhor planejamento (Collis; Pisano; Rivkin, 2000). As novas demandas impulsionaram a ascensão dos consultores, segundo Collis, Pisano e Rivkin (2000): (...) os anos 70 testemunharam a ascensão de firmas de estratégias. Em particular, o Boston Consulting Group (BSG), fundado em 1963, teve um grande impacto na 5 10 15 20 25 30 25 GOVERNANÇA DE TI Re vi sã o: n om e - Di ag ra m aç ão : N om e - da ta área aplicando a pesquisa quantitativa de problemas de estratégias de negócios e corporativa (...) (Collis; Pisano; Rivkin, 2000, p. 21.) O fundador do Boston Consulting Group, Sr. Bruce Henderson, criou um conceito de que toda estratégia deveria ser baseada principalmente em lógica, sendo desenvolvida uma matriz de aprendizagem que foi chamada de “curva da experiência”, que analisava o comportamento competitivo em segmentos ou setores econômicos. A curva foi aprimorada representando o uso da análise de portifólio, e com essa matriz, era possível verificar quais áreas de negócios estavam com uma boa posição de mercado. A recomendação básica era efetivar um equilíbrio entre “vacas leiteiras”, que representavam negócios maduros, e as estrelas, que eram negócios em ascensão. Alimentar alguns pontos de interrogação que são os novos negócios e se livrar dos cães que deveriam ser vendidos, este que era o negócio que não agregava valor à empresa (Collis; Pisano; Rivkin, 2000). Estrela Interrogação Vaca leiteira Cão Alto Baixo Po te nc ia l d e cr es ci m en to d o ne gó ci o Figura 7: Quadro de crescimento – Participação do BCG Fonte: Collis; Pisano; Rivkin, 2000, p. 23. 5 10 15 26 Unidade II Re vi sã o: n om e - Di ag ra m aç ão : N om e - da ta Produção acumulada Cu st o Experiência Figura 8: Curva de experiência Fonte: Adaptado de Porter (1986, p. 311). A existência dessas cinco forças competitivas na indústria (novos concorrentes, substitutos, clientes, fornecedores, concorrentes) afeta todas as organizações nela inseridas. Dessa forma, uma determinada empresa conseguirá vantagem competitiva sobre as outras se possuir habilidade para gerenciar tais forças, fato conseguido por meio de uma análise do ambiente e, consequentemente, efetuar uma escolha estratégia adequada (Porter, 1986). As cinco forças tratadas no modelo de competitividade de Porter (1986) podem ser explicadas a seguir: • novos concorrentes: consiste em novas empresas que poderão vir a concorrer com as que existem hoje. Se a empresa começar, por exemplo, a trabalhar com níveis de preços elevados, poderá reduzir seu mercado, e assim criar um nicho atrativo para novos concorrentes. Além disso, a empresa precisará analisar sempre investimentos que permitam melhorias ao processo ou produto, com o intuito de fortalecer as “barreiras de entrada” aos possíveis novos concorrentes; • substitutos: são os produtos alternativos que podem vir a substituir os atuais, seja por uma inovação tecnológica 5 10 15 20 27 GOVERNANÇA DE TI Re vi sã o: n om e - Di ag ra m aç ão : N om e - da ta ou por preço. Assim, a empresa, mesmo não tendo rivais, terá de trabalhar sempre em certos níveis de preço; • clientes: “clientes” com forte poder de negociação poderão barganhar por preços menores, exigindo produtos com alto nível de qualidade, prazos de entregas reduzidos e agilidade no tempo de atendimento, motivos que poderiam elevar os custos; • fornecedores: o poder dos fornecedores determina, entre outros aspectos, o preço e a qualidade dos insumos e das matérias-primas; • concorrentes na indústria: a rivalidade entre os competidores existentes em determinada indústria afeta não somente os preços, mas também os custos com marketing, com pesquisa e desenvolvimento. Fornecedores Clientes / compradoresEmpresa Novos entrantes Substitutos Poder de negociação Poder de barganhaConcorrentes Am ea ça s Ba rr ei ra s d e en tr ad a - a m ea ça s Figura 9: Modelo das cinco forças de Porter Fonte: Adaptado de Porter (1990). 5 10 28 Unidade II Re vi sã o: n om e - Di ag ra m aç ão : N om e - da ta Para fazer uma análise do ambiente externo, deverá analisar o vigor de cada uma das “cinco forças de Porter”, a fim de conhecer qual a atratividade da indústria, e assim estabelecer uma estratégia competitiva que modifique as regras a seu favor (Porter, 1990). Segundo Porter (1990), as cinco forças determinam a rentabilidade na indústria justamente porque têm influência sobre os preços, custos e sobre o investimento necessário das empresas em uma indústria. Para ele, existem basicamente duas formas pelas quais a empresa pode competir no mercado: por liderança de custo e por diferenciação. No primeiro caso, a ênfase é em processos automatizados e contínuos, envolvendo sempre atividades para ganhos de escala e, consequentemente, redução nos custos. No segundo caso, a ênfase se dá no produto (ou serviço) e mercado diferenciado ou especializado. Porteracrescenta, ainda, que a vantagem competitiva de uma empresa dentro da indústria em que ela concorre é determinada pela abrangência do seu mercado-alvo, ou seja, pelo seu escopo competitivo. Este pode compreender um alvo amplo, ou um mercado de massa, ou um alvo restrito, que também é conhecido como nicho de mercado. A combinação das duas estratégias com os dois tipos de mercados-alvo produz três estratégias: genéricas, liderança em custo, diferenciação e enfoque. Esta última tem duas variações: enfoque no custo e enfoque na diferenciação. Baixo custo Alto custo Alvo amplo Liderança de custo Diferenciação Alvo estreito Enfoque em custo Enfoque em diferenciação Figura 10: As três estratégias genéricas proposta por Porter. Fonte: Adaptado de Porter (1990). 5 10 15 20 25 29 GOVERNANÇA DE TI Re vi sã o: n om e - Di ag ra m aç ão : N om e - da ta 2.1.2 Cadeia de suprimentos na estratégia empresarial A gestão da cadeia de suprimentos, no final da década de 1990, tornou-se um objeto de estudo de grande importância, tanto no meio empresarial quanto no mundo acadêmico, e as pesquisas universitárias, desde então, têm procurado redirecionar suas análises objetivando o entendimento e tirando conclusões das novas formas de gestão oriundas da visão do gerenciamento da cadeia de suprimentos, incluindo os impactos que ela traz sobre as demais áreas de uma empresa, como, por exemplo, à área financeira, de marketing e de vendas. A aplicação desse novo modelo de gestão não pode ser vista como algo simples, visto que a cadeia de suprimentos envolve várias empresas, adoção de qualquer visão integrada que exija um direcionamento estratégico único para todas elas e o estabelecimento de relações de parcerias entre elas, a solução de conflitos de interesse, principalmente relativos a ganhos financeiros individuais, aos objetivos de cada empresa, as metas de cada uma das áreas de cada empresa dentro da cadeia de suprimentos; desse modo, a compreensão dos conceitos básicos envolvidos no gerenciamento estratégico da cadeia de suprimentos se tornou fundamental para diferenciar seus produtos dos concorrentes, e quando isto é reconhecido, ele leva a empresa a níveis diferenciados de serviços aos clientes (Ballou, 2002). Embora muito se tenha falado a respeito de logística, da própria cadeia de suprimentos, de gerenciamento de materiais e da distribuição física, suprimentos, entre outros, na literatura presente não existe uma uniformidade na descrição destes termos, o que pode vir a causar um prejuízo em termos de didática e compreensão. Slack et al. (1996, p. 411) definem alguns dos principais conceitos relativos ao tema em questão de maneira simples, clara e objetiva, trazendo, desta forma, uma contribuição inegável no esclarecimento deste assunto. Por esse motivo, as definições dos autores serão aqui transcritas: 5 10 15 20 25 30 30 Unidade II Re vi sã o: n om e - Di ag ra m aç ão : N om e - da ta • gestão de compras e suprimentos: é um termo bem- aceito, na prática, para designar a função que lida com a interface da unidade produtiva e seus mercados fornecedores; • gestão da distribuição física: relacionada com a gestão da operação de fornecimento aos clientes imediatos; • logística: extensão da distribuição física, e normalmente refere-se à gestão do fluxo de materiais e informações a partir de uma empresa, até os clientes finais, por intermédio de um canal de distribuição; • gestão de materiais: refere-se à gestão do fluxo de materiais e informações por meio da cadeia de suprimentos imediata. O conceito tem incluído as funções de compras, gestão de estoques, gestão de armazenagem, planejamento e controle da produção e gestão da distribuição física; • gestão da cadeia de suprimentos: conceito desenvolvido com uma abrangência bem maior e com enfoque generalista, que gerencia além das fronteiras da empresa. • • Gestão de compras e suprimentos Gestão de distribuição física • • Logística Gestão de materiais • Cadeia de suprimentos Figura 11: Conceitos utilizados para descrever diferentes partes da GCS Fonte: Adaptado de Slack (1996). 5 10 15 20 31 GOVERNANÇA DE TI Re vi sã o: n om e - Di ag ra m aç ão : N om e - da ta 2.2 Governança em TI O conceito de governança é semelhante ao de administrar, mas este indicado ao controle e supervisão dos recursos de TI; esta ideia remete à governança corporativa, movimento resultante dos problemas vividos nos Estados Unidos na década de 1990, quando diversas empresas tiveram problemas financeiros pela falta de controle, governamental ou dos sócios. Governança corporativa é o conjunto de processos que regula e controla o modo pelo qual a empresa é dirigida. O conceito relaciona os interessados para que tenham informações sobre os rumos da empresa. Segundo IT Governance: A governança de TI é fundamental a alta Administração, no controle de informações e do conhecimento para iniciar e sustentar atividades econômicas e sociais. Estas atividades confiam cada vez mais em entidades global de cooperação para ser bem sucedidas (...). Segundo CobiT (2007, p. 10), os benefícios para o modelo de governança em TI são: • um melhor alinhamento baseado no foco do negócio; • uma visão clara para os executivos sobre o que TI faz; • uma clara divisão das responsabilidades baseada na orientação para processos; • aceitação geral por terceiros e órgãos reguladores; • entendimento compreendido entre todas as partes interessadas, baseado em uma linguagem comum; • cumprimento dos requisitos do COSO para controle do ambiente de TI. 5 10 15 20 25 32 Unidade II Re vi sã o: n om e - Di ag ra m aç ão : N om e - da ta O termo “IT Governance” é definido como uma estrutura de relações e processos que dirige e controla uma organização a fim de atingir seu objetivo de adicionar valor ao negócio pelo gerenciamento balanceado do risco com o retorno do investimento de TI. Para muitas organizações, a informação e a tecnologia que suportam o negócio representam o seu mais valioso recurso. Além disso, em um ambiente de negócios altamente competitivo e dinâmico, é requerida uma excelente habilidade gerencial, já que TI deve suportar as tomadas de decisão de forma rápida, constante e com custos cada vez mais baixos. Os modelos atuais para governança partem de processos empresariais serviços prestados, modelos de negócios etc. Nesta apostila, teremos os seguintes modelos apresentados no quadro 2, no qual são relacionados os métodos, onde podem ser empregados e sua descrição. Quadro 2: Descrição de métodos e suas aplicações Métodos Aplicabilidade Descrição Information Technology Infrastructure Library (ITIL) Serviços prestados em TI Aplicações destinadas às melhores práticas na prestação de serviços em TI. Control Objectives for Information and Related Technology (CobiT) Mapas de processos relacionados a TI Conjunto de controles, mapas e ferramentas para gerenciamento dos processos de TI. enhanced Telecom Operations Map (eTOM) Mapas de processos Mapas de processos de toda organização destinados às operadoras de telecomunicações, As relações na prestação de serviços estão relacionadas ao modus operandi das corporações e as suas interações entre cliente e fornecedor. Atualmente, temos os contratos destinados a delimitar direitos e deveres de ambas as partes; no entanto, 5 10 15 20 33 GOVERNANÇA DE TI Re vi sã o: n om e - Di ag ra m aç ão : N om e - da ta mesmo mantendo os níveis contratados, o fornecedor mantém a qualidade de serviço ou mesmo garante a satisfação de seus clientes. As relações contratuais nem sempre refletem o que o cliente deseja; dentro deste contexto, os desafios entre a garantia da boa qualidade de serviços aliados à percepção positiva dos clientes tornou-se uma prerrogativa nos métodos que procuram apoiar o negócio. Osconceitos representados pelos métodos de prestações de serviços geralmente seguem a estrutura da escola da burocracia (Motta; Vasconcelos, 2002), com as vantagens inerentes à expansão de negócios, à facilitação de comunicação, à integração, à rapidez de entrega, conforme demonstrado na figura 12. Formação e competências Lógica científica Governança Aná lise con stan te d e pro cess os Cre scim ent o do s neg ócio s Ética profissional Controles - escola da burocracia Figura 12: Vantagens da escola da burocracia Fonte: Adaptado de Motta; Vasconcelos (2002). 5 10 34 Unidade II Re vi sã o: n om e - Di ag ra m aç ão : N om e - da ta Dentro deste contexto, o ciclo de vida do serviço é um fator fundamental para controle de qualidade e criação de novas ofertas que venham de encontro com as novas demandas de mercado. Segundo ITIL (2007e), o ciclo de vida do serviço de TI possui elementos. Todos seguem um determinado princípio, com processos, funções e medidas de desempenho. O ciclo de vida do serviço utiliza os modelos de interação estratégica, de negócios, produtos e operações. Cada etapa deste ciclo exerce influência em todos os processos, de maneira que se exerçam controles e a manutenção de logo prazo, com realimentação no negócio, garantindo a inovação constante, reduzindo o tempo de adaptação a novos cenários de competição mercadológicos e econômicos. 2.3 Gerenciamento do nível de serviços Os Níveis de Serviços Aceitos, ou SLA (Service Level Agreement), são baseados na qualidade dos serviços entregues por TI; com isso, faz-se necessária a descrição de itens de qualidade e critérios de cobrança/descontos constantes no contrato entre clientes e fornecedores. Os acordos geralmente são estabelecidos por contratos entre empresas; todavia, há acordos para processos internos e principalmente controlados por modelos de governança em TI. Estes níveis são importantíssimos para a continuidade de serviços, produtos e processos relacionados com o tema em questão. Para que os serviços venham a ser cumpridos com presteza, as empresas adotam o SLA como ferramenta para atingir as necessidades dos clientes, tais como: qualidade de serviço, critérios de cobrança, manutenção dos processos de atendimento e o devido recebimento de relatórios referentes ao SLA contratado. 5 10 15 20 25 30 35 GOVERNANÇA DE TI Re vi sã o: n om e - Di ag ra m aç ão : N om e - da ta No caso de SLA na indústria de telecomunicações, temos os seguintes requisitos: • disponibilidade de serviços; • compromisso com prazos; • manutenção do desempenho. O SLA proporciona vantagens para as duas partes do contrato: tanto para quem recebe o serviço, pois tem a condição de controlar os padrões de qualidade, quanto para quem o fornece, pois pode realizar o monitoramento do acordo. Isso requer uma gestão eficaz de ambas as partes, por isso são utilizados os métodos de Gestão dos Níveis de Serviço, conhecido como SLM – Service Level Management (Lewis, 1999). Segundo Lewis (1999, p. 2), os processos de SLM são: 1. identificar os processos de negócio; 2. identificar os serviços de rede dos quais os processos de negócio depende; 3. identificar os níveis e agentes que meçam os serviços; 4. negociar e articular comercialmente os SLAs; 5. produzir relatórios de níveis de serviço e compará- los com os SLAs; e 6. realizar ajustes finos na empresa para melhorar cada vez mais os serviços. As variáveis utilizadas no SLM são definidas por Lewis (1999, p. 4): 1. os processos de negócios: que são os meios para as companhias organizarem e coordenarem as atividades de trabalho e informações voltadas ao negócio; 5 10 15 20 25 36 Unidade II Re vi sã o: n om e - Di ag ra m aç ão : N om e - da ta 2. a rede empresarial, que consiste em quatro categorias: dispositivos de transmissão, linhas de transmissão, sistemas computadorizados e aplicações; 3. serviços ou produtos providos pela empresa; 4. os parâmetros de serviços que são os índices de desempenho dos componentes da uma rede empresarial; 5. relatório do nível de serviço, que é um documento formal sobre os parâmetros coletados e referenciados no acordo; 6. o agente que monitora, guarda e controla os valores e parâmetros dos componentes; 7. os agentes de rede que monitoram e controlam as transmissões dos dispositivos da infraestrutura da rede corporativa; 8. os agentes de tráfego de coleta do fluxo de dados dentro da rede; 9. agentes de sistemas que os controlam, enviando alertas de desempenho e problemas. Lewis (1999) cita que os desempenhos dos serviços prestados são avaliados conforme seus atributos. Os níveis destes podem ser monitorados por valores negociados entre as partes. O acordo de níveis de serviço (SLA) é o mecanismo de acerto entre um fornecedor e um consumidor que identifica: 1. serviços suportados pela rede da empresa; 2. parâmetros de serviço para cada serviço; 3. níveis de serviço; 4. obrigações do fornecedor e consumidor quando os níveis de serviço não são cumpridos. 5 10 15 20 25 37 GOVERNANÇA DE TI Re vi sã o: n om e - Di ag ra m aç ão : N om e - da ta Os fluxos de informações são demonstrados na figura 13 abaixo, que representa o gráfico conceitual do SLM: Processos de negócios Relatório de níveis de serviços Composto por Composto por Serviços Níveis de serviços Medido por Mapeado por Acordos de níveis de serviços Componentes Parâmetro de componentes Monitorado e controlado por Mapeado por Parâmetro de serviços Composto por Tipo de Agente Monitorado e controlado por Equipamentos de transmissão Enlace de transmissão Computador Aplicação Agente do equipamento Agente de tráfego Agente de sistema Agente de aplicação Tipo de Agente de específico Agente de empresarial Figura 13: Níveis de SLM Fonte: Lewis (1999, p. 43). Qualidade e indicadores de desempenho Existem dificuldades no mapeamento de parâmetros de qualidade para produtos tecnológicos, e para que estes sejam aceitos entre as partes, as empresas prestadoras de serviços utilizam os relatórios de SLAs. Nestes relatórios são demonstradas variáveis, que são números indicados nos contratos entre as partes, sendo que para cada processo é desenvolvido um indicador de qualidade e desempenho – este índice é chamado de Key Performance Indicators (KPI). 5 10 38 Unidade II Re vi sã o: n om e - Di ag ra m aç ão : N om e - da ta Os fluxos de monitoramento de KPI são demonstrados na figura: Aplicações (indicadores de qualidade) Indicadores de desempenho para serviços Sistemas de monitoramento Monitoramento do nível de serviço Nível de serviço aceito M ap ea m en to Figura 14: Fluxos KPI Fonte: SLA (2004, p. 20). Ciclo de vida do SLA Segundo o M.3050.3 (2004), o SLA tem o seu próprio ciclo de vida. Este começa na venda dos serviços e continua na negociação entre as partes. No final das negociações, são inseridos no contrato os níveis acertados. Após a etapa comercial e contratual, é iniciada a implantação dos recursos e a respectiva ativação nos serviços. Com o cliente 5 39 GOVERNANÇA DE TI Re vi sã o: n om e - Di ag ra m aç ão : N om e - da ta operacionalizado, dá-se continuidade na produção dos relatórios de SLAs. Por fim, a fase de avaliação das políticas ativas para gestão de redes, correspondente à análise da Qualidade de Serviços (QoS), é obtida pelos clientes. A seguir é demonstrado o ciclo de vida do SLA. De se nv ol vi m en to d e se rv iç os e pr od ut os N eg oc ia çã o pa ra v en da Im pl em en ta çã o Ex ec uç ão Op er aç ão Desenvolvimento de padrões Contratos Tempo de entrega do projeto Monitoramento qualidade e faturamento Monitoramento, realimentação Figura 15: Ciclo de Vida do SLA I Fonte: M.3050.3 (2004, p. 16). Os processos de identificação do SLA no eTOM estão descritosda seguinte forma: 5 40 Unidade II Re vi sã o: n om e - Di ag ra m aç ão : N om e - da ta 1. Processo de suporte ao usuário Assegura a potencialidade para suplantar os processos de qualidade e SLA, assim como realiza o monitoramento de desempenho aos serviços prestados ao cliente. Sua finalidade é assegurar que haja uma continuidade nos fluxos de informações aos clientes; mantém o acordo relativo ao produto vendido e pode iniciar outras ações de melhoria de qualidade ao produto (M.3050.2, p. 41). 2. Processos de avaliação de desempenho Controla o desempenho do SLA e assegura obrigações contratuais. Este também certifica os pontos requeridos de desempenho esperado pelo cliente e cria uma visão geral da qualidade de produto entregue, visto que as revisões de desempenho poderão ser adequadas às novas demandas (M.3050.2, p. 48). 3. Gestão da violação do SLA Verifica se os processos de SLA não estão tendo degradação e violação relativas à qualidade ensejada. Quando existir uma violação, a gestão será nas ações corretivas para a volta dos níveis de serviços adequados. Após esta transgressão, as informações são coletadas e relacionadas para a melhoria da qualidade nas soluções de problemas. O processo verifica e informa ao cliente eventos que podem impactar o SLA e, com isso, minimizam o risco de novas transgressões (M.3050.2, p. 49). Modelo de acordo de nível de serviço O objetivo de um modelo de SLA é servir de guia para que organizações possam definir acordos de nível de serviços, utilizando a experiência de outras. O processo de elaboração deste modelo teve por base uma lista de itens que foi complementada e consolidada em etapas. 5 10 15 20 25 41 GOVERNANÇA DE TI Re vi sã o: n om e - Di ag ra m aç ão : N om e - da ta Questões relevantes sobre acordos de nível de serviço, citadas anteriormente, também foram consideradas (Bouman et al., 1999). A utilização do modelo requer verificação, quando cada tópico é adaptado a processos práticos. Com base no método criado por Bouman et al. (1999), seguem os princípios da ISO 9000:2000 para a gestão da qualidade e os itens de LSA: Quadro 3: Níveis de SLA Itens de um SLA Objetivos Correlação com os princípios da ISO 9000:2000 • Propósito • Definições • Serviços contratados • Pesquisa e entendimento das necessidades do cliente. • Garantia de que os objetivos do cliente estão alinhados com os objetivos da organização. • Consideração das necessidades de todas as partes interessadas. • Estabelecimento claro de metas e objetivos a serem atingidos e visão a curto e médio prazo. • Definição clara de papéis e responsabilidades. • Definição sistemática das atividades necessárias para a obtenção do resultado desejado. • Foco no cliente. • Envolvimento das pessoas. • Liderança. • Abordagem de processo. • O que está incluso no escopo do serviço contratado • O que não está incluso no escopo do serviço contratado • O que deve estar disponível para garantir o nível do serviço • Comunicação clara e aberta. • Entendimento das capacidades e restrições de recursos estabelecidos priorizados por serviço. • O que está e não está contido na contratação dos serviços. • O que deve estar disponível para garantir os níveis de serviço. • Relacionamentos mutuamente benéficos com o fornecedor. • Nível de serviço • Estrutura operacional (regras de uso do serviço) • Definição das prioridades da organização de forma a atingir seus objetivos do modo mais eficiente e efetivo. • Entendimento das interdependências na estrutura operacional. • Abordagem sistemática para gestão. • Métricas e indicadores • Propostas de melhoria contínua através de métricas e avaliações. • Métodos, ferramentas e pessoas treinadas. • Estabelecimento de metas para perseguir e medidas para rastrear. • Reconhecimento e conhecimento das melhorias. • Garantia de que os dados e a informação são suficientemente apurados e confiáveis. • Tomada de decisão de forma factual, balanceada com experiência e intuição. • Melhoria contínua. • Abordagem factual para tomada de decisão. 5 42 Unidade II Re vi sã o: n om e - Di ag ra m aç ão : N om e - da ta Desenvolvimento de SLAs O desenvolvimento dos SLA tem início nas camadas de negócios que são representados por objetos e conceitos, seguindo as seguintes premissas: • aquisição de serviços; • arranjo na terceirização de um determinado serviço; • extensão dos serviços existentes; • integração dos serviços. O propósito destas verificações são os pilares na negociação comercial destes níveis, e isto se dá com indicadores de disponibilidade versus requerimentos de negócios. Para cada instância requisitada, existe uma determinada aplicação e cálculos para mensurar o tempo percentual de indisponibilidade, como, por exemplo, a falha anual de um serviço por um dia durante o ano é de 1/365 = 0,27%. Os aspectos conceituais sobre a disponibilidade são no caso das indústrias de telecomunicações que utilizam estes índices aos seus clientes, e estes são divididos entre as aplicações e camadas que são combinadas por pacotes de serviços ou tecnologias. Consequentemente, as necessidades das disponibilidades de dados e serviços são imprescindíveis em um contrato. O serviço é expresso de forma percentual para indicar o tempo de duração do serviço ativo, que é a operação dos pontos de acessos de serviços, com o nome em inglês de Service Access Points (SAPs). A duração é conceituada pela Porcentagem de Indisponibilidade de Serviços (PIS%) e a Porcentagem de Tempo Disponível dos Serviços (PDS%); estas são calculadas da seguinte forma: PDS% = 100% - PIS% Equação 1: Fórmula básica de cálculo de disponibilidade 5 10 15 20 25 43 GOVERNANÇA DE TI Re vi sã o: n om e - Di ag ra m aç ão : N om e - da ta Já o serviço Indisponível (PIS%) é definido como: PIS% = Σ (intervalo indisponível) x 100 Tempo de atividade Equação 2: Fórmula básica ic de indisponibilidade O quadro abaixo exemplifica um possível impacto nos serviços, com isso provocando a redução no percentual do Porcentual de Disponibilidade dos Serviços (PDS): Quadro 4: Percentual de disponibilidade Fator de disponibilidade Tempo de indisponibilidade dos serviços PDS% 100 0,01 99,99 100 0,02 99,98 100 0,03 99,97 100 0,04 99,96 100 0,05 99,95 100 0,06 99,94 100 0,07 99,93 100 0,08 99,92 100 0,09 99,91 100 0,10 99,90 100 0,11 99,89 100 0,12 99,88 100 0,13 99,87 100 0,14 99,86 100 0,15 99,85 100 0,16 99,84 100 0,17 99,83 100 0,18 99,82 100 0,19 99,81 100 0,20 99,80 100 0,21 99,79 100 0,22 99,78 100 0,23 99,77 100 5,24 94,76 5 44 Unidade II Re vi sã o: n om e - Di ag ra m aç ão : N om e - da ta Fator de Degradação nos Serviços (FDS) Este fator determina se o evento afetou os serviços medidos pelo PDS causando um impacto que o serviço torna-se totalmente indisponível ou parcialmente indisponível. PIS% = Σ (intervalo vazio x FDS) x100% Tempo de atividade Onde o 0 <= FDS >= 1 Equação 3: Fator de degradação A seguir segue um exemplo de utilização do fator de degradação: Quadro 5: utilização do fator de degradação Fator de degradação no serviço Valores Tipo do evento Duração do recurso (informação relacionada ao tempo) 1 Totalmente indisponível Sistema 1 ou Sistema 2 0,8 Tipo A fora Sistema 3 0,6 Tipo B fora Sistema 4 0,5 Tipo C fora Sistema 5 0 Serviço on-line Cliente satisfeito Prioridades e classificações dos SLA’s As prioridades e a classificação são utilizadas para atualização nos problemas operacionais. São iniciados por um nível como crítico, parcial, degradação e não afeta os serviços. Para cada plano, é indicado ao cliente o tempo máximo de solução. A seguir, a tabela de disponibilização de SLA: 5 10 45 GOVERNANÇA DE TI Re vi sã o: n om e - Di ag ra m aç ão : N om e - da ta Quadro 6: Classificação de SLA Classificação dos problemasIndicador Descrição dos indicadores Tempo máximo para solução do problema (em horas) Crítico I 1 Serviço completamente indisponível 4 Part I 2 Serviço operando parcialmente 8 Desg I 3 Serviço com degradação de qualidade 24 Menor I 4 Problemas que não impactam no funcionamento do serviço 96 As variáveis indicadas ao cliente relacionam os tempos de atendimentos conforme segue abaixo. Sendo assim, o cliente sabe como está sendo tratado o seu problema e quanto tempo a área operacional tem para resolver o problema no intuito de manter o nível de qualidade estabelecido no SLA: Quadro 7: Nível de qualidade de SLA Indicador Descrição Contato inicial para resolução dos problemas Retorno ao cliente I 1 Serviço completamente indisponível Após 15 minutos A cada 1 hora I 2 Serviço operando parcialmente Após 15 minutos A cada 2 horas I 3 Serviço com degradação de qualidade Após 15 minutos A cada 4 horas I 4 Problemas que não impactam o serviço Após 15 minutos A cada 24 horas 5
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