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Ciência Política e Fundamentos de Direito Eleitoral cap 2

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02/06/2020 Ciência Política e Fundamentos de Direito Eleitoral
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CIÊNCIA POLÍTICA E
FUNDAMENTOS DE DIREITO
ELEITORAL
CAPÍTULO 2 - PARA QUE SERVIR O
ESTADO?
Marcelo Doval Mendes
INICIAR
02/06/2020 Ciência Política e Fundamentos de Direito Eleitoral
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Introdução
Desde que nascemos, deparamo-nos com uma figura do Estado. Nossos
nascimentos devem ser registrados, e as condições atinentes à nossa pessoa vão
determinar nossos direitos e deveres diante dos demais membros da comunidade.
E quem nos impõe tudo isso é o Estado. Mas por que nos sujeitamos a essa
convenção? Por que abrimos mão de nossa liberdade concomitantemente ao
nosso nascimento?
Como teorias da formação natural da sociedade e como teorias contratualistas,
respondedor de buscam, essas questões sob perspectiva filosófica. E, de acordo
com as teorias contratualistas, toda a sociedade é artificial e decorrente de uma
convenção entre os indivíduos, inclusive, atribuindo poder legítimo a um ente que
chama Estado e ao qual, depois, todos devem obediência.
Neste capítulo, avaliar como teorias contratualistas de fundações filosóficas do
Estado, mais especificamente como Thomas Hobbes (2000), John Locke (1998) e
Jean-Jacques Rousseau (1999); os objetivos do Estado e seus modos de
consecução, considerando especialmente as teorias de Maquiavel (1999) e
Montesquieu (1996); e, por fim, o fenômeno do Estado propriamente dito,
incluindo as teorias sobre sua origem, sua evolução histórica e culminando com
uma tentativa de formular um conceito para o Estado que nos permite
compreender seu alcance e suas funções em nossa sociedade.
No final do capítulo, esperamos ter mais elementos para responder a algumas
perguntas sobre o problema do Estado: quais os seus objetivos? Como o Estado
busca alcançar-los? Por que devemos obedecer? O que garante uma parcela de
liberdade que foi mantida?
Bom estudo!
2.1 Maquiavel e Hobbes
De acordo com o senso comum, freqüentemente ou termo maquiavélico é
associado a vários recursos por ruínas, pessoas em situações de poder, em geral
e governantes, em particular. Mas essa lógica valorativa não corresponde ao
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pensamento de Maquiavel, cuja obra buscou a autonomia da política a partir do
século XV d. C ..
Nicolau Maquiavel é revolucionário para a política e seu estudo. Depois de muitos
séculos de cristianismo, como expressão filosófica dominante, Maquiavel logrou,
ponto de vista da política, alterações na mudança de modernidade, isto é,
conferidas à política uma esfera de legalidade própria, separando-a da moral, da
ética e da religião . Ou seja, Maquiavel não está preocupado com uma essência
boa ou má dos homens, mas demonstra que, além disso, é possível criar
instituições boas para o governo (MAQUIAVEL, 1999).
Thomas Hobbes, por sua vez, aproxima-se mais da política sob a perspectiva da
ciência empírica: o político não é o campo do contingente, pois há uma ciência
para definir a política. A possibilidade de conhecimento científico sobre a natureza
humana é que irá definir a soberania absoluta como decorrência de um cálculo
racional. Ou seja, para Hobbes, decorrente da própria natureza humana,
intrinsecamente ruim, é necessário aumentar a necessidade de seleção entre a
sociedade civil e o Estado: apenas um sóbrio para a sociedade civil é capaz de
apontar o que é justo e o que é injusto, de forma que os homens devem celebrar
um contrato, por meio do qual abre mão de parte de sua liberdade em troca de
garantia de paz pelo Estado (HOBBES, 2000).
Mas, que fundamenta como idéias de Maquiavel e Hobbes? Quais são as condições
para um governo bom, de acordo com o Maquiavel? Quais são as características
que um governador deve ter? E, para Hobbes, por que os homens são egoístas?
Como resolver esse problema da natureza humana nas sociedades políticas?
A seguir, conheça melhor o pensamento de cada um deles, iniciando por
Maquiavel.
2.1.1 Maquiavel
Inserido em um contexto de conflito de valores em que moral, ética e religião
pretendem definir regras, o aspecto central da obra de Maquiavel é a autonomia
da política: usado se separar uma política das demais variáveis porque seus
principais problemas são justamente na confusão entre ética, moral, religião e
política.
Isso significa que o Maquiavel quer substituir todas as demais apenas pela
política? Não, porque Maquiavel, moral, ética e religião podem, sim, existir, porém,
não podem ser a base de justificação da política.
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A principal obra em que Maquiavel apresenta essa idéia é “O Príncipe”, publicada
em 1513. E para entender esta obra, é preciso lembrar que foi escrita no contexto
histórico da unificação italiana (há, inclusive, uma referência específica no
capítulo XXVI, o último de “O Príncipe”). O contexto histórico é decisivo porque
todos os estados da Península Itálica tiveram uma história de pouco sucesso e
muita ruína, tendo nascido em Florença, Maquiavel entendendo que o sucesso
depende da unificação (MAQUIAVEL, 1999).
“O Príncipe” apresenta os dois conceitos que devem ser aplicados à ação política:
virtude e fortuna. Virtude é o modo de agir político; uma ação de alguém que é
capaz de reconhecer uma ocorrência que é afetada por uma ação ou outra
maneira. Em OUTRAS Palavras, virtù E um CAPACIDADE Prática do Ator Político de
Agir de Maneira adequada e nenhum momento Adequado. É uma ação, pois, isso
varia de acordo com as circunstâncias. O Principe that possui virtù TEM um
Percepção Dinâmica da Política, Nunca Totalmente Controlada POR NINGUEM
(Maquiavel, 1999).
É importante destacar que a virtude não se confunde com a virtude. A virtude
(moral, ética, religiosa), sem sentido de qualificação uma ação específica, deve ser
evitada para pensar em ação política. Uma virtude de Maquiavel está além do bem
e do mal. 
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Ocorre that uma Política e hum campo indeterminado, não qua se sucedem
eventos Não controlados Pela Vontade, de MoDo Que Não basta Ao príncipe
possuir virtù . Ele precisa, então, contar com uma fortuna. Fortuna diz respeito a
tudo o que não pode controlar; é o elemento inesperado e / ou indeterminado que
não está no domínio do príncipe, mas que, quando aprovado por ele com virtude ,
passa a ser uma ocorrência.
Para Maquiavel (1999), ENTÃO, uma Política e hum Jogo between virtù e fortuna,
mas hum Jogo de incertezas, Instável e inconstante, de MoDo that um virtù desen
aparecer when surgir uma fortuna. Possuir virtù e fortuna Significa saber Agir
politicamente NAS condições Dadas.
Figura 1 - O Príncipe de Maquiavel não está comprometido com a virtude, mas com manutenção do
Estado. Fonte: Brian A Jackson, Shutterstock, 2018.
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Ficou com dúvidas sobre os conceitos de virtude e fortuna? Ou sobre o jogo de incerteza da política e
como o príncipe deve agir diante das situações? Que tal entender essas questões a partir das idéias do
próprio autor? No capítulo III (Dos Princípios Mistos) de “O Príncipe”, Nicolau Maquiavel apresenta
exemplos de jogos entre virtudes e fortunas, operando os conceitos antes apresentados.O governo
brasileiro disponibiliza uma obra na biblioteca de domínio público: <
http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=24134
(http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=24134) >.
Embora se trate de um jogo de incerteza e indeterminação, isso não significa que o
Maquiavel admita uma ação política como aquela que permite fazer qualquer
coisa a qualquer custo. O príncipe ruim é aquele que envelhece de acordo com
princípios, como pura convicção, e não de acordo com as ocasiões. No entanto,
dizer que o príncipe não deve seguir regras de outras esferas da política (como
moral, ética e religião) não implica que o príncipe deve ser mau ou corrompido.
Ou seja, uma política não pode ser considerada como produto, como a vontade do
príncipe com base em suas concepções morais, éticas ou religiosas, ainda que
essas sejam boas ou virtuosas. O parâmetro de uma ação política correta ou
errada não é como convicções do governante, mas sim, como situações que
podem ocorrer na prática. Agir de maneira correta, então, significa agir de maneira
adequada considerando não os valores (sejam eles quais são as principais), mas
situações dadas.
A seguir, estudar ou pensar em Hobbes.
2.1.2 Hobbes
A principal contribuição de Hobbes para a ciência política foi a teoria do poder
como soberania. Diferentemente de Maquiavel, que busca algum padrão histórico
nos registros, Hobbes rejeita qualquer padrão histórico para quem deve ser feito
pelos governantes. O fato de tratar uma política como uma ciência propriamente
dita implica a existência de requisitos universais fundados na razão.
Uma imagem do logotipo da engrenagem e do relógio na introdução de "Leviatã",
publicada em 1651, é muito ilustrativa, medida em que Hobbes utiliza uma
comparação física para explicar o corpo político. E, nessa esteira da ciência natural
como referência, Hobbes se opõe abertamente a duas teses aristotélicas para
explicar a política: a primeira que a cidade existe pela natureza e a segunda de
quem é humano seriamente um animal político (HOBBES, 2000).
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VOCÊ SABIA?
Hobbes utiliza uma imagem do Leviatã para personificar uma figura do Estado
soberano. E uma imagem representa bem uma ideia hobbesiana. Nos capítulos 40
e 41, do Livro de Jesus, na Bíblia, por meio de uma série de perguntas de Deus a
Deus, Leviatã é apontado como um perigoso monstro aquático. Sua figura
povoada, ainda, ou imaginário de navegação na época dos grandes
descobrimentos. Uma referência por Hobbes fornece uma dimensão, um lado, a
importância da figura do Leviatã e, outro, o caráter poderoso e absoluto do Estado
ao qual é registrado (HOBBES, 2000).
Em relação à exposição da cidade por natureza, Hobbes (2000) discute por
entender quem constrói a cidade, em termos políticos, e artificial. Uma cidade
séria, então, um corpo político criado, produzido artificialmente, ou seja, não
existe uma cidade natural.
Em relação ao ser humano como animal político, Hobbes (2000) opõe-se por
defensor da natureza humana ou leva a agir apenas de acordo com seu benefício
próprio. O ser humano não é, então, político ou coletivo; é egoísta, e ter conviver
com outros é um fardo. Apenas este fardo, esta realidade difícil de definir, é que
decora a natureza. E por que essa realidade é que causa uma mudança específica,
necessária para suavizar como dificuldades.
Então, a cidade é criada apenas para permitir a convivência civilizada entre os
seres humanos. Para Hobbes (2000), não há nada de teleológico na cidade, como
defender Aristóteles. Com base em uma interpretação mecanicista, uma cidade é
apenas um mecanismo de engrenagem. E como é criada na cidade? O que está por
trás dessa criação?
De acordo com Hobbes (2000), o estado da natureza humana é um estado de
guerra. E quem faz o ser humano produzir esse estado de guerra é sua própria
condição natural. Mas por quê? Porque a natureza fez todos os seres humanos
iguais, tanto nas faculdades do corpo quanto nas faculdades do espírito, e esses
limites gerais permitem que todos busquem seus interesses fundamentais
(autoconservação e vida sustentável) com todos os meios à sua disposição. Ocorre
que, quando seres humanos são usados como coisas, ao mesmo tempo, colocam-
se em oposição, havendo uma tendência permanente de discórdia e domínio de
outros sobre outros.
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Ou seja, Hobbes (2000) possui uma visão negativa da condição natural do ser
humano, que se torna má (o homem é o lobo do homem). Esta condição provoca
um estado de guerra, sem estado de natureza, que envolve toda a humanidade:
uma guerra de todos contra todos. Esta guerra, no entanto, não é um estado de
luta real, mas um estado de constante disposição para uma luta real, isto é, um
estado de falta de segurança no qual uma discórdia pode levar à luta real, a
qualquer momento.
Nenhum estado de natureza não é possível falar em justo ou injusto, pois tudo o
que ocorre é apenas uma pesquisa pela autoconservação e pela vida confortável,
interesses fundamentais do homem. Mas, embora não exista alguém que garanta
ou respeite mútuo, persista esse estado natural de discórdia e iminência de guerra
(HOBBES, 2000).
Dessa forma, como as pessoas têm paixões que levam à busca de seus interesses
fundamentais, é por isso que, para evitar uma guerra, como impulsionar um
acordo pacífico, um pacto social, tácito e necessário. O fim de uma sessão de
pacto é a união de todos em um único corpo, mas isso só é possível ou o pacto
Figura 2 - O estado de natureza hobbesiano é a iminência da guerra de todos contra todos. Fonte:
Oleg Golovnev, Shutterstock, 2018.
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inclui um princípio de submissão, porque, caso contrário, o pacto não seria
seriamente cumprido. Assim, o pacto exige uma força superior para o seu
cumprimento: o soberano.
O soberano é, então, uma pessoa artificial que aceita os membros da sociedade
para agir em seu nome. Como vê, Hobbes (2000) distingue pessoa natural e
artificial e cria um ator que irá personificar aquilo instituído pelo pacto social. Ou
seja, os indivíduos (pessoas naturais) celebram um pacto entre si, por meio de
qualificador ou autoridade soberana (pessoa artificial), resultado do pacto e um
fórum dele, um portar é um poder e uma força legítima para executar o pacto.
Esse soberano, terceiro artificial e fora do pacto, é o Leviatã, ou o Estado instituído
com fim de garantia de paz (Hobbes defende uma unidade de poder soberano
ante a impossibilidade de sua divisão, sob pena de terminar com a própria
soberania). Mas, embora o fim do Estado não seja arbitrário, seu poder é absoluto
(inclusive o monopólio de uso da força) na busca de seus objetivos, apenas porque
é permitido pelos mesmos.
Nenhum filme russo Leviatã (2014), dirigido por Andrey Zvyagintsev e vencedor do Globo de Ouro de
Melhor Filme Estrangeiro, aborda a natureza perigosa da sociedade, uma sociedade como uma guerra
de todos contra todos, e o problema de poder absoluto conferido ao soberano sem possibilidade de
oposição legítima pelos indivíduos. Para assistir, acesse o endereço: <
https://adorocinema.looke.com.br/filmes/leviata?utm_source=adoro-
cinema&utm_medium=filmes&utm_content=Leviat%C3%83%C2%A3&utm_campaign=adoro-cinema
(https://adorocinema.looke.com.br/filmes/leviata?utm_source=adoro-
cinema&utm_medium=filmes&utm_content=Leviat%C3%83%C2%A3&utm_campaign=adoro-cinema)>.
Assim, o Estado hobbesiano tem apenas direitos e não deveres, mas, mesmo
assim, é a única figura capaz de agregar justiça e violência, não há mecanismos
para garantir que o Estado cumpra suas funções. Há, portanto, uma tensão entre o
VOCÊ QUER VER?
https://adorocinema.looke.com.br/filmes/leviata?utm_source=adoro-cinema&utm_medium=filmes&utm_content=Leviat%C3%83%C2%A3&utm_campaign=adoro-cinema
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Estado e isolados, medida em que é permitido decorar o pacto celebrado pelos
indivíduos, mas esses não podem ser legitimamente legitimados pelo Estado,
artificial e impessoal.
Agora que estudamos os pensamentos do italiano Nicolau Maquiavel e do inglês
Thomas Hobbes, conheça as idéias de John Locke e Jean-Jacques Rousseau.
2.2 Locke e Rousseau
Assim como Hobbes, o inglês John Locke e a suíte Jean-Jacques Rousseau são
contratualistas, isto é, compartilha da idéia de que a sociedade política é artificial
e é derivada de um contrato entre os seres humanos por meio do qual passam por
estado de natureza para o estado de sociedade. Mas, evidentemente, há
diferenças entre os pensamentos políticos dos três.
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Este centro de Locke (1998) vai ao encontro da conclusão do poder soberano
absoluto de hobbes: enquanto, para Hobbes (2000), o estado de natureza e o estaa
guerra iminente justifica uma soberania absoluta, sem que os indivíduos possam
se legitimar pelo Estado que instituiu, Locke afirma que possui direito de
resistência a um governo injusto, de modo que a guerra civil exibe em crise a
própria ideia de soberania absoluta.
 Figura 3 -
Para Rousseau, o contrato social é um artifício representativo de legitimação. Fonte: Georgios
Kollidas, Shutterstock, 2018.
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Não que diz respeito a Rousseau, a principal diferença reside na alteração do
pacto social e em conseqüências para o binômio submissão-liberdade. Enquanto
o Hobbesiana do pacto social exige ou sobe para o Estado, em um terceiro
artificial, uma ideia de contrato social de Rousseau (1999) coloca uma soberania
na própria sociedade. Assim, para Hobbes, ou pacto expresso como personalizar
vontades individuais (autorizando um terceiro - uma pessoa artificial do Estado -
um portar um poder legítimo), mas para Rousseau ou pacto expresso não como
vontades individuais de pessoas, mas com uma vontade geral do próprio corpo
político (de modo que não existe submissão).
Nesse sentido, então, como Locke fundamenta o direito de resistência? E como
Rousseau fundamenta uma idéia de liberdade? O que significa o estado de
natureza e o contrato social para Locke e Rousseau? Essas e outras questões serão
respondidas na sequência.
2.2.1 Locke
O tema central de Locke é uma propriedade, de modo que tanto a ideia de estado
de natureza quanto ao governo civil são mediadas por seus autores sobre ela.
Uma propriedade é um argumento político para pensar em uma extensão do
poder da Coroa, mas que permite o desenvolvimento da noção de propriedade
privada, uma vez que, com o final da Revolução Gloriosa de 1688, um texto de
Locke foi vencedora, e a sociedade civil passou a ser central para a compreensão
do mundo moderno. E uma propriedade privada é o centro da sociedade civil
burguesa (LOCKE, 1998).
Embora tivessem conhecimento de "Leviatã", de Hobbes (2000), tanto que cite
"Dois Tratados sobre o Governo", publicado em 1681, Locke (1998) opta-se,
principalmente, por Robert Filmer, autor de "O Patriarca ”(publicado em 1680),
para quem não existe governo legítimo que não seja uma monarquia absoluta e
que possua todas as mãos nas mãos da monarca (FILMER, 1991). Locke, ao
contrário, quer negar o direito de monarca determinar e regular a propriedade de
seus sons. Ou seja, o argumento da propriedade é uma justificação do poder
político.
Por propriedade, Locke não quer dizer apenas bens móveis e / ou imóveis, mas
todas como titularidades humanas, incluindo vida, liberdade e também os títulos
materiais. Então, a existência do governo depende dessas titularidades, bem como
garantir que continuará sendo o direito de cada um, em contraposição, pois, ao
argumento absolutista.
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Nesta tarefa de definir a autoridade política e diferenciar o poder político dos
demais, Locke define o estado da natureza como o estado da liberdade perfeita e
perfeita (ninguém está subordinado a outra pessoa), nenhum tipo de direito como
as relações de justiça e caridade entre os seres humanos (LOCKE, 1998). Como vê,
o estado de natureza não é o estado de guerra hobbesiano. Os seres humanos são
sociáveis e podem conviver.
Dessa maneira, por que, então, é necessário um governo? Porque, nenhum estado
de natureza, muito embora os seres humanos sejam sociáveis, seu estado é
perfeito, e todo indivíduo tem o direito de punir ou transgressor dos direitos da
natureza, assim como o direito de usar. E há problemas quando todos têm o poder
executivo das leis da natureza. Faz-se necessário, então, um governo civil como
remédio adequado para esses problemas, dotado de poder político, isto é, pode
editar e executar procedimentos de modo a garantir o direito de propriedade.
Dessa forma, os indivíduos renunciam ao direito natural de executar como leis da
natureza, atribuindo a um corpo comum, o governo civil, por meio de um pacto. O
governo civil, no entanto, não é uma monarquia absoluta, uma vez que evitar os
malefícios do estado de natureza não -briga a aceitar uma necessidade de uma
monarca absoluta. Como todo pacto é decorrente de um consentimento, ao
definir o poder de um governo civil, a vontade do corpo político passa a ser
representada pela maioria.
Em outras palavras, os indivíduos celebram um pacto não podem cada um com
uma formação de um corpo político comum. Formado ou corpo político, a vontade
é sempre representada pela maioria. Assim, diferentemente do estado de guerra
hobbesiano, que é aquele sem segurança absoluta, o estado de guerra, para
Locke, é uma condição de subordinação da liberdade do homem à vontade alheia.
Portanto, para Locke (1998), o estado de guerra não corresponde ao estado de
natureza. Na verdade, há uma passagem do estado de natureza para o estado de
guerra quando é imposta uma condição de submissão ao homem, como na
monarquia absoluta. Como conseqüência, se a monarquia absoluta (qual o poder
for superior a baixo), há o estado de guerra, o governo civil ou o legítimo estado da
sociedade (nenhum qual é o poder inferior a cima).
É importante destacar que Locke não é compatível com monarquia em si, mas
com monarquia absoluta. Como o monarca não é o dono dos filmes, mas o
servidor desses, como os políticos, ou o monarca pode exibir também o poder
político, desde que ele não seja absoluto e não faça contraponto à vontade da
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maioria. Isso implica a necessidade de um equilíbrio entre monarca e súditos ou,
em termos de contexto inglês no qual Locke escreveu, entre Coroa e Parlamento
(LOCKE, 1998).
Como consequência, o Poder Legislativo é o lugar em que o corpo político exerce
sua liberdade, possuindo lugar central no governo civil, em medida em que é
formado por pessoas escolhidas pelo povo, visto como sendo a únicaforma de
manter a vinculação com o consentimento do pacto originário do governo.
Embora o Poder Legislativo seja o poder supremo, Locke reconhece a necessidade
de apresentar o Poder Executivo para executar como leis gerais necessárias pelo
Poder Legislativo ou para leis gerais quando estas não existem (LOCKE, 1998). No
entanto, quando esse poder ultrapassa seus limites e é permitido, como resolver
esse problema?
Diferentemente de Hobbes (2000), para quem não havia oposição legal para o
Estado, Locke (1998) defende o direito de resistência, isto é, o direito de rebelião,
desde que justificativa. Ou seja, há uma rebelião, há um culpado. Se o culpado não
Figura 4 - Vista da sede do Parlamento Britânico, considerada poder supremo segundo John Locke.
Fonte: Richie Chan, Shutterstock, 2018.
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for o povo, mas um tirano, o povo pode reagir com violência porque houve uma
quebra de confiança no pacto, justificar o direito de resistência, isto é, golpear a
volta naquele primeiro violou ou pacto.
Na sequência, veja os pontos em comum e os aspectos divergentes entre as
concepções do Estado segundo Hobbes e Locke e as idéias de Rousseau.
2.2.2 Rousseau
Da mesma maneira que os pensadores abordados anteriormente, também
Rousseau possui pontos de encontro e divergência tanto com Hobbes quanto com
Locke. A própria edição inicial de “O Contrato Social”, publicada em 1762, já no
capítulo I faz referência a Hobbes, a exibir: “O homem nasceu livre e por toda parte
é agrilhoado” (ROUSSEAU, 1999, p. 9 ) Uma grande questão de Rousseau, então, é:
como restituir a liberdade ao ser humano?
Para tanto, Rousseau (1999) aponta que nenhuma condição natural é fundamento
ou justificativa para o poder. O mais complexo que define hobbesiana, ou o
esquema de estado de natureza de Rousseau pode ser dividido, basicamente, em
dois estágios:
o bom selvagem;
o desenvolvimento da moral. 
No primeiro estágio, o indivíduo tem uma grande empatia em relação aos outros.
Há uma espécie de socialização primária e uma independência natural, de acordo
com as quais o ser humano não é insociável pela natureza. No segundo estágio,
com o desenvolvimento da moral e a ampliação da sociabilidade, todos os vídeos
iniciam uma cirurgia e passam a ter um sentimento egoísta, portanto, não é
natural, mas socialmente causado (ROUSSEAU, 1999).
Em “Discurso sobre a Origem e os Fundamentos da Desigualdade entre os Homens”, publicado
originalmente em 1755, Rousseau detalha o estado de natureza humana e as razões pelas quais
considera o homem um ser naturalmente bom. O governo brasileiro disponibiliza a obra em biblioteca
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de domínio público: <http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?
select_action=&co_obra=2284 (http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?
select_action=&co_obra=2284)>.
Assim, há um elemento mais próximo de Locke, no primeiro estágio do estado de
natureza (o bom selvagem não vive uma guerra de todos contra todos) e um
elemento mais próximo de Hobbes no segundo estágio (os homens somente se
opõem uns aos outros ao se tornarem sociáveis).
Como, então, Rousseau justifica os termos da legitimidade e da autoridade
política se não na condição natural do homem? Ou, em outras palavras, por que os
homens se obrigam socialmente? Em uma linha, porque o contrato social assegura
uma certa estabilidade da passagem das paixões para as razões. No entanto, é
necessário ir além.
Tanto o pacto social de Hobbes quanto o contrato social de Rousseau são artifícios
representativos de legitimação, mas enquanto o primeiro está na origem das
relações sociais como meio de evitar a guerra de todos contra todos decorrente do
estado de natureza, o segundo é, na verdade, um argumento moral, não como
originador da sociabilidade (esta já existiria no segundo estágio do estado de
natureza), mas como fundamento de um princípio moral da obrigação.
Ou seja, o contrato social de Rousseau não é o trânsito de um estado de natureza
para um estado de sociedade. Ele está, em verdade, apresentando os termos
morais da obrigação para a vida do homem em sociedade. Mas por quê? Porque os
termos morais de obrigação do contrato social realizam a liberdade moral, que é
mais ampla que a liberdade natural. Por essa razão, o próprio contrato social é o
princípio da autoridade política legítima.
A passagem do estado de natureza para o estado de sociedade é uma mudança de
ponto de vista: deixa-se para trás a independência natural e a vontade particular;
entram em cena a liberdade moral e a vontade geral. Isso significa que, pelo
contrato social, assumem relevância princípios objetivos que não dependem de
meras vontades individuais.
Em outras palavras, o contrato social radicaliza a ideia de liberdade não como
mera independência, mas como autonomia: somente é governo o autogoverno,
isto é, o governo pelas leis que os próprios homens impõem a si mesmos na vida
em sociedade. Como consequência, este governo não pode depender de vontades
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individuais, mas apenas de princípios morais que definam o que é bem comum e o
que é interesse geral (e que podem ou não coincidir com aquelas vontades
individuais, mas que não são elas ou a soma delas).
E esse contrato social exige unanimidade no momento da convenção original, a
qual permanece como critério fundamental ideal da vontade geral. Não há, como
em Locke (1998), uma ponderação de maioria e minoria. Por ser um critério moral,
a unanimidade é o fundamento do contrato social e da vontade geral (ROUSSEAU,
1999).
Para falar de vontade geral e vontade de todos, Rousseau não utiliza um critério
numérico. A vontade geral é um princípio subordinado ao interesse comum. A
característica e o interesse da vontade, como argumentos morais, são o que
determina se a vontade é geral. A vontade de todos é diferente da vontade geral
porque é mera soma das vontades particulares e, como tal, nada mais é que um
interesse privado. Já a vontade geral é interesse comum que não se baseia em
Figura 5 - O contrato social de Rousseau depende da unanimidade. Fonte: Shutterstock, 2018.
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soma ou critério numérico, mas em princípio moral. Esta, aliás, a mesma razão
pela qual a vontade de todos pode errar, mas a vontade geral não (ROUSSEAU,
1999).
Por isso é que, enquanto Hobbes (2000) apresenta apenas um pacto entre
indivíduos do qual sairá uma autorização para o Estado soberano, Rousseau
delineia um engajamento recíproco entre o corpo de particulares e o corpo
público, cuja junção vai produzir a soberania do próprio povo, que nada mais é
que o exercício da vontade geral.
Em outras palavras, a associação produz um corpo moral, com princípios morais
de bem comum e de interesse público próprios, os quais não necessariamente
correspondem às vontades individuais. Esse corpo moral se engaja com os
próprios indivíduos, produzindo um tipo de soberania absoluta do próprio povo.
Essa soberania é o exercício da vontade geral, a qual não corresponde à soma das
vontades individuais, mas se consiste em uma vontade específica e moral dessa
junção do corpo moral e do corpo de particulares.
E, como exercício da vontade geral(além de mera soma das vontades individuais),
essa soberania, de um lado, não pode ser alienada (Rousseau nega a ideia de
representação da vontade geral, afinal, ou é ela mesma ou é outra) e, de outro,
deve ser obedecida, sob pena de constrangimento pela força pública (Rousseau
nega a possibilidade de resistência, afinal seria o mesmo que resistir contra a
própria liberdade, o que não é moralmente admitido). Todo poder legítimo, então,
somente pode ser republicano, porque o destinatário da lei (o cidadão) é
simultaneamente seu autor. A legitimidade da lei é justificada pelo autogoverno: o
cidadão somente se submete às leis que ele mesmo criou.
Portanto, a justificação de Rousseau (1999) para o dilema do contratualismo
(porque o indivíduo se subordina à vontade do soberano) é moral: o indivíduo se
submete a si mesmo porque a soberania está em cada um dos indivíduos.
Retomando Hobbes (2000), o indivíduo se submete ao monarca absoluto como
meio de garantir a paz e evitar a insegurança e a morte. Para Locke (1998), por sua
vez, o indivíduo se submete como um melhor meio de assegurar o direito à
propriedade.
Com base nas ideias estudadas até o momento, no tópico a seguir abordaremos o
objeto da ciência política segundo os princípios de Montesquieu.
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2.3 Montesquieu e o princípio da
separação de poderes
Assim como Hobbes, Locke e Rousseau, Charles Louis de Secondat, que tornou-se
conhecido como Barão de la Brède (ou Barão de Montesquieu), tinha a pretensão
de construir uma ciência política. No entanto, a grande diferença entre
Montesquieu e os jusnaturalistas está no objeto. Enquanto os jusnaturalistas
buscavam encontrar a essência da sociedade e da política, isto é, seus
fundamentos, suas bases, Montesquieu buscou encontrar leis, costumes e usos de
todos os povos da terra.
Enquanto a preocupação dos jusnaturalistas estava mais na seara da Filosofia, a
preocupação de Montesquieu compreendia a linha de questões de História e
Sociologia, temas tratados com mais recorrência no século XIX. Ou seja,
diferentemente dos jusnaturalistas, Montesquieu não pensa a sociedade e a
política em geral, mas todas as sociedades e formas políticas, no tempo e no
espaço (MONTESQUIEU, 1996).
E, nessa trilha de pensamento, com o objetivo de limitar o poder político para
garantir a liberdade é que Montesquieu observa a Constituição da Inglaterra e
propõe uma teoria da tipologia dos poderes e um modo específico de separação
desses poderes. Qual o papel da lei e da liberdade para a teoria da separação de
poderes? Quais são os poderes existentes em um Estado? Como estes poderes se
inter-relacionam? Essas são questões que responderemos com base no
pensamento de Montesquieu (1996), conforme sua principal obra, “O Espírito das
Leis”, publicada originalmente em 1748.
2.3.1 Montesquieu 
Montesquieu Iniciado “O Espírito das Leis” com uma alteração das experiências
científicas sobre leis: “[...] leis, em seu significado mais extenso, são relações
jurídicas que derivam da natureza das coisas” (MONTESQUIEU, 1996, p. 11) Como
leis de uma nação são aplicáveis às suas particularidades e, portanto, são
diferentes das leis de outros países, bem como as leis da própria nação em outros
períodos.
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Charles Louis de Secondat ficou conhecido pelo título que herdou após a morte do tio: Barão de
Montesquieu, comuna francesa situada na região de Bordeaux (França). Pertencente à nobreza togada,
que exerce atividades judiciais ou administrativas, Montesquieu estudou Direito e fez parte do
parlamento de Bordeaux, com funções experimentais judiciárias. Tendo nascido em 1689 e falecido em
1755, Montesquieu viveu em um contexto de absolutismo na França, cujo último derivado, em grande
parte de suas idéias, foi amplamente acolhido pelas Revoluções Americana e Francesa. Para saber
mais, acesse o endereço: < https://www.infoescola.com/filosofia/montesquieu/
(https://www.infoescola.com/filosofia/montesquieu/) >.
E dentre as leis, há aquelas que dizem respeito à política política, isto é, ao direito
de fazer tudo o que é lei e não ser forçado a fazer o que é lei não é obrigatório.
Como vê, o conceito de liberdade para Montesquieu (1996) se aproxima da
exibição hobbesiana, distingue-se pela independência, porque se um cidadão é
capaz de tudo o que deseja, os demais também têm esse poder e, logo, não são
mais critérios liberdade.
Contudo, embora cada Estado tenha permitido liberdade no seu próprio governo,
conforme seus trajes e inclinações, uma liberdade política somente existente,
proibidas, nos governos moderados, quando não houver abuso de poder. O
problema é que, pela experiência histórica, todo homem que possui o poder,
apresenta um abuso abusivo, indo até atingir limites. Como, porém, limitar algo
como o poder? De acordo com Montesquieu (1996), pelo próprio poder: a
constituição de coisas deve ser tal que o poder limite.
Todos os Estados-Membros têm o objetivo primeiro de conservar, mas possuem
outros propósitos que são particulares: o Roma era uma expansão; o de Israel,
uma religião; o de Marselha, o comércio. O objetivo da Inglaterra era justamente
uma liberdade política, tão cara quanto um Montesquieu. Assim, ele analisa os
princípios de constituição da Inglaterra que fundamentam a liberdade política, de
modo a entender como defender. É nessa tarefa que Montesquieu (1996) descreve
o princípio da separação de poderes.
VOCÊ O CONHECE?
https://www.infoescola.com/filosofia/montesquieu/
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De acordo com Montesquieu (1996), cada Estado possui três poderes, o poder
legislativo (criação, correção ou anulação de leis), o poder executivo (restauração
de paz e guerra, diplomacia, promoção de segurança) e o poder de julgar
(julgamento dos crimes e das disputas entre particulares). Essa ideia, em si, da
existência de distintos ramos no exercício do poder, não é exatamente nova.
Aristóteles descreveu três funções distintas do Estado, e Locke apresentou uma
distinção entre recursos quando tratado da sua estruturação (ARISTÓTELES, 2010;
LOCKE, 1998).
 Figura 6 -
Montesquieu foi o teórico da seleção de poderes. Fonte: Shutterstock, 2018.
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Qual, então, uma novidade trazida por Montesquieu? Basicamente, a seleção
desses poderes em corpos distintos, com o objetivo de evitar o abuso: ou o que
não pode ocorrer por liberdade, é a concentração dos três poderes nas mesmas
mãos (MONTESQUIEU, 1996).
O absolutismo que ascendeu com o Estado Moderno (século XV) promove uma
concentração de poderes com as idéias de soberania absoluta, que ou monarca se
coloca acima do direito. Na medida em que a burguesia cresce em importância
econômica, promove como revoluções liberais contra essa concentração de poder
nas mãos da monarca.
A Inglaterra, particularmente, passa por um processo de racionalização do Estado,
que transforma o modelo de concentração de poder. Primeiramente, a Magna
Carta de 1215 promove uma proteção por direitos de restrição de poder de
monarca, mas subsiste à concentração. Uma grande mudança ocorre com a “
Declaração de Direitos” de 1689, depois da vitória da Revolução Gloriosa de 1688,
que vai além e transforma o modelo inglês de concentração de poderes do rei no
modelo de bipartição de poderes: retira-se o poder de legislar da monarca, atribui-
se ao Parlamento, aoqual, segundo John Locke, acaba de subordinar os demais
poderes (HUME, 2015).
Logo adiante, em 1701, o Parlamento inicia a retirada do poder de julgar a
monarca, conferindo a juízes independentes. Portanto, quando o Montesquieu
esteve na Inglaterra, por volta de 1730, pôde experimentar uma política política
que exerceu três poderes distintos do Estado como forma de impedir o
absolutismo para garantir a liberdade.
Assim, na Inglaterra, exemplo tomado por Montesquieu no capítulo VI, do livro XI,
de “O Espírito das Leis”, o poder executivo está nas mãos da monarca; o poder
legislativo, dividido entre a câmara alta (nobres) e a câmara baixa (representantes
do povo); o poder de julgar, com os magistrados, os tirados do povo, e não senado
ou príncipe (MONTESQUIEU, 1996).
Os exemplos selecionados no caso de seguir como reflexão sobre esses recursos.
CASO
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Montesquieu previu um poder de julgar neutro e invisível, como condição
para que o equilíbrio entre os poderes garantisse a liberdade política.
Portanto, o verdadeiro equilíbrio deveria se dar na relação entre as três
forças políticas e sociais de sua época: monarca, nobres e povo; o primeiro
no poder executivo e os últimos no poder legislativo. Montesquieu não
podia imaginar a expansão do poder de julgar, decorrente, sobretudo, do
advento das constituições escritas e do controle de constitucionalidade.
No Brasil, por exemplo, o Supremo Tribunal Federal, órgão de cúpula do
Poder Judiciário e responsável pela interpretação em última instância da
Constituição, tem sido chamado a se manifestar sobre questões, em tese,
sob a competência do Poder Legislativo, tais como o direito de greve do
servidor público, a fidelidade partidária e o aborto. E, ao se manifestar de
maneira ativa, tem sido frequente o debate sobre se o princípio da
separação de poderes de Montesquieu tem sido respeitado ou, mesmo, se
deve ser respeitado. 
A natureza do poder executivo torna desejável que esteja nas mãos de um
monarca, pois a necessidade de decisões rápidas faz vantajosa sua concentração
em apenas uma pessoa. Mas, para isso, o poder de legislar deve estar em outro
corpo, e o poder de julgar não deve aparecer. E esta é a grande vantagem da
Inglaterra: a divisão do poder legislativo em duas câmaras, nobres e
representantes do povo, enquanto o poder de julgar, atribuído a magistrados,
mantém-se invisível e nulo.
Na prática, então, mais do que uma separação estrita de poderes, o que
Montesquieu (1996) propõe ao expor a constituição da Inglaterra é a limitação de
um poder por outro poder, por meio de inter-relações, de controles recíprocos. Em
outras palavras, é a ideia de pesos e contrapesos, retirada da noção mecânica de
equilíbrio. Dessa forma, um poder limita o outro ao promover um contrabalanço.
Ou seja, não propriamente uma separação de poderes, mas uma separação de
instituições para exercer esses três poderes; uma receita política de equilíbrio com
o objetivo de promover um governo estável e, consequentemente, garantir a
liberdade, evitando a ascensão do despotismo. Um arranjo novo para uma
preocupação antiga.
Estudamos até aqui as teorias contratualistas sobre os fundamentos da sociedade
política, bem como a formulação de seus arranjos. No tópico a seguir, trataremos
do fenômeno em si que rege as sociedades políticas: o Estado.
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2.4 Estado
Considerando, de um lado, que a ciência política, em uma perspectiva ampla,
estuda a distribuição do poder e, de outro, que o Estado Moderno é o momento da
história em que uma conjunção de fatores leva o poder político para o centro do
debate, é possível dizer que o próprio Estado Moderno é o objeto da ciência
política, uma vez que, nele, é que se dará a disputa pelo poder (e
consequentemente a sua distribuição).
Isso não significa, entretanto, que não tenha havido Estado antes do Estado
Moderno. Historicamente houve outros tipos de Estado, assim como ocorreram
desdobramentos da compreensão do próprio Estado Moderno, posteriormente.
Então, além da fundamentação filosófica do Estado, qual a explicação para seu
surgimento histórico? Quais os tipos históricos de Estado e suas características?
Por fim, depois de tudo que vimos, é possível apresentar um conceito de Estado?
Na sequência, encontraremos as respostas para estas e outras questões. 
2.4.1 Origens, teorias, formação, tipos históricos
Considerando o aparecimento do Estado, é possível, basicamente, identificar três
teorias. De acordo com a primeira, assim como a sociedade, o Estado sempre
existiu assim que se formou o primeiro agrupamento humano. Para a segunda, a
sociedade pode existir sem o Estado, o qual surgiu em decorrência de
necessidades específicas dos grupos sociais. A terceira, por fim, defende que o
Estado somente surge, como tal, como Estado Moderno, isto é, sob uma específica
sociedade política, com condições bem definidas (DALLARI, 2013).
VOCÊ SABIA?
Segundo diversos autores, o Estado Moderno teria uma data de nascimento oficial:
a assinatura dos tratados de paz de Westfália, em 1648, que pôs fim à Guerra dos
Trinta Anos (conjunto de conflitos entre diversas nações europeias, por diversos
motivos, desde 1618, especialmente na Alemanha) e que documentou, formal e
historicamente, pela primeira vez, um tipo de Estado dotado de unidade territorial
e poder soberano (DALLARI, 2013; BITTAR, 2016).
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A segunda teoria do surgimento do Estado parece mais adequada, na medida em
que, de um lado, nem todos os agrupamentos humanos possuem,
necessariamente, estas características, mas, de outro lado, podem ser
encontradas sociedades políticas com essas características antes do Estado
Moderno.
Por essa razão, é que se afigura possível, do ponto de vista histórico, falar em tipos
e evolução histórica do Estado, considerando algumas características
fundamentais. Nessa toada, o primeiro tipo é o Estado Antigo, Oriental ou
Teocrático, forma mais antiga em que família, Estado, economia e religião ainda se
confundiam, mas que apresenta duas características fundamentais: a forma
“unitária” (inexistência de divisões internas, de funções ou de territórios) e a
“religiosidade”, na qual a autoridade do governante advinha da expressão de
vontade dos poderes divinos (DALLARI, 2013, p. 70).
O Estado Grego e o Estado Romano são, respectivamente, o segundo e o terceiro
tipos de Estado, e participam da tipologia porque apresentam características
específicas que qualificam suas sociedades políticas.
De acordo com Dallari (2013), o Estado Grego, embora não tenha apresentado uma
unidade política, é assim caracterizado porque as polis possuíam os mesmos
aspectos fundamentais: a autossuficiência (ideia de que a própria comunidade
política deve ser suficiente por si só para alcançar seus fins) e a liberdade como
participação política (os cidadãos participam das decisões do Estado, mas com
liberdade privada restrita).
O Estado Romano, por sua vez, buscou unidade política em sua ampla expansão
territorial, ainda que não tenha alcançado uniformidade. Assim, caracterizou-se
pela base familiar da organização estatal e pela participação política restrita a um
núcleo de poder político, acessado pelas famílias patrícias (DALLARI, 2013).
Ao Estado Romano seguiu-se o Estado Medieval, que, embora bastante
heterogêneo, do ponto de vista de organização, dado o contexto político europeu
da Idade Média, pode assim ser compreendido por se identificar algumas
características fundamentais nas várias sociedades políticas do período, tais comoo feudalismo, o cristianismo e as invasões bárbaras.
Por fim, na evolução histórica, ao fim da Idade Média surge o Estado Moderno,
caracterizado pelo poder centralizado (retomada do ideal de unidade do Estado
Romano), pela existência de burocracia (separação da propriedade individual do
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monarca em relação à propriedade do Estado, embora ainda não com o sentido de
propriedade pública), pela delimitação geográfica e pelo monopólio legítimo do
uso da violência sobre um território contínuo e delimitado (DALLARI, 2013).
Conforme Bittar (2016), o Estado Moderno também é tido como decorrência da
luta por ascensão e afirmação da burguesia como nova classe social. E o
significado histórico dessa mudança e do advento do Estado Moderno foi a
hegemonia da Europa em decorrência de uma capacidade de mobilização
desconhecida na época, que permitiu o domínio de muitos territórios, bem como
a imposição desse novo modelo de organização política.
2.4.2 Conceito
Antes de falar especificamente do Estado, é preciso falar de sociedade. E, para que
um agrupamento humano se constitua como sociedade, ele deve possuir três
características (DALLARI, 2013, p. 31-44):
Figura 7 - O Estado Moderno constitui o fundamento da hegemonia europeia. Fonte: Vahe 3D,
Shutterstock, 2018.
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finalidade ou valor social;
manifestações de conjunto ordenadas;
poder social.
A finalidade social diz respeito ao objetivo conjuntamente estabelecido por seus
integrantes para ser atingido pelo grupo. A manifestação em conjunto e de
maneira ordenada dos integrantes diz respeito às ações e suas prescrições rumo à
consecução da finalidade. Por fim, o poder social diz respeito à correlação de
vontades dos integrantes do grupo e à submissão para fins de atingimento do fim
objetivado (DALLARI, 2013).
Dentre as sociedades, há aquelas de fins gerais, isto é, “cujo objetivo, indefinido e
genérico, é criar as condições necessárias para que os indivíduos e as demais
sociedades que nela se integram consigam atingir seus fins particulares” (DALLARI,
2013, p. 57). Essas são as sociedades políticas, justamente porque não possuem
um fim particular, mas buscam uma constante integração de todas as atividades
sociais em seu seio, em função de um fim comum. O Estado é, então, um tipo de
sociedade política, aliás, a mais importante sociedade política por seu alcance e
suas capacidades de coordenação das ações em busca do mesmo fim comum.
No entanto, essa é apenas uma primeira noção, que não se afigura suficiente para
conceituar o Estado, afinal, há outras sociedades políticas, em menor escala, que
possuem o mesmo fim. Assim, há esforços para empreender uma melhor
conceituação do Estado, conquanto seja uma tarefa dificultosa, se não impossível.
Reconhecendo a dificuldade, Bonavides (2013) apresenta três acepções para
conceituar o Estado: filosófica, jurídica e sociológica.
Em relação à acepção filosófica, recorrendo a Hegel, Bonavides (2013, p. 66)
conceitua o Estado como “[...] valor social mais alto, que concilia a contradição
Família e Sociedade, como instituição acima da qual sobrepaira tão-somente o
absoluto, em exteriorizações dialéticas, que abrangem a arte, a religião e a
filosofia”. A acepção jurídica, por sua vez, compreende o Estado como a reunião
dos homens sob as leis do Direito (Kant, apud BONAVIDES, 2013), separando-se da
sociedade por ser um laço “[...] específico, jurídico ou político, entre os membros
da comunidade” (Del Vechio, apud BONAVIDES, 2013, p. 67). Por fim, a acepção
sociológica parece ser a que conceitua o Estado de maneira mais completa,
prevalecendo a formulação de Jellinek (apud BONAVIDES, 2013, p. 71), de acordo
com a qual o Estado “[...] é a corporação de um povo, assentada num determinado
território e dotada de um poder originário de mando.”
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Dessa maneira, considerando os conceitos-chave da filosofia política abordados
neste estudo, esperamos que você esteja apto a compreender as inovações e
vantagens do princípio da separação de poderes nas democracias, desenvolvendo
reflexões críticas sobre o papel do Estado.
Síntese
Concluímos o estudo a respeito da constituição de Estado, mais especificamente,
de sua fundamentação filosófica, de suas formas políticas e das teorias
relacionadas à sua origem, sua evolução histórica e seus conceitos.
Neste capítulo, você teve a oportunidade de:
identificar a principal contribuição de Maquiavel para a ciência política ao
promover a separação da política em relação às esferas da moral, da ética e
da religião;
entender o estado de natureza hobbesiano, no qual o homem é
essencialmente mau, necessitando do Estado como soberano absoluto para
garantir a paz;
interpretar a teoria de Locke como maneira mais adequada de defender a
propriedade ao atribuir o poder supremo ao legislativo;
comparar as ideias de Hobbes e Locke com as de Rousseau, para o qual o
contrato social é uma forma de garantir a liberdade dos homens;
analisar as ideias de Montesquieu sobre lei, sobre liberdade e sobre o
arranjo no exercício do poder que garante a liberdade política, por meio da
separação de poderes;
conhecer as teorias sobre a origem e a evolução histórica do Estado, bem
como formular um conceito para o fenômeno do Estado.
Bibliografia
ARISTÓTELES. A Política. São Paulo: Folha de S. Paulo, 2010.
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BITTAR, E. C. B. Teoria do Estado: filosofia política e teoria da democracia. 5. ed.
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DALLARI, D. de A. Elementos de teoria geral do Estado. São Paulo: Saraiva, 2013.
FERREIRA FILHO, M. G. Princípios fundamentais do Direito Constitucional. 3. ed.
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FILMER, R. Patriarcha and Other Writings. Cambridge, UK: Cambridge University
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Tradução de Pedro Paulo Pimenta (Org.). São Paulo: Unesp, 2015.
LEVIATÃ. Direção: Andrey Zvyagintsev. Produção: Non-Stop Production. Roteiro:
Andrey Zvyagintsev; Oleg Negin. Rússia, 2014, filme on-line, 141 min. Disponível
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(http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?
select_action=&co_obra=2284) >. Acesso em: 31/03/2018.
http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=2284

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